Você sabe a diferença entre enquete e pesquisa eleitoral?
Muitos ainda se confundem e, principalmente em época de eleições, esse questionamento faz todo o sentido.
Essa diferenciação é tão importante que existe até um artigo específico na Resolução N°23.600 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que trata sobre o tema.
Segundo o Artigo 23, é proibida a criação de enquetes eleitorais com divulgações massivas, entre outras razões, porque se entende que esse tipo de levantamento, que não possui plano amostral e que não conta com método científico, não é salutar para o pleito.
Caso seja apresentada qualquer enquete nesse sentido, ela será reconhecida como uma pesquisa de opinião pública, sem qualquer tipo de registro na Justiça Eleitoral.
Você acabou de ter uma pequena amostra sobre a diferença entre enquete e pesquisa.
Caso o assunto seja do seu interesse, avance na leitura deste texto até o final.
Vamos ver como são feitas as enquetes e as pesquisas eleitorais, quais são os seus tipos e qual método é mais confiável.
Confira abaixo os principais tópicos que serão tratados no artigo e boa leitura!
Tudo sobre a diferença entre enquete e pesquisa está neste texto!
Leia também:
A principal diferença entre enquete e pesquisa está na metodologia.
Enquanto a enquete não se preocupa tanto com representatividade, a pesquisa se vale de métodos científicos para garantir que a amostra de pessoas entrevistadas corresponde a uma parcela mais ampla da população, eliminando possíveis distorções.
Esta diferenciação ficará ainda mais evidente ao analisarmos o conceito de cada uma, começando pela enquete:
A enquete é um modelo de levantamento de informações que se utiliza da entrevista com um grupo limitado de pessoas para colher resultados.
Com base nos números obtidos, é possível obter insights sobre o tema pesquisa e criar relatórios também.
Dentro da área política, as enquetes podem servir para obter a opinião dos entrevistados sobre algum candidato e servir de base para a criação de estratégias de campanha, por exemplo.
Então, qual a diferença entre enquete e pesquisa se os objetivos parecem os mesmos? Isso já vai ficar claro.
De momento, podemos dizer que, a favor desse método, está a sua agilidade em obter resultados, uma vez que você utiliza uma amostragem menor, de forma mais direta e objetiva, na comparação com a pesquisa.
Por outro lado, as enquetes não têm o rigor científico e preocupação metodológica que as pesquisas.
Para ficar mais claro, vamos a um exemplo fora da esfera política e utilizando uma paixão nacional: o futebol.
Imagine que, em um jogo do Flamengo no Maracanã, com a torcida do time carioca lotando as arquibancadas, uma rádio decide fazer uma enquete entre os presentes, perguntando: “Qual é o maior time do Brasil?”.
Quase 100% respondem Flamengo.
Não tinha como imaginar outro cenário, não é mesmo?
Porém, o resultado seria diferente com qualquer outra torcida.
Esta enquete, portanto, não tem validade científica, é apenas uma amostragem daquele público específico.
É aí que a diferença entre enquete e pesquisa começa a ficar clara.
A pesquisa eleitoral é um modelo de levantamento que precisa ter uma amostra representativa de entrevistados para ser considerada válida.
Além disso, todo o processo é diferente.
Desde o desenho da pesquisa, passando pela coleta de dados até a análise de resultados, é necessário mais cuidado, para evitar falhas e prevenir fraudes.
Não à toa, as pessoas têm acesso a um volume de dados muito maior em uma pesquisa eleitoral, como: objetivo, tamanho da amostragem, margem de erro, período analisado, entidade responsável pelo levantamento, entre outros.
Observe como a diferença entre enquete e pesquisa é óbvia neste ponto.
Com todas essas informações disponíveis, os veículos de comunicação, os próprios políticos e os eleitores, de uma forma geral, recebem um resultado mais próximo da realidade.
Ou seja, a pesquisa eleitoral é um retrato mais representativo e fiel do que a população pensa, enquanto a enquete funciona melhor como uma ferramenta para insights.
Naquele exemplo do futebol, uma pesquisa sobre “Qual é o maior time do Brasil?” ouviria representantes de diferentes torcidas, cidades e estados do país, entre outros cuidados metodológicos.
Em resumo, para entender a diferença entre enquete e pesquisa:
A diferença entre enquete e pesquisa aparece também na forma como elas são realizadas.
Como não possui o mesmo rigor científico de uma pesquisa eleitoral, uma enquete de intenção de voto pode ser feita de diversas maneiras.
As redes sociais têm sido ferramentas em que esse tipo de levantamento tem se popularizado bastante, até como uma forma de contestação aos estudos feitos pelos institutos de pesquisa (falaremos mais sobre isso à frente).
A grande questão é que as enquetes eleitorais não podem ser registradas no TSE.
Ou seja, terão uma relevância menor no processo, de qualquer forma.
Ainda assim, é importante que esse levantamento se preocupe com alguns pontos, como os seguintes:
Uma possível finalidade para a enquete eleitoral é funcionar como um levantamento preliminar de uma pesquisa propriamente dita.
Ou seja, existe diferença entre enquete e pesquisa, mas ambas podem ser úteis.
Por exemplo, você pode criar uma pergunta de simples escolha sobre determinado candidato ou proposta de governo e, após o resultado obtido, aprofundar o estudo com uma amostragem e um rigor científico maior.
Para agregar mais informações e esclarecer sobre a diferença entre enquete e pesquisa eleitoral, vale conhecer detalhes de cada uma.
Ou seja, como são realizadas.
Então, vamos falar sobre a pesquisa eleitoral.
Ao contrário da enquete, os cuidados na elaboração de uma pesquisa precisam ser maiores, sobretudo se a ideia é registrar o levantamento no TSE.
Por isso, resolvemos montar um passo a passo com as etapas que não podem faltar nesse tipo de estudo.
Confira:
Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, uma pesquisa eleitoral possui diferentes objetivos ao ser realizada.
É claro que os principais deles são descobrir as intenções de voto neste ou naquele no primeiro ou segundo turno e também identificar o quanto os eleitores conhecem seus potenciais líderes.
No entanto, o levantamento também pode ser encomendado pelos próprios partidos políticos com o intuito de definir as estratégias de campanha.
O público-alvo da pesquisa eleitoral precisa ser o mais representativo possível para ser o mais fiel possível ao universo da população.
Ou seja, precisa conter pessoas de diferentes classes sociais, gênero, faixas etárias, localidades, religiões, raças e assim por diante.
Aí está uma importante diferença entre enquete e pesquisa: a existência de um questionário e não apenas de uma questão específica.
O cuidado com as perguntas escolhidas em uma pesquisa eleitoral também precisa ser grande.
Afinal, não podem haver perguntas tendenciosas, que desfavoreçam este ou aquele candidato, ou dúbias, que provoquem respostas equivocadas.
A dica é contratar institutos de pesquisa experientes no ramo e que saibam elaborar questionários imparciais.
A definição do método de entrevista utilizado é muito importante aqui, pois é ele que vai impactar como esses dados serão coletados e processados.
Atualmente, existem softwares capazes de fazer esses disparos online e também de reunir todas as informações coletadas.
Com base na amostragem da sua pesquisa e os questionários respondidos, é possível calcular os resultados em uma operação matemática simples.
A operação mais complicada é a definição da margem de erro.
A grande maioria dos institutos de pesquisa, que trabalham uma grande amostra, utilizam um padrão de intervalo de confiança de 95%.
Isso significa dizer que há uma margem de erro de 2,5% para mais ou para menos.
Por isso, quando você vê os gráficos nos telejornais, há aquela variação no percentual final dos candidatos.
Um político que representa 25% das intenções de voto, na verdade pode ter entre 22,5% e 27,5% com a margem de erro.
Veja que o nível de detalhamento e a própria exigência são muito maiores, o que justifica a diferença entre enquete e pesquisa eleitoral.
Finalizados os cálculos e toda a parte operacional, é a hora de gerar os relatórios e fazer a análise dos resultados.
Aqui, os institutos de pesquisa encaminham os detalhes do estudo para a imprensa, políticos e demais interessados.
Normalmente, recursos visuais, como gráficos de linha, são utilizados para tornar a apresentação mais atraente.
Outra questão que aparece na diferença entre enquete e pesquisa é que a segunda tem diferentes formatos.
Até aqui, falamos rapidamente dos métodos de pesquisa eleitoral ao citarmos os softwares responsáveis por conduzir os processos desses levantamentos, mas também existem outros tipos, como o bom e velho papel.
Conheça em detalhes cada um dos três modelos mais conhecidos:
Em tempos em que até o voto impresso voltou à pauta, nada mais natural do que a utilização do papel na aplicação das pesquisas eleitorais, não é mesmo?
O modelo tradicional ainda possui muitos adeptos e é bastante utilizado em pesquisas de campo, em que os entrevistadores precisam abordar as pessoas para responder às perguntas dos questionários.
Aqui, as respostas ficam presas às folhas impressas, assim como os dados dos entrevistados.
O grande trabalho é compilar essas informações, calcular os resultados e gerar relatórios isentos de falhas humanas.
Saindo do modelo “analógico”, até por conta das dificuldades que as pesquisas de campo apresentam, foi necessário criar ferramentas mais assertivas e capazes de entregar mais segurança aos resultados dos estudos eleitorais.
Com o avanço da tecnologia, as pesquisas online passaram a ser uma alternativa interessante nesse sentido.
Nesse ponto, até parece que não existe diferença entre enquete e pesquisa, já que os dois formatos estão muito presentes na internet.
Porém, mais uma vez, há um nível muito mais alto de recursos utilizados na pesquisa.
Existem inúmeros exemplos positivos, que utilizam softwares dotados de tecnologia Big Data e Inteligência Artificial (IA) para processar informações de maneira rápida e eficaz.
Além disso, com diversos recursos, é possível personalizar suas pesquisas, criar ferramentas que se encaixem às suas demandas e que interajam melhor com a audiência da sua amostragem.
Ainda que a internet represente um avanço para as pesquisas eleitorais e para a sociedade em um contexto geral, infelizmente, não são todas as pessoas nem todos os locais que possuem uma conexão estável.
Assim, como proceder sem ter que recorrer às pesquisas de campo com papel impresso?
A solução foi a criação de aplicativos de pesquisa offline, que aliam a tecnologia dos recursos com conexão à internet à acessibilidade do modelo analógico.
Na prática, você consegue acessar todas as mesmas funcionalidades de um serviço online mesmo sem um acesso à rede.
Isso só é possível porque os dados coletados são enviados para a nuvem.
Ou seja, o pesquisador só precisa ter um breve contato com a internet para que essas informações possam ser baixadas automaticamente.
O app de pesquisa offline da QuestionPro[1] é um dos softwares que conta com essa facilidade.
Além disso, ele permite a auditoria dos dispositivos, dificultando fraudes e garantindo a veracidade dos dados coletados.
Agora vem a grande questão na diferença entre enquete e pesquisa: dá para apontar uma delas como o modelo ideal?
Embora sempre haja polêmica quando o assunto é política, sim, existe um tipo de levantamento que é mais confiável que o outro.
Nesta disputa particular, a pesquisa vence a enquete.
Ainda que sejam alvos de críticas e questionamentos, principalmente por parte de candidatos insatisfeitos com os resultados de intenção de voto, as pesquisas eleitorais possuem um rigor científico, uma amostragem maior e uma metodologia respeitável.
Ao contrário das enquetes, que não se preocupam tanto com nenhum desses três parâmetros.
Tanto é assim que somente a primeira pode ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Recentemente, antes das eleições de 2018, um vídeo viralizou na internet, acendendo mais uma vez o debate sobre a confiabilidade das pesquisas.
Na ocasião, o comediante Serginho Mallandro improvisa uma enquete de intenção de voto durante um de seus shows.
O maior alvoroço se dá na hora em que o nome de Jair Bolsonaro é mencionado, indicando que, para aquela audiência, ele teria mais de 90% das intenções de voto.
Porém, as pesquisas eleitorais da época não davam uma vantagem tão grande ao candidato, que acabou vencendo o pleito, mas por uma margem menor do que se viu naquele teatro.
Acontece que, voltando ao exemplo da torcida do Flamengo no Maracanã, estamos falando aqui de uma enquete condicionada.
Afinal, por afinidade política e de perfil socioeconômico, boa parte da audiência de Serginho Mallandro era simpatizante de Bolsonaro, como o próprio artista afirmava publicamente ser, mas o público não representava todas as camadas da sociedade.
Veja como é importante compreender a diferença entre enquete e pesquisa, então.
O mesmo vale para levantamentos de opinião realizados em redes sociais, como Twitter, Instagram e Facebook, que disponibilizam ferramentas de enquete bem fáceis de utilizar.
O influenciador que cria a enquete também possui um público fiel, que compartilha, muitas vezes, das mesmas opiniões políticas.
Ou seja, o resultado expressa a opinião de uma parcela bem restrita da população, ao contrário das pesquisas realizadas por institutos especializados.
Isso sem entrar no mérito de que, na internet, sobretudo nas redes sociais, existem perfis fake, usuários com mais de uma conta, robôs e assim por diante disseminando diariamente fake news.
Para deixar claro: as enquetes são válidas em determinados contextos e não devem ser totalmente desconsideradas.
Quando o critério é confiabilidade, porém, e a amostragem precisa ser geral, as pesquisas ficam muito à frente.
Ainda ficou com alguma dúvida referente à diferença entre enquete e pesquisa eleitoral?
Então, esse é o momento de acabar com todas elas.
Separamos três das principais perguntas frequentes sobre o tema e quem sabe elas não fazem parte dos seus questionamentos também?
Confira:
O tamanho da margem de erro em pesquisas e enquetes depende da amostragem e dos resultados obtidos no levantamento. Em uma pesquisa eleitoral, por exemplo, o nível de confiança é de 95%, ou seja, há uma margem de erro de 2,5% para mais ou para menos.
Uma pesquisa deve conter algumas informações importantes para se tornar crível e relevante. Estão entre elas: objetivo, tamanho da amostragem, margem de erro, período analisado, entidade responsável pelo levantamento, etc.
Enquete de opinião é um tipo de levantamento de baixo rigor científico em que é feito um questionamento sobre determinado tema para um grupo de pessoas, sem amostragem pré-definida. Normalmente, é uma pergunta simples de múltipla escolha ou texto aberto.
Gostou de se aprofundar sobre a diferença entre enquete e pesquisa eleitoral?
Ainda que, aparentemente, pareçam termos sinônimos, existem particularidades importantes, sobretudo no que diz respeito à metodologia e à confiabilidade dos resultados.
Não à toa, somente a pesquisa pode ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Isso não quer dizer, no entanto, que a enquete não tenha o seu valor.
Ela se constitui uma ferramenta útil para que candidatos, partidos e demais agentes interessados possam estabelecer estratégias e fazer escolhas que impactam no pleito eleitoral.
Quem ganha com tudo isso são os cidadãos, que podem contar com mais de uma alternativa de consulta de intenção de voto.
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