O mercado de captação de recursos vai muito bem no Brasil.
Prova disso é o aumento no volume de investimentos anjo em 2022, estimado na casa dos 10% em relação ao ano anterior, segundo o site Anjos do Brasil.
Essa é apenas uma entre tantas formas de captar recursos financeiros para seus projetos.
Como vamos conferir neste texto, existem pelo menos mais oito modelos para recorrer quando um negócio precisa de um “gás”.
Então, se você está empreendendo, pretende empreender ou quer trabalhar de alguma forma no segmento de captação de recursos, essa leitura é altamente recomendada.
Siga em frente e descubra as maneiras mais eficazes de levantar fundos para investir em um negócio.
Veja os tópicos abordados:
- O que é captação de recursos?
- Importância da captação de recursos
- Como funciona a captação de recursos financeiros?
- Quais são as formas de captação de recursos financeiros?
- Quais são as finalidades da captação de recursos?
- Como a FIA pode ajudar a sua empresa a captar recursos para projetos?
Acompanhe até o final para aprender como fazer captação de recursos e levantar diferentes tipos de recursos financeiros.
Leia também:
- Corporate Venturing: como funciona, vantagens e como investir
- Consultoria: o que é, diferentes tipos e como contratar
- Indicadores Financeiros: O que são, os principais e como analisar
O que é captação de recursos?
A captação de recursos é a etapa da criação ou expansão de um negócio na qual seus idealizadores atraem o capital indispensável.
Uma etapa fundamental, afinal, nenhuma empresa começa sem um mínimo de investimento.
Sem captar recursos, ela não tem como formar o capital de giro, que é o volume de dinheiro necessário para fazer o negócio funcionar.
Inclusive, uma empresa descapitalizada pode ficar desprovida do mínimo necessário para manter suas atividades.
Para funcionar, a captação de recursos precisa ser como um jogo no qual os dois lados ganham.
Se o empresário vai a um banco pedir empréstimo, por exemplo, é certo que haverá cobrança de juros em cima disso.
Ou, se o plano é pedir dinheiro para um investidor, será necessário dar uma série de contrapartidas, incluindo talvez uma fatia da empresa, como veremos mais à frente.
Importância da captação de recursos
Uma das recomendações que os consultores de negócios fazem antes de abrir uma empresa é formar capital de giro para se sustentar por pelo menos um ano.
Até gerar lucro, ela terá que superar diversos obstáculos, entre eles a tributação, a falta de clientes, acidentes e imprevistos.
Ou seja, no começo, praticamente toda empresa trabalha apenas para continuar a operar.
Assim, captar diferentes tipos de recursos financeiros é o que vai garantir a sobrevivência do negócio na sua fase mais difícil.
Também vai assegurar o pagamento dos salários dos colaboradores, sócios e do dono da empresa, que também precisa ser remunerado.
Como se pode perceber, não é pouco dinheiro envolvido.
É por isso que, em geral, a etapa da captação de recursos é a mais demorada no processo de formação de uma empresa.
Como funciona a captação de recursos financeiros?
Para usar um termo simples para definir o que é a captação de recursos, diríamos que se trata basicamente de pedir crédito.
A empresa ou o projeto que vai ao mercado para levantar fundos está dizendo aos investidores: “Coloquem dinheiro no meu negócio e obtenham retorno”.
A partir disso, começa uma série de rodadas de negociação, nas quais devem ser aparadas arestas, definidos os valores dos aportes e o retorno esperado.
Portanto, aprender como fazer captação de recursos não é como uma doação, embora isso também possa ser feito.
Em condições normais, esse é um investimento em que a empresa recebe os recursos de que precisa, se comprometendo a gerar retorno para quem injetou o capital.
Na verdade, até quando não há dinheiro envolvido, existe a expectativa de algum retorno.
É o que acontece com as marcas que investem em ONGs e OSCs, entidades sem fins lucrativos, em geral de caráter assistencialista ou conservacionista.
Quem investe nesse segmento não busca o retorno financeiro direto, mas ter sua marca associada a causas nobres.
Isso gera um impacto positivo na imagem junto ao público, aumentando a credibilidade e a reputação, refletindo em mais vendas e maior brand equity.
Quais são as formas de captação de recursos financeiros?
O processo de captação de recursos financeiros deve ser altamente estratégico.
Primeiro, os sócios da empresa precisam mensurar com muito critério quanto vão pedir no mercado, a fim de definir uma contrapartida dentro de suas possibilidades.
Essa é uma das razões que justificam a criação de um plano de negócios tão detalhado quanto possível, por meio de um Business Model Canvas.
É com essa espécie de mapa da empresa que se pode definir até como captar recursos financeiros para seus projetos.
Para certos perfis de negócio, o crédito bancário convencional pode resolver a questão, enquanto, para outros, o investimento anjo é mais indicado, como no caso das startups.
Cada caso é um caso e demanda soluções específicas e modalidades de captação diferentes, como vamos ver a partir de agora, conhecendo os diferentes tipos de recursos financeiros ao seu alcance.
Investimento próprio
Captar recursos é uma tarefa árdua e que exige uma grande capacidade de planejamento, organização e argumentação.
Afinal, ninguém está disposto a assumir riscos em nome de uma iniciativa que não é sua ou que não veja possibilidade de um retorno.
Então, para encurtar o caminho e evitar longas e desgastantes rodadas de negociação, há quem prefira investir do próprio bolso.
Essa é a maneira mais simples e direta de captar recursos, basta ter o capital e arcar com as despesas necessárias.
Se o negócio prosperar, o investimento gerará retorno e o empresário/investidor terá sua visão recompensada.
Se falhar, o prejuízo fica somente para o próprio empreendedor, que não terá que responder a mais ninguém pelo desfalque.
Investimento anjo
O investimento anjo talvez seja um dos mais complexos de obter, em razão das muitas rodadas de negociação e exigências feitas.
Além disso, investidores anjo não se limitam a injetar dinheiro.
Muitos deles aplicam o chamado smart money, que é o investimento na forma de orientação e conhecimentos para ajudar o negócio a decolar.
Ou seja, o investidor participa ativamente da gestão no dia a dia.
No geral, o investimento anjo segue a chamada trilha de investimento de risco, na qual se associam a uma empresa em sua fase inicial.
Ao investir no negócio, ele passa a ter uma participação em seus lucros ou a ser dono de uma parte dele, que pode ser negociada com outros investidores.
Crowdfunding
Enquanto no investimento anjo a empresa depende de um mecenas, no crowdfunding, o capital é levantado com o público.
A empresa adere a uma plataforma de crowdfunding, pela qual expõe sua necessidade de recursos e recebe contribuições.
Boa parte das empresas prefere recorrer a essa estratégia pela sua maior simplicidade e menos riscos para as partes envolvidas.
O crowdfunding também pode envolver mecanismos mais complexos, dependendo da escolha por uma das quatro formas de captação de recursos financeiros:
- Doação: não há contrapartida material para os investidores
- Recompensa: é o formato mais recorrente, em que o empreendedor se propõe a recompensar aqueles que financiarem seu projeto com itens de valor proporcional ao investido
- Empréstimos (Peer-to-Peer): modalidade de crowdfunding em que o investidor recebe o que investiu acrescido de juros, assumindo o risco de não receber nada se o negócio fracassar
- Capital: tipo de financiamento em que o investidor passa a ser acionista da empresa.
Entrada de sócios
Como vimos, as estratégias de captação de recursos implicam quase sempre em ceder parte dos direitos da empresa às pessoas que investem nela.
Por isso, há quem prefira ir ao mercado diretamente em busca de sócios que estejam interessados em investir para, no futuro, receberem parte dos lucros da empresa.
Seria o caso de um MEI que, ao ver seu empreendimento individual crescer, vai ao mercado em busca de sócios para compor um novo negócio.
Veja abaixo os tipos de sociedade que podem ser formadas no Brasil:
- Sociedade Limitada (LTDA)
- Sociedade Anônima (S/A)
- Sociedade em Nome Coletivo
- Sociedade em Comandita Simples
- Sociedade Simples.
Ajuda governamental
O governo disponibiliza linhas de crédito para empresas por meio de seus órgãos de fomento econômico.
Uma das mais requisitadas é a do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES.
O chamado Crédito Pequenas Empresas pode ser solicitado por micro e pequenas empresas e empresários individuais e também por médias empresas com faturamento de até R$ 90 milhões.
Outra linha de crédito governamental para empresas é o Pronampe, oferecido pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil.
Isso sem contar as diversas instituições públicas de fomento dos estados, como é o caso da Fomento Paraná, a AgeRio e a Desenvolve SP.
Empréstimo bancário
Dependendo da margem que um ou mais sócios tenham, ela pode ser convertida em crédito direto junto aos bancos.
Se essa for a opção, o representante da empresa vai a uma instituição bancária pedir crédito e, a partir disso, é feito um processo de análise.
Essa é uma estratégia recomendada para as empresas que precisam de capital, mas não querem mexer no quadro societário.
Por outro lado, é preciso ser cuidadoso para não contrair um empréstimo com taxas de juros muito elevadas.
Isso faz dos bancos estatais mais indicados, embora os bancos privados também disponibilizem suas próprias linhas de crédito empresarial.
Investidores
O bom e velho mecenato nunca deixou de existir.
Se uma ideia de negócio parece muito promissora ou uma empresa já aberta começa a dar sinais de que vai decolar, é bem possível que investidores independentes sejam atraídos.
A vantagem aqui é o processo de negociação muito mais simples e direto, se comparado ao que acontece nos investimentos anjo.
O investidor se aproxima dos donos da empresa, oferece ajuda e diz o que espera receber em troca – ou vice-versa.
Essa relação normalmente é regida por um contrato, embora haja situações em que pode prevalecer apenas um acordo verbal.
Venture capital
Uma das formas de captação de recursos financeiros conhecida há algum tempo é o chamado capital de risco, ou venture capital.
Funciona mais ou menos como nas demais modalidades em que, em troca do aporte, o investidor recebe parte dos direitos acionários ou dos lucros da empresa.
Geralmente esse tipo de investimento é feito nas empresas com alto potencial de retorno, o que pode gerar um risco proporcional.
Existe até um tipo de instituição especializada nesse tipo de investimento, as Sociedades de Capital de Risco (SCR).
O mais comum é que elas apliquem recursos nos negócios em estágio inicial, que estejam mudando de gestão ou em processo de expansão.
IPO
Quando uma empresa se torna grande demais a ponto de não encontrar no mercado soluções para investir no negócio, ela faz a abertura de capital.
Também conhecida como Initial Public Offering, ou IPO, consiste em um processo complexo, no qual a empresa passa a ter ações negociadas na bolsa de valores.
Abrir o capital representa um grande passo e um sinal inequívoco de que o negócio é um sucesso.
Ainda que o IPO por si só não garanta que esse sucesso vá continuar, é certamente um caminho para receber investimentos cada vez maiores.
Isso porque, quando uma ação valoriza, a empresa passa a atrair mais acionistas, que compram parte dos direitos societários na expectativa de ver a empresa se valorizar ainda mais.
Quais são as finalidades da captação de recursos?
A necessidade de financiamento em um negócio pode ser justificada de várias formas.
Claro que, na maior parte dos casos, a captação de recursos é um investimento com proposta desenvolvimentista, ou seja, para que a empresa possa se manter e prosperar.
Porém, essa não é a única. Existem outras razões que podem levar uma empresa ao mercado em busca de recursos.
Conheça três delas e de que maneira as diferentes estratégias para captar recursos financeiros para seus projetos podem se inserir em cada uma.
Criação do capital de giro
Como vimos, a formação do capital de giro é indispensável, principalmente no período em que o negócio começa e ainda não tem uma clientela formada.
Por outro lado, isso não quer dizer que empresas embrionárias ou novas no mercado não possam receber investimentos já pensando em lucro.
Nesse caso, as rodadas de negociação vão servir para estimar o tempo necessário para obter o retorno sobre o investimento, considerando o potencial que a empresa tem.
Dependendo desse tempo, a demanda por recursos pode ser maior ou menor e a empresa poderá ter que recorrer a mais aportes até conseguir o financiamento pretendido.
Ou seja, ela pode ir ao mercado em busca de recursos solicitando crédito, buscando investidores e empréstimos do governo, tudo ao mesmo tempo.
Auxílio em casos de crise
Grandes empresas e marcas consolidadas também estão sujeitas a crises.
Elas podem ser causadas por falhas na governança corporativa, corrupção ou pela conjuntura econômica desfavorável, entre outros fatores.
Há empresas que pedem recuperação judicial, caso em que evitam a falência, mas entregam sua gestão a uma comissão de credores.
Nesse caso, é feito um estudo para avaliar os meios que podem ser usados para manter a empresa ativa enquanto ela vai saldando os seus débitos.
Aprender como fazer captação de recursos também pode ser a solução para salvar grandes empresas que, por serem únicas ou terem poucos concorrentes, não podem quebrar.
Um exemplo disso é o que se faz com as companhias aéreas de certos países, como foi o caso da alemã Lufthansa e da portuguesa TAP.
Investimento em projetos
Nem só de investimentos de longo prazo vive o mercado.
Há também os projetos que, em razão da sua efemeridade, demandam investimentos para que os prazos sejam cumpridos.
Um exemplo disso são os projetos artísticos, com destaque para as instalações de arte e os audiovisuais.
Nesses e em outros casos, o retorno até pode ser financeiro, como acontece nas produções para o cinema com projeção de bilheteria.
No entanto, normalmente os investidores que aplicam recursos em projetos assim visam mais o ganho em imagem e o que isso representa em termos de branding.
Isso sem falar nos projetos dentro das empresas, esses mais atrelados a objetivos econômicos e de mercado.
Seria o caso de uma startup que, tendo em vista o desenvolvimento de uma tecnologia híbrida, vai ao mercado buscar recursos para financiar o projeto.
Outro exemplo disso é o que acontece nas pesquisas científicas, sempre dependentes de financiamentos externos.
Como a FIA pode ajudar a sua empresa a captar recursos para projetos?
A FIA Business School se propõe a ser muito mais do que uma escola de Administração de excelência.
Queremos ajudar o Brasil a se desenvolver, prestando serviços educacionais e dando suporte para que o nosso ecossistema empresarial floresça.
Para isso, colocamos à disposição das empresas nossa Consultoria em Gestão Pública e Privada, com toda sua expertise em encontrar soluções para desafios complexos.
Apoiamos as empresas em todas as fases da sua existência, apontando caminhos e indicando soluções para captar recursos, além de apoiar na gestão de riscos.
Conclusão
Uma estratégia bem definida de captação de recursos é fundamental porque é a partir dela que o negócio formará uma base sólida para crescer.
É um caminho cheio de desafios a serem superados, no qual o empreendedor ou os sócios da empresa devem estar preparados para receber muitas respostas negativas.
Porém, com um bom plano de negócios e muita organização, as chances de obter sucesso aumentam consideravelmente.
Continue lendo os artigos publicados aqui no blog da FIA e esteja sempre por dentro de assuntos que fazem a diferença na carreira e negócios.