A aprendizagem baseada em projetos é uma metodologia educacional que coloca os alunos no centro desse processo, incentivando-os a explorar, investigar e resolver problemas reais.
Esse modelo é altamente valorizado por promover um aprendizado ativo e colaborativo, desenvolvendo habilidades essenciais.
Entre elas, pensamento crítico, criatividade, trabalho em equipe e resolução de problemas.
Ao adotar a metodologia de aprendizagem baseada em projetos, é possível promover um aprendizado mais envolvente.
Não apenas isso, como também alinhado às demandas do mercado de trabalho e às necessidades de desenvolvimento pessoal dos estudantes.
Quer entender melhor o conceito e descobrir as etapas da aprendizagem baseada em projetos?
Estes são os tópicos abordados a partir de agora no texto:
Leia até o final e confira exemplos de aprendizagem baseada em projetos e vantagens da sua utilização.
Também conhecida pela sigla ABP, a aprendizagem baseada em projetos é um método de ensino cujo foco está na proposição de soluções para problemas reais.
Por meio de uma metodologia ativa de aprendizagem baseada em projetos, os alunos desenvolvem uma capacidade maior de encontrar respostas, inclusive em cenários de grande pressão.
Agora que ficou claro o que é aprendizagem baseada em projetos, vamos ver como ela funciona e quais os seus benefícios.
A metodologia de aprendizagem baseada em projetos funciona como uma ponte entre a realidade do mercado e o contexto acadêmico, por meio de tarefas que refletem desafios enfrentados na vida real.
Em cada uma das suas etapas, os alunos são instigados a resolver casos que transcendem os limites escolares.
Ou seja, são apresentados a tarefas que exigem pesquisa, colaboração e resolução de problemas.
Os alunos trabalham em grupos para investigar um tema ou questão relevante, desenvolvendo soluções ou criando produtos que abordam problemas reais.
Durante o processo, eles aplicam conhecimentos de diversas áreas, promovendo a interdisciplinaridade.
O papel do professor é orientar e fornecer suporte, mas o foco está na autonomia do aluno.
Os bons exemplos de aprendizagem baseada em projetos mostram que essa é uma abordagem que dá resultados.
Assim sugere um estudo (em inglês) publicado pelo European Journal of Educational Research, “O efeito da aprendizagem baseada em projetos na alfabetização por níveis de alunos do 8º ano”.
Após implementar a ABP em um grupo de 60 alunos, 10 passaram do nível 2 para o nível 3 e outros 10 alunos passaram do nível 3 para o nível 4.
Isso significa que dois terços dos alunos conseguiram progredir nos estudos somente graças à aprendizagem baseada em projetos.
Outro estudo, publicado pela Taylor & Francis Online (em inglês), revela que 90% dos estudantes que aprendem pela ABP consideram a experiência de aprendizado boa ou excelente.
Muito dessa aprovação está relacionada com o maior estímulo gerado por essa metodologia, que insere os alunos em um contexto mais prático.
Outro benefício que pode explicar o sucesso da ABP é que ela desenvolve habilidades como criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas.
Para os professores, ela traz vantagens adicionais, não só por facilitar o processo pedagógico, como por aumentar o envolvimento dos alunos com as tarefas.
A metodologia de aprendizagem baseada em projetos muitas vezes é confundida com a aprendizagem baseada em problemas, ou Problem-Based Learning (PBL).
Embora até certo ponto parecidos, os métodos têm suas peculiaridades, como podemos ver no comparativo abaixo:
| Critério | Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) | Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) |
| Foco principal | Desenvolvimento de um produto ou apresentação final. | Resolução de um problema específico e bem definido. |
| Duração | Geralmente mais longa, podendo durar semanas ou meses. | Geralmente mais curta, concentrada em dias ou semanas. |
| Produto final | Produz algo concreto: protótipo, apresentação, relatório, etc. | O aprendizado está centrado na solução do problema, sem necessariamente gerar um produto. |
| Estrutura | Pode ser mais aberta, permitindo múltiplas abordagens e interpretações. | Mais estruturada, com foco em resolver o problema inicial. |
| Natureza do problema | Baseado em situações amplas, complexas e frequentemente interdisciplinares. | Baseado em problemas específicos, claros e definidos previamente. |
| Objetivo pedagógico | Desenvolver habilidades criativas, práticas e colaborativas. | Desenvolver habilidades de análise, pesquisa e resolução de problemas. |
| Papel do professor | Facilitador, orientando o processo e apoiando o planejamento e execução. | Facilitador e mediador, guiando os alunos na análise do problema. |
| Colaboração | Trabalho em grupo altamente colaborativo, com papéis diversificados. | Trabalho em grupo para discutir, analisar e propor soluções. |
| Aplicação prática | Focado na criação de algo aplicável ao mundo real. | Focado na análise e compreensão do problema em si. |
| Exemplos típicos | Criação de um aplicativo, organização de um evento, ou design de uma campanha. | Diagnóstico de um caso clínico ou solução de um dilema empresarial. |
A metodologia ativa de aprendizagem baseada em projetos pode ser implementada em praticamente qualquer etapa da formação acadêmica.
É fundamental criar um ambiente que incentive a colaboração, a investigação e a resolução de problemas reais.
Como veremos na sequência, as etapas da aprendizagem baseada em projetos fazem da ABP uma metodologia bastante versátil, adaptável a todos os contextos escolares.
O primeiro passo é escolher um tema relevante, desafiador e que conecte diferentes áreas do conhecimento.
É preciso que ele tenha relação com a realidade dos estudantes, para que desperte neles a vontade e o desejo de seguir em frente.
Digamos, por exemplo, que estamos lidando com alunos do ensino médio em uma cidade do sertão nordestino.
Nesse caso, fará mais sentido um projeto de sustentabilidade voltado para o tratamento e canalização de água do que um voltado para melhorar a mobilidade urbana.
Sabendo qual é o desafio a ser solucionado, é hora de definir as competências e habilidades que os alunos devem desenvolver.
Naturalmente, elas devem estar relacionadas aos objetivos do currículo escolar, de modo que possam ser avaliadas conforme critérios pedagógicos.
No exemplo acima, uma das competências que poderiam ser avaliadas é a ambiental, ou mesmo conhecimentos em engenharia básica.
A escola deve, nesse caso, estabelecer uma conexão entre os projetos a serem desenvolvidos e as disciplinas lecionadas.
De acordo com o PMBOK (Project Management Body of Knowledge), um projeto é um esforço temporário que tem como objetivo criar um produto, serviço ou resultado exclusivo.
A ABP não foge a essa regra, logo, toda jornada de aprendizado deve ser planejada, determinando as etapas do projeto, os recursos necessários e o tempo disponível.
Os docentes deverão preparar os materiais e atividades que guiarão os alunos ao longo do processo, de modo que os resultados possam ser medidos e controlados.
Sendo um esforço coordenado, os projetos são conduzidos por grupos de pessoas com soft skills específicas, as quais se dividem por grupos de trabalho.
Por isso, a ABP demanda que cada grupo tenha papéis definidos, como líder, pesquisador e redator.
Essas funções podem ser ainda mais específicas, conforme o tipo de projeto em curso.
No caso do projeto de sustentabilidade que exemplificamos, uma dessas funções poderia ser a de captador de recursos.
Como se vê, tudo funciona de maneira muito parecida com a de uma empresa, o que é um estímulo a mais para que os alunos deem o seu melhor.
A ABP é também um método que estimula o trabalho em equipe e a proposição de soluções comunitárias.
Seguindo a metodologia ativa de aprendizagem baseada em projetos, todo projeto começa explicando o problema ou desafio e os resultados esperados.
Essa é mais uma maneira de estimular o engajamento, destacando a importância do projeto para os alunos, professores, instituição e para a comunidade.
É criado assim um ambiente de competição saudável, em que os alunos, ao tomar conhecimento dos outros projetos, podem sugerir melhorias, fazer críticas e sugestões.
Por mais prática que seja a aprendizagem baseada em projetos, ela ainda é um método de ensino e, sendo assim, a orientação dos docentes é indispensável.
Os professores têm um papel ativo no processo, ajudando os alunos a formular perguntas e hipóteses.
Cabe a eles ensinar técnicas de pesquisa e a validar fontes de informação, de modo que os alunos encontrem a partir de diferentes teorias respostas aos desafios reais.
Na ABP, todo processo é assistido.
Os professores acompanham o progresso de cada grupo, dando feedbacks regulares e orientando ao longo das etapas..
Essa é uma maneira de incentivar a troca de ideias e a resolução criativa de problemas que venham a surgir no percurso.
Um framework particularmente útil nesse sentido é o Scrum, em que cada avanço no projeto é revisado por etapa concluída.
Dessa forma, os alunos são apresentados a um modelo de organização de equipes amplamente utilizado no mercado de trabalho.
Uma vez que o projeto esteja concluído, é hora de apresentá-lo.
Os docentes podem orientar os grupos a organizarem os resultados em formatos variados, como relatórios, vídeos ou maquetes.
Esse é um bom momento para ensinar técnicas de apresentação, como uso de slides e linguagem corporal.
Pode ser utilizado o modelo de pitching, em que os alunos devem apresentar os relatórios em certo limite de tempo, ajudando assim a habituá-los a um formato de apresentação mais empresarial.
Avançando nas etapas da aprendizagem baseada em projetos em sua reta final, chega a hora de finalmente trazer os resultados.
Os alunos compartilham com a turma ou com a comunidade em uma data específica, de modo a estimular também o senso de responsabilidade.
Assim, eles já vão tomando contato com a “adrenalina” típica das apresentações reais, de modo a criar as primeiras impressões das práticas de mercado.
Durante a apresentação, é válido estimular perguntas e debates após cada apresentação, como se fosse uma defesa.
A aprendizagem baseada em projetos é também um sistema de avaliação.
Depois de cada projeto concluído, devem ser avaliados tanto o processo quanto o produto final, considerando critérios como criatividade, colaboração e profundidade da pesquisa.
Os alunos são estimulados nessa etapa a agir como avaliadores, o que é particularmente útil para despertar e começar a desenvolver o senso crítico.
Para isso, podem ser feitas tanto a autoavaliação quanto a avaliação por pares.
Os bons exemplos de aprendizagem baseada em projetos mostram que essa é uma prática de desenvolvimento da autocrítica e da melhoria contínua.
Por isso, vale promover uma discussão sobre o que funcionou bem e o que poderia ser melhorado em cada etapa.
Quanto mais os alunos refletirem sobre o que aprenderam e como aplicaram seus conhecimentos, mais rico será o aprendizado.
Lembrando que essa é uma etapa na qual se pode também propor alterações, servindo como uma última checagem.
A aplicação da aprendizagem baseada em projetos não difere das outras metodologias no que diz respeito aos desafios próprios desse método pedagógico.
Afinal, planejar atividades interdisciplinares que estejam conectadas ao currículo e ao tempo disponível é uma tarefa complexa por si só.
Outro desafio é encontrar temas que despertem interesse nos alunos e que tenham relevância prática para eles quando estiverem inseridos no mercado de trabalho.
Isso sem contar que a avaliação do aprendizado requer critérios claros que considerem tanto o processo quanto o produto final.
O trabalho em grupo, parte central dessa abordagem, é mais um aspecto que demanda acompanhamento para evitar desequilíbrios na participação.
Finalmente, é preciso lidar com eventuais limitações de recursos, como materiais, tecnologia e suporte pedagógico.
Agora que você sabe o que é aprendizagem baseada em projetos, está pronto para extrair o melhor dela.
E se está pensando em aproveitar essa metodologia em sua carreira ou na empresa, só precisa começar.
A FIA Business School incorpora a aprendizagem baseada em projetos em seus cursos, preparando alunos para resolver problemas reais e desenvolver soluções práticas para os desafios do mercado.
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