Cidades inteligentes são espaços de convívio, habitação e trabalho sustentável, onde não há lugar para o desperdício.
Esse é um conceito que emerge no contexto da sustentabilidade e com a preocupação crescente em reduzir os danos ambientais causados pelas atividades humanas.
Também se relaciona com práticas trazidas pela Transformação Digital, em especial Internet das Coisas (IoT), Big Data e BYOD, entre outras.
Neste texto, vamos nos aprofundar nesse conceito e entender o que são cidades inteligentes, destacando exemplos de cidades inteligentes que deram certo.
Confira os tópicos abordados:
Avance na leitura para saber mais sobre o tema, conhecer modelos de cidades inteligentes e sua aplicação prática.
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Uma cidade inteligente é um modelo urbano que utiliza tecnologias avançadas para aprimorar a qualidade de vida e promover a eficiência em diversos setores.
Essas cidades empregam infraestruturas inteligentes, conectividade e análise de dados para melhorar a gestão de recursos, mobilidade, segurança e sustentabilidade.
A integração de sistemas de informação e comunicação permite a seus gestores tomarem decisões com base em informação, otimizando os serviços públicos.
O objetivo é criar um ambiente urbano mais eficiente, seguro, sustentável e inclusivo.
Outra forma de entender o que são cidades inteligentes e sustentáveis é conhecendo mais a fundo os benefícios que esse modelo de urbanização traz, como veremos a seguir.
O termo “cidade inteligente” já diz muita coisa sobre as vantagens desse tipo de urbanização. Mas há mais a saber.
Veja alguns dos seus principais benefícios:
Cidades inteligentes no Brasil e no mundo podem contribuir para reduzir diversos problemas ambientais, como desmatamento e poluição hídrica.
Existem diversos modelos de cidades inteligentes, cada uma com suas próprias soluções para questões urbanas.
No geral, elas apresentam alguns traços comuns em relação ao uso e à destinação dos recursos.
Em uma cidade inteligente, por exemplo, a segregação dos resíduos sólidos é uma prática recorrente.
Alguns espaços públicos dispõem de recursos que parecem inspirados em filmes de ficção científica.
Veja na sequênciao que caracteriza os modelos de cidades inteligentes e como cada uma dessas características contribui para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Conectividade avançada é uma característica essencial das cidades inteligentes, que são servidas por uma ampla rede que conecta dispositivos, sensores e sistemas urbanos.
Essa infraestrutura faz delas verdadeiras cidades tecnológicas, onde a troca de dados acontece em tempo real, impulsionando a tomada de decisões dos agentes públicos.
A conectividade melhora a qualidade de vida dos cidadãos, facilita o monitoramento de serviços públicos, otimiza o tráfego e a gestão de energia, contribuindo para a redução de emissões de carbono e os impactos ambientais.
A busca pelo uso eficiente de energia nas cidades inteligentes visa reduzir o consumo e a dependência de fontes não renováveis.
Por meio da adoção de tecnologias e práticas inovadoras, como iluminação LED, sistemas de climatização inteligentes e monitoramento do consumo energético em edifícios, é possível minimizar desperdícios e promover a sustentabilidade ambiental.
Dificilmente você verá um poste de luz aceso durante o dia em uma cidade inteligente.
Nesse tipo de urbanização, a eficiência energética é prioridade, pois seus habitantes e governo sabem o quanto custa para a natureza e o meio ambiente a geração de energia.
Uma infraestrutura sustentável na cidade inteligente engloba a concepção, planejamento e construção de edifícios, vias públicas e instalações urbanas com um enfoque ecológico.
Para isso, são utilizados materiais recicláveis, sistemas de drenagem para evitar inundações, integração de espaços verdes e design inteligente que promovam a eficiência energética.
Em algumas delas, prédios inteiros são projetados para se tornar viveiros de espécimes vegetais a céu aberto, como verdadeiras florestas verticais.
São cidades inteligentes e sustentáveis, em que o progresso urbano não está dissociado do respeito aos biomas e à vida.
O transporte inteligente visa melhorar a mobilidade urbana e reduzir a poluição.
A integração de tecnologias avançadas, como sistemas de transporte público conectados e informações em tempo real sobre o trânsito permite otimizar a circulação de veículos e oferecer alternativas mais sustentáveis.
Entre essas alternativas, destacam-se o compartilhamento de carros, bicicletas elétricas e transporte público de curto alcance sem uso de combustíveis fósseis.
Em algumas, existe uma ampla rede de patinetes e outros veículos de transporte individual movidos a eletricidade, reduzindo ainda mais a circulação de carros.
A tecnologia da informação integrada é um elemento-chave para o funcionamento de uma cidade inteligente.
Implica a criação de uma plataforma digital que centraliza e integra dados de diferentes sistemas e setores, proporcionando uma visão holística da cidade.
Com isso, é possível monitorar, analisar e gerenciar informações sobre tráfego, energia, serviços públicos, segurança e outras áreas, facilitando a tomada de decisões estratégicas e aprimorando a qualidade de vida dos cidadãos.
Cidades tecnológicas demandam uma governança compatível com o nível de automação em seus equipamentos urbanos.
A governança digital refere-se à aplicação de tecnologias de informação e comunicação na administração pública para melhorar a eficiência, transparência e participação dos cidadãos.
Por meio de plataformas digitais, aplicativos móveis e sistemas integrados, a governança digital simplifica processos burocráticos e agiliza serviços públicos.
Boa parte dos serviços públicos são prestados digitalmente, o que facilita o trabalho da governança em termos de controle e monitoramento de resultados.
A participação cidadã é fundamental em uma cidade inteligente, servindo como alicerce para o engajamento das pessoas nos processos de tomada de decisão.
Por meio de plataformas digitais, consultas públicas e espaços de diálogo, os cidadãos podem contribuir com ideias, sugestões e críticas para o planejamento urbano, políticas públicas e solução de problemas locais.
A participação cidadã fortalece a democracia e legitima as decisões, que se tornam mais alinhadas às necessidades da população.
Além disso, ajuda a promover um sentimento de pertencimento e responsabilidade em relação ao futuro da cidade.
Os sistemas de segurança inteligentes empregam tecnologias avançadas, como câmeras de vigilância com análise de vídeo, reconhecimento facial e sensores para monitorar e responder a situações de risco.
Essa abordagem torna a vigilância mais eficaz, possibilitando ações preventivas e a proteção dos cidadãos e patrimônio.
A combinação de dados em tempo real e algoritmos avançados contribui para a detecção precoce de ameaças e uma resposta mais rápida das forças de segurança.
Isso resulta em modelos de cidades inteligentes mais seguras e capazes de resistir até a desastres naturais.
O uso de dados e análise na tomada de decisão é uma das principais características das cidades inteligentes.
A coleta e análise de informações de diversas fontes, como sensores urbanos, redes sociais e sistemas de transporte, permitem entender melhor o funcionamento da cidade e identificar padrões, tendências e problemas.
Com base nessas análises, gestores públicos podem tomar decisões estratégicas, otimizando o uso de recursos, melhorando serviços públicos e respondendo com agilidade aos desafios urbanos.
Uma cidade inteligente busca fomentar a inovação e o empreendedorismo, criando um ambiente propício para o desenvolvimento de soluções tecnológicas e modelos de negócio disruptivos.
Isso pode incluir a criação de incubadoras de startups, parcerias entre universidades e empresas, incentivos fiscais para negócios inovadores e a promoção de eventos e competições voltadas para a inovação.
O objetivo é sempre o mesmo: promover a inovação e o empreendedorismo, impulsionando a economia local.
Isso também ajuda a atrair talentos e resolver problemas urbanos por meio de novas ideias e tecnologias criadas “em casa”.
O acesso a serviços públicos digitalizados refere-se à disponibilidade de serviços governamentais de forma online e digital nas cidades tecnológicas.
São usadas plataformas digitais, aplicativos e portais para permitir que os cidadãos acessem e utilizem serviços essenciais como emissão de documentos, pagamentos de impostos, agendamentos de consultas, entre outros.
Nada disso demanda a necessidade de deslocamento físico a órgãos públicos.
Esse avanço proporciona mais comodidade, eficiência e economia de tempo aos cidadãos, além de contribuir para a desburocratização do atendimento e aumentar a transparência.
A integração de sistemas de saúde e educação visa aprimorar a qualidade e eficiência desses setores essenciais.
Por meio de plataformas digitais e compartilhamento de informações entre órgãos governamentais, é possível oferecer um atendimento mais personalizado e integrado.
Os cidadãos passam a ter mais opções, melhorando a coordenação entre diferentes setores.
Com essa integração, profissionais de saúde e educadores podem ter acesso a informações sobre cada indivíduo, facilitando as ações preventivas e o acompanhamento do histórico clínico e acadêmico de cada cidadão.
Cidades inteligentes e sustentáveis cuidam o tempo todo do bem-estar das pessoas.
A qualidade do ar é um dos fatores fundamentais para garantir isso.
Utilizando sensores e tecnologias de coleta de dados, é possível acompanhar em tempo real a qualidade do ar, bem como os níveis de poluição, ruídos e outros indicadores ambientais.
Essas informações são fundamentais para embasar políticas públicas voltadas para a preservação do meio ambiente, ajudando a reduzir a poluição.
Além disso, o monitoramento ambiental permite uma resposta rápida a eventos de risco, como enchentes e desastres naturais, tornando a cidade mais resiliente a esses impactos.
O incentivo ao uso de energias renováveis é uma das principais estratégias para tornar uma cidade mais sustentável e reduzir sua pegada de carbono.
Cidades inteligentes buscam promover a adoção de fontes de energia limpas e renováveis, como energia solar, eólica, hidrelétrica e biomassa.
Para isso, podem ser oferecidos incentivos fiscais, linhas de financiamento, políticas de estímulo à geração distribuída e investimentos em infraestrutura para captação e distribuição de energias renováveis.
Com o uso dessas fontes, é possível reduzir a dependência de combustíveis fósseis, mitigar os impactos ambientais e avançar rumo a um futuro mais sustentável.
O desenvolvimento de áreas verdes é uma das estratégias para criar ambientes urbanos mais agradáveis, saudáveis e sustentáveis.
As cidades inteligentes priorizam a criação e manutenção de parques, praças e espaços abertos, promovendo o contato com a natureza, o lazer e a interação social.
Essas áreas verdes também desempenham um papel importante na mitigação dos efeitos do aquecimento, proporcionando sombra, reduzindo a poluição e melhorando a qualidade do ar.
Os espaços públicos inteligentes são ambientes urbanos que incorporam tecnologias avançadas para melhorar a experiência dos cidadãos.
Esses locais contam com infraestrutura conectada e interativa, que oferece informações relevantes, acesso à internet, entretenimento e serviços públicos.
Os espaços públicos inteligentes promovem a inclusão digital e a interação social, transformando-se em pontos de encontro e convivência, ao mesmo tempo que estimulam a inovação e a conectividade.
As “smart cities” estão se desenvolvendo em todo o mundo e servindo como modelo de gestão para as demandas urbanas, a convivência e o bem-estar.
Veja a seguir cinco exemplos de cidades inteligentes no Brasil e no mundo e inspire-se!
Cingapura é reconhecida como uma cidade inteligente líder global, com ênfase na tecnologia e governança.
A cidade alcançou o impressionante Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,939 em 2021 e destaca-se pela alta conectividade e digitalização de serviços públicos.
A cobertura de internet é de quase 100% da população (dados em inglês) e a cidade registra uma das maiores taxas de acesso à internet de banda larga do mundo, com cobertura operando a 99,5% do tempo.
Além disso, Cingapura é conhecida por seus avanços na mobilidade inteligente, com um sistema de transporte público altamente integrado.
Amsterdã é uma cidade inteligente referência em sustentabilidade e participação cidadã.
Com um IDH de 0,941 em 2021, Amsterdã investe fortemente em energia renovável, com 100% das linhas de bonde e metrô movidas a energia eólica (dados em inglês).
A cidade também conta com uma extensa rede de ciclovias e prioriza o transporte sustentável.
Cerca de 63% dos moradores utilizam a bicicleta (também em inglês) como meio de locomoção diariamente.
Além disso, Amsterdã é conhecida por suas práticas de governança digital, que estimulam a participação dos cidadãos nas decisões urbanas.
A capital da Coreia do Sul é reconhecida como uma das principais cidades inteligentes da Ásia, com um IDH de 0,925.
A cidade é reconhecida por sua abordagem inovadora na integração de tecnologia e serviços urbanos, com um sistema de transporte público altamente avançado e uma rede de ônibus e metrô que abrange toda a cidade, com Wi-Fi gratuito em todas as estações.
Seul também investe em infraestrutura verde, com mais de 30% do território coberto por áreas verdes (dados em inglês), contribuindo para a qualidade do ar e bem-estar dos cidadãos.
Na Espanha, Barcelona é uma verdadeira referência de cidade inteligente, grande parte por causa dos investimentos em urbanismo e inovação.
A capital da Catalunha se destaca pelo sistema de gerenciamento de resíduos inteligente, com contentores de lixo que funcionam com chave digital (reportagem em espanhol).
Além disso, a cidade implementou um sistema de transporte público sustentável (também em espanhol), a fim de reduzir as emissões de CO2.
Não é de hoje que a capital do Paraná é referência em sustentabilidade e mobilidade.
Foi na Cidade Modelo que se consolidou o sistema de transporte público conhecido como BRT (Bus Rapid Transit), que prioriza faixas exclusivas para ônibus, reduzindo congestionamentos e melhorando a mobilidade.
A cidade também investe em espaços públicos verdes, com 44 parques e bosques, promovendo qualidade de vida e bem-estar para seus cidadãos.
A Carta Brasileira para Cidades Inteligentes é uma iniciativa que visa promover o desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil.
Ela estabelece princípios e diretrizes para orientar os municípios na adoção de soluções tecnológicas e inovadoras, buscando melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e impulsionar o progresso sustentável das cidades.
Cidades que padeceram por décadas em função da falta de planejamento urbano estão encontrando no conceito de smart cities a solução para seus problemas.
No Rio de Janeiro, por exemplo, a prefeitura vem investindo na remodelação do Centro e zona portuária, regiões que por muitos anos estiveram abandonadas e sem investimentos públicos.
Neste texto, abordamos o que são cidades inteligentes e destacamos como elas representam um salto evolutivo para a humanidade.
Com essa abordagem, o ser humano é colocado em primeiro lugar, sem deixar de lado os aspectos ambientais e o uso eficaz dos recursos públicos.
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