Explorar os diferentes tipos de pesquisa de mercado é uma maneira de se inserir na era do Big Data, onde os dados são o novo petróleo.
Estatísticas não faltam para sustentar a ideia de que, sem dados, não há negócio que consiga performar bem.
De um lado, segundo o portal Statista, temos a indústria dos dados em massa e crescendo – em 2022, deverá valer cerca de US$ 70 bilhões.
Em contrapartida, de acordo com a Forrester, entre 60% e 73% dos dados disponíveis nas empresas não são aproveitados como deveriam.
Isso significa que uma boa parte do mercado ainda não despertou para o enorme potencial dos dados e, por extensão, das pesquisas de mercado.
Mas você tem, a partir de agora, a chance de finalmente entender melhor como utilizá-las para extrair informações relevantes e, assim, conquistar mais oportunidades e clientes.
Vamos ver como funciona?
Estes são os tópicos abordados a partir de agora:
Siga em frente e boa leitura!
Certamente, você já deve ter visto que, no período eleitoral, toda a mídia se mobiliza para divulgar pesquisas de predileção por candidatos junto aos eleitores.
O objetivo, nesse caso, é identificar quem está na frente nas intenções de voto, o que não deixa de ser uma maneira de influenciar decisões.
Afinal, essa é a razão de ser de uma pesquisa de mercado, um instrumento pelo qual podem ser identificadas as preferências de um público-alvo.
No entanto, para que cumpra com o seu objetivo, ela precisa ser estruturada de forma coerente com as metas estipuladas, que podem ser empresariais ou não.
Imagine, por exemplo, que você está realizando um estudo acadêmico.
Para tanto, você precisará de uma pesquisa que permita validar uma hipótese ou que confirme sua rejeição.
É algo bem diferente das pesquisas eleitorais que, como vimos, são orientadas por objetivos mais simples.
Por isso, existem tipos de pesquisas de mercado mais adequadas a determinados propósitos e outras nem tanto.
O sucesso de uma iniciativa dependerá da escolha do formato mais adequado, bem como da sua correta aplicação e posterior tratamento.
Vamos, então, conhecer quais são os principais tipos de pesquisa e em que momentos elas podem ser utilizadas.
No meio acadêmico, a pesquisa exploratória é a mais utilizada para apoiar estudos em que o objetivo seja conhecer melhor um fenômeno.
Ela serve, basicamente, para auxiliar o pesquisador a entender mais profundamente o contexto a ser analisado, ajudando a formular hipóteses.
Uma pesquisa desse tipo pode ser feita diretamente com pessoas que estejam envolvidas com o objeto estudado.
Geralmente utilizada em estudos de caso, ela é útil no sentido de aumentar a compreensão sobre um certo tema ou conjuntura.
Também pode ser feita por meio de análise bibliográfica, ajudando a posicionar a pesquisa dentro da literatura já existente, permitindo uma argumentação crítica.
Embora seja amplamente utilizada em estudos acadêmicos, a pesquisa descritiva pode ser também recomendada para orientar estratégias de marketing e vendas.
Isso porque seu papel é fornecer um panorama a respeito de um público, por meio de respostas que evidenciem comportamentos ou tendências.
Um bom exemplo desse tipo de pesquisa é o tradicional censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ele é realizado periodicamente e, com base nele, podem ser formuladas políticas públicas e propostas novas leis, além de ajudar a criar estratégias de negócios.
Note que, nesse caso, não há interferência do pesquisador.
Diferentemente da pesquisa exploratória, em que ele pode estar em busca de respostas para perguntas previamente elaboradas, na descritiva, o objeto pesquisado “dita” as regras.
Por sua vez, a pesquisa causal tem um objetivo mais específico.
Nela, o que se busca é estabelecer relações de causa e efeito entre variáveis, ajudando a entender como e por que um certo fenômeno acontece.
Digamos, por exemplo, que você deseja saber quais são as causas que levam as pessoas a fazer propaganda boca a boca.
Para isso, precisará conhecer que fatores as levam a entrar em contato com suas marcas favoritas e, depois disso, a se tornarem suas defensoras.
A pesquisa causal, nesse caso, serve para suportar modelos estatísticos criados com a análise das respostas obtidas.
Sendo assim, deve ser sempre realizada com o suporte de softwares que possam fazer testes estatísticos no sentido de validar a amostra e, posteriormente, as hipóteses levantadas.
Ainda que o meio acadêmico seja onde as pesquisas são feitas com mais frequência, é no contexto empresarial que elas mostram mais aplicação prática.
Isso porque essa ferramenta pode ser utilizada para atender a diferentes objetivos, fornecendo respostas para desafios reais.
Ou seja, enquanto no cenário acadêmico um problema estudado pode existir ou não, no de mercado, as pesquisas só têm razão de existir a partir de um obstáculo concreto.
Em outras palavras: nas universidades, as pesquisas visam validar ou refutar teorias, ao passo que no mercado elas são usadas para apoiar decisões.
Confira a seguir quais são os objetivos mais comuns associados às pesquisas para fins de negócios.
Considere uma empresa que, face à queda nas vendas, resolveu entender melhor as causas por trás disso.
Para tanto, ela precisará compreender o que pode estar levando as pessoas a consumir menos, certo?
Assim sendo, ela poderá lançar uma pesquisa de mercado para diagnosticá-lo e, a partir daí, tomar as medidas mais adequadas à sua realidade.
Nesse contexto, ela pode descobrir que o desemprego entre os indivíduos que compõem o seu principal nicho de mercado aumentou.
Também pode servir para identificar se houve uma redução no mercado como um todo, ou seja, se há menos pessoas a serem atendidas em uma região de interesse.
O benchmarking é uma conhecida técnica pela qual uma empresa decide o que fazer tendo como referencial erros e acertos de uma concorrente ou de um modelo considerado ideal.
Nesse caso, ela precisará de informações para identificar onde, como, quando e por que uma certa companhia chegou a um resultado.
Ela pode fazer isso coletando dados de acesso público ou indo a campo, perguntando diretamente às pessoas envolvidas.
Talvez seja o ponto de maior dificuldade, já que nem sempre dados sobre a performance de uma empresa são disponibilizados publicamente.
Mapear os hábitos dos clientes é fundamental para que uma organização possa oferecer o que os consumidores esperam em termos de soluções e produtos.
Talvez esse seja um dos objetivos mais frequentemente associados às pesquisas de mercado, em virtude da sua aplicação prática.
Uma empresa quer vender mais e, para isso, precisará saber o que as pessoas desejam comprar e quanto estão dispostas a pagar.
Dessa forma, nada mais adequado que começar identificando seus hábitos de consumo por meio de perguntas diretas.
Esse tipo de objetivo também pode auxiliar na definição de novas estratégias comerciais e até para justificar uma expansão ou retração.
Quanto mais conhecida é uma marca, mais clientes ela tende a conquistar.
Então, para medir esse parâmetro, nada mais indicado do que a tradicional pesquisa.
Ela ajuda não só a identificar se uma empresa é reconhecida pelo seu público como a avaliar de que maneira as pessoas se relacionam com ela.
Uma pesquisa de mercado pode também auxiliar a entender quais expectativas os indivíduos têm em relação às suas marcas preferidas.
Desse modo, ela é útil para redefinir estratégias, lançar novos produtos e serviços ou mesmo retirá-los do mercado, se assim precisar.
De acordo com uma pesquisa da Juno, a segunda maior causa de inadimplência entre clientes é a experiência ruim, somada à insatisfação com os serviços prestados.
Não é por acaso que as empresas mais sérias enviam uma pesquisa relâmpago de satisfação sempre que um consumidor recorre ao SAC ou aos seus canais de ouvidoria.
Elas sabem que um cliente contente fala da marca para 10, enquanto um que é mal atendido fala para 100.
Por isso, a pesquisa de mercado para avaliar o quanto o consumidor está satisfeito com o atendimento recebido ou com os produtos adquiridos é tão relevante.
Ela ajuda não só a melhorar os pontos fracos como evitar que uma pessoa insatisfeita leve a público seu descontentamento, o que certamente arranhará a reputação e a credibilidade da marca.
Outra coisa que as empresas mais antenadas sabem é que não só o público externo precisa ser “mimado”, afinal, o público interno é tão importante quanto o consumidor final.
Na verdade, os colaboradores são os primeiros clientes de um negócio, já que também consomem em algum grau seus produtos e serviços.
Além disso, é fato que empregados satisfeitos trabalham mais e melhor, o que acaba por repercutir junto ao consumidor.
Logo, uma pesquisa de mercado para avaliar o contentamento dos colaboradores é o primeiro passo para se chegar à satisfação das necessidades do cliente.
Quanto mais as pesquisas fizerem parte da administração estratégica de uma empresa, mais bem equipada ela estará para lidar com as mudanças no ambiente em que opera.
Afinal, já dizia Charles Darwin: “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”.
Nesse sentido, a pesquisa é o melhor meio de se detectar os movimentos do mercado e, com isso, antecipar eventuais ameaças e oportunidades.
Uma pesquisa bem conduzida pode levar ao sucesso e à conquista de objetivos, desde que seja baseada em estimativas realistas.
Vamos ver, então, quais são os benefícios em utilizar essa poderosa ferramenta?
Dizem que crises geram oportunidades.
No entanto, sem dados e informação, uma turbulência pode terminar mesmo é em prejuízo e, em último caso, em falência.
Para que de fato um momento de instabilidade seja transformado em um trampolim para o sucesso, a pesquisa de mercado é, sem dúvida, a ferramenta número 1.
Nesse aspecto, não basta só entender o que as pessoas querem.
Um gestor preparado sabe ler nas entrelinhas para identificar oportunidades ocultas à primeira vista.
Isso porque nem sempre a vontade do consumidor é o único parâmetro a adotar.
Em alguns casos, vale apostar na inovação e, para tal, a pesquisa de mercado pode dar boas pistas.
Da mesma forma que um consumidor que tenha seus hábitos identificados pode ser mais bem atendido, uma concorrência só é superada quando são conhecidas suas forças e fraquezas.
Por outro lado, como vimos, não é sempre que os dados sobre a performance de um ou mais concorrentes estão disponíveis para consulta.
Na falta de dados acessíveis, a pesquisa de mercado pode ser a solução para conhecer o modus operandi de um concorrente.
Um bom exemplo disso são as empresas que usam a técnica de cliente oculto para aprender em detalhes como é o atendimento do concorrente, assim como suas falhas e seus pontos fortes.
Expandir um negócio parece ser o prenúncio de mais vendas e lucros garantidos.
Contudo, o tiro pode sair pela culatra quando a empresa não se municia de informações sobre os mercados que pretende explorar.
Talvez um dos exemplos mais conhecidos de que a falta de informação e estratégia pode arruinar até mesmo marcas consagradas é o da rede de cafeterias Starbucks.
Em 2008, ela abriu nada menos que 87 novas lojas na Austrália em um curto período de tempo.
Hoje, seus gestores sabem que essa expansão acelerada acabou por provocar uma superoferta, o que levou o interesse das pessoas a diminuir.
O resultado foi um prejuízo acumulado de US$ 105 milhões ao longo de oito anos de operações.
A lição que ficou é que era melhor expandir lentamente e, com isso, atiçar mais a curiosidade do público australiano.
Isso poderia ter sido feito, caso a gigante do ramo alimentício tivesse lançado pesquisas de mercado para apoiar suas decisões.
No setor de serviços, a boa performance depende diretamente da qualidade no atendimento.
Isso porque, nesse segmento, o “produto” é intangível e, como tal, a percepção do consumidor acaba por ser influenciada pela forma como ele é atendido.
Sendo assim, quando o cliente se relaciona bem com uma marca, tende a consumir mais e, com isso, tornar-se seu defensor.
Nesse sentido, a pesquisa de mercado ajuda a identificar quais pontos a empresa precisa otimizar em seus canais de atendimento e de relacionamento.
Com esse instrumento, ela pode inclusive melhorar em indicadores-chave de performance como o Tempo Médio de Atendimento (TMA), Best Time to Call, Tempo Médio de Espera (TME) ou Net Promoter Score (NPS).
Bons motivos não faltam para realizar uma pesquisa de mercado em sua empresa, não é?
Seja qual for o seu objetivo, tenha certeza de que, com uma pesquisa bem estruturada, eles ficarão mais próximos de serem atingidos.
No entanto, não basta apenas fazer perguntas aleatórias ou baseadas no que você acha que pode dar certo.
Pesquisa de mercado é uma ferramenta e, como tal, existe todo um conjunto de técnicas que precisa ser dominado antes de utilizá-la.
Veja na sequência como fazer isso em um passo a passo simples e direto.
Não existe pesquisa que não seja precedida de um ou mais objetivos claros.
Por isso, o primeiro passo a ser dado é definir o que você pretende descobrir com as perguntas que serão feitas.
Alguns exemplos de objetivos que você pode explorar:
Um aspecto muito importante é que os objetivos devem ser mensuráveis e, sempre que possível, do tipo SMART.
Depois da definição dos objetivos e de identificar qual é o público a ser abordado, é hora de selecionar uma amostra que sejarepresentativa do local ou perfil a ser pesquisado.
Nesse caso, a equação é simples: quanto maior e mais qualificada é a amostra, mais precisos serão os resultados e mais fidedigna a pesquisa será.
A já destacada pesquisa do IBGE é feita ao vivo e a cores, com os recenseadores indo aos domicílios para levantar os dados.
No entanto, há outras formas mais rápidas e práticas de se coletar informações, entre elas, o uso de questionários online por meio de plataformas como o Google Forms.
Depois da pesquisa feita, é hora de analisar os resultados, cruzando-os com outras pesquisas complementares ou, se possível, submetendo-os à análise por softwares como o Tableau ou o IBM SPSS Amos.
Confira abaixo o que fazer e o que não fazer na hora de montar uma pesquisa campeã:
Os diferentes tipos de pesquisa de mercado são um recurso indispensável para orientar decisões.
A FIA sempre busca o melhor para os seus alunos e, para tanto, utilizamos pesquisas o tempo todo para oferecer um ensino de ponta.
Não tenha dúvidas de que, com essa ferramenta, você será capaz de tomar decisões muito mais acertadas.
E se você busca por mais oportunidades profissionais, aprender a fazer uma pesquisa de mercado pode representar um salto na carreira.
Para isso, sua melhor opção está nos cursos da FIA.
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