Estratégia e Organizações

Gestão de produtos: o que é, importância para as empresas e exemplos de prática

Uma marca que não cuida da gestão de produtos se coloca em uma condição perigosa.

Sem controle sobre os itens que vende, ela fica sem saber quais resultados estão sendo gerados, correndo o risco de ser superada pelos concorrentes.

A importância da gestão de produtos é tão grande que há empresas que dedicam setores e departamentos inteiros só para isso, como é o caso da Apple, Google e Netflix.

Outro fator que reforça a relevância de cuidar da gestão de produtos é a necessidade de dispor de dados para a tomada de decisão.

Sem dados, uma marca não teria como tirar um produto de circulação ou reforçar sua distribuição, já que ela não saberia o que vende mais ou menos.

Ficou interessado no assunto e quer saber mais?

Então prossiga na leitura e descubra os segredos da gestão de produtos, suas atividades principais e vantagens.

Veja os tópicos abordados:

  • O que é gestão de produtos?
  • A importância da gestão de produtos
  • O que faz um gestor de produto?
  • Como pôr em prática a gestão de produtos?
  • Atividades envolvidas na gestão de produtos.

Acompanhe até o final!

Leia também:

O que é gestão de produtos?

Gestão de produtos é um segmento da administração cujo foco é o desenvolvimento de produtos e soluções, assim como a gestão dos seus ciclos de vida.

Uma de suas ferramentas de análise é a matriz BCG, utilizada para identificar em que ponto do ciclo de vida um produto se encontra para, com base nisso, decidir sobre a melhor estratégia de venda.

Por outro lado, não se pode dimensionar exatamente o que é gestão de produtos sem considerar tudo o que acontece antes e durante a sua venda.

Assim, essa é uma área que também lida com pesquisas e estudos, a fim de desenvolver novas soluções ou melhorar os produtos que já fazem parte do portfólio de uma marca.

A importância da gestão de produtos

A variedade de categorias de produtos reflete diretamente em seu desempenho de vendas no mercado.

A importância da gestão de produtos é tamanha que, sem ela, uma empresa sequer consegue entrar em um mercado.

Por mais inovadora que seja uma solução, é certo que, no começo, ela vai encontrar muita concorrência, para não falar da resistência do consumidor em comprar algo que não conhece.

Por isso, as pessoas que trabalham na área de gestão de produtos precisam antecipar os desafios a serem superados para facilitar a penetração de uma nova solução no mercado.

Devem também cuidar para que as vendas de um produto ou de uma linha de produtos seja contínua.

Se tiver sucesso nessas duas frentes, a gestão de produtos torna-se um diferencial competitivo, com uma série de vantagens, algumas das quais você conhece a seguir.

Melhora a experiência do cliente

Produtos desenvolvidos e lançados conforme as boas práticas de gestão tendem a gerar mais satisfação porque são ajustados às preferências dos consumidores.

Assim, a experiência do cliente também tende a melhorar, desde o momento da compra até o pós-venda.

Na verdade, os produtos que proporcionam uma boa experiência são, em sua maioria, concebidos a partir do mapeamento do comportamento de compra e do perfil do cliente.

Nesse caso, quanto mais refinada for a segmentação, melhor será a experiência e mais clientes a marca tende a atrair.

É o que mostra uma pesquisa da Emergen Research (em inglês), segundo a qual 80% das empresas que investem em segmentação percebem um aumento nas vendas.

Melhora a alocação de recursos

O desenvolvimento de um produto é um processo que demanda um esforço estratégico de mapeamento de mercado, comportamento de compra e benchmarking, entre outras medidas.

Como era de se esperar, tudo isso consome tempo e recursos, que precisam ser muito bem direcionados.

As empresas que planejam suas ações e que cuidam da gestão de produtos costumam se dar melhor nesse quesito.

Os recursos são investidos onde eles mais são necessários, evitando assim o desperdício em todas as etapas do desenvolvimento, desde a concepção de um produto até o seu lançamento.

Alinha oferta com necessidades do mercado

O gerenciamento de produtos também evita os “tiros no escuro”.

Como vimos, os dados são parte fundamental dos processos nessa área, balizando decisões.

Um processo de desenvolvimento de produto bem fundamentado toma como referência também o contexto externo.

A empresa só se propõe a vender aquilo que ela sabe que vai encontrar compradores, tomando como referência uma demanda ou mercado previamente identificado.

Um bom exemplo disso é o Spotify, que entre o pontapé inicial do projeto e o seu lançamento oficial levou dois anos só na fase de desenvolvimento.

O resultado foi tão espetacular que o serviço de streaming de músicas não apenas se tornou líder, mas acabou por reinventar todo o mercado fonográfico.

Otimiza as entregas

A gestão de produtos também abre caminhos para que as entregas transcorram dentro dos prazos e a um custo menor.

Afinal, produtos cujo desenvolvimento foi planejado desde o início têm mais qualidade, são mais resistentes e menos propensos a avariar ou extraviar enquanto são transportados.

Os custos acabam sendo menores porque a empresa gasta menos com devoluções, trocas ou substituições no prazo de garantia.

Isso para não falar do pós-venda, um período sempre crítico para bens de maior valor agregado.

Nessa etapa da relação de consumo, a gestão de produtos também se encarrega de monitorar a experiência do cliente, a fim de saber se ele ficou satisfeito com a entrega.

O que faz um gestor de produto?

Cada fase do ciclo de vida do produto é crucial para estratégias de venda e marketing bem-sucedidas.

A partir do que já vimos, a gestão de produto requer um esforço contínuo de planejamento e controle.

O especialista responsável por cuidar de todos os processos nessa área é o gestor de produto, que trata desde o posicionamento do produto no mercado até o planejamento de marketing.

Cabe ainda a esse profissional gerir o orçamento destinado à criação, fabricação e distribuição dos produtos sob sua responsabilidade.

Deve também monitorar o mercado em busca de novas oportunidades e para saber, conforme a matriz BCG, em qual momento do ciclo de vida um produto se encontra.

Outra atribuição é zelar pelo gerenciamento de produtos na fase de desenvolvimento, até a coleta de dados sobre sua performance comercial e a experiência do cliente.

Como pôr em prática a gestão de produtos?

A gestão de produtos, como não poderia deixar de ser, precisa ser metódica e implementada com critério para gerar bons resultados.

O passo inicial é formar uma equipe, de preferência liderada por um profissional de Administração.

Essa equipe, por sua vez, precisa ser formada por profissionais com experiência, embora isso não seja uma condição.

Se a sua empresa não dispõe de uma equipe ou de pessoas com expertise na área, pode começar a implementar um projeto de gestão de produtos de forma independente.

Nesse caso, o sucesso vai depender muito do investimento de tempo que você estiver disposto a fazer.

Veja na sequência como começar uma nova fase nos negócios, seguindo as etapas básicas de implementação da gestão de produtos.

Conheça bem seu público

A aceitação de uma solução em um mercado tende a ser mais rápida quando a empresa sabe para qual público pretende vender.

As pesquisas de mercado servem, nesse caso, para coletar dados que, uma vez tratados, vão gerar insights para orientar as decisões.

Vale ainda recorrer aos softwares estatísticos de Business Intelligence, como o Power BI, SAS Business Intelligence, IBM Cognos e Tableau.

Alguns deles podem ser utilizados até por usuários sem experiência, já que contam com interfaces amigáveis, simples e intuitivas.

Ou, se não se sentir familiarizado com esse tipo de tecnologia, pode recorrer aos serviços de especialistas, contratados exclusivamente para um projeto específico.

Valide a ideia do produto

Tendo uma ideia clara do tipo de produto que seu público quer ou precisa, é hora de tomar as primeiras iniciativas práticas em seu desenvolvimento.

O embrião, nesse caso, é o projeto do produto, em que são definidas suas funcionalidades, aspecto, cores, embalagem e tudo mais relacionado à sua aparência e funções gerais.

Dependendo da solução, pode ser necessário algum teste de usabilidade, para saber preliminarmente se o produto é viável.

Outra etapa de extrema importância é a criação de um protótipo, que seria uma espécie de “pré-produto” destinado a testes e avaliações.

Se o protótipo for aprovado, a empresa desenvolve então o Mínimo Produto Viável (MVP), versão do produto básica, só com as funções elementares e sem design, a ser oferecido para um grupo de potenciais consumidores selecionados.

Depois de testado, o MVP poderá ser modificado conforme o feedback das pessoas, passando enfim para a etapa final de desenvolvimento, em que o produto já acabado começa a ser fabricado e distribuído.

Tenha uma metodologia

Produtos são desenvolvidos a partir de projetos.

Existem metodologias específicas para esse tipo de gestão, como a Scrum, o mais difundido framework de trabalho baseado na metodologia Ágil.

Basicamente, o que se faz no Scrum é “fatiar” um projeto em subetapas, os chamados “Sprints”.

As equipes são formadas por poucos profissionais e divididas por especialidade, conforme a natureza do projeto.

Por exemplo: se o produto a ser desenvolvido for um alimento, poderá ter uma equipe para cuidar de aspectos como sabor e textura, outra para a embalagem e por aí vai.

Escolha canais estratégicos

O gerenciamento de produtos também deve contemplar os canais de comunicação e de distribuição.

Os primeiros podem ser formados pelas redes sociais, streamings ou as tradicionais mídias offline, como revistas, jornais, rádios e TV.

Já os canais de distribuição devem ser definidos conforme a viabilidade logística para o produto.

Uma empresa que fabrica eletrônicos, por exemplo, terá canais diferentes para distribuir, se comparada com uma marca de alimentos.

O mais importante é que os modais de transporte e a cadeia de suprimentos para o produto garantam agilidade no transporte, segurança no armazenamento e pontualidade na entrega final.

Atividades envolvidas na gestão de produtos

O processo de gestão de produtos é essencial para manter a eficiência e competitividade no mercado.

Não se pode saber o que é gestão de produtos sem conhecer um pouco mais a fundo as atividades que essa modalidade gerencial engloba.

Por analogia, é como se um produto fosse um filho.

Desde antes da sua concepção, o casal planeja como vai ser o quarto do bebê, os custos que todo o planejamento deve gerar e como a rotina familiar será organizada.

A diferença é que a expectativa sobre o produto é gerar retorno, afinal, é para isso que ele é concebido, além de servir para tornar a vida das pessoas melhor.

Confira quais são as atividades principais que não podem faltar ao longo de todo o processo de concepção até o lançamento.

Pesquisa de mercado

A pesquisa de mercado é uma das primeiras etapas no desenvolvimento de um produto.

Dependendo dos resultados, ela pode gerar insights para criar soluções totalmente novas, melhorar algo que já esteja no mercado ou simplesmente não fazer nada.

Independentemente do resultado, ela é indispensável para mapear o comportamento do consumidor, seus gostos e preferências.

Os dados gerados poderão ser usados para orientar decisões e pautar escolhas relacionadas ao projeto de um produto.

Marketing de produto

Conforme os resultados da pesquisa, a empresa conhecerá o perfil do seu mercado e, a partir disso, poderá decidir qual tipo de estratégia de marketing poderá adotar.

Pode ser, por exemplo, uma estratégia baseada em visual merchandising, entre outras ações promocionais em pontos de vendas.

Ou pode ser uma estratégia online, em que os canais de venda são os sites, landing pages ou redes sociais.

Desenvolvimento de produto

Definido o público, mapeado e segmentado o perfil de cliente e selecionadas as estratégias de marketing, o produto pode enfim começar a ser desenvolvido.

Essa é a atividade mais importante, onde o produto começa a ganhar uma “cara”, ou seja, uma identidade própria.

Como vimos, parte desse processo requer a criação de protótipos e MVPs, dependendo do tipo de produto.

Lembrando que, embora estejamos aqui tratando de produtos, boa parte dos processos e métodos abordados podem ser aplicados para desenvolver novos serviços.

Conclusão

A gestão de produtos é, em última análise, a gestão da própria marca.

Quando bem conduzida, a empresa ganha uma capacidade de decidir com muito mais assertividade, além de se expor menos aos riscos externos.

Seja um profissional da área e faça a diferença nas empresas em que vier a trabalhar.

Qualifique-se no curso EAD Construção de Valor em Marketing, da FIA, e conquiste as competências necessárias para operar com desenvoltura nesse mercado.

Continue lendo os artigos no blog da FIA e esteja sempre um passo à frente!

Referências:

https://www.linkedin.com/pulse/market-segmentation-how-identify-target-your-ideal-customer/
https://canaltech.com.br/apps/curiosidades-sobre-spotify-que-voce-provavelmente-nao-sabia-205776/
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-melhorar-a-gestao-de-produtos-no-varejo,40754d4efe960610VgnVCM1000004c00210aRCRD
https://inovacaosebraeminas.com.br/artigo/o-que-e-gestao-de-produtos

FIA

Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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