A presença de mulheres no agro ajuda a entender como e por que esse setor avança a passos largos no Brasil e no mundo.
Em 2021, por exemplo, o segmento agropecuário bateu um recorde histórico, registrando impressionantes 27% de participação no PIB.
Grande parte desse resultado espetacular se deve à participação feminina nas empresas do campo, principalmente exercendo funções de liderança.
As mulheres no agronegócio estão com tudo, somando conquistas expressivas em diversos segmentos.
Seja empreendendo ou ocupando funções estratégicas nas empresas, lá estão elas, conduzindo as atividades e ajudando o setor a crescer cada vez mais.
Não causa nenhum espanto que, ano após ano, o agro acumule estatísticas positivas ao ampliar sua capacidade produtiva.
Em 2022, o Brasil expandiu em 3% sua capacidade de armazenamento, registrando 188 milhões de toneladas de gêneros estocados.
São conquistas como essa que fazem do agronegócio o segundo segmento produtivo mais admirado do Brasil, atrás apenas da saúde.
É o que dizem 68% das mais de 4 mil pessoas entrevistadas na pesquisa “Percepções Sobre o Agro. O Que Pensa o Brasileiro”.
Todo esse reconhecimento deve ser dividido com as mulheres e a liderança feminina no agronegócio.
Vamos falar sobre algumas das mais influentes neste texto, que aborda os seguintes tópicos:
Leia até o final e fique por dentro do que fazem as mulheres no agro!
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É inegável que a presença feminina em setores-chave da economia brasileira é cada vez mais marcante. E, no agro, elas se fazem notar em posições de grande destaque.
Os dois últimos censos no setor, feitos pelo IBGE em 2006 e 2017, comprovam isso.
Nesse período de 11 anos, a liderança feminina no agronegócio aumentou em 13%.
Na ocasião, já havia mais de 947 mil mulheres à frente de propriedades rurais, em um universo de mais de 5 milhões de gestores.
Vale destacar ainda uma pesquisa da Cortex, que mediu a participação feminina nos principais setores da economia.
Confirmando o aumento da proporção de mulheres liderando empresas do campo, 33,06% das empresas do agronegócio contam com sócias em seus quadros.
O setor campeão nesse quesito é o da Educação, com 49,17%, e o de pior desempenho é o de Concessionárias de Serviços Especiais, com apenas 19,74% de mulheres nos quadros societários.
Portanto, o agro pode se orgulhar não apenas da excelente performance, como por ser um dos mais inclusivos em relação às mulheres.
Lembrando que a mesma pesquisa apurou que as mulheres compõem mais da metade da população brasileira (52%) e comandam 45% dos lares.
Embora ainda seja em essência um setor conservador, o agronegócio vem se modernizando, e boa parte desse processo se deve à participação feminina.
O arrojo das mulheres no agro abre por si só oportunidades de dar ideias e implementar melhorias que sequer eram cogitadas anteriormente.
Muitas vão para o agronegócio munidas de conhecimentos adquiridos em cursos em que são abordadas pautas recentes no setor, como é o caso da nutrição vegetal.
Há menos de duas décadas, ninguém pensaria, por exemplo, no papel de minérios como o manganês nas lavouras.
Outra importante contribuição das mulheres é no sentido de dar mais visibilidade ao que se faz no campo.
Muitas profissionais que atuam no agronegócio são também influencers e usam as redes sociais para mostrar um pouco das suas rotinas.
Perfis no Instagram como o da Taty Coelho, por exemplo, têm dezenas de milhares de seguidores, que curtem e comentam seus conteúdos educativos e curiosidades sobre a lavoura.
Outra página de sucesso é a Ela é do Agro, onde a influencer Aretuza Nigri conta as novidades do setor.
Elas também estão ajudando a mudar para melhor a cultura das empresas rurais na parte de marketing e vendas.
Com uma mentalidade mais digital, as mulheres no agronegócio estão ajudando a introduzir novas práticas, principalmente ao utilizar os canais online para agilizar os processos comerciais.
As mulheres não estão presentes somente em alguns nichos do setor, mas impressionam pela atuação diversificada, ocupando posições nos mais variados segmentos e funções.
De médicas veterinárias a influencers, temos de tudo um pouco entre as mulheres no agro.
Como vimos, essa presença começa na própria composição dos quadros societários das empresas agrícolas, em que boa parte são mulheres.
Sim, a liderança feminina no agronegócio é marcante.
Também vimos que elas são altamente engajadas nas redes sociais, em que praticamente inauguraram um novo nicho midiático, o de agro influencer.
É possível observar ainda empreendedoras rurais de faixas etárias diversificadas, das mais jovens às mais experientes.
Um perfil que se destaca é o de mulheres que estão inseridas nos meios digitais para realizar o seu trabalho.
Dessa forma, vêm ganhando grande projeção as mulheres que utilizam Big Data para extrair insights de negócio e melhorar a performance comercial.
Isso para não falar das mulheres que estão ocupando as tradicionais funções de engenheiras agrônomas e até de agrimensoras, uma área historicamente dominada pelos homens.
Portanto, tomando como base o que se observa nas empresas agrícolas, pode-se concluir que o perfil feminino no agro é dos mais heterogêneos, o que é um motivo a mais para comemorar.
Isso vai ficar mais claro na sequência, com exemplo de mulheres que vêm fazendo a diferença no setor.
Um artigo apenas é pouco para exaltar o trabalho de extrema competência que fazem as mulheres no agro.
Elas vêm se destacando de tal maneira que já são em número suficiente para formar uma admirável lista de 100 mulheres poderosas na prestigiosa revista Forbes.
A FIA Business School, sempre à frente do seu tempo e a par de tudo que acontece de mais relevante no cenário empresarial brasileiro, não poderia deixar de dar a sua contribuição.
Apresentamos aqui 5 mulheres do agro que estão deixando a sua marca no campo e um pouco das suas trajetórias profissionais.
Acompanhe!
Não é de estranhar que, em um segmento ainda predominantemente masculino, as mulheres acabem por atuar por força das circunstâncias.
Assim aconteceu com a gestora Marcia Piati Bordignon, uma ex-professora que teve que abandonar as aulas de matemática em uma escola em Céu Azul, no Paraná, para se dedicar à lavoura da família.
Sua carreira como docente seguia estável, até que o falecimento do pai, quando ela tinha 27 anos, fez com que voltasse os olhos para o empreendimento.
Detalhe: sem o patriarca, a família ficou 100% feminina, com Márcia ao lado de sua mãe e mais três irmãs, todas empenhadas em ajudá-la a gerir o negócio.
Não foram poucos os desafios que ela teve de enfrentar para tomar a frente das rotinas, a começar pela resistência da mão de obra, que relutava em seguir ordens de uma mulher.
Marcia provou com muita competência e conhecimento que ela sabia o que estava fazendo.
Para não deixar “pontas soltas”, ela foi buscar formação na área, fazendo todos os cursos que estavam ao seu alcance.
Assim, aprendeu sobre administração rural, plantio direto, uso de insumos e mecânica, com um resultado impressionante: 40% de aumento na produtividade na fazenda da família.
O sucesso é tanto que Marcia Piati passou a ser consultada por vizinhos e donos de outras fazendas locais sobre o que fazer para melhorar suas respectivas produções.
Um belo exemplo de sucesso entre as mulheres no agronegócio.
A presença feminina no setor agropecuário vem ajudando o setor a levar adiante melhorias e a mudar certas práticas de cultivo e criação.
Uma das figuras brasileiras mais importantes nesse sentido é a médica veterinária e mestre em ciência animal Adriane Lermen Zart.
Não é por acaso que ela lidera a lista de 100 mulheres mais poderosas do agro, já que é a principal responsável por introduzir nas fazendas de gado brasileiras a técnica Nada nas Mãos.
Trata-se de uma maneira de lidar com os bovinos em que são dispensadas as máquinas, deixando o criador e animal em contato direto.
Os tradicionais apetrechos para a lida com o gado são deixados de lado, com o ser humano transitando livremente entre os animais.
Com isso, os bovinos se sentem menos estressados, gerando resultados positivos tanto para o gado de corte quanto para a produção leiteira.
Neste vídeo, ela mostra como é feito o manejo do gado com essa técnica que, além de muito mais barata, é 100% sustentável e eco friendly.
As mulheres no agro não “caíram de paraquedas”.
Para estar à frente das empresas, elas se prepararam muito bem, como a engenheira agrônoma Michele Guizini.
Esse é um caso típico de vocação que desconhece as barreiras de sexo, já que, desde a infância, Michele mostrava sua habilidade para trabalhar no campo.
Segundo a engenheira, o que mais a deixa encantada é que, “no agro, não há rotina. Todo dia é dia de aprender algo novo”.
Mas Michele não se contenta em lidar com as intensas rotinas de plantio, pulverização e colheita.
Além da parte operacional, também se dedica a divulgar o trabalho que faz no campo, por meio de suas redes sociais.
Por isso, é uma expoente de liderança feminina no agronegócio.
Michele é uma agroinfluencer com mais de 188 mil seguidores em sua página no Instagram, que usa para educar e mostrar sua rotina de empreendedora rural, além de inspirar meninas a seguirem seus passos.
O perfil é eclético, com postagens que abordam desde técnicas de plantio até fotos em momentos de descontração.
Mudando paradigmas, Michele usa em seu perfil uma frase que sintetiza bem o tema deste artigo e o momento do agro no Brasil: “Quando o homem do campo é uma mulher”.
Outra engenheira de grande destaque no país é Aline Maldonado.
Ela é formada em engenharia ambiental e CEO da Produzindo Certo, que há 17 anos atua na gestão e controle socioambiental para 2.580 propriedades.
Ela também está na lista das 100 mulheres poderosas do agro da Forbes, graças aos números para lá de expressivos do seu trabalho.
Com a Produzindo Certo, Aline vem ajudando produtores rurais a monitorar mais de 6,3 milhões de hectares.
O foco é apoiar os agricultores, de modo que suas propriedades produzam em um regime de equilíbrio ambiental.
Segundo o site da empresa, a “Produzindo Certo traz uma solução para empresas preocupadas em garantir uma rede de fornecimento verificada dentro dos mais rigorosos padrões de comprometimento social e ambiental”.
Além disso, combina “ações presenciais ao uso de satélites para entregar propostas de mudanças no ambiente rural, oferecendo desde diagnóstico e orientação até a gestão completa da rede de fornecimento”.
Outros números expressivos conquistados por Aline são:
No top 3 da lista da Forbes está Aline Oliveira Pezente, que até 2022 foi head global da Indigo, especializada no comércio de grãos e produtos biológicos.
No Brasil, a startup norte-americana atua desde 2018, e hoje seu valor de mercado está estimado em cerca de US$ 3,5 bilhões.
Aline tem no currículo um mestrado em Tecnologia pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) e passagens por gigantes do agronegócio, como a Cargill.
O sucesso na carreira não é recente, pois já em 2018 ela já despontava na lista anual do MIT Tech Review de inovadores “35 Under 35”, ou seja, 35 pessoas abaixo de 35 anos a se destacarem.
Em 2022, ela foi nomeada Chief of AI & Product Strategy da Traive, empresa que fundou em 2018, depois de algumas temporadas de sucesso no agronegócio.
Embora as notícias sejam boas, isso não significa que as mulheres no agronegócio passaram a ter vida fácil.
Muito pelo contrário, com o aumento na participação, vem uma série de desafios, alguns deles totalmente novos.
Um deles é a falta de acesso ao crédito, já que, segundo um levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), só 10% das mulheres têm sucesso ao solicitar financiamento.
Contudo, a falta de crédito é apenas uma face de um problema maior, que é a falta de acesso à própria terra e aos meios de produção.
A mesma pesquisa da FAO constatou que apenas 5% das mulheres conseguem reunir todos os meios necessários para o cultivo.
Isso para não falar de um desafio sempre presente para as mulheres trabalhadoras, que é conciliar as atividades no campo com as rotinas domésticas.
Como vimos, no Brasil, 45% dos lares são chefiados por mulheres.
A Coordenadora de Processos Agrícolas na BP Bunge Bioenergia, Lorraine Sanches, destaca que há ainda outros desafios a serem superados.
O principal deles, segundo a gestora, é ainda presente cultura machista do setor, em que os principais cargos são normalmente ocupados por homens.
Segundo Lorraine, isso se deve a um certo corporativismo entre os homens, que acreditam que sua visão de negócio só pode ser compreendida por alguém do sexo masculino.
Isso faz com que as mulheres acabem incorporando comportamentos e estilos de liderança masculinos.
Lorraine atribui esse problema à falta de referências femininas no setor.
Ela destaca, por fim, mais dois desafios: primeiro, o empoderamento feminino, já que é ainda comum que as mulheres aceitem desafios e cargos menores só para não criar tensões.
Outro é a rotulação que as mulheres sofrem no agronegócio, onde é comum atribuir o sucesso à beleza e outros atributos que não têm a ver com a profissão em si.
As mulheres no agro vieram para ficar e, daqui para frente, a tendência é de que haja uma participação cada vez maior das lideranças femininas nas decisões.
Como vimos, existem ainda uma série de obstáculos para serem removidos, a começar pela cultura machista predominante.
Apesar disso, nós estamos plenamente convencidos de que isso vai mudar e, dentro de alguns anos, tudo isso não vai passar de história.
A FIA encoraja as mulheres a se tornarem líderes, não apenas no campo, mas nas empresas em geral.
Para isso, indicamos nossos cursos de extensão, como o de Liderança em Projetos Ágeis e o curso Desafios da Liderança na Organização Contemporânea.
Outro curso que vai ajudar você a liderar com muito mais conhecimento de causa é a pós-graduação Liderança e Gestão de Pessoas e Negócios.
E se quiser se especializar ainda mais para atuar no agro, indicamos o MBA Agronegócios: Estratégia, Transformação e Tecnologia.
Se preferir, matricule-se no curso de extensão Aplicações de Estatística e Inteligência Artificial Para o Agronegócio.
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