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Gestão de Patrimônio: o que é, como funciona e como realizar

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Infelizmente, muitas pessoas, famílias e até empresas não tomam o devido cuidado com a gestão de patrimônio.

Se, em outros tempos, uma postura mais passiva e conservadora era suficiente para garantir a manutenção de um patrimônio, hoje, as coisas estão um pouco diferentes.

O mundo está mais complexo e cheio de variáveis, o que é ruim por um lado, mas bom por outro.

Ruim porque se tornou mais trabalhoso administrar nossos bens, sejam eles materiais ou imateriais. Bom porque há mais oportunidades para fazer o patrimônio crescer.

Claro que essa vantagem só é aproveitada por quem se dedicar a entender a complexidade do cenário atual.

E para isso não há dificuldade alguma – basta querer, pois estamos na Era da Informação.

Nunca tivemos tanto acesso ao conhecimento quanto temos hoje. Inclusive, neste artigo.

A partir de agora, vamos abordar tudo o que você precisa saber sobre gestão de patrimônio.

Lendo até o fim, você estará dando o primeiro passo para dominar o tema, aprendendo como funciona e como colocar em prática.

Se preferir, navegue pelos tópicos abaixo:

  • O que é Gestão de Patrimônio?
  • Para que serve a Gestão de Patrimônio?
  • Por que realizar a Gestão do Patrimônio?
  • Tipos de Gestão Patrimonial
  • Como a Gestão Patrimonial é realizada?
  • Como realizar o Inventário empresarial?
  • Classificação de ativos
  • Dicas para manter o Controle Patrimonial atualizado.

Preparado para aprender a conservar e valorizar seus bens pessoais, da sua família ou da sua empresa? Então, siga em frente. Boa leitura!

A gestão do patrimônio tornou-se mais desafiadora nos últimos anos

O que é Gestão de Patrimônio?

Gestão de patrimônio é um serviço no qual profissionais controlam e administram os bens, direitos e passivos de um indivíduo, uma família ou uma empresa, ou apenas prestam consultoria nessa área.

Os bens, direitos e passivos que acabamos de mencionar são os elementos que compõem o patrimônio.

Além dos bens tangíveis, aqueles que têm materialidade e são simples de reconhecer e de mensurar, há os intangíveis, ou imateriais.

Em uma empresa, entram nessa categoria a marca, direitos autorais, patentes e elementos ainda mais abstratos, como a cultura organizacional e a identidade da companhia.

Em uma família, pode ser a influência ou reputação.

Se ela é respeitada pelos negócios que traz para o município ou por ajudar a comunidade, por exemplo, esse reconhecimento faz parte do patrimônio familiar.

Indivíduos também precisam se preocupar com seus bens intangíveis, especialmente os famosos, que dependem de uma boa reputação para tirar seu sustento.

Embora empresas de consultoria de gestão de patrimônio possam cuidar desse tipo de bem, a verdade é que sua especialidade costuma ser a administração dos ativos financeiros e outros bens tangíveis.

A gestão os bens intangíveis é mais indicado terceirizar para empresas de branding, comunicação, patentes e relações públicas.

Quais são esses bens tangíveis? No caso de uma empresa, os mais comuns são dinheiro (físico ou depositado em banco), ativos financeiros, máquinas, equipamentos, mercadorias, veículos, imóveis e matéria-prima, entre outros.

Para uma pessoa física ou uma família, além do dinheiro e investimentos, integram o patrimônio os imóveis, veículos, mobília, itens de decoração, jóias, roupas, coleções, obras de arte e assim por diante.

Lembramos que os direitos da pessoa, família ou empresa também devem ser considerados ao calcular o patrimônio.

O que são esses direitos? Podem ser valores a receber por vendas parceladas, empréstimos e aluguéis ou direitos a percentuais em negociações.

Por fim, o patrimônio ainda inclui os passivos, ou obrigações.

Dívidas, impostos, salários de funcionários e parcelas de empréstimos e financiamentos, por exemplo.

Muitas coisas entram como patrimônio e fazer a gestão de bens tão diversos é um enorme desafio

Para que serve a Gestão de Patrimônio?

Se você é daqueles que pensam que quem possui um grande patrimônio não tem com o que se preocupar, reflita melhor a respeito.

Quanto mais ativos, mais obrigações e pontos de atenção.

Máquinas e veículos precisam de manutenção, imóveis podem se desvalorizar, mercadorias em estoque podem estragar.

Às vezes, o acúmulo de ativos pode gerar muitos passivos, e a gestão de patrimônio ajuda a reconhecer quando há um desequilíbrio nesse sentido.

No caso de uma empresa, a gestão de patrimônio serve para ajudar a alcançar os objetivos estratégicos.

A intenção pode ser apenas a diminuição dos custos na manutenção do patrimônio, torná-lo mais sustentável, fazê-lo crescer, diminuí-lo para aliviar os passivos e simplificar a gestão, utilizá-lo para sustentar a expansão da empresa…

Enfim, vai depender do plano estratégico que os administradores construíram para o futuro da organização.

Em uma família, a gestão de patrimônio serve para sustentar o padrão de vida de seus membros, para proporcionar uma vida confortável às próximas gerações e também para auxiliar em objetivos específicos – como financiar os estudos dos filhos, por exemplo.

No caso de um indivíduo, administrar de forma inteligente seu patrimônio serve principalmente para que ele possa ter uma aposentadoria tranquila, sem preocupações de ordem financeira.

Ter uma boa gestão do patrimônio pode significar a manutenção ou melhora do padrão de vida

Por que realizar a Gestão do Patrimônio?

Como ressaltamos na abertura do texto, gerir um grande patrimônio não é simples.

Você pode até encontrar pessoas que fizeram essa gestão por conta própria e não encontraram grandes dificuldades.

Se essas pessoas não têm conhecimento especializado na área, porém, é provável que não aproveitaram todas as oportunidades de tirar o melhor do patrimônio acumulado.

Contar com a ajuda de profissionais da área é importante para um trabalhador ou empreendedor para que ele possa manter o seu padrão de vida quando sua idade produtiva chegar ao fim.

Acontece com muita gente: ao longo de sua trajetória profissional, gradualmente, passa a ganhar mais, e o seu padrão de vida sobe na mesma proporção.

A gestão de patrimônio ajuda a enxergar o impacto que esse padrão terá no futuro do sujeito.

Ele não poderá mais trabalhar para receber um salário, portanto, terá que cobrir todas suas despesas com a renda e o saldo que acumulou nesse tempo e com o dinheiro da previdência pública.

No caso de uma empresa, além dos motivos que abordamos no tópico anterior, a gestão de patrimônio resulta no balanço patrimonial, um documento de grande importância para a companhia.

Trata-se de um demonstrativo contábil do patrimônio da organização.

O que é extremamente importante para manter os stakeholders informados (não somente em empresas de capital aberto).

Isso ajuda a preservar a boa reputação da companhia  – que, conforme explicamos antes, é um bem intangível.

Lembre que estamos vivendo uma realidade bastante volátil, em que a globalização traz concorrência de todos os cantos do mundo e o avanço tecnológico causa disrupção em cada vez mais nichos.

Nesse contexto, uma boa gestão do patrimônio ajuda a proporcionar um pouco de estabilidade em tempos tão complexos.

Os produtos oferecidos por gestores são diversos, contemplando várias necessidades

Tipos de gestão patrimonial

Se você começar a pesquisar as opções do mercado de gestão de patrimônio, verá vários tipos de serviços oferecidos.

A seguir, apresentamos as principais categorias.

Bancos e consultores de investimento

É possível investir no mercado financeiro através de um banco, cujos profissionais estarão disponíveis para apresentar os produtos disponíveis, sanar suas dúvidas e ajudar em processos básicos.

O serviço está longe de ser uma consultoria exclusiva, personalizada. É mais próximo de um atendimento varejista.

Se a renda e o potencial de investimento for maior, a atenção do banco aumenta, há um gerente de conta. Mas, ainda assim, há pouca exclusividade.

Há também consultores e corretores de investimento, que, muitas vezes, apresentam produtos com melhores condições que os bancos e atendimento mais próximo.

Wealth management e private banking

O serviço de wealth management ou gestão de riqueza tem mais a ver com o que estamos falando aqui, pois não foca apenas na aplicação do dinheiro para render, e sim na administração do patrimônio como um todo.

É um serviço prestado por consultorias para clientes com um patrimônio volumoso, que se preocupam com sua preservação e crescimento.

Bancos também podem prestar esse serviço, totalmente exclusivo e personalizado.

Nesse caso, costuma-se chamar o nicho de private banking (banco privado).

Consultorias empresariais

Para administradores que querem gerir melhor o patrimônio de sua companhia, o mercado está repleto de empresas de consultoria.

Algumas são especializadas em determinado setor do mercado, outras em empresas familiares ou em um aspecto específico da gestão de patrimônio.

A dica é definir bem os objetivos estratégicos relacionados ao patrimônio e procurar pela consultoria de melhor reputação que atenda aos critérios estabelecidos.

Family Office

Family office é uma modalidade de assessoria completa para famílias com alta renda e patrimônio.

Nesse serviço, entram questões como inventário, herança e até mesmo educação financeira familiar.

Além das estratégias de investimento, é claro.

Pedir ajuda, pelo menos para saber o que tem em mãos e quanto vale, é fundamental

Como a Gestão Patrimonial é realizada?

A gestão de um patrimônio volumoso tem uma certa complexidade.

Por isso, é importante que a equipe da consultoria dedicada ao serviço seja multidisciplinar.

Ou seja, que conte com profissionais com distintas especialidades.

São necessários conhecimentos sobre finanças, investimentos, contabilidade, planejamento tributário, legislação, etc.

O primeiro passo da gestão patrimonial é o inventário, ou seja, a descrição de todos os bens em posse do cliente.

Então, é feita uma avaliação e classificação dos ativos, identificando qual o custo de reposição, valor justo e valor residual (preço estimado no fim de sua vida útil) dos bens.

A etapa seguinte é a revisão da vida útil do ativo e, depois, a conciliação do patrimônio de fato existente com o que contém registro contábil.

Porque é possível que existam bens que não estejam registrados e também o contrário: bens registrados não existirem.

Por fim, é feito o teste de recuperabilidade, conhecido como Teste de Impairment.

Ele é realizado para assegurar que seja possível recuperar o valor contábil de um ativo pela sua venda, pela capacidade de gerar receita ou, então, pela sua utilização.

Note que todas essas etapas são complexas para alguém sem experiência no assunto, o que justifica a terceirização da gestão de patrimônio.

Afinal, as empresas de consultoria que atuam nesse mercado são altamente especializadas e têm grande experiência nos processos citados.

Uma empresa sem um inventário atualizado irá desperdiçar recursos

Como realizar o inventário empresarial?

No tópico anterior, explicamos que o inventário é a primeira etapa do processo de gestão de patrimônio.

Em uma empresa, esse estágio adquire uma complexidade ainda maior, pois há muitas categorias de bens e recursos a serem considerados.

O inventário é uma descrição detalhada dos bens, que envolve os ativos circulantes e também os não circulantes.

Ativos circulantes são aqueles que podem ser convertidos em dinheiro a curto prazo – e o próprio dinheiro que está disponível em caixa ou no banco.

Já os ativos não circulantes são bens de maior duração, essenciais para a manutenção das atividades da empresa.

Entram nessa conta os investimentos financeiros a longo prazo, bens intangíveis como marcas e patentes e também imóveis, equipamentos, máquinas e veículos.

Antes de começar o inventário empresarial, é importante planejar bem, definindo as categorias e subcategorias de bens para melhor organização.

Então, é feito o registro e classificação dos ativos.

Recursos como fotografia, etiquetagem e registro em sistema informatizado são importantes.

Dentro do possível, é importante catalogar os itens, indicando número de série, modelo, valor, data de compra e outras informações.

Deve ser criado um um processo de revisão periódica dos bens, para garantir que o inventário esteja sempre atualizado.

Um inventário empresarial bem feito traz uma série de benefícios para a empresa.

Ela evita o desperdício, otimiza o estoque, identifica problemas com maior facilidade, melhora a logística e o atendimento aos clientes.

A classificação de ativos é um exercício de contabilidade fundamental para qualquer empresa

Classificação de ativos

Conforme explicamos no tópico anterior, o inventário empresarial não consiste simplesmente em contar os bens de uma empresa.

A classificação cuidadosa dos ativos, separando-os em categorias com critérios bem pensados e definidos, é tão importante quanto a contagem.

Essa tarefa deve ficar a cargo de profissionais especializados, pois a classificação está relacionada com exigências contábeis e fiscais.

A visão ampla é fundamental, mas não se pode abrir mão de números específicos sobre determinadas categorias de ativos.

Como você já viu aqui, os ativos são classificados em dois grandes grupos: circulantes e não circulantes.

No grupo dos circulantes, as subcategorias são:

  • Caixa: entra aqui o dinheiro físico disponível em caixa, o saldo em conta corrente e em investimentos de liquidez imediata
  • Contas a receber: dinheiro que a empresa deve receber em breve por conta da venda de seus produtos ou da prestação de seus serviços
  • Estoque: mercadorias destinadas para venda
  • Ativos especiais: aqueles que geram benefícios econômicos mas não se enquadram nas subcategorias anteriores, como direitos de uso de um software ou direitos autorais.

Já o grupo dos ativos não circulantes contempla as seguintes subcategorias:

  • Ativo realizável a longo prazo: dinheiro a receber em um prazo mais longo, como investimentos, duplicatas, vendas, empréstimos, etc.
  • Investimentos: entram aqui imóveis disponíveis para locação ou mantidos com a finalidade de valorização, participação em outras empresas, obras de arte, etc.
  • Imobilizados: são ativos tangíveis dos quais a empresa precisa para produzir seus produtos ou prestar seus serviços. Como máquinas, prédios, veículos, computadores e outros equipamentos
  • Intangíveis: são os bens imateriais, como marcas, patentes, licenças e direitos autorais.
Documentar todos os bens e ativos é algo básico em uma empresa até de pequeno porte

Dicas para manter o Controle Patrimonial atualizado

Agora que você já entende a importância de uma boa gestão de patrimônio, confira algumas dicas para obter os máximos benefícios do processo:

1. Entenda as normas e legislação

Existem leis e normas a serem respeitadas. Procure conhecer o CPC-27, que mostra quais os procedimentos devem ser seguidos no pronunciamento contábil do ativo imobilizado.

2. Defina os processos

Como o controle patrimonial será feito na prática vai depender muito da complexidade do patrimônio da empresa.

Pense bem nesses detalhes e atribua responsabilidades aos colaboradores certos, considerando o controle, a preservação e a utilização dos bens.

3. Documente

É importante elaborar um manual com normas e procedimentos a serem seguidos no controle patrimonial.

Assim, os processos não vão depender exclusivamente das pessoas encarregadas no momento.

4. Revise

Com o tempo, os bens se depreciam e sua vida útil vai chegando ao fim. Por isso, é essencial revisar periodicamente os valores atribuídos aos ativos.

5. Recupere os tributos

Caso o item anterior seja feito de maneira adequada, é possível pedir a recuperação de créditos tributários sob a depreciação de determinados ativos.

Conclusão

Dá muito trabalho e demora muito tempo para construir um patrimônio de respeito. Todo mundo sabe disso.

O que poucos se dão conta é que, infelizmente, é possível perder esse grande patrimônio com muito mais facilidade e em muito menos tempo.

Por isso é importante deixar a gestão de patrimônio nas mãos de profissionais especializados, que entendem de todos os meandros da área.

Para um indivíduo, seja ele um empregado ou empreendedor, conservar o patrimônio e fazê-lo crescer é a melhor maneira de garantir uma vida confortável quando a idade começar a pesar.

No caso de uma família, a gestão de patrimônio ajuda a perpetuar tudo de bom que foi conquistado para as gerações seguintes.

Se estamos falando de uma empresa, é um universo bem diferente, pois trata-se de uma organização composta para produzir certas mercadorias ou prestar determinado serviço.

Nesse caso, a gestão de patrimônio precisa estar alinhada com os objetivos estratégicos da empresa, pensando na sua sustentabilidade e crescimento.

Mas note que o patrimônio de uma empresa não existe apenas para se valorizar constantemente. Parte dele serve para possibilitar a produção.

Seja qual for a situação da pessoa, família ou empresa, a dica é procurar a assessoria mais qualificada possível para conduzir a gestão de patrimônio com inteligência responsabilidade.

Tem alguma sugestão ou dúvida sobre o assunto? Deixe um comentário abaixo ou entre em contato conosco.

FIA

Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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