Como ocorre o processo de internacionalização de empresas brasileiras?
Essa é uma alternativa especialmente interessante quando analisado o potencial de ganho que pode ser gerado para a competitividade e sustentabilidade da empresa.
Mas será que a internacionalização é um caminho para a sua empresa?
Quando uma companhia é criada, o empreendedor primeiro se preocupa em alcançar o ponto de equilíbrio.
Isto é, fazer com que as receitas obtidas cubram as despesas que existem para manter o negócio operando. A partir daí, cada real de receita que supera as despesas é lucro.
O objetivo, então, passa a ser o retorno sobre o investimento que foi feito para criar a empresa. Depois disso, o empreendedor pode respirar aliviado?
Não exatamente. Ele pode – e deve – celebrar o fato de ter conseguido criar uma empresa que deu certo.
Mas em vez de relaxar e se acomodar, a recomendação é buscar o crescimento contínuo e almejar ir além dos limites inicialmente propostos.
É assim que agem os administradores de empresas que estão há tantas décadas na ativa, oásis de estabilidade em um mercado cada vez mais dinâmico.
Em contrapartida, não faltam exemplos de organizações que tiveram um grande sucesso, porém pararam no tempo e hoje são apenas lembranças.
Mas o que isso tem a ver com a internacionalização de empresas? Absolutamente tudo, como você vai ver a partir de agora.
Confira os tópicos que preparamos para você:
Boa leitura!
Internacionalização de empresas é o processo no qual organizações começam a atuar em outros países, o que pode ocorrer de diferentes formas.
Essa atuação pode ser a simples exportação de um produto para um país vizinho. Por exemplo, uma empresa que produz sapatos começa a vendê-los na Argentina.
Mas também pode ser a abertura de uma unidade industrial no exterior – repetindo o exemplo de cima, essa mesma empresa poderia fabricar os calçados em solo argentino.
A internacionalização pode ainda acontecer no setor de serviços, como uma empresa de consultoria que abre um escritório em Miami para atender clientes dos Estados Unidos.
Claro que existem outros modelos de internacionalização de empresa, mas falaremos mais sobre eles depois. Antes disso, é importante que você entenda o conceito.
Uma empresa que tem sucesso no processo de internacionalização é elevada a um outro patamar, porém esse é um passo que precisa ser muito bem pensado e planejado.
Porque atuar em outro país significa se submeter a um novo conjunto de leis, adequar-se a uma nova cultura e conquistar um público bem diferente daquele com o qual a companhia tem lidado até agora.
Ao mesmo tempo em que não se deve achar que o processo é fácil, você não precisa ficar paralisado de medo e acreditar que esse seja um objetivo ousado e complexo demais.
Fazendo tudo certinho, com estratégia, planejamento, inteligência e cautela, a internacionalização de empresas pode se tornar um divisor de águas na trajetória de sua empresa.
Na abertura do texto, falamos que, depois que o empreendedor obtém o retorno sobre o investimento que fez em sua empresa, é preciso pensar no crescimento do negócio.
E existem várias possibilidades de crescimento.
Entre elas, ampliar a estrutura para poder atender mais clientes, criar novos produtos para atingir um novo público, abrir novas unidades, utilizar novas tecnologias, aumentar a produtividade, entre outras.
O que acontece é que, em geral, esse tipo de estratégia funciona quando há demanda a ser explorada. Ou seja, existe no público consumidor mais pessoas com potencial para se tornarem clientes.
Porém, saiba que sempre é possível ampliar a atuação para novos mercados e conquistar clientes da concorrência, assim como inovar, criando novos produtos ou serviços. Ou ainda desenvolver outras formas de realizar as atividades da empresa.
É aí que entra a internacionalização de empresas, que possibilita à empresa expandir a suas atividades e negócios para explorar diversos fatores de mercados no exterior.
Em muitos aspectos, é um desafio semelhante a iniciar a empresa do zero, pois terá que se estabelecer em outros países.
Por outro lado, há alguns prós (pode-se usar a tradição e sucesso da marca no Brasil como chamariz, por exemplo) e contras (esforços extras para compreender a realidade cultural e legal do país).
Vale destacar que não é necessário explorar todas as possibilidades de crescimento no mercado interno antes de apostar na internacionalização de empresas.
O administrador pode julgar que apostar no mercado externo é um movimento mais garantido do que ampliar a atuação no país de origem.
Voltando ao exemplo da empresa que fabrica calçados, pode ser a decisão por exportar os produtos para a Argentina em vez de investir na fabricação de bolsas dentro do Brasil.
É uma escolha que deve ser tomada não apenas com a intuição, mas também com muita pesquisa.
De qualquer forma, podemos resumir dizendo que a internacionalização de empresas tem grande importância como uma grande alternativa de expansão e possibilidades.
Outro argumento em favor da internacionalização é a oportunidade de diversificar o risco, já que os contextos econômicos, sociais e políticos que impactam no negócio são diferentes em cada país.
E existe também a possibilidade de reduzir custos ou acessar tecnologias, com acesso a recursos e condições mais favoráveis.
Por fim, pode ser também, em alguns mercados, uma maneira de reduzir os prejuízos causados pela sazonalidade.
Por exemplo, se você comercializa um produto que tem grande saída no verão, expandir a atuação para o Hemisfério Norte significa ter dois picos de venda no ano.
Não há como traçar um perfil de empresa que é mais ou menos adequado para atuar no mercado de outro país.
A questão é oferecer um produto ou serviço de qualidade, com características exclusivas, que o diferenciem do que é oferecido pelas empresas locais. Ou seja, ser competitivo.
Claro que empresas de grande porte têm uma estrutura administrativa mais robusta, que contam com o suporte necessário para atravessar as fronteiras.
Mas essa realmente não é apenas uma questão de tamanho. Micro, pequenas e médias empresas também podem atuar internacionalmente.
Só que elas vão precisar de ainda mais inteligência e cautela.
Receber pagamentos em moedas fortes, como dólar e euro, é muito atrativo.
Ao mesmo tempo, há muitas taxas, impostos e burocracias que envolvem transações internacionais.
A matemática, portanto, não é simples.
Subestimar essa complexidade ao se lançar em um novo país pode resultar em prejuízo, dívidas e até problemas jurídicos.
Para quem tem uma estrutura enxuta, recomenda-se procurar uma consultoria profissional para fazer um estudo de viabilidade econômica e orientar o processo.
Além das questões burocráticas e financeiras, também é conveniente investir em uma boa pesquisa e análise de mercado.
Por que você acha que seu produto vai vender bem em determinado país? O público de lá está familiarizado com seu produto? Se não está, os consumidores locais são abertos a novidades?
Ou ainda, será que o país pretendido oferece as melhores condições para a sua operação? Existem fornecedores para a sua operação naquele mercado?
É preciso responder essas e muitas outras perguntas para identificar as suas forças e fraquezas, ameaças e oportunidades (a chamada análise SWOT, uma importante ferramenta de administração estratégica).
Depois de ler tudo isso, você acredita que sua empresa está pronta para navegar em águas internacionais, mas não sabe por onde começar?
Siga o roteiro abaixo com as etapas da internacionalização de empresas.
A internacionalização é uma decisão estratégica. E, para que seja tomada, é importante que o administrador reflita sobre os porquês dessa escolha e tenha clareza do que motiva e direciona a empresa para os mercados internacionais.
Pense: por quê a empresa que se internacionalizar? O que motiva esse processo?
São essas respostas que irão direcionar todos os passos para realizar um bom planejamento da internacionalização.
Com a clareza de como a internacionalização pode ser interessante aos negócios da empresa, é o momento de buscar identificar os mercados mais adequados.
Antes de investir tempo e dinheiro na internacionalização da organização, é melhor ter um pouco mais de certeza de qual é o melhor país.
Vale a pena até a imersão, viver alguns meses no país para sentir as particularidades do mercado e entender bem a cultura local.
Também é uma boa trabalhar com protótipos para testar e validar as ideias antes do lançamento oficial.
Isso previne grandes prejuízos em caso de fracasso e ainda gera ótimos insights para o desenvolvimento da versão final.
E, claro, buscar o conhecimento de quem vive a realidade local. Todo tipo de ajuda, insight e consultoria neste momento é válido (ver tópico sobre a Apex Brasil abaixo).
Para a internacionalização de empresas por meio da exportação de produtos, a logística é uma questão muito sensível.
Como será o transporte das mercadorias para o país de destino? É preciso escolher um processo confiável, ágil e viável economicamente.
Em alguns casos – de produtos que não são perecíveis – vale a pena fazer negócios com escritórios de importação ou distribuidores, que, por sua vez, comercializam os produtos com outras empresas ou com o consumidor final.
Além das questões de impostos, registros e licenças, cada país estabelece os requisitos técnicos para as empresas comercializarem produtos em seus domínios.
Informações da embalagem, modelos de produção, armazenamento, logística e ingredientes são exemplos.
Há inúmeros detalhes que podem ser regulamentados, dependendo do país e da área de atuação.
Avalie quais são os requisitos exigidos no seu segmento e se você terá condições de atendê-los.
Mesmo que a empresa tenha se empenhado em cumprir com todas as burocracias e requisitos técnicos exigidos pela legislação local, isso não significa que nunca surgirão problemas legais.
Se eles acontecem com as empresas que nunca buscam a internacionalização, por que não podem ocorrer com companhias estrangeiras?
Por conta disso, é importante contar com uma assessoria jurídica qualificada, que seja do próprio país em questão e que tenha experiência em trabalhar com organizações internacionais.
Mesmo que não surjam entraves jurídicos, tenha em mente que as leis e regulamentações são dinâmicas, mudam o tempo todo, e sua empresa precisará se adaptar.
Depois de toda essa preparação e de garantir a segurança jurídica necessária, é hora de partir para a ação.
Existem muitas coisas que você só vai descobrir quando começar a comercializar seus produtos ou serviços em um outro país efetivamente.
O segredo é estruturar-se para colher muitos insights a partir dessas experiências e ser ágil e flexível para aproveitar essas informações e se tornar mais eficiente.
Depois de descobrir quais são os comportamentos mais comuns em relações de compra e venda, empenhe-se em melhorar o relacionamento com os clientes para fidelizar seu público consumidor.
Conforme destacamos no início do texto, há várias estratégias de internacionalização de empresas.
Abaixo, conheça as principais e decida qual tem mais a ver com o seu negócio e com as possibilidades dele.
Essa talvez seja a mais popular e mais simples das estratégias de internacionalização de empresas.
Consiste, basicamente, em produzir em solo nacional e vender para clientes de outros países.
Geralmente, esses clientes são empresas de importação e distribuição, que têm a função de revender o produto para estabelecimentos que irão comercializá-lo para o consumidor final.
Mas, dependendo das particularidades da mercadoria exportada, é possível fazer negócios com outros tipos de clientes.
A exportação é uma estratégia de internacionalização que requer investimento baixo e possui pouco risco.
O franchising é um modelo no qual uma empresa cede a sua marca e diretrizes administrativas para um empreendedor em troca de determinado valor inicial, mais um pagamento mensal de royalties.
É uma maneira de escalar seu alcance de mercado e aumentar as receitas.
Criar uma franquia internacional, porém, é bem mais complicado do que expandir a marca nacionalmente.
Isso porque um empreendedor só terá interesse em se tornar um franqueado (aquele que adquire a concessão de explorar a marca) caso sinta segurança de que o negócio terá um bom público.
Portanto, caso a marca ainda não tenha uma reputação no país, talvez esse não seja o melhor momento de abrir para o modelo de franquias.
Joint venture é um modelo em que duas empresas realizam uma parceria para desenvolver um projeto por tempo determinado, visando o lucro.
Uma joint venture envolve a criação de uma nova pessoa jurídica e é uma estratégia de internacionalização comum em grandes corporações, que combinam suas tecnologias e know-how para criar algo diferente.
A principal vantagem é que, geralmente, ela envolve a parceria com uma empresa nativa daquele país.
Isso quer dizer que não precisará perder tempo com a adequação e adaptação ao novo mercado, já que seu parceiro é um negócio estabelecido.
Por fim, a mais complexa de todas as estratégias de internacionalização de empresas.
O investimento direto pode se materializar com a aquisição de uma fábrica ou unidade comercial que já existe naquele país.
Ou, então, criando por conta própria e do zero uma filial da companhia no país estrangeiro.
Seja como for, é um modelo em que a empresa estabelece uma pessoa jurídica licenciada no país e tem controle total sobre as atividades realizadas lá.
A vantagem dessa estratégia é a autonomia e possibilidades ilimitadas de crescimento. As desvantagens são o grande investimento exigido e burocracia a ser enfrentada.
Para empresas de menor porte, as opções recomendadas são mais restritas do que para os negócios maiores.
Nesses casos, o mais indicado é começar a explorar novos mercados com a exportação dos produtos.
Se a receptividade e os resultados financeiros forem bons, aí pode-se considerar novos modelos de expansão.
A franquia, como já dissemos, não atrairá o interesse de outros empreendedores caso a marca ainda não tenha sido testada naquele mercado.
A joint venture é uma opção para empresas que são referências mundiais na atividade que desenvolvem e, por isso, têm algo a agregar em uma parceria com uma grande companhia de outro país.
Já o investimento direto é uma estratégia de internacionalização de empresas para quem tem bastante dinheiro em caixa, uma grande estrutura e um modelo de gestão bem consolidado.
Seja qual for o caminho escolhido, uma boa experiência em um país pode motivar o mesmo movimento em outros cantos do globo, expandindo bastante os limites de receitas.
Nosso país possui um serviço cuja essência é justamente contribuir para a internacionalização de empresas brasileiras.
É a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, mais conhecida como Apex Brasil.
Se o tema é de seu interesse, sugerimos que avance no assunto e conheça os detalhes os seus programas de apoio, capacitação e incentivo.
A partir do apoio da Apex Brasil, é possível acelerar o processo de internacionalização, reduzindo os riscos de implementação e tendo uma ideia muito mais clara sobre os custos da experiência empreendedora no exterior.
Saiba mais neste link.
A internacionalização de empresas é um processo no qual as organizações ampliam sua atuação para além do país de origem.
É uma ótima alternativa para aumentar as possibilidades de lucratividade. Porém, é um caminho repleto de desafios.
Primeiro porque, seja com a simples exportação de produtos ou com a abertura de uma fábrica, loja ou escritório no exterior, há bastante burocracia para superar.
Sem contar que as leis e normas que regulamentam qualquer atividade não são as mesmas em todos os países.
Mas nada disso é mais difícil do que entender a cultura local e conquistar o público consumidor daquele país.
A não ser que o produto seja uma novidade completa, ele terá que concorrer com as marcas locais. Por isso, é fundamental ter um diferencial.
Seja qual for o modelo escolhido de expansão, você precisa de estratégia, muito planejamento e estudo antes de iniciar o processo.
Uma boa dica, além de buscar o apoio da Apex Brasil, como já destacado, é investir no seu conhecimento e habilidades técnicas.
A Fundação Instituto de Administração (FIA) tem opções variadas para a sua especialização, da graduação ao MBA.
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