O empreendedorismo corporativo é a iniciativa de começar um novo negócio dentro de uma empresa já existente, mesmo que o empreendedor corporativo seja um empregado.
À primeira vista, pode parecer um problema, pois a empresa estaria abrindo um precedente perigoso ao formar concorrentes dentro de suas dependências.
Na verdade, esse é um pensamento equivocado, já que o efeito pode ser exatamente o contrário.
Ou seja, em vez de um concorrente, fomentar o empreendedorismo interno pode ser uma maneira de criar novos parceiros de negócios e soluções.
Esse é o tema deste artigo que você está começando a ler.
Vamos mostrar a partir de agora o que é empreendedorismo corporativo, suas características, vantagens e desafios.
Veja os tópicos abordados:
Avance na leitura e descubra tudo sobre o empreendedorismo corporativo!
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Também conhecido como intraempreendedorismo, o empreendedorismo corporativo nada mais é do que uma ideia de negócio que nasce e se consolida a partir de uma atividade produtiva dentro de uma organização já estabelecida.
Um operário no chão de fábrica ou um de seus gestores pode, por exemplo, conceber uma solução para fazer a linha de montagem acelerar o ritmo sem prejuízo da qualidade.
Ou um profissional de logística poderia idealizar uma maneira de reduzir os custos com combustíveis por meio de uma nova solução em roteirização.
O intraempreendedorismo é mais frequente do que se imagina, tanto que grandes empresas como o Google promovem eventos só para conhecer novas ideias.
Outras, como o Facebook, fazem os chamados hackathons, ou seja, maratonas tecnológicas em que os participantes competem para ver quem apresenta a ideia mais inovadora.
O empreendedorismo corporativo e as empresas que o estimulam apresentam um certo conjunto de características.
Apenas ter uma ideia, por melhor que seja, não faz de ninguém um empreendedor.
Além disso, a pessoa que empreende corporativamente deve ser também capaz de tirar do papel aquilo que julga ser uma boa solução.
Sem contar que, na maioria dos casos, a solução imaginada não vai nascer pronta.
É preciso testar, estudar, analisar, coletar dados, errar e testar de novo até que ela seja validada.
Confira nos próximos tópicos as características que compõem a iniciativa intraempreendedora e como elas conduzem à inovação nas empresas.
O empreendedorismo corporativo nasce onde a busca pela inovação normalmente é contínua.
Não por acaso, as empresas de tecnologia são as que mais estimulam esse tipo de iniciativa, já que inovar é uma condição para que continuem existindo.
Faz todo sentido, se considerarmos que empreender dentro de uma empresa implica algum tipo de busca por algo novo.
O empreendedor, em muitos casos, sente que poderia fazer algo melhor ou que o produto que ajuda a desenvolver deveria ter alguma função a mais.
Essa veia inovadora, naturalmente, perpassa todos os projetos que nascem dessa forma, tornando-se assim uma característica indelével do intraempreendedorismo.
Todo novo negócio, sem exceção, lida com riscos desde o instante em que é concebido.
No empreendedorismo corporativo não é diferente, sempre existe sempre uma margem de risco a ser colocada na balança.
A diferença é que, ao nascer dentro de uma empresa em atividade, os riscos no intraempreendedorismo podem ser mitigados com menos dificuldade.
Dispondo de meios aos quais não teria acesso se não trabalhasse para uma empresa consolidada, o empreendedor pode, por exemplo, criar protótipos e MVPs.
Pode ainda aproveitar, se for o caso, a rede de operações logísticas da companhia em que trabalha para movimentar recursos, insumos, pessoas e matérias-primas.
Como vimos, as empresas de tecnologia estão atentas a esses fatores, estimulando o empreendedorismo interno por meio de hackathons.
Essa é também uma maneira de reduzir e controlar os riscos inerentes ao intraempreendedorismo, canalizando os recursos da empresa dentro dessas competições.
É preciso contar com líderes de mente aberta e uma cultura empresarial voltada não só para os lucros, como para o desenvolvimento das pessoas para existir o intraempreendedorismo.
A empresa onde ele nasce precisa ser receptiva às iniciativas de seus colaboradores, encorajando-os a apresentar e desenvolver suas próprias ideias.
É o que fazem as grandes marcas, com ênfase no segmento tecnológico, em que existem até programas para estimular a iniciativa empreendedora.
A flexibilidade organizacional tem a ver também com a abertura de uma empresa para explorar novos mercados.
Significa que ela não se “amarra” ao que vende, podendo até migrar para nichos totalmente diferentes, se entender que vale a pena.
A partir da flexibilidade organizacional nasce uma outra característica das empresas em que o intraempreendedorismo acontece, que é o empoderamento das pessoas.
Os funcionários trabalham em ambientes nos quais se sentem à vontade não só para se expressar, mas para desenvolver seus próprios projetos.
Via de regra, as empresas em que prevalece esse espírito de empoderamento individual são as mais inovadoras em seus segmentos.
Isso porque muitas ideias dos colaboradores acabam sendo tomadas em proveito do próprio negócio.
É verdade que, em outros casos, a nova solução acaba “escapando”, dando origem a um novo negócio ou até a um concorrente.
Mesmo assim, as empresas que incentivam o empreendedorismo corporativo continuam apostando nessa iniciativa, pois sabem que é melhor do que manter um ambiente opressor.
O empreendedor corporativo tem uma espécie de vocação para criar soluções que atendam aos anseios dos outros e não os seus.
Claro que, em um dado momento, ele vai acabar usufruindo de algum tipo de retorno, mas esse não é o foco inicial.
Assim, uma das características sempre presentes em uma iniciativa desse tipo é o foco nas dores e necessidades do cliente, que pode ser até a empresa em que se trabalha.
Imagine, por exemplo, uma agência de marketing digital que não explora o vídeo.
Um colaborador que tenha experiência nessa área ou ideias para oferecer esse serviço poderia dar o “pontapé inicial”, montando um projeto para inserir a agência nesse mercado.
O empreendedorismo corporativo não é necessariamente algo ligado à inovação ou ideias disruptivas.
Ele tem mais a ver com a criação de novos negócios, que podem ser em áreas já conhecidas.
Basta que a pessoa tenha uma ideia impulsionada pelo que ela faz dentro de uma empresa para que seja considerada como intraempreendedora.
Cabe destacar novamente: essa é uma forma de empreender que nasce a partir de uma visão condicionada pelo que se faz dentro de uma empresa.
Afinal, o colaborador da agência de marketing jamais teria a ideia de explorar o nicho de vídeos de não fizesse parte dela, certo?
Os riscos fazem parte da jornada empreendedora, assim como os erros certamente vão acontecer.
Ou, por um outro ângulo, os erros podem gerar os insights que levam um colaborador a começar a desenvolver uma ideia de negócio dentro de outro.
Ele pode perceber que um processo não é tão eficaz assim de acordo com suas experiências e visão.
Vendo os erros cometidos pela empresa, ele aprende como não fazer e, assim, começa a se mexer para fazer melhor ou corrigir essas falhas.
Como vimos, o intraempreendedorismo é típico das empresas que atuam no segmento de tecnologia, tanto na área de softwares quanto de hardwares.
Não é de se admirar que as melhores iniciativas nesse sentido ganhem muito mais fôlego, até porque, para se criar um novo negócio ou uma solução, é preciso algum tipo de investimento tecnológico.
São tempos de Transformação Digital, IoT e Big Data, em que as empresas dependem fortemente de recursos digitais e dados para sobreviver e prosperar.
O empreendedorismo corporativo se insere nesse contexto, logo, ele depende tanto da tecnologia quanto as empresas onde ele nasce.
Por mais que uma empresa aposte nas ideias de seus colaboradores, isso não quer dizer que todas elas serão aproveitadas ou mesmo que sejam viáveis.
Na verdade, boa parte delas acaba se perdendo no meio do caminho, não tanto por falta de estímulo, mas por faltar capacidade de adaptação e resiliência de seus criadores.
Nunca é um processo fácil levar ao mercado uma solução que ainda não existe ou abrir, dentro de uma empresa, uma área de negócios inexplorada.
É como se fosse explorar uma mina que, embora cheia de riquezas, exige um enorme esforço em escavações até que se encontre o metal ou insumo desejado.
Se todos pensassem da mesma forma, jamais existiria o empreendedorismo, tanto dentro quanto fora das empresas.
Todo empreendedor tem um certo incômodo que o leva a criar um negócio ou explorar uma oportunidade.
Um bom exemplo disso foi o empresário Ray Kroc, que tornou o McDonald ‘s conhecido mundialmente em sua rede de franquias.
Ele pensou em expandir a marca de uma maneira que ninguém tinha feito antes, e seu modelo de negócio se tornou um sucesso tão grande que acabou sendo replicado por marcas do mundo todo.
Ninguém perderia tempo com uma ideia nova se não tivesse um mínimo de segurança a respeito do seu futuro.
Essa é outra característica típica da iniciativa intraempreendedora, o olhar para o futuro e para novas tendências a partir de uma solução ainda não testada.
O empreendedor concebe sua ideia, elabora o projeto, atrai recursos e faz testes sempre considerando a possibilidade de que ela seja utilizada no longo prazo.
Steve Jobs é um exemplo de sucesso nesse aspecto, já que começou a idealizar o Mcintosh pensando não apenas em uma solução pontual, mas em um produto em constante atualização.
Por falar em Steve Jobs e em Ray Kroc, se você conhece pelo menos um pouco da biografia desses grandes nomes do empreendedorismo, deve notar algumas semelhanças.
A exemplo de outros ícones do mundo dos negócios, eles se destacaram pela resiliência muito acima da média.
Eles tiveram que seguir em frente nos piores momentos, quando todas as probabilidades iam contra suas ideias e as pessoas menos apoiavam.
São também pessoas que não se contentam com pouco.
Guiados por uma forte ambição pessoal, esses líderes não “sossegam” enquanto não veem suas ideias saírem do papel.
Esse é um atributo muito importante, até porque existem áreas de negócio fortemente reguladas e sujeitas a severas fiscalizações, que podem exigir muita perseverança.
Os exemplos de empreendedorismo corporativo que vimos mostram que essa é uma verdadeira porta para o crescimento.
As pessoas que desenvolvem novas ideias crescem, ao verem suas soluções ganhando vida e gerando retorno.
Para as empresas, pode ser uma oportunidade de inovar, sem os gastos com novas contratações ou projetos demasiadamente longos e ousados.
No longo prazo, a empresa pode se tornar uma marca empregadora, atraindo talentos pela fama adquirida, ao tornar-se uma incentivadora do intraempreendedorismo.
O caminho que leva a uma nova solução é sempre cheio de obstáculos.
Portanto, quem pretende empreender dentro de uma empresa, ainda que conte com incentivos, pode esperar por uma série de desafios, entre os quais se destacam:
Já vimos bons exemplos de empreendedorismo corporativo em empresas como Google, Apple e Facebook.
Além destas, também se destacam positivamente nesse quesito as seguintes marcas:
Tudo que você aprendeu até aqui sobre empreendedorismo corporativo é baseado principalmente nas experiências observadas em grandes empresas.
Pode ser que, no futuro, a maneira de empreender mude por completo, e o conceito mude radicalmente em relação ao que conhecemos hoje.
Para acompanhar o ritmo cada vez mais acelerado do universo corporativo, você precisa contar com fontes de informação confiáveis.
Uma delas é o blog da FIA, onde publicamos toda semana artigos sempre atualizados sobre os temas que cercam o mundo dos negócios e do empreendedorismo.
Fique ligado!
Referências:
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/empreendedorismo-corporativo-para-maximizar-resultados,c2cd626e99a62810VgnVCM100000d701210aRCRD
https://www.scielo.br/j/rausp/a/tyQmpvsB9zQTMGpfJfGCDxH/
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/descubra-qual-e-o-seu-tipo-empreendedor,76f6ca8023ec8610VgnVCM1000004c00210aRCRD
https://crasp.gov.br/centro/conteudo/old/uploads/29_11_2007_Empreendedorismo_Corporativo.pdf
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