A Psicologia Positiva oferece boas práticas para melhorar o desempenho e aumentar a sensação de bem-estar pessoal.
Por isso, está entre as ferramentas usadas dentro e fora de consultórios de psicólogos, alcançando consultorias, processos de coaching e outros tipos de treinamento.
Aplicada à área profissional, essa disciplina contribui para equipes mais colaborativas, lideranças inspiradoras e liderados mais satisfeitos.
Ficou interessado nos benefícios da Psicologia Positiva?
Então, siga com a leitura deste artigo para conhecer as origens, importância e de que maneira empregar esse conceito no dia a dia do trabalho.
Se desejar, navegue pelos seguintes tópicos que serão abordados a partir de agora:
Boa leitura!
Psicologia Positiva é um campo de estudo dentro da Psicologia que foca nos elementos que podem trazer felicidade às pessoas.
Assim, em vez de priorizar a identificação de desvios ou patologias mentais, o segmento se volta para a manutenção e reforço do bem-estar do paciente.
Isso não significa deixar as doenças de lado, mas, sim, concentrar-se em aspectos positivos da existência humana.
Partindo dessa premissa, a Psicologia Positiva emprega ferramentas como a autorresponsabilidade para mostrar que cada um tem o poder de mudar sua realidade.
Segundo esse movimento, o segredo para levar uma vida mais satisfatória é construir um modelo mental otimista, que veja, sempre, o “copo meio cheio”.
Para tanto, é preciso treinar o cérebro e deixar os padrões negativos de lado, exercitando, com frequência, mecanismos de gratidão a resiliência.
A gratidão serve para lembrar que sempre temos razões para agradecer, ainda que pareçam pequenas diante de um cenário amplo.
Já a resiliência tem um papel crítico para converter situações difíceis em fontes de aprendizado, evidenciando lições importantes para o crescimento pessoal e profissional.
No âmbito da Psicologia Positiva, a felicidade recebeu o nome de bem-estar subjetivo, já que os elementos que compõem esse estado são diferentes de pessoa para pessoa.
De acordo com o especialista considerado pai desse campo de estudo, Martin Seligman, o bem-estar subjetivo é definido pela ausência de depressão e presença de estados cognitivos e emoções positivas.
Em outras palavras, podemos considerar que a felicidade é um estado de plenitude em que corpo e mente estão saudáveis, levando em consideração que, para a Organização Mundial da Saúde:
“Saúde é o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de enfermidade“.
Pensando em um modo para avaliar e medir a felicidade, Seligman elegeu cinco fatores principais, conforme cita o artigo Felicidade e bem-estar na visão da psicologia positiva, de Letícia George Camalionte e Marina Pereira Rojas Boccalandro.
Detalhamos cada um deles a seguir.
Felicidade ou bem-estar depende daquilo que sentimos sobre nós mesmos, conquistas, sucessos e nosso momento de vida, concorda?
Por isso, manter estados emocionais positivos é ponto crucial para ser feliz.
Além dos sentimentos, em si, esse fator se refere aos pensamentos, pois eles estão por trás das emoções – sejam elas positivas ou negativas.
Repare que, após um pesadelo, acordamos nos sentindo mal, com medo, raiva, preocupação, etc.
O mesmo raciocínio se aplica aos sonhos bons, que provocam emoções positivas, pois ambos são criações da nossa mente – ou, pensamentos.
Daí a importância de treinar o cérebro para que assuma o protagonismo na área emocional, manipulando os gatilhos internos para provocar o bem-estar.
Se você gosta de acordar e tomar uma xícara de café, por exemplo, é útil fazer isso todas as manhãs para melhorar os pensamentos e, por consequência, os sentimentos.
Assim como as emoções positivas, esse é um fator subjetivo, que depende de motivação interna e autorresponsabilidade.
O engajamento pode ser descrito como o nível de envolvimento com as atividades, em especial com aquelas que fazem parte da rotina.
Quando somos otimistas e temos um objetivo maior para realizar nossas tarefas, a tendência é que elas deixem de ser comuns e se tornem especiais, uma vez que são passos que nos levarão até um alvo desejado.
Esse fator tem um cunho subjetivo e objetivo, afinal, aquilo que nos motiva costuma ser uma mistura entre necessidades, sonhos e crenças.
Sejam quais forem esses motivos, eles precisam existir para dar a energia de que precisamos para buscar um bem-estar completo.
Caso contrário, ficaremos perdidos e será extremamente difícil superar crises ou encarar situações estressantes.
Em níveis altos, a falta de um sentido na vida (ou, mesmo, nas tarefas diárias) pode contribuir para o adoecimento da mente, favorecendo o desenvolvimento de males como a depressão.
Tomando o sentido na vida como base, é possível realizar as atividades de um jeito mais consciente, aproveitando cada momento.
A realização positiva apoia, ainda, um planejamento eficiente, no qual há eliminação de tarefas desnecessárias e gasto de energia com aquelas que realmente contribuem para os objetivos de cada um.
Dessa forma, em vez de desperdiçar tempo com ações improdutivas, como checar o e-mail ou redes sociais a cada minuto, conseguimos nos concentrar no que é importante.
Diz respeito à forma como nos relacionamos com as outras pessoas, que também deve priorizar os aspectos positivos.
Os relacionamentos positivos já se iniciam na escolha das pessoas que estarão por perto.
Vale a pena se cercar de quem nos dá força, ajuda a aprimorar nossas qualidades e corrigir as falhas.
A maioria dos registros aponta que o movimento nasceu entre os anos 1997 e 1998, quando estudos do psicólogo Martin Seligman começaram a ser divulgados pelo mundo.
Isso aconteceu assim que Seligman assumiu a presidência da American Psychological Association (APA), que possui representatividade dentro e fora dos Estados Unidos.
Na ocasião, outras instituições de renome apoiaram a Psicologia Positiva: National Institute of Mental Health, National Science Foundation, Templeton Foundation, Robert Wood Johnson Foundation, Atlantic Philanthropies e MacArthur Foundation.
A partir de pesquisas quantitativas, Seligman e outros estudiosos iniciaram a investigação do que está por trás do bem-estar ou felicidade, focando em aspectos positivos da existência humana, a exemplo das virtudes.
Assim, o desenvolvimento e aprimoramento de qualidades positivas passou a integrar o movimento.
Há, porém, quem discorde e diga que a Psicologia Positiva tenha surgido antes da década de 1990, tendo sido abordada pela Psicologia Humanista.
Segundo relata o livro “Avaliação em Psicologia Positiva“, a ideia de enfatizar as virtudes do ser humano, tornando-as uma das prioridades da Psicologia, estava presente na obra de especialistas como Abraham Maslow.
Esse psicólogo é um dos grandes representantes da Psicologia Humanista, tendo criado a Teoria das Necessidades Humanas.
Em 1954, o autor lançou o livro “Motivation and Personality”, que continha um capítulo dedicado a uma visão positiva por parte da Psicologia.
Na ocasião, Maslow afirmava que, ao focar na identificação de doenças, essa ciência ficou limitada a apenas metade de sua jurisdição, que deve contemplar o lado bom e o ruim do ser humano.
Martin Seligman é psicólogo e professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, com mais de 30 anos de prática clínica.
Ele ficou conhecido como idealizador da Psicologia Positiva, graças ao lançamento de pesquisas e conteúdos como o artigo “Positive Psychology: an introdution“.
Escrito em parceria com o psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi, o artigo é um dos marcos da história da Psicologia Positiva, pois cita a necessidade de uma abordagem centrada nas virtudes humanas.
Depois de realizar diversos experimentos e lecionar sobre psicopatologia, Seligman vivenciou algumas experiências que mudaram sua perspectiva.
Uma delas ocorreu junto à sua própria filha, com quem o especialista gritou, certa vez, quando estavam em um jardim.
A garota era naturalmente sensível, e costumava chorar diante das repreensões do pai. Mas, aos cinco anos de idade, resolveu não ser mais chorona.
Então, a menina questionou Seligman, dizendo que, se ela teve sucesso na mudança de postura, ele também poderia deixar de reclamar tanto.
Esse pequeno episódio fez o psicólogo notar que, para educar uma criança, era necessário ir além da correção e ressaltar as qualidades dela.
Expandindo essa reflexão, veio a ideia de que a Psicologia não deveria tratar, apenas, do lado negativo da mente humana.
A partir de investigação e conhecimento científico, ela deve proporcionar o reforço das qualidades, sem deixar de lado a cura e alívio das doenças.
“O bem-estar não pode existir apenas na sua cabeça: ele é uma combinação de sentir-se bem e efetivamente ter sentido, bons relacionamentos e realização. O modo como escolhemos nossa trajetória de vida é maximizando todos esses cinco elementos”.
O trecho acima, retirado do livro “Florescer: Uma nova compreensão sobre a natureza da felicidade e do bem-estar“, de Martin Seligman, resume o objetivo da Psicologia Positiva.
De um modo simples, podemos dizer que é alcançar o bem-estar subjetivo ou, como explicamos acima, a felicidade.
Então, para ser feliz na maior parte do tempo, esse conceito sugere que, embora todos vivenciemos situações difíceis, o foco deve estar na construção de:
Essa disciplina funciona a partir da construção e aperfeiçoamento de qualidades, focando em uma perspectiva positiva para manter a mente saudável.
Sua prática consiste no reconhecimento e exercício das emoções, características individuais e instituições positivas – os três pilares para conquistar uma vida mais plena.
O exercício das emoções (ou experiências emocionais) se concentra na vivência de sentimentos bons, como alegria e esperança.
O segundo pilar, das características individuais, é um dos mais trabalhados pela Psicologia Positiva, seja para reforçar ou desenvolver uma visão otimista, altruísta, resiliente, etc.
Já o pilar das instituições pode ser adaptado para melhorar a qualidade de vida das pessoas, desde que escolham e mantenham atividades saudáveis e prazerosas em seu círculo de conhecidos.
A Psicologia Positiva tem desempenhado um papel extremamente importante no mundo atual, pois atua com foco na promoção da saúde mental.
Diversas pesquisas científicas relacionam o bem-estar mental à prevenção de doenças, já que estados emocionais negativos podem colaborar para o desenvolvimento ou agravo de patologias.
A depressão, considerada o mal do século 21, tem forte influência desses fatores, mas até doenças físicas têm relação com pessimismo, ódio, mágoa, entre outros estados emocionais prejudiciais.
Além de promover a satisfação e otimismo, a Psicologia Positiva sugere a adoção de comportamentos mais saudáveis, reforçando a prevenção de patologias relacionadas a condutas.
Desse modo, quem adere ao movimento tem menos chances de desenvolver fatores de risco para diabetes e doenças cardiovasculares, por exemplo, pois se alimenta de forma equilibrada e pratica atividade física.
A Psicologia Positiva proporciona maior satisfação e felicidade na vida, fornecendo motivação e energia para a conquista dos objetivos. De acordo com o livro “Authentic Happiness“, publicado por Seligman em 2002, quem alcança essa felicidade autêntica:
Por investigar as bases para o contentamento, esse campo de estudo pode ser confundido com teorias de autoajuda, que não possuem embasamento científico.
Uma simples pesquisa na internet mostra conteúdos que relacionam a Psicologia Positiva ao documentário “O segredo”, por exemplo, que reúne relatos pessoais para afirmar a existência de uma lei da atração.
Para os personagens do documentário, essa lei seria uma chave milenar para ter sucesso em todas as áreas da vida.
No entanto, a Psicologia Positiva não faz alusão a esse conteúdo, nem deve ser entendida como uma nova roupagem para o pensamento positivo.
Ela parte de pesquisas e métodos científicos para evidenciar os aspectos positivos que provocam o bem-estar, e propor técnicas para que sejam utilizados.
No trabalho, é interessante aplicar um dos conceitos que formam a Psicologia Positiva, conhecido como tríade da felicidade.
Essa é uma das principais técnicas de aplicação da disciplina, que prega a busca por uma vida prazerosa, vida engajada e vida significativa.
A vida prazerosa descreve a busca por estados emocionais positivos.
Não significa, necessariamente, reduzir emoções negativas, já que, muitas vezes, elas são respostas automáticas a situações adversas.
Conforme explica Helder Kamei, psicólogo e master coach, a vida prazerosa, no trabalho, se traduz num clima organizacional positivo, em que prevalecem sensações de bem-estar.
Nesse sentido, é preciso abandonar práticas que aumentem a pressão, estresse, medo, insegurança e desânimo.
Ter uma vida engajada faz referência às atividades desempenhadas, que devem levar a um estado de plenitude e concentração (ou, flow), que pode ser alcançado através de atividades que ofereçam motivação.
Já o terceiro caminho da tríade da felicidade, vida significativa, pode ser alcançado descobrindo um propósito e alinhando-o ao trabalho.
Além de ganhar dinheiro e ocupar seu tempo, qual o sentido de trabalhar? Em que essa atividade contribui para o bem da sua família, dos clientes e da sociedade?
Aplicando o conceito do tripé da felicidade, o trabalho pode se tornar uma fonte diária de prazer e realização.
Organizações que apostam nessa disciplina constroem um ambiente favorável à inovação, autodesenvolvimento e retenção de talentos.
Deixando de lado regras rígidas e metas pouco factíveis, as organizações abrem espaço para que seus funcionários pensem “fora da caixa” e encontrem novas formas de solucionar problemas.
É assim que as inovações surgem.
Já o autodesenvolvimento vem da consciência de que cada um tem grande responsabilidade a respeito de seu comportamento e resultados de seu trabalho.
A postura otimista, incentivada pela Psicologia Positiva, ensina que cada ação importa, e que competências podem ser adquiridas ou melhoradas.
Investindo em autoconhecimento e autorresponsabilidade, os empregados passam a tomar decisões mais assertivas e conviver melhor com os colegas, elevando o nível de colaboração – e, muitas vezes, o desempenho individual e em equipe.
Da mesma forma, a Psicologia Positiva melhora o clima organizacional, fator crítico para a retenção de talentos.
Afinal, profissionais de alta performance costumam ser disputados no mercado, podendo escolher por empresas nas quais se sintam bem.
O enfoque em aspectos positivos também ajuda a promover um ambiente saudável, contribuindo para a prevenção de doenças, absenteísmo, quedas na produtividade e retrabalho.
Em outras palavras, sua aplicação pode agregar economia de recursos para as organizações.
Ao longo deste texto, explicamos bases, conceitos, histórico e técnicas para aplicar a Psicologia Positiva.
Essa disciplina se dedica ao estudo e exercício de um estado mental positivo, levando a uma vida mais prazerosa, engajada e significativa.
Que tal seguir nossas dicas e começar, agora mesmo, a utilizar a tríade da felicidade no seu trabalho e relações interpessoais?
Para continuar aprendendo formas de melhorar sua performance e satisfação, navegue pelo blog da FIA.
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