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Web 3.0: o que é, características e como ela vai mudar a internet?

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Web 3.0 é o nome dado a uma nova fase na evolução da rede mundial de computadores.

Quem usa a internet há bastante tempo sabe que a experiência de navegar se transformou muito no decorrer dos anos, e esse percurso é classificado em três períodos principais: a web 1.0, web 2.0 e web 3.0.

No caso da última, que é o tema deste texto, embora ela seja tratada como futuro, é justo dizer que estamos vivendo um período de transição da web 2.0 para a web 3.0.

Afinal, os principais conceitos dessa nova fase já estão aí, sendo usados na prática em alguns contextos, como as criptomoedas e o machine learning.

Também vale ressaltar, nesta introdução, que não existe uma definição oficial sobre o que seria a internet 3.0 e critérios que permitam demarcar claramente o início dessa fase.

Mesmo assim, é possível reunir algumas ideias consensuais sobre o assunto, e é sobre elas que vamos falar a partir de agora.

Aqui, você lerá sobre:

  • Evolução da Web
    • Web 1.0
    • Web 2.0
    • Web 3.0
  • Características da Web 3.0
  • Exemplos de Web 3.0
  • Principais desafios da Web 3.0
  • Como a Web 3.0 impactará nas empresas?
  • Perguntas frequentes sobre a Web 3.0.

Boa leitura!

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Evolução da Web

Há mais de 20 anos, Tim Berners-Lee, o criador da World Wide Web, previa uma web 3.0 no que ele chamou de web semântica: uma realidade em que os computadores reconhecem o sentido dos conteúdos e trabalham em cooperação e codependência com os seres humanos.

Assim como ele, muitos outros especialistas já tentaram antecipar a evolução da web, mas a verdade é que o seu desenvolvimento depende de tantas variáveis que prever o seu futuro é muito difícil.

Embora os planos das grandes empresas de tecnologia tenham impacto nessa jornada — o que facilitaria o exercício de previsão —, a rede mundial de computadores também depende do comportamento do usuário ( uma variável imprevisível) para efetivamente se transformar.

Entenda, a seguir, como tem transcorrido a evolução da web até o momento.

Web 1.0

Essa foi a primeira fase da web, que transcorreu desde a criação da World Wide Web, em 1991, até o começo dos anos 2000.

Embora o e-mail estivesse facilitando a comunicação entre pessoas que estavam distantes, essa primeira fase não se caracterizou pela interação, e sim pela disseminação de um tipo de informação mais estática.

Naquela época, os principais produtores de conteúdo na web eram:

  • Veículos de comunicação, que começavam a explorar a experiência de transmitir notícias (na forma escrita) online.
  • Empresas diversas, que viam a rede como uma maneira de promover seus negócios.

Mas também havia quem produzisse suas páginas sem um benefício financeiro.

Afinal, não havia um sistema de monetização de tráfego como existe hoje.

Poderia ser apenas pelo fascínio de poder disponibilizar na rede informações que antes só eram acessíveis fisicamente por livros, jornais e revistas.

Isso era, no entanto, para poucos, porque criar uma página na web 1.0 não era algo simples.

Visualmente, o conteúdo publicado naquela época tinha um design pobre e poucas imagens, muito em função da lentidão da conexão discada da época.

Web 2.0

A evolução da web

A partir dos anos 2000, começou o que chamamos de web 2.0, uma fase embalada pela banda larga e marcada pela participação dos usuários, criando conteúdo com maior facilidade e interagindo entre si.

Na web 1.0, o conteúdo era estático, reproduzindo uma dinâmica semelhante à dos meios impressos, com a diferença de poder ser visualizado simultaneamente por pessoas de todo o mundo.

Com a web 2.0, há uma evolução na experiência de produzir e consumir esses conteúdos, com a disseminação dos blogs, comentários, transmissões em tempo real e redes sociais.

Esse último elemento tornou a web, que antes era principalmente uma ferramenta de pesquisa, em um ponto de encontro.

Uma ferramenta que conecta as pessoas e diminui as distâncias.

Isso se acentuou com a popularização dos smartphones, que tornaram essa conectividade portátil.

Outra característica forte da web 2.0 é o surgimento e rápido desenvolvimento do comércio online.

Mais recentemente, surgiu a economia do compartilhamento, com plataformas de intermediação como Uber e Airbnb.

A web 2.0 é a fase da consolidação do Google e criação do Facebook, duas empresas que em poucos anos se tornaram duas das maiores organizações do mundo e tiveram papel decisivo na transformação da rede mundial de computadores.

Web 3.0

A web 3.0, para a qual estamos transicionando, será uma fase de maior descentralização, com mais privacidade para o usuário e transparência no manuseio de seus dados.

Para o usuário, uma das principais mudanças — já possível de notar em muitas soluções — é a possibilidade de qualquer pessoa se tornar uma peça mais ativa na web.

Não apenas na produção de conteúdo, como é comum ver hoje, mas também na criação de softwares e infraestruturas de dados, graças a tecnologias user-friendly de programação e design.

Assim, a nova web será mais horizontal e menos hierárquica, com maior autonomia e poder de decisão ao usuário.

Os modos de interação entre as pessoas também estão sendo transformados, com o crescimento dos ambientes no metaverso e das experiências de realidade virtual.

Mas o ponto que mais se relaciona à web 3.0 é a segurança de dados, um problema bastante atual, que deve ser atacado com blockchain, descentralizando a infraestrutura que permite a navegação e tirando o controle dos dados da mão de poucos intermediários.

Características da Web 3.0

Algumas das principais características da web 3.0

A seguir, explicamos alguns dos conceitos que ajudam a entender melhor as principais características da web 3.0.

Descentralização e blockchain

A principal característica da web 3.0 é a descentralização.

Tradicionalmente, os computadores utilizam o protocolo HTTP para encontrar informações que estão armazenadas em servidores, que são locais fixos.

Com a web 3.0, as informações estarão armazenadas em localizações diversas, descentralizando o controle sobre os dados.

Essa configuração pode alterar também a dinâmica do poder de gigantes como Google, Meta (empresa proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp) e Amazon, que hoje centralizam uma quantidade incrível de informações em seus bancos de dados.

Descentralizando as redes de armazenamento de dados, o usuário passará a ter mais controle sobre suas próprias informações.

Essa nova dinâmica será possível graças ao blockchain, uma tecnologia (mais conhecida pelo seu papel na viabilização das criptomoedas) de armazenamento de dados em blocos, formando correntes, que elimina a necessidade de um intermediário central.

Machine learning

Machine learning quer dizer aprendizado de máquina.

É uma ramificação da inteligência artificial que corresponde à capacidade dos sistemas de computação em aprender com as próprias experiências.

A aplicação mais comum atualmente são os softwares de processamento de dados que, quanto mais informações processam, mais eficientes se tornam para encontrar padrões e organizar os dados.

A tendência é que, com a internet 3.0, surjam novas soluções de machine learning, além de ocorrer o aperfeiçoamento das atuais.

O avanço da inteligência artificial significa uma realidade em que cada vez mais processos são conduzidos sem a interferência humana.

Já o machine learning permite que esse desenvolvimento se acelere ainda mais, pois as próprias máquinas serão capazes de se aprimorar.

Nas próximas décadas, a expectativa de transformação criada pelo machine learning é tamanha que prever as futuras aplicações dessa tecnologia é uma das atividades preferidas dos futurólogos.

Metaverso e ambientes de realidade virtual

Uma das palavras da moda, o metaverso consiste em um espaço virtual que proporciona uma experiência de imersão.

Geralmente, envolve um ambiente multidimensional, no qual o usuário cria um avatar (um cibercorpo, representação desse indivíduo no metaverso) para interagir com outras pessoas.

Os espaços do metaverso podem ser explorados em uma experiência bidimensional, nas telas dos computadores e dispositivos móveis, ou tridimensional, graças aos dispositivos de realidade aumentada.

Na web 3.0, o metaverso aparece ao mesmo tempo como uma evolução da tecnologia e uma mudança no comportamento dos usuários, que passam a interagir em uma realidade paralela à do mundo físico.

Atualmente, enxergamos no mercado das NTFs uma das manifestações do metaverso, além de games como o Fortnite, no qual os jogadores têm acesso a uma série de experiências em um espaço virtual 3D.

Ambiente com mais privacidade (LGPD)

A web 3.0 pode trazer mais segurança para os dados pessoais dos usuários

A privacidade e segurança dos dados pessoais dos usuários é um dos principais temas que vêm à tona quando se discute a evolução da rede mundial de computadores.

Eventos como vazamento de dados e escândalos como o caso da Cambridge Analytica (empresa britânica que coletou dados de usuários do Facebook sob falsos pretextos) aceleraram esse processo.

No Brasil, recentemente entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que impôs regras sobre o tratamento de dados pessoais e tem como finalidade proteger o direito à liberdade, privacidade e livre desenvolvimento dos cidadãos.

Enquanto as empresas têm adaptado seus processos para respeitar os preceitos da lei, na web 3.0 o problema pode ser resolvido com tecnologia: a descentralização do armazenamento dos dados, proporcionada pela blockchain.

Exemplos de Web 3.0

Agora, vamos mostrar alguns exemplos de aplicações práticas dos principais conceitos relacionados à web 3.0.

Criptomoedas

As criptomoedas são o principal exemplo atual de aplicação da tecnologia blockchain.

Inicialmente, esperava-se que bitcoin e outras criptomoedas pudessem ser usadas como o dinheiro, para comprar bens e serviços.

Apesar de ser possível fazer transações de compra e venda com elas, esse uso é pouco disseminado.

Hoje, são uma alternativa relativamente popular de investimento, com o diferencial de não estarem submetidas a uma autoridade financeira central.

Para muitos que não confiam na centralização do poder em poucas pessoas, empresas e instituições, isso é sinônimo de segurança e liberdade.

NFTs

NFT quer dizer non-fungible token, ou token não fungível, um tipo de ativo que, assim como as criptomoedas, é criado com a tecnologia blockchain.

O NFT serve para certificar a autenticidade e exclusividade de um item, pois se trata de um ativo único.

Na web 3.0, esse tipo de ativo deve se tornar mais popular no contexto do metaverso, com os tokens representando produtos virtuais como artes digitais, recursos de games e roupas e acessórios que podem ser incorporados a avatares.

Assistentes de voz

Tecnologias de big data e processamento de linguagem natural permitiram o surgimento e aperfeiçoamento de assistentes de voz como Alexa (da Amazon) e Siri (da Apple).

Na evolução da web, devemos observar o aprimoramento dessas soluções, junto com o avanço da inteligência artificial, machine learning e internet das coisas.

Gráfico tridimensional

Os gráficos tridimensionais são os recursos que permitem projetar os ambientes de realidade virtual.

Com um dispositivo especial (óculos de realidade virtual), o usuário tem uma experiência de imersão no ambiente projetado digitalmente.

Isso é usado, hoje, principalmente em games.

No futuro próximo, possivelmente teremos cases de empresas utilizando gráficos tridimensionais para proporcionar novas experiências de venda — uma oportunidade especialmente para empresas do mercado imobiliário, como incorporadoras e imobiliárias.

Busca semântica

Hoje, já é possível fazer uma pergunta a buscadores e assistentes de voz e ouvir uma resposta do dispositivo, como se homem e máquina estivessem conversando.

Essa experiência, no entanto, ainda é bastante limitada, pois depende de o algoritmo encontrar uma página da web que responde com precisão o questionamento do usuário.

Com a busca semântica, essa tecnologia será aperfeiçoada a ponto de combinar conteúdos de várias fontes encontradas na web para construir uma resposta muito mais precisa.

Principais desafios da Web 3.0

As dificuldades na regulamentação e fiscalização podem trazer efeitos colaterais nocivos à sociedade

Para que uma nova tecnologia, protocolo ou padrão de comportamento se torne hegemônico na web, isso geralmente depende de um consenso orgânico em torno da novidade em questão.

Regulamentações e parcerias entre empresas podem surgir, mas a adoção prática das soluções nunca é garantida.

Esse caos imprevisível da internet é um dos desafios para a consolidação da web 3.0.

Mesmo que faça todo o sentido do mundo usar o blockchain para descentralizar o controle dos dados, para que isso efetivamente ocorra, não depende da nossa vontade ou de um decreto, e sim de que as coisas caminhem organicamente para esse lado.

Se essa descentralização disseminar-se de fato, um dos grandes desafios da web 3.0 será o combate aos crimes cibernéticos.

Pode haver uma dificuldade extra para conter a desinformação com o compartilhamento premeditado de fake news, discursos de ódio, golpes virtuais e formação de quadrilhas digitais.

Afinal, o controle sobre os dados estará descentralizado.

Para quem defende uma internet completamente livre, é um cenário desejável.

Mas as dificuldades na regulamentação e fiscalização podem trazer efeitos colaterais nocivos à sociedade em geral.

Outro desafio diz respeito ao controle dos principais softwares de blockchain.

Como descentralizar também as decisões que podem impactar massivamente os usuários, hoje dependentes em grande parte dos principais investidores, um pequeno grupo de pessoas?

Como a Web 3.0 impactará nas empresas?

Como mostramos antes, a principal transformação promovida pela web 3.0 é o protagonismo do usuário na definição de como seus dados são vistos e manuseados.

Um dos impactos que essa nova realidade terá nas empresas — e isso vale para companhias de diversos setores — está no modo como elas conduzem suas estratégias de marketing.

Estamos vivendo a era da publicidade digital, na qual o grande segredo das receitas monumentais de Google e Facebook está no uso dos dados que colhem dos usuários em suas plataformas de anúncios.

O sistema beneficia o monopólio dessas duas gigantes da tecnologia e também facilita o marketing das empresas em geral, pois permite a elas difundir suas mensagens na forma de anúncios altamente segmentados, com custo-benefício e taxa de conversão muito maiores do que o que se obtinha na mídia tradicional.

Com a descentralização dos dados e maior poder de decisão do usuário sobre o uso de seus dados, o ecossistema do marketing digital deve se transformar.

O novo cenário demandará das empresas uma estratégia baseada na confiança e maior conexão com o usuário, oferecendo conteúdo cada vez mais relevante de acordo com as demandas dos clientes em potencial.

Perguntas frequentes sobre a Web 3.0

Existem algumas dúvidas mais frequentes sobre web 3.0

Vamos, agora, responder às questões mais frequentes em torno do assunto web 3.0.

Acompanhe!

Qual o significado de 3.0?

Web 3.0 é a nova fase da evolução da rede mundial de computadores, em que o controle sobre os dados dos usuários é descentralizado com o blockchain e experiências do metaverso ganham força.

Diferenças da web 3.0 e 2.0

A web 2.0 foi a fase em que a experiência de navegar ficou mais interativa, com uma produção de conteúdo descentralizada e em tempo real.

Na web 3.0, será descentralizado também o controle sobre os dados pessoais, dando mais privacidade e segurança aos usuários.

Conclusão

Desde que surgiu, em 1991, a World Wide Web nunca parou de se transformar.

Na sua primeira década, era composta por páginas estáticas e possibilidades remotas de interação.

A partir dos anos 2000, tornou-se mais fácil para qualquer um produzir conteúdo e divulgar sua marca online, e a interação tornou-se a principal razão de existir da web, com as redes sociais e os aplicativos de troca de mensagens.

Agora, estamos transicionando para a web 3.0, uma fase de maior liberdade, mais privacidade e menos monopólio e centralização do poder.

É claro que é muito difícil antecipar exatamente como se dará essa transformação na prática, mas vale a pena refletir sobre o assunto e ficar atento às novas possibilidades que surgem.

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Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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