A ascensão das fintechs é uma realidade que tem deixado muita gente bastante satisfeita.
Especialmente aqueles que vociferam contra as instituições bancárias tradicionais e suas filas, complicações e burocracias.
Vale mesmo para quem não é radical e entende a importância dos bancos para organizar a maneira como a sociedade lida com o dinheiro comemora.
Afinal, todo mundo já teve pelo menos uma má experiência com os serviços prestados por um banco.
Mas calma lá. O surgimento das fintechs não representa a extinção dos bancos, como a abertura deste texto dá a entender.
Na realidade, elas apenas trazem duas ideias muito simples que, combinadas, tornam-se extremamente disruptivas:
Como já explicamos neste artigo, transformação digital não significa apenas aplicar nos processos de uma empresa as mais novas soluções tecnológicas.
Muito mais do que isso, é promover uma cultura de agilidade, flexibilidade, eficiência e foco no cliente – não por coincidência, alguns dos pilares das fintechs.
Para entender o que são as fintechs e o que elas representam para nossa economia, veja os tópicos que separamos para este artigo:
Se o assunto interessa, siga a leitura!
Fintechs são empresas focadas em otimizar serviços da área financeira através da tecnologia.
O nome fintech vem das iniciais de duas palavras da língua inglesa: financial (financeiro) e technology (tecnologia).
Essa combinação possibilita um custo bem menor, na comparação com empresas tradicionais, e, consequentemente, condições melhores para os clientes.
Mais importante do que oferecer taxas e condições mais atrativas, porém, o objetivo das fintechs é proporcionar uma experiência superior.
Afinal, usam metodologias e conhecimentos comuns no mercado de startups, como o design thinking e o design de experiência.
Isso tudo com o objetivo de criar um serviço tão simples e intuitivo quanto ágil e eficiente.
As Ideias tomam forma em uma plataforma virtual: site e aplicativo para smartphone.
É uma receita que se transforma em excelente alternativa aos bancos tradicionais, que formam um oligopólio que controla mais de 80% do mercado brasileiro.
Além de impactarem positivamente quem já é cliente do sistema bancário e está em busca de opções melhores, as fintechs podem facilitar o acesso de quem está de fora, os desbancarizados.
Nos próximos tópicos, explicaremos melhor os benefícios, características, funções e categorias de fintechs para que você entenda melhor.
Como existem vários tipos de fintechs, suas funções variam.
Os objetivos também, embora possamos listar alguns que são mais comuns e estão presentes na maioria delas:
Tudo isso é possível porque, graças à tecnologia, são eliminados vários intermediários que antes existiam entre o cliente e o produto financeiro.
É isso que gera uma relação ganha-ganha: para a startup financeira, que tem menos custos operacionais, e para o cliente, que tem um caminho mais simples para investir.
Existem vários segmentos em que as fintechs atuam, entre os quais, os principais são:
Não há consenso se outros segmentos, como o de seguro viagem, também fazem parte do universo das fintechs, mas o importante é que você compreenda o conceito.
Em alguns segmentos, há nichos específicos.
Entre os meios de pagamento, por exemplo, existe o nicho dos desbancarizados, atendido pelos cartões pré-pagos.
São opções para quem não possui uma conta bancária, mas quer consumir produtos e serviços que só podem ser adquiridos com um cartão de débito ou crédito.
Como há vários tipos de fintechs e várias empresas prestando esses serviços (no Brasil, estima-se que sejam cerca de 400), não há um modelo de funcionamento padrão, que seja comum a todas elas.
Por outro lado, esse modelo deve possuir determinadas características para que a empresa possa ser chamada de fintech.
Segundo os critérios da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), as companhias dessa categoria se sustentam sobre três pilares:
Quanto ao modelo escalável, ele é possível graças aos algoritmos. Com eles, não é necessário ter pessoas avaliando individualmente cada caso.
Isso poderia nos levar a pensar que as fintechs são menos humanas. Porém, muitas vezes, a realidade é exatamente a contrária.
Primeiro porque são mais inclusivas: como o sistema é capaz de atender a todos, não há qualquer tipo de segregação.
Depois porque há foco no usuário: as plataformas são cuidadosamente desenvolvidas para fornecer de maneira simples o que o cliente precisa.
Alcançar a escalabilidade, porém, é um grande desafio, que começa com a dificuldade em atrair profissionais qualificados.
A primeira maneira de ganhar dinheiro com o mercado das fintechs é aproveitando como oportunidade o desafio que acabamos de expor.
Se encontrar e atrair profissionais qualificados é difícil para as empresas da área, isso significa que aqueles que possuem os conhecimentos que elas valorizam terão colocação fácil no mercado de trabalho.
Isso vale para profissionais de tecnologia da informação em geral, principalmente programadores, engenheiros de dados e cientistas de dados.
Gestores especializados em gestão de tecnologia e big data têm a garantia de um bom emprego e ótimo salário.
Outra maneira de ganhar dinheiro com as fintechs é investindo nelas.
Elas surgem como startups, ou seja, com estrutura enxuta, modelo escalável e expectativa de crescimento rápido.
Isso quer dizer que têm as mesmas possibilidades de investimento (anjo, seed e venture capital, por exemplo).
Claro que, para isso, é preciso ter um bom volume de capital e muita disposição para correr riscos, pois a empresa pode não atender às expectativas criadas.
Para quem é arrojado e tem espírito empreendedor, outra opção para ganhar dinheiro com o mercado das fintechs é criar uma.
Nesse caso, é importante ter um bom nível de conhecimento sobre finanças e tecnologia – só não precisa saber absolutamente tudo, porque para isso há os colaboradores.
Encontrar gente qualificada e conseguir a visibilidade necessária para fazer a plataforma explodir são desafios grandes.
Quando superados, porém, podem resultar em lucros impressionantes.
Por fim, também é possível ganhar dinheiro sendo cliente de uma fintech.
Afinal, várias delas criam plataformas de investimentos, em que é possível fazer o dinheiro render de forma simples e com ótimos retornos.
Com aproximadamente 400 empresas do tipo, o Brasil é o país com o maior número de fintechs na América Latina.
Em 2018, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou, junto com a ABFintechs, um catálogo mapeando todas as fintechs do país
Ou, então, veja abaixo uma lista com algumas das principais companhias brasileiras da categoria.
É importante destacar que fintechs não são, necessariamente, bancos. Mas podem ser.
Algumas empresas se concentram apenas no desenvolvimento de uma plataforma e estabelecem parcerias com instituições financeiras tradicionais para ofertar produtos.
Outras se estruturam como bancos mesmo, conseguindo maior liberdade para oferecer aos seus clientes condições mais favoráveis.
Entre um caso e outro, existem enormes diferenças burocráticas e de regulamentação, que vamos detalhar um pouco melhor no tópico seguinte.
Seja qual for a configuração da pessoa jurídica da fintech, porém, as diferenças mais importantes são conceituais.
A fintech não precisa da infraestrutura gigantesca de um banco, pois não há agências físicas e os algoritmos fazem a maior parte do trabalho, como já destacamos aqui.
Por conta disso, consegue ser mais ágil e flexível do que um banco tradicional, e é isso que atrai os clientes.
Essa diferença se manifesta no grau de satisfação dos usuários.
Segundo pesquisa da Google, que entrevistou consumidores de serviços financeiros, 71% dos clientes de fintechs afirmaram estar satisfeitos, contra 42% dos clientes de bancos tradicionais.
Na Era da Informação, dos smartphones e da economia colaborativa, a regulamentação sobre o serviço de startups digitais tem sido uma discussão comum em vários segmentos da economia, em diversos países.
O exemplo mais comum disso é o Uber, que surgiu sem precisar obedecer às rigorosas regras às quais se submetem os taxistas.
Afinal, as leis e normas que visam ordenar a oferta de produtos e serviços na sociedade se estabeleceram muito antes da popularização da internet e dos dispositivos móveis.
E no caso das fintechs, elas se submetem às mesmas regulamentações que precisam obedecer as instituições financeiras tradicionais?
A principal iniciativa do governo federal brasileiro nesse sentido é a Resolução Nº 4.656/2018 do Banco Central do Brasil, que regulamenta as operações de empréstimo em plataformas eletrônicas.
Entre as regras estabelecidas, está a necessidade de criar um departamento interno de controle de riscos e compliance, além de manutenção de capital social mínimo de pelo menos R$ 1 milhão.
Já o Decreto Presidencial Nº 9.544/2018 permitiu a aquisição e manutenção da totalidade do capital social das fintechs de crédito por entres estrangeiros.
Essa medida pode ser interpretada como um sinal da disposição das autoridades em fomentar esse segmento da economia.
Vale a pena, porém, ficar de olho em possíveis novas regulamentações, direcionadas a outros segmentos de fintechs, além daquelas que ofertam crédito em plataformas virtuais.
Se o universo das fintechs ainda é uma novidade para você, vale a pena conhecer a história de algumas das mais bem-sucedidas empresas dessa área em atuação no Brasil.
Fundado em 2014 pelo americano Benjamin Gleason e pelo brasileiro Thiago Alvarez, o Guiabolso surgiu a partir da constatação de dois fatos:
A partir daí, criaram um aplicativo gratuito que ajuda as pessoas a organizar suas finanças e tomar decisões financeiras melhores.
Desde então, o app tem ajudado os usuários a poupar centenas de milhões de reais.
Recentemente, a empresa foi selecionada para um programa de aceleração da Google.
O Nubank surgiu a partir da insatisfação de seu fundador com o mau serviço dos bancos nos quais foi cliente no Brasil.
O primeiro produto da fintech foi um cartão de crédito sem taxas.
Desde 2013, 8 milhões de usuários já pediram seu cartão.
Hoje, a empresa também possui a NuConta, um serviço de conta corrente ágil, virtual e desburocratizado
O bom serviço da empresa possibilitou um crescimento viral.
Em vez de grandes investimentos em marketing, a empresa apostou em uma comunicação criativa nas redes sociais.
Isso a fez ganhar, em 2016, o prêmio Marketers That Matter, do Sage Group, no Vale do Silício.
A Warren começou como uma plataforma que apenas fazia a mediação entre os fundos de investimento e o usuário.
O tempo passou e a fintech comprou uma corretora própria, resultando em uma maior oferta de produtos e serviços para seus clientes.
Outras instituições financeiras não cobram nada na assessoria ou abertura de conta, mas ganham no spread ou em taxas sobre a performance dos investimentos – um modelo com pouca transparência.
Já a Warren cobra 0,5% ao ano para quem deseja entrar, mas não há incidência de taxa alguma sobre os investimentos.
Assim, a plataforma sugere sempre o que é melhor apenas para o cliente, já que não recebe nada a mais. Sem conflito de interesse, portanto.
Um dos principais desafios das fintechs é conquistar a confiança do público que ainda não se sente seguro para investir seu dinheiro em uma empresa que não seja um banco tradicional.
Essa desconfiança é maior na população a partir de uma certa idade – no Nubank, por exemplo 72% dos usuários têm menos de 36 anos.
Embora a regulamentação sobre as atividades específicas das fintechs ainda esteja em andamento, toda empresa que toma o dinheiro de seus clientes para operações financeiras precisa ser regulada por:
De qualquer maneira, antes de contar com os serviços de uma empresa da área, é sempre conveniente fazer uma pesquisa e procurar depoimentos de clientes.
É difícil imaginar um futuro em que o mercado das fintechs não tome uma proporção cada vez maior.
Com o tempo, as soluções virtuais vão se tornando mais conhecidas, confiáveis e bem aceitas.
A regulamentação também deve evoluir para tornar tudo mais seguro e transparente.
Devido à sua estrutura enxuta e escalabilidade, as fintechs serão sempre mais eficientes do que as instituições financeiras tradicionais, com grande número de funcionários e agências físicas espalhadas Brasil afora.
É importante que a competitividade seja mantida, ou seja, que exista um grande número de prestadores de serviço em pé de igualdade.
Quando há concorrência leal, a tendência é a melhora nos serviços e nas condições para os clientes.
Resta saber como os bancos que hoje dominam o mercado vão reagir à ascensão das fintechs.
Eles conseguirão se reinventar, promovendo a transformação digital com uma verdadeira mudança de cultura, focando na agilidade, transparência e satisfação do cliente?
Fintechs são empresas que oferecem produtos e serviços da área financeira em plataformas virtuais.
Com a base tecnológica, elas têm uma atuação muito mais ágil, flexível e eficiente na comparação com as instituições financeiras tradicionais.
Além disso, são fundadas com o propósito de proporcionar a melhor experiência possível para seus usuários.
É por isso que o nível de satisfação entre os clientes das fintechs costumam ser bem maiores do que aquele observado nos clientes dos bancos normais.
No Brasil, país onde a educação financeira é precária entre boa parte das pessoas físicas e empresários, as fintechs encontram um ótimo mercado para explorar – sempre com o cuidado de não ser negligente com os sonhos e metas de quem procura seus serviços.
Com custos operacionais baixos, essas empresas conseguem ofertar não apenas um serviço desburocratizado, mas também taxas reduzidas.
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