A gestão estratégica é o processo de definir objetivos a longo prazo, analisar o ambiente competitivo, formular e implementar ações e monitorar o progresso, tudo com o propósito de garantir o sucesso e a sustentabilidade empresarial.
Essa definição deixa clara a importância de ser estratégico à frente de um negócio.
Em 34% das empresas (dados em inglês), ela fica a cargo da alta gestão.
Ou seja, em cargos C-level.
Esse é um percentual ainda baixo, mas que ajuda a entender porque 90% das empresas falham na hora de tirar suas estratégias do papel, como indica uma pesquisa publicada pela Intellibridge (também em inglês).
Talvez ainda falte aos líderes uma compreensão mais profunda sobre os tipos de gestão estratégica, assim como o uso de suas ferramentas.
Se você se identifica com isso, este artigo vai ajudar a moldar uma nova realidade e qualificar seus resultados.
Estes são os tópicos abordados:
Acompanhe até o final e entenda o que é gestão estratégica, seus objetivos, vantagens e outros pontos relevantes sobre o tema.
A gestão estratégica consiste no esforço de levar adiante as atividades de um negócio até atingir seus objetivos.
É bem provável que você tenha lido alguma coisa ou tenha escutado o termo “objetivos estratégicos”, não é?
Isso porque a característica da gestão estratégica é servir ao propósito maior de uma empresa ou organização, conduzindo-a com segurança em direção às suas metas.
Além de ajudar a alcançar as metas empresariais, estão entre os possíveis objetivos da gestão estratégica:
Outra característica da gestão estratégica que faz dela indispensável é servir como um elo entre as ações nos níveis operacional e tático com a estratégia da empresa.
É algo ligeiramente diferente do que se pretende alcançar com o planejamento estratégico, cuja finalidade é orientar a gestão quanto ao que fazer em um horizonte mais amplo.
Assim, a gestão estratégica é como se fosse a materialização do planejamento, por meio do controle de todas as etapas da sua implementação.
A gestão estratégica é sobretudo uma prática.
Se bem implementada, ela pode levar um negócio aos resultados esperados e gerar valor para seus sócios, acionistas, clientes e stakeholders.
Para que isso aconteça, é preciso ser diligente na condução desse tipo de gestão.
Veja como fazer isso a seguir, aprofundando-se em um framework de construção e manutenção.
Gerir um negócio estrategicamente é identificar suas necessidades para que, a partir disso, seus líderes saibam para onde devem orientar-se em suas atividades diárias.
Esse processo começa pela montagem de uma espécie de “quadro geral”, em que a empresa mapeia os cenários interno e externo para encontrar ameaças e oportunidades.
Se você se lembrou da matriz SWOT, da qual falaremos mais à frente, está no caminho certo para entender o que é gestão estratégica.
A propósito, um dos usos que se faz da análise SWOT é justamente analisar o contexto que cerca um negócio, por fora e por dentro.
Faz todo sentido, já que não seria possível elaborar uma estratégia para alcançar metas sem antes entender o ambiente em que o negócio está inserido.
Para lidar com um cenário “selvagem”, é preciso conhecê-lo bem, assim como suas próprias forças e limitações.
Tomando as leituras realizadas nas fases anteriores como base, a gestão estratégica começa a se preparar para atuar em um mercado competitivo.
Esta é a etapa em que as lideranças tratam de definir quais tipo de ações deverão performar para se destacar perante seus concorrentes.
Também é uma maneira de ganhar tônus empresarial, para que a empresa possa suportar eventuais obstáculos e aproveitar as oportunidades que aparecerem.
A gestão estratégica não estaria completa sem a implementação de mecanismos de monitoramento e controle dos seus resultados.
Isso vale não só para garantir que os objetivos sejam alcançados, mas para que esses objetivos, se necessário, sejam reformulados ou mesmo redefinidos completamente.
Para isso, os gestores devem estipular, junto com a montagem do plano estratégico, os Indicadores Chave de Performance (KPI) que serão usados para medir o sucesso da gestão.
Existem diferentes tipos de gestão estratégica, cada um adequado a um contexto e condição específica.
Se uma empresa está “nadando de braçada”, por exemplo, estará mais apta a lançar uma estratégia de crescimento do que uma que luta para não fechar o mês no vermelho.
Ou seja, para cada circunstância, há pelo menos um tipo de gestão apropriada na parte estratégica, como veremos a partir de agora.
O termo sobrevivência ao se referir à estratégia não é apenas no sentido figurado.
Há casos em que a empresa precisa lidar com tantas dificuldades e desafios que não lhe resta alternativa a não ser lutar para subsistir.
É um tipo de gestão normalmente implementada em cenários de crise, que pode ser motivada por fatores externos, como a inflação ou recessão, e internos.
Na outra ponta de um cenário apocalíptico estão as empresas com “fome” de vencer e que buscam expandir suas atividades e aumentar os lucros.
Para essas, a estratégia de crescimento é a mais indicada.
O objetivo aqui é encontrar meios e oportunidades para alavancar o negócio, levando-o a patamares superiores de lucratividade.
Em certos casos, a empresa pode se tornar tão dominante ou atingir resultados tão bons que não há escolha a não ser permanecer onde está.
Assim fazem as que optam por uma estratégia de manutenção, a mais indicada para negócios que chegaram a um “platô”, nem que seja temporariamente.
Essa é também uma estratégia de preparação para que o negócio mantenha os bons resultados enquanto elabora uma nova estratégia voltada ao crescimento.
Nem tudo no mundo dos negócios se resume a lucros e resultados materiais.
Dependendo do cenário e do contexto, pode ser que a empresa escolha para si novos rumos de acordo com os seus valores ou o espírito do seu tempo.
Em casos como esse, pode ser que a estratégia de desenvolvimento seja a mais adequada para ajustar as atividades a uma nova realidade.
Uma característica da gestão estratégica fundamental é que ela muda para melhor o perfil de um negócio, de modo que ele seja orientado por resultados.
Em vez de atuar no piloto automático, a empresa passa a saber exatamente o que quer e o que fazer para isso.
Com uma postura mais objetiva e pragmática, a tendência é a melhora do desempenho e o aumento da produtividade, com outras vantagens adicionais, como veremos na sequência.
Seria contraintuitivo uma gestão que se propõe estratégica sem um processo decisório baseado em dados.
Por isso, a gestão estratégica acaba servindo para a parcela das empresas que a adotam como porta de entrada para aplicar o conceito de Big Data.
Há uma mudança de mentalidade, por meio da qual as decisões deixam de ser tomadas a partir da experiência, passando a ter como alicerce insights extraídos de dados estruturados.
Um dos desafios comuns às empresas, não importa em que ramo atuem ou qual o seu porte, é continuar crescendo sem que isso implique aumentos exponenciais nos custos.
A gestão estratégica pode ser uma solução nesse aspecto, abrindo a possibilidade de a empresa crescer de forma escalável.
Nesse caso, o negócio encontra estratégias que permitem sua expansão, a custos acessíveis e, em alguns casos, até menores do que a média.
Como vimos, um dos objetivos da gestão estratégica é diminuir a exposição aos riscos, que podem vir de todos os lados.
Esses riscos podem ser operacionais, como ter que lidar com problemas relacionados ao transporte, ou no nível do pessoal, como a falta de mão de obra qualificada.
Uma empresa que é gerida estrategicamente ganha uma visão mais ampla, podendo se antecipar para mitigar essas e outras ameaças.
Falando em risco, um dos que mais tiram o sono da gestão de uma empresa é o risco financeiro.
Nesse quesito, a gestão estratégica cai como uma luva porque orienta em relação aos objetivos e o uso dos recursos para alcançá-los.
A gestão financeira ganha ao alinhar-se com a gestão da empresa como um todo, deixando de atuar em silo ou apenas como uma “guardiã do cofre”.
Uma consequência natural de abraçar a gestão estratégica é o desenvolvimento da inteligência de negócios.
É o tipo de visão que só as empresas orientadas por metas ganham, já que, nesse caso, elas acabam mudando sua forma de atuar no mercado e seus processos decisórios.
Elas deixam de lado a postura reativa, tomando para si a responsabilidade de estudar o mercado, o que as leva a desenvolver também a gestão do conhecimento.
A importância da gestão estratégica vai além de ser um método para melhorar os resultados e ter mais controle sobre os negócios.
Quando bem estruturada, ela pode inserir a empresa na Era dos Dados.
Na verdade, ela depende muito mais da gestão dos dados do que de qualquer outra, embora seja fundamental aliar a parte estratégica com a gestão de RH e operacional.
Assim, é preciso implementar processos de coleta, limpeza e tratamento de dados para que a gestão possa se tornar estratégica.
A empresa pode começar contratando um Chief Data Officer (CDO), um profissional cada vez mais requisitado e fundamental para lidar com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Para fazer uma gestão estratégica de verdade, é imprescindível pautar as estratégias nos resultados, que por sua vez são medidos por meio dos KPIs.
Veja alguns dos mais utilizados:
Também está entre os objetivos da gestão estratégica colocar a empresa em um novo patamar de competitividade.
Para isso, como vimos, é necessário mudar a mentalidade da alta gestão, que precisa desenvolver uma abordagem mais pragmática e data-driven.
Só assim a tomada de decisão poderá ser aprimorada, deixando de depender das pessoas para ser pautada em processos bem definidos.
Os gestores passam então a extrair insights a partir de ferramentas de gestão, o que por si só já é um avanço para alcançar melhores resultados.
A dependência que se desenvolve na gestão estratégica pode ser considerada muito mais saudável porque é a dependência do poder dos dados e da informação.
É uma realidade totalmente diferente, na qual a rotina da empresa passa a ser toda orientada por processos.
Há algumas décadas, a gestão estratégica vem usando as ferramentas ou metodologias ágeis, ou seja, que são utilizadas ou foram desenvolvidas depois do Manifesto Ágil.
Conheça as principais delas agora.
O quadro Kanban nasceu na indústria automotiva e hoje é amplamente utilizado por empresas de todos os segmentos para gerir prazos e tarefas.
Consiste em um painel dividido em três colunas: na da esquerda, a gestão inclui as tarefas que estão por fazer, na do meio, as que estão em andamento, e na da direita, as que foram concluídas.
Scrum é o método de gestão de equipes ágeis por excelência.
Nele, os projetos são baseados em “sprints” e as equipes são formadas por poucos especialistas, que atuam com o Product Owner e o Scrum Master.
A matriz SWOT é uma das ferramentas de gestão estratégica mais amplamente empregadas porque consiste em analisar o contexto por duas perspectivas:
A Matriz BCG, desenvolvida pela Boston Consulting Group, é uma ferramenta de gestão estratégica usada para analisar o portfólio de produtos de uma empresa.
Ela classifica os produtos em quatro categorias:
Essa análise ajuda a direcionar recursos e estratégias de maneira eficiente.
A importância da gestão estratégica é reconhecida, mas como vimos, muitas empresas falham ao tentar colocá-la em prática.
Uma das razões para isso é a falta de especialistas no assunto e profissionais com formação nessa área.
Pois essa formação está ao seu alcance, na Pós-Graduação Administração Estratégica e Gestão de Negócios, da FIA Business School.
Esse curso é para você, que pretende atingir novos níveis de formação acadêmica, dando continuidade à carreira.
Continue lendo os artigos do blog da FIA e esteja sempre a par de assuntos que fazem a diferença!
Referências:
https://www.statista.com/statistics/986154/implementation-strategy-management-responsibility-high-priority-projects-worldwide/
https://www.intellibridge.us/90-percent-of-organizations-fail-to-execute-their-strategies-successfully/
https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/portal-da-estrategia/artigos-gestao-estrategica/gestao-estrategica-um-novo-paradigma-para-o-setor-publico-2
https://sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/o-que-sao-estrategias-empresariais,e4df6d461ed47510VgnVCM1000004c00210aRCRD
Descubra o que é flexibilidade no trabalho e como essa tendência está transformando empresas, atraindo…
O futuro do trabalho em 2025 apresenta mudanças importantes para empresas e profissionais. Descubra as…
A ética na IA envolve princípios e práticas que orientam o uso responsável dessa tecnologia…
A auditoria externa é uma análise detalhada das finanças empresariais, garantindo precisão e conformidade com…
A matriz de materialidade é um método de grande utilidade para as empresas que têm…
Responsabilidade social corporativa: empresas indo além dos negócios tradicionais para um mundo melhor. Saiba mais!