Você, certamente, já leu reportagens ou produções acadêmicas nas quais o IBGE foi citado como fonte oficial.
E é assim porque estamos falando sobre um importante órgão de governo, que contribui com o nosso desenvolvimento enquanto país a partir das informações divulgadas.
Quase sempre, os textos que chegam ao público buscam trazer algum dado estatístico para corroborar com a ideia a ser desenvolvida.
As informações relacionadas aos âmbitos social e demográfico, aos setores da economia (indústria, comércio, serviços e construção civil), além dos índices de preços, costumam ser os temas produzidos.
Mas você já parou para pensar no porquê disso? Ou melhor, sabe o que é, como surgiu e quais são as funções do IBGE?
Seja como for, todas as suas dúvidas vão ser respondidas ao longo do artigo que preparamos.
Se desejar, navegue pelos tópicos abaixo:
Se o assunto é do seu interesse, acompanhe até o final.
Boa leitura!
A sigla IBGE quer dizer Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, entidade considerada como a principal fornecedora de dados oficiais do nosso país.
É por isso que as mais variadas mídias e algumas produções científicas utilizam o órgão como fonte de seus artigos, trazendo informações confiáveis e atualizadas a respeito das esferas municipal, estadual e federal.
O instituto traz esse panorama completo do Brasil por realizar atividades específicas como:
Responsável por diversas funções importantes para o Brasil e para a sociedade civil, como um todo, o IBGE nem sempre existiu – ao menos com esse nome, embora houvesse órgãos com funções semelhantes durante nossa curta história enquanto nação.
No Período Imperial (1822-1889), por exemplo, a responsável por lidar com esse tipo de levantamento era a então Diretoria Geral de Estatística.
Esse setor passou por diversas modificações ao longo dos anos, acumulando funções.
Isso ocorreu sobretudo no início da República, quando os registros civis passaram a ser emitidos no País, se fazendo necessário um controle maior de nascimentos, casamentos e falecimentos.
E assim foi até o ano de 1934, quando houve a extinção do, à época, Departamento Nacional de Estatística.
Sendo assim, as variadas funções do antigo órgão foram transferidas para diferentes ministérios, conforme a área de competência.
No entanto, ainda no mesmo ano, o governo percebeu que era um equívoco não contar com uma unidade específica para coordenar o núcleo de levantamentos estatísticos e criou o Instituto Nacional de Estatística (INE), que passou a operar, oficialmente, somente dois anos mais tarde, em maio de 1936.
Um ano depois, a instituição do Conselho Brasileiro de Geografia e sua posterior incorporação ao INE fez com que nascesse, aí sim, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O IBGE, desde então, há 82 anos, realiza pesquisas que:
Qualquer país, especialmente um de dimensões continentais como o nosso, precisa se conhecer muito bem para ser capaz de tomar decisões que permitam o melhor uso do dinheiro público e que realmente façam a diferença na vida das pessoas.
E é justamente isso que o IBGE oferece a partir de suas inúmeras pesquisas.
Quando ele traça um panorama detalhado da sociedade brasileira, sob os mais diferentes aspectos, está entregando subsídios confiáveis para que o governo saiba onde focar suas políticas públicas.
Assim, também é possível montar uma planejamento estratégico mais estruturado, projetando ações com prazos distintos e mensurar os resultados à medida em que o tempo vai passando.
Além disso, as empresas também se beneficiam das pesquisas do IBGE, pois elas podem montar campanhas baseadas no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por exemplo.
Mas não são apenas os setores público e privado que têm acesso a essas informações.
Os levantamentos ficam à disposição de qualquer cidadão.
Você mesmo está a alguns cliques de acessar todos esses dados e ter diante de seus olhos uma radiografia do Brasil.
Para isso, basta acessar o site do IBGE e buscar as informações pretendidas.
Com mais de 80 anos de serviços prestados, fica até difícil elencar todas as principais contribuições do IBGE.
A seguir separamos duas que podem ser consideradas como as mais importantes delas.
Você talvez nem saiba, mas o território nacional nem sempre foi dividido assim como é hoje.
Para se ter uma ideia, até 1942, a divisão regional brasileira considerava Norte, Nordeste, Leste, Centro-Oeste e Sul.
No entanto, com o passar do tempo, novos estados foram criados, assim como uma nova capital federal – o que também demandou que a configuração fosse revista.
Tanto que só em 1988 ela passou a ser exatamente como é conhecida hoje.
Definir uma nova estrutura regional, respeitando as características de cada estado, é importante.
Mas saber quantas pessoas vivem em cada uma dessas regiões é ainda mais significativo.
E, embora o Censo Demográfico já existisse no século XIX, foi somente com o IBGE que ele teve uma estrutura melhor.
Realizada de dez em dez anos, essa pesquisa levanta informações com base em visitas feitas pelos censores às residências dos cidadãos brasileiros.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é um órgão da administração pública federal, que possui vínculo com o Ministério da Economia e é dividido em quatro diretorias, duas outras entidades centrais, além da presidência.
Vamos conhecer um pouco mais dessa estrutura?
É composta por:
Fazem parte desse órgão, que planeja e coordena todas as ações do IBGE – como finanças, recursos humanos, orçamento, patrimônio, entre outros -, os seguintes cargos:
Responsável por realizar os estudos competentes ao IBGE, a Diretoria de pesquisas é composta por:
Cuida das informações relacionadas ao meio ambiente, geografia e cartografia, sistematizando os dados estatísticos levantados.
A equipe da Diretoria de Geociência é composta pelos seguintes cargos:
Administra a base de dados dos estudos e oferece suporte técnico para quem deseja acessar essas informações.
É composta por:
É o órgão que se relaciona com o usuário, pensando nas melhores soluções para divulgar os levantamentos estatísticos.
A equipe é composta pelas coordenadorias geral, de marketing, de projetos especiais e de produção.
Desenvolvedora de políticas de ensino, pesquisa e extensão nas áreas de geografia e estatística, esse é o órgão que também administra os cursos de graduação, pós-graduação e especialização, além de oferecer treinamentos aos colaboradores do IBGE.
O setor conta com os cargos de coordenador geral, de graduação, de pós-graduação e treinamento e aperfeiçoamento.
Além dessa estrutura complexa, o IBGE possui ainda diversas unidades espalhadas por todo território nacional, como forma de conseguir atender rapidamente a população local.
A rede de apoio é composta por:
Outro serviço interessante que o IBGE oferece, mas que ainda poucas pessoas conhecem, é o Sistema de Contas Nacionais (SCN).
Ele reúne dados sobre a circulação de dinheiro no Brasil, mostrando detalhes de como ocorre a geração, a distribuição e o uso da renda pela população.
O levantamento também faz comparativos do cenário econômico nacional com algumas da principais potências do mundo.
Além disso, é possível verificar os preços de bens e serviços, acompanhar como está a geração de renda nos principais setores da economia e observar a evolução do Produto Interno Bruto (PIB).
O último relatório divulgado é referente ao ano de 2017 e está disponível para download.
Dentre a série de levantamentos que o IBGE realiza, estão também os índices econômicos – que é, inclusive, onde se encaixa o SCN.
Mas esse não é o único indicador calculado pelo órgão.
Também temos as estatísticas econômicas, do setor agropecuário e os já citados índices de preços.
Vamos conhecer, agora, alguns detalhes importante sobre cada um deles.
Reúne dados a respeito das principais atividades econômicas do País, baseados em pesquisas por amostragem realizadas em estabelecimentos comerciais, da indústria, da construção civil e do setor de serviços.
Esse levantamento produz, anualmente, os números em cada um desses setores:
A agropecuária ainda é uma das principais atividades econômicas do Brasil, contribuindo bastante com a nossa balança comercial.
Por isso, merece um núcleo de pesquisa só para ela.
Entre os elementos analisados nesses levantamentos – que, vale ressaltar, são feitos em estabelecimentos do setor – estão: mão de obra, tecnologias e organização fundiária.
Como produtos anuais desses dados estatísticos recolhidos estão:
Servem como uma referência de comportamento dos valores de alguns dos produtos e serviços mais consumidos pelos brasileiros.
Funcionam como indicadores mensais de preços:
O IBGE também realiza pesquisas nos âmbitos geográfico, social e demográfico.
Vamos conhecer cada um deles por ordem?
Por meio de análises regionalizadas do território nacional, é possível levantar estatísticas que serão úteis para a implementação e fiscalização de políticas públicas.
Um exemplo de atitude concreta a partir da análise das informações geográfica é o Atlas Nacional do Brasil.
Ainda no âmbito geográfico, são realizados outros quatro estudos relevantes:
O último nicho analisado pelo IBGE também é o que apresenta mais indicadores para avaliação.
Normalmente, os dados coletados aqui são realizados junto às residências da população.
São exemplos de pesquisas que contemplam o âmbito social e demográfico:
Talvez o serviço mais conhecido do IBGE, o censo se constitui como a principal fonte de referência nacional para conhecer a fundo os números que retratam a população brasileira.
A primeira vez em que o Brasil passou por um recenseamento foi em 1808.
Na época, o objetivo principal era de recrutamento para as Forças Armadas.
No entanto, também por sua magnitude, o recenseamento de 1872, que foi chamado de Censo Geral do Império, é apontado como o primeiro realizado no País.
De lado para cá, com a criação do IBGE e o desenvolvimento das técnicas de aplicação, a pesquisa ficou cada vez mais complexa e capaz de refletir a realidade do brasileiro com maior precisão.
Atualmente, o censo é realizado a cada dez anos, com um questionário que busca levantar informações sobre o domicílio visitado e os seus moradores.
Os resultados divulgados mostram não apenas o panorama geral do Brasil, mas também segmentações que abrangem desde as regiões até municípios e distritos.
A próxima pesquisa ocorre em 2020, com coletas entre agosto e outubro.
O questionário básico, com 26 questões, vai ser aplicado em 71 milhões de domicílios.
Já o questionário da amostra, com 76 questões, vai ser aplicado em 7,1 milhões de domicílios – ou seja, o equivalente a 10% do total.
Ele abrange os seguintes temas:
Enquanto a nova pesquisa não chega, aproveite para conferir alguns dos dados de 2010.
Por exemplo, você sabia que a população brasileira aumentou 20 vezes desde o recenseamento de 1872?
Em 2010, alcançamos a marca de 190.755.799 habitantes.
Na comparação com o Censo 2000, a população brasileira teve um crescimento de 12,3% no período.
Ou seja, o equivalente a 1,17% ao ano, o que representa a menor taxa observada.
Considerando que o censo ocorre apenas uma vez a cada década, o IBGE mantém também outras formas de atualizar os números em períodos mais curtos de tempo.
É o caso da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).
A partir de seus dados mais recentes, de 2018, é possível traçar um panorama sobre a desigualdade social no País.
Enquanto a parcela equivalente aos 10% da população com os menores proventos possui apenas 0,8% da massa de rendimento médio mensal, os 10% que ocupam a outra ponta concentram mais de 43%.
Na prática, isso significa que enquanto o 1% com os maiores rendimentos fatura, em média, quase 28 mil reais, entre os 50% da população com os menores rendimentos esse valor é de 820 reais.
Ou seja, o primeiro grupo recebe 33,8 vezes mais do que o segundo.
Gostou de conhecer mais sobre o IBGE, sua estrutura, funções e pesquisas que realiza junto aos brasileiros?
Este artigo se propôs a apresentar um panorama geral sobre esse órgão, que é tão importante para a economia do país.
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