A logística reversa é o processo de planejamento, operação e controle do fluxo de materiais e informações associadas desde o ponto de consumo até o local de origem. Seu objetivo é a recuperação de valor ou descarte adequado.
Por suas características, essa é uma das soluções adotadas por países signatários de acordos ambientais propostos para a redução da poluição global.
Nesse quesito, aliás, o Brasil vem se esforçando para fazer a sua parte.
Segundo os dados mais recentes do Governo Federal, reciclamos mais de 30 bilhões de latas de bebida, com 155 toneladas de pilhas e baterias recolhidas e 45 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas.
Só que o conceito de logística reversa vai muito além de um esforço coletivo direcionado para a reciclagem.
Acompanhe até o final e entenda como funciona a logística reversa na prática!
Logística reversa é como chamamos os procedimentos e ações com o objetivo de recolher e direcionar produtos após a venda ou consumo de volta ao setor empresarial, permitindo a reutilização ou descarte adequado de resíduos sólidos e embalagens.
Trata-se de um processo que não se limita apenas a retornar produtos com defeitos, mas também a recolha e direcionamento de resíduos pós-consumo e embalagens.
Ela desempenha um papel fundamental na redução do impacto ambiental, proporcionando economia de recursos, conformidade regulatória e o fortalecimento da marca.
Além disso, promove a responsabilidade social e ambiental.
Por isso, contribui para a construção de cadeias de suprimentos mais sustentáveis e com menos desperdício.
Não é de hoje que se fala em seu conceito.
Essa é uma prática que remonta ao antigo Egito, onde os papiros revelam a reutilização de materiais, indicando as primeiras práticas de reciclagem.
No entanto, o conceito moderno se desenvolveu nas últimas décadas com o aumento da preocupação ambiental, que deu origem a uma série de regulamentações.
Assim, o conceito de logística reversa ganhou fôlego a partir dos anos 1970, principalmente na indústria de embalagens.
Hoje, a logística reversa está presente na maioria dos ciclos de vida dos produtos, de forma mais marcante no descarte correto de embalagens.
Entender como funciona a logística reversa não é nada complexo, muito pelo contrário.
Ela opera basicamente pelos processos de coleta, transporte, triagem e destinação de produtos e resíduos pós-consumo.
Inicia-se com o recolhimento de produtos descartados ou materiais recicláveis, que podem ser realizadas por meio de pontos de coleta, devoluções ou parcerias com empresas de transporte.
Os materiais coletados são então transportados para centros de triagem, onde são classificados para reutilização, reciclagem ou descarte apropriado.
Imagine, por exemplo, um produto como uma bateria, no contexto de uma economia circular.
Nela, estão diversos componentes que, se não forem corretamente tratados depois do descarte, podem contaminar o meio ambiente.
Portanto, além de ser uma forma de direcionar melhor os resíduos, essa é também uma responsabilidade das empresas que, com os seus produtos, geram impactos ambientais.
Já vimos o que é logística reversa e como funciona, mas você sabia que existem diferentes formas de utilização?
Considerando que cada produto ou bem de consumo representa um grau distinto de impacto para o meio ambiente, é esperado que o tratamento dado quando eles são consumidos seja diferente.
Um alimento enlatado, por exemplo, depois de consumido, deixa como resíduo a lata, composta de metal.
É diferente de um item de maior valor agregado, como por exemplo um ar condicionado ou uma geladeira.
Portanto, para cada tipo de produto, há uma maneira adequada de destinar os resíduos gerados no pós-consumo ou no pós-venda.
Conheça na sequência as diferenças entre cada abordagem.
A logística reversa pós-venda começa quando um cliente devolve um produto devido a defeitos, insatisfação ou outras razões.
A empresa recebe o item devolvido e, se possível, repara, recondiciona ou recicla o produto.
Em alguns casos, produtos devolvidos podem ser reintegrados ao estoque se estiverem em perfeitas condições.
Se não, são separados para reciclagem ou descarte ambientalmente responsável.
Além disso, a logística reversa pós-venda também envolve a gestão de garantias e devoluções de produtos defeituosos.
Por isso, essa é uma abordagem que não só minimiza desperdício, mas também reduz custos de produção e manutenção de estoque, além de fortalecer a confiança, evidenciando uma postura centrada no cliente.
Já a logística reversa de pós-consumo é aplicada quando os produtos chegam ao final de sua vida útil nas mãos dos consumidores.
Os clientes descartam esses itens, como eletrônicos antigos, embalagens e roupas usadas, entre outros.
As empresas, frequentemente em parceria com órgãos governamentais ou organizações de reciclagem, podem implementar sistemas de coleta seletiva para recuperar esses produtos.
O material coletado é então direcionado para processos de reciclagem, reutilização ou descarte seguro, visando reduzir o impacto ambiental.
Essa prática é aplicada em diversas situações, como programas de reciclagem de eletrônicos, coleta de embalagens para reciclagem, e até mesmo devolução de roupas usadas em lojas de moda sustentável.
Vale destacar que essa é também uma responsabilidade assumida pelas empresas que colocam produtos em circulação.
Ou seja, a partir do momento em que elas produzem e colocam à venda, estão cobrando um preço ambiental, já que há um grande consumo de energia para isso.
De certa forma, é como as pessoas que têm cães e se responsabilizam pela recolha das fezes dos animais em via pública.
Isso sem contar os já mencionados impactos gerados pelos resíduos desses produtos depois de serem consumidos, o que demanda uma postura cuidadosa nessa etapa.
Ao entender como funciona a logística reversa, observamos que ela segue uma sequência lógica de fases até que o seu ciclo esteja completo.
Conheça cada uma delas:
Você pode até não perceber, mas a logística reversa está presente no dia a dia em praticamente tudo que fazemos.
Confira abaixo alguns exemplos a seguir.
Para as empresas, sua prática pode aparentemente representar um custo, mas na verdade a relação é exatamente oposta.
Quando bem estruturada, essa só pode ser uma prática vantajosa para quem produz, não só pela questão do reaproveitamento, como pela redução dos danos aos ecossistemas.
Dessa forma, as empresas estarão perpetuando a existência dos seus mercados, já que, sem um meio ambiente saudável, não há vida, e onde não há vida, não há consumo.
Veja a seguir as vantagens que ela traz e de que forma elas contribuem para fazer do mundo um lugar melhor.
Todo mercado é regulado, o que significa que as empresas devem cumprir normas relativas ao tratamento adequado de resíduos e a minimização do impacto ambiental.
Para atingir a conformidade, as organizações implementam então sistemas que rastreiam e documentam a gestão dos resíduos, garantindo que todas as etapas da logística reversa estejam de acordo com as leis.
Além disso, a conformidade legal só se alcança em certos casos pela obtenção de licenças e autorizações necessárias para coletar, transportar e processar produtos e materiais retornados.
Isso sem contar que não cumprir as regulamentações pode resultar em multas e penalidades significativas, além de danos à reputação da empresa.
A reutilização de produtos ou a reintegração de materiais recicláveis na cadeia de suprimentos é muito mais econômica, em comparação com a produção de novos itens.
Outro aspecto fundamental é que otimizar os processos de coleta, triagem e transporte reduz os custos operacionais.
A gestão de garantias e devoluções também evita despesas desnecessárias, por meio do redirecionamento inteligente dos produtos.
Empresas que investem reciclagem também podem aproveitar incentivos fiscais e benefícios relacionados ao meio ambiente, reduzindo os custos operacionais a longo prazo.
Quando produtos e materiais devolvidos são recuperados e reintroduzidos na cadeia de suprimentos, são poupados recursos naturais que seriam utilizados na produção de novos itens.
A reciclagem também reduz a demanda por matérias-primas, economizando água, energia e outros recursos escassos.
Além disso, o descarte ambientalmente responsável evita a contaminação do solo e da água, o que, por sua vez, poupa recursos que seriam necessários para remediar danos ambientais.
A logística reversa contribui diretamente para a redução de resíduos, o que é um benefício ambiental em si mesmo.
O retorno acontece por meio da coleta, triagem e direcionamento adequado de produtos descartados e materiais pós-consumo.
Na maior parte dos casos, esses itens podem ser reutilizados, reciclados ou de outra forma processados de maneira ambientalmente responsável.
Isso minimiza a quantidade de resíduos sólidos que acabariam em aterros sanitários ou poluindo o meio ambiente.
Sem contar que a redução de resíduos não apenas atende a regulamentações ambientais, mas também alivia a pressão sobre recursos naturais escassos, destacando a pegada ecológica da empresa e demonstrando um compromisso efetivo com a sustentabilidade.
Quando uma empresa adota práticas responsáveis de logística reversa, demonstra seu compromisso com a sustentabilidade e o meio ambiente.
Isso pode melhorar a imagem da marca aos olhos dos consumidores, aumentar a fidelização e atrair um público que valoriza empresas social e ambientalmente responsáveis.
O envolvimento em programas de reciclagem, reutilização e redução de resíduos cria também uma narrativa positiva em torno da marca, diferenciando-a da concorrência que não procede dessa forma.
A reutilização de produtos devolvidos ou a reintegração de materiais recicláveis na cadeia de suprimentos pode reduzir os custos de produção em comparação com a fabricação de novos itens.
Além disso, a reciclagem de materiais pode gerar receita pela venda dos materiais reciclados.
Quer mais?
A gestão inteligente de garantias e devoluções pode evitar despesas que seriam geradas se os produtos devolvidos fossem simplesmente inutilizados.
Isso para não dizer que a adesão a práticas sustentáveis e programas de logística reversa pode proporcionar benefícios fiscais, incentivos e redução de custos operacionais no longo prazo, contribuindo para a saúde financeira da empresa.
Quando uma empresa implementa um sistema de logística reversa, demonstra seu compromisso com práticas sustentáveis e responsabilidade ambiental.
Como vimos, isso pode atrair consumidores que valorizam empresas social e ecologicamente conscientes.
A capacidade de reutilizar produtos devolvidos ou reintegrar materiais recicláveis na cadeia de suprimentos pode também reduzir os custos de produção, tornando os produtos mais competitivos em termos de preço.
Ao integrar práticas de logística reversa, as empresas contribuem para a conservação dos recursos naturais, a redução da pegada ecológica e a minimização dos resíduos sólidos.
A logística reversa está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, particularmente com aqueles relacionados ao consumo e produção responsáveis.
Dessa forma, ela desempenha um papel fundamental na construção de uma economia mais sustentável e na redução dos impactos negativos sobre o meio ambiente, contribuindo para um futuro mais equilibrado e próspero.
Neste texto, você viu o que é logística reversa, como funciona e quais são as suas etapas e benefícios.
Se bem coordenada, essa é uma prática que só traz resultados positivos.
Se você está à frente de uma empresa, não deixe de fazer a sua parte, implementando a logística reversa em suas operações.
Para quem é consumidor, vale ficar sempre atento aos procedimentos corretos de descarte e de destinação de itens defeituosos.
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Referências:
https://www.gov.br/pt-br/noticias/meio-ambiente-e-clima/2021/08/logistica-reversa-avanca-no-brasil-e-contribui-para-a-preservacao-ambiental
https://www2.unifap.br/glauberpereira/files/2016/07/Log%C3%ADstica-Reversa-e-Sustentabilidade.pdf
https://www.scielo.br/j/esa/a/S5FHdbHp3ZV6kQHgmFfSSWF/
https://www.linkedin.com/pulse/reverse-logistics-market-industry-size-growth-revenue-nicholas-smith
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0921344908002024
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