A linguagem corporal é uma forma de expressão tão poderosa quanto as palavras ‒ em alguns casos, sua força é até maior.
Afinal, você pode tentar passar uma ideia diferente da que está sentido através da fala, mas, se não for um especialista no assunto, dificilmente vai conseguir disfarçar os sinais que o seu corpo transmite.
Ou seja, não é só a nossa boca que comunica: nossos gestos, olhares, expressões e posturas também.
Um simples cruzar de pernas, uma mão colocada próximo da boca e uma contração na testa podem dizer muito mais sobre você e a sua situação de momento do que se pode imaginar.
Não à toa, a linguagem não verbal é um dos elementos analisados pelas autoridades policiais para saber se um suspeito está mentindo ou não durante um depoimento, por exemplo.
Joe Navarro, ex-agente do FBI, conta um pouco dessa história em seu best seller O que todo o corpo fala e também ensina como decodificar as pessoas através dos sinais não verbais do comportamento humano.
Ficou curioso sobre o tema?
Então, confira um resumo do que vai ser tratado neste artigo e aprenda a identificar os detalhes que a linguagem corporal não deixa passar:
Siga em frente e boa leitura!
A linguagem corporal, também chamada de não verbal, é uma forma de comunicação do nosso corpo, relacionada à maneira como ele se expressa.
Ela pode ser caracterizada como um conjunto de gestos, expressões faciais, olhares, posturas e outros movimentos conscientes ou não, sutis ou mais explícitos, que transmite informações relevantes em um diálogo sem palavras.
Cada manifestação tem um sentido próprio dentro do contexto comunicacional e pode se dar desde por uma troca de olhares mais demorada até um tremer de perna incansável.
No entanto, como esses sinais são subjetivos, eles nem sempre conseguem ser interpretados conforme deveriam e muitos passam despercebidos, tanto por quem os emite, quanto para quem os recebe.
Isso acontece porque, muitas vezes, a linguagem corporal se dá a partir de impulsos inconscientes ou de estímulos quase ocultos de tão sutis.
A psicologia é uma das ciências do comportamento humano que mais se dedica a estudar a linguagem corporal por entender que até os atos aparentemente inconscientes têm uma razão de ser e de se manifestar.
No já citado livro O que todo o corpo fala, o autor Joe Navarro fala um pouco sobre isso no primeiro capítulo da obra, atribuindo os sinais da comunicação não verbal ao nosso sistema límbico.
Segundo ele, essa parte do cérebro, ligada às nossas respostas emocionais, funciona como uma espécie de cofre de memórias, guardando lembranças e experiências passadas.
Sendo assim, cada vez que somos submetidos à determinada situação em que possuímos algum registro anterior, a tendência é repetir esse tipo de comportamento.
Navarro, inclusive, compara situações extremas para que a interpretação da linguagem corporal, com esse viés psicológico, fique ainda mais evidente.
É o caso, por exemplo, de viver um dia de folga, desfrutando de suas horas de lazer, deitado em uma rede, e uma tarde repleta de contratempos, como um voo atrasado e muita espera em um aeroporto.
Na primeira situação, o nosso cérebro “vaza” os sentimentos de conforto e bem-estar, transmitindo a sensação de relaxamento, com expressões suaves e membros inferiores e superiores soltos.
Já no episódio de estresse, o contrário acontece: o semblante fica mais pesado, a postura enrijece e assim por diante.
Ou seja, o princípio básico para começar a interpretar como a linguagem corporal funciona é entender como o seu sistema límbico está.
O conforto e a autoconfiança vão fazer transparecer sinais compatíveis com esses sentimentos, e o mesmo vale para o contrário.
Além de funcionar como um cofre de lembranças, o sistema límbico do cérebro também se caracteriza por tentar garantir as emoções mais primitivas, como a segurança e o instinto de sobrevivência, por exemplo.
Por isso, sempre que você for colocado em uma situação desconfortável, o seu cérebro vai enviar estímulos para expressar o que Navarro chama de “comportamentos pacificadores”.
Eles nada mais são do que respostas para tentar restabelecer a normalidade e devolver a pessoa a uma situação de aparente controle.
E aí é que está um fator que torna a linguagem corporal tão importante: entender a natureza humana.
Quando você passa a entender quais situações o deixam sem conforto, é possível trabalhar e procurar as razões para isso.
Ou seja, não deixa de ser uma forma de desenvolver o seu autoconhecimento.
Ao estudar e procurar praticar uma linguagem não verbal mais positiva, você consegue se comunicar de uma maneira mais assertiva, dando ênfase aos aspectos que realmente importam.
Em uma entrevista de emprego, por exemplo, se você conseguir controlar alguns instintos que denotam nervosismo, vai transmitir uma imagem de segurança e de domínio aos recrutadores.
Mas essa vantagem, além de ser usada para benefício próprio, também pode servir para interpretar o comportamento de outras pessoas e encontrar respostas que a linguagem verbal não entrega.
É por isso que esse tipo de comunicação é muito utilizada em inquéritos e processos policiais na hora de entrevistar suspeitos.
Especialistas em comportamento humano e interpretação de linguagem corporal podem encontrar padrões que indiquem que um acusado está mentindo ou não, por exemplo.
A linguagem corporal pode ser caracterizada de diversas formas, como, por exemplo, a negativa e a de autoconfiança.
Outra maneira de definir os diferentes tipos de comunicação não verbal é a partir de uma abordagem mais técnica.
Nesse caso, existem cinco categorias principais:
Também existe uma ciência específica que se dedica a estudar a linguagem corporal e suas possíveis interpretações em diferentes contextos e situações, que é a Quinésica.
Agora, vamos deixar a teoria um pouco de lado para conhecer exemplos práticos de alguns comportamentos clássicos da linguagem corporal e seus significados.
Confira estas nova situações abaixo e o que cada uma delas quer dizer nas entrelinhas:
É um sinal que indica impaciência e pressa para resolver um determinado assunto.
Normalmente, é um recurso utilizado para chamar atenção e demonstrar que algo urgente precisa ser tratado.
Costuma demonstrar confusão mental ou falta de interesse no que está sendo dito ou apresentado.
Também pode ser um sinal de insegurança quando alguém está fazendo uma fala importante.
O olhar fixo pode indicar diversos tipos de sentimento, por isso, aqui o importante é tentar analisar para onde a pessoa está olhando.
Caso seja um olhar, predominantemente, para baixo, para o chão, ele pode denotar tristeza, vergonha ou desânimo.
Já um olhar fixo nos olhos do outro é algo positivo, desde que não seja algo demasiado, pois significa atenção e a busca por uma conexão mais profunda.
Quando se torna muito intenso, no entanto, esse “olho no olho” pode gerar incômodo e desconforto.
Colocar a mão na boca ou em suas proximidades normalmente indica que a pessoa está mentindo ou não tem segurança no que está falando.
Funciona como se, “inconscientemente” (o uso das aspas é porque vimos que nada é inconsciente), o locutor tentasse impedir que as palavras saíssem.
Quando uma pessoa com quem você está conversando enruga a testa, raramente é um bom sinal.
Isso porque essas linhas de expressão contraídas significam dúvida, tensão e até nervosismo.
De certa maneira, lembra um pouco os sinais que a mão na boca envia, que são os de evitar dizer algo.
Aqui, no entanto, não significa faltar com a verdade, mas sim não se comprometer com uma opinião polêmica ou contrária, por exemplo.
Como o próprio nome já diz, passa uma ideia de neutralidade, que você só está assimilando as informações sem qualquer tipo de julgamento.
Os braços livres e soltos ao lado do corpo ajudam a passar essa sensação.
A posição das pernas também diz muito sobre você.
Quando elas estão cruzadas, podem demonstrar confiança e firmeza, mas cuidado para não ficar uma conversa inteira nessa posição, pois ela também pode denotar falta de abertura para o diálogo.
É um clássico comportamento pacificador, que Navarro defende em seu livro.
Ou seja, é um recurso que utilizamos para nos sentirmos mais à vontade em situações tensas ou desconfortáveis por alguma razão.
A linguagem corporal está presente em todas as relações e ambientes da nossa vida.
No trabalho, com o relacionamento com os colegas, as lideranças e os clientes.
Na esfera privada, com seus familiares e amigos, e mesmo com pessoas que sequer temos algum nível de proximidade.
A comunicação não verbal vai aparecer de alguma forma, mesmo que de maneira “inconsciente” e a maneira como você lida com ela vai influenciar as suas relações.
Isso porque a linguagem corporal diz muito sobre nós e sobre como as demais pessoas nos enxergam.
Se você assume uma postura mais autoconfiante, com gestos, expressões e comportamentos mais positivos, por exemplo, é assim que será visto por quem está ao seu redor.
Além disso, é provável que, dessa maneira, você seja uma pessoa mais agregadora, que atraia mais “seguidores”.
Por outro lado, uma linguagem corporal mais negativa tende a afastar mais os outros ou gerar preocupações das pessoas.
Ou seja, a sua comunicação não verbal fala e muito sobre você e a maneira como as pessoas o vêem.
Para garantir uma linguagem corporal mais segura e autoconfiante, buscando uma imagem positiva ao seu respeito, confira estas oito dicas que separamos para você:
Demonstrar agitação nunca é um bom sinal na linguagem corporal, pois denota intranquilidade e nervosismo.
Por isso, a dica é sempre tentar respirar fundo e baixar o ritmo.
Nada de atropelar as palavras e fazer movimentos muito bruscos.
O equilíbrio e o autocontrole são sempre a melhor saída nesses casos.
Um sorriso vale mais do que mil palavras, especialmente se ele for utilizado nas circunstâncias e na intensidade correta.
Mostrar os dentes em forma de risada é uma excelente maneira de tornar o ambiente mais leve e quebrar o gelo.
No entanto, em excesso, pode demonstrar desespero.
A postura relaxada transmite confiança e segurança para as pessoas.
É uma maneira de demonstrar que você sabe o que está fazendo e nada parece abalá-lo.
Uma demonstração de relaxamento é soltar bem os ombros, fazer movimentos contínuos e fluidos e ter um semblante sem qualquer preocupação aparente.
Essas dicas são válidas, em especial, para momentos de profundo estresse, com uma reunião importante, por exemplo, onde a sua postura pode contagiar o restante das pessoas.
Os olhos são as janelas da alma e, por isso, é muito difícil esconder qualquer tipo de informação quando se está olhando diretamente para eles.
Além disso, esse tipo de abordagem é ideal para quem busca estabelecer uma relação de confiança, como uma negociação com um cliente ou fornecedor, por exemplo.
Caso ache um pouco desconfortável ficar encarando uma pessoa por muito tempo, pode desviar o olhar de tempos em tempos e mudar seu foco para as sobrancelhas dela também.
Assim, você também evita constrangimentos desnecessários, sem perder o controle do debate.
Certos lugares possuem determinados códigos de conduta, como escritórios e ambientes corporativos.
Por isso, também é importante ficar atento a como se dá a linguagem corporal das pessoas que frequentam esses locais para se integrar da melhor forma.
Assim como em uma conversa tradicional, é importante você demonstrar o controle das ações logo de cara.
Na linguagem corporal, isso se faz na apresentação, no aperto de mão.
Você deve dominar esse cumprimento, com a força exata, sem ser muito forte e nem muito solto, e sempre com a palma da mão voltada para baixo.
Uma postura neutra e equilibrada é sempre a melhor solução.
Por isso, evite ficar de braços cruzados, ainda que seja um mecanismo de defesa, e procure se manter aberto ao diálogo em todas as oportunidades.
Outra dica é tentar espelhar os gestos da pessoa com quem você está conversando, buscando uma conexão.
Ter autoconhecimento diz respeito a saber gerenciar melhor os seus sentimentos e, como vimos, o controle das emoções tem tudo a ver com a linguagem corporal.
Ao trabalhar essa habilidade, você vai estar mais perto de ter uma comunicação não verbal mais assertiva e adequada aos seus objetivos.
Existem diversas maneiras de você aprofundar os conhecimentos sobre linguagem corporal e se tornar um expert no assunto.
Livros como O que todo o corpo fala, de Joe Navarro, são sempre uma excelente alternativa, mas você também pode optar por uma formação mais profissional, através de cursos específicos.
Abaixo, separamos opções para as duas linhas.
Os livros de linguagem corporal podem trazer uma visão teórica mais profunda sobre o tema.
A seguir, bons títulos a respeito desse assunto:
Agora, se você quiser ter lições mais práticas sobre comunicação não verbal, os cursos de linguagem corporal são a sua melhor escolha.
Confira algumas opções abaixo:
Desenvolver a comunicação é um investimento que qualquer pessoa deveria fazer.
Muitas vezes, contudo, quem trabalha essa habilidade acaba focando mais na oratória, deixando de lado a linguagem corporal.
Não cometa esse erro!
Invista também na comunicação não verbal, cause uma boa impressão no meio corporativo e conquiste a carreira dos seus sonhos.
Outra dica para se dar bem na sua trajetória profissional é ficar de olho nos principais assuntos sobre administração, empreendedorismo e performance empresarial.
E tudo isso você acompanha, com muita qualidade, aqui no blog da FIA!
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