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Ciclo motivacional: o que é, vantagens e como aplicar na sua equipe

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O ciclo motivacional é um método de gestão utilizado por empresas para manter funcionários constantemente engajados.

Trata-se de uma ferramenta das mais úteis, afinal, se há um desafio difícil de superar em negócios de todos os portes, é a promoção de colaboradores motivados.

Nesse sentido, é bom que se faça uma distinção entre o que é motivação e atração.

Um bom salário, por exemplo, é um fator de atração.

Contudo, ele não será suficiente para manter um trabalhador sempre motivado.

Será preciso adicionar outros componentes para que ele se sinta realmente disposto a “vestir a camisa”.

Por isso, entender como funciona o ciclo motivacional é tão importante.

Com ele, a empresa se habilita a lidar com as individualidades, um dos fatores que mais dificulta a aplicação de práticas e medidas motivacionais.

Afinal, o que motiva um nem sempre motivará o outro.

É justamente para enfrentar tal cenário que essa ferramenta fornece um mecanismo seguro e replicável ao longo do tempo.

Ficou interessado e quer saber mais?

Então, fica o convite para ler este artigo na íntegra.

Se desejar, navegue pelos seguintes tópicos:

  • O que é o ciclo motivacional?
  • Importância do ciclo motivacional
  • Principais barreiras para a motivação
  • Vantagens do ciclo motivacional
  • Etapas do ciclo motivacional
  • Como aplicar o ciclo motivacional na sua equipe?
  • Qual a influência dos recursos humanos para o ciclo de motivação?
  • O que é e como funciona a Teoria das Relações Humanas?
    • A Experiência de Hawthorne.

Quer saber tudo sobre ciclo motivacional? Vamos em frente!

A motivação é fundamental para alcançar bons resultados

O que é o ciclo motivacional?

Ciclo motivacional é uma ferramenta de gestão que, como o nome sugere, volta esforços para a motivação das equipes de trabalho, com objetivos de despertar o engajamento e otimizar a performance.

Toda empresa ou negócio individual é movido pela necessidade de bons resultados.

O lucro, nesse aspecto, é o meio que ajudará a alcançar as finalidades propostas.

Uma loja de roupas poderia ter como objetivo fazer com que as pessoas se vistam bem e se sintam confortáveis.

Já um escritório de contabilidade poderia definir como meta/missão oferecer serviços contábeis para manter seus clientes regularizados e a par de suas finanças.

Ok, na teoria tudo é muito simples e até estimulante por si só.

O grande desafio está na hora de colocar a mão na massa para atingir objetivos como esses.

Afinal, uma loja de roupas só conseguirá vender seus artigos se for capaz de lidar com estoque, encalhe, trocas, devoluções, etc..

Um escritório contábil, por sua vez, tem que enfrentar a conhecida burocracia do fisco brasileiro.

Diante de tantos obstáculos, é normal que se reduza a motivação no dia a dia.

Todos eles fazem com que os colaboradores percam de vista os reais objetivos de um negócio.

É como se você, no meio do mar, visse uma ilha deserta e, entre você e ela, tivesse uma série de perigos para transpor, como tubarões, formações rochosas e o próprio cansaço.

De forma análoga, em nossos empregos e trabalhos, é comum refletirmos se vale a pena continuar se esforçando em nome de uma causa.

Aliás, isso acontece até mesmo com quem gerencia um negócio por conta própria.

Por isso, o ciclo motivacional é a resposta para quem precisa manter colaboradores engajados e comprometidos com os bons resultados.

Ele funciona como um recurso pelo qual a gestão da empresa identifica fatores que influenciam na motivação.

Motivar colaboradores é um desafio porque cada um deles se motiva de formas diferentes

Importância do ciclo motivacional

O esporte nos dá bons exemplos de como a motivação afeta diretamente a capacidade de produzir e o rendimento individual e coletivo.

No futebol, por exemplo, quantas vezes vimos equipes com bons jogadores não renderem o esperado em campo?

Em muitos casos, é a falta de motivação que leva até mesmo excelentes profissionais a não corresponder às expectativas.

Sendo assim, mantê-los permanentemente dispostos a dar o seu melhor é fundamental.

É onde a implementação do ciclo motivacional ganha importância.

Ele funciona como uma matriz adaptável a diferentes casos.

Cada indivíduo pode responder de formas diferentes a estímulos semelhantes.

Seria muito mais fácil se existisse uma fórmula capaz de gerar motivação para todos ao mesmo tempo.

No entanto, cada um tem suas próprias aspirações, valores e maneiras de ser, pensar e agir.

Por isso, o ciclo motivacional representa uma grande vantagem para os gestores que o utilizam.

Ele é adaptável a qualquer pessoa, equipe ou contexto organizacional.

Muitos desafios podem saturar o colaborador, mas a ausência deles pode gerar desinteresse

Principais barreiras para a motivação

A frustração é um sentimento dos mais nocivos para quem precisa produzir.

Uma pessoa frustrada é, necessariamente, menos capaz de dar respostas positivas no trabalho.

Isso porque ela se encontra em um estado de desequilíbrio emocional.

Pessoas assim não conseguem dar o seu melhor.

Para evitar isso, o ciclo motivacional é extremamente útil.

Ele vai ajudar a identificar o ponto em que um colaborador entra no chamado “estado de equilíbrio”.

Esse estado, por sua vez, não pode se perpetuar indefinidamente, caso contrário, gera tédio e acomodação.

As pessoas precisam de uma alternância entre agito e calmaria para se sentirem mais confiantes e motivadas.

Resumindo: é o excesso de sossego ou de estresse a maior barreira para a motivação.

Um colaborador motivado, portanto, é aquele que recebe a carga de responsabilidades e desafios sob medida.

Desafios demais podem fazer com que as pessoas se sintam incapazes de resolvê-los.

Em contrapartida, muita facilidade faz com que elas percam o interesse.

No final, o resultado é o mesmo: desmotivação e frustração.

São esses os sentimentos a serem evitados pela aplicação do ciclo motivacional.

Os resultados são claros: motivação influencia na produtividade

Vantagens do ciclo motivacional

A vantagem número 1 do ciclo motivacional é servir como um modelo.

Já dissemos que a motivação deve partir sempre das necessidades individuais e que nem sempre o que funciona para uma pessoa vai dar certo com outra.

Para solucionar essa questão, o ciclo motivacional é extremamente útil.

Por sua aplicação, a empresa poderá cuidar de cada caso separadamente.

Claro que haverá situações em que medidas adicionais deverão ser tomadas.

Aqui, estamos considerando que as pessoas estão cumprindo suas funções normalmente e não estejam passando por problemas graves ou limitadas por doença.

Assim sendo, a aplicação do ciclo motivacional pode render bons resultados, desde que o gestor identifique corretamente as causas para a falta de motivação.

Não custa relembrar que trabalhadores motivados rendem mais (o ganho em produtividade chega a 12%, segundo pesquisa da Gallup).

Assim, geram mais valor para as empresas de que fazem parte.

Portanto, mantê-los sempre engajados e interessados em suas tarefas é a base para o sucesso de uma empresa, não importa de que tamanho ela seja, grande ou micro, pequena ou média.

Até mesmo empresas individuais podem ser beneficiar da aplicação desse modelo.

Afinal, nada impede uma pessoa de se automotivar, certo?

Cabe ao gestor observar onde existe a necessidade de motivação e como fazer isso

Etapas do ciclo motivacional

Até agora, conhecemos a teoria em torno do ciclo motivacional.

É algo que ajuda a aplicá-lo com muito mais consistência, ou seja, a parte prática funciona melhor quando se conhece a teórica.

Dito isso, podemos nos aprofundar nas etapas do ciclo motivacional.

Como o nome já evidencia, trata-se de um processo cíclico, no qual cada fase leva, inevitavelmente, ao ponto em que tudo começou, o equilíbrio.

Sendo assim, o ciclo motivacional se divide em:

  • Equilíbrio → Estímulo/Incentivo → Necessidade → Tensão → Ação/Comportamento → Satisfação → Equilíbrio.

Para cada etapa, a empresa deverá definir uma ação conforme a situação que se apresenta.

Quanto mais personalizada, melhor será a resposta do colaborador.

Isso implica a participação de todas as lideranças envolvidas no processo, que deverão tomar decisões com base em informação.

Por exemplo: foi observado que colaborador X rende mais às terças e quintas.

Dessa forma, a meta do gestor do setor é fazer com que o rendimento desse funcionário nos outros dias da semana se iguale ao desses dois dias.

A partir disso, é possível identificar o que pode estar causando redução de rendimento.

Vamos imaginar, nesse caso, que às segundas, quartas e sextas ele tenha que produzir uma certa mercadoria para a qual ele não recebeu treinamento.

Temos identificado, então, um possível fator que esteja influenciando na sua produtividade e, em consequência, na sua motivação.

Outra forma de se identificar o foco de insatisfação é a boa e velha pesquisa.

Sabendo diretamente dos empregados o que os deixa motivados, fica muito mais fácil aplicar o modelo do ciclo motivacional.

Realizar pesquisas e pedir feedback é excelente para os gestores coletarem informações

Como aplicar o ciclo motivacional na sua equipe?

A base do sucesso em ações motivacionais é garantir a satisfação, além de apresentar frases de motivação.

Isso significa aplicar o ciclo motivacional para identificar os fatores que influenciam, direta ou indiretamente, nas capacidades produtivas de cada um.

Siga o passo a passo e aprenda a reconhecer o que deixa as pessoas motivadas ou não no exercício de suas tarefas.

  1. Considere um profissional realizando suas funções de rotina e em equilíbrio
  2. Aparece uma nova tarefa ou uma urgência/imprevisto e isso o força a mudar o foco
  3. Dessa forma, ele entra em desequilíbrio, ou seja, em um estado de tensão
  4. Vencida a tensão inicial, ele assume o controle da situação (ou não) e toma a decisão para solucionar o problema novo
  5. Resolvido o problema, o profissional fica satisfeito
  6. Com a satisfação, ele retorna ao estado equilibrado do início
  7. Assim, o ciclo motivacional pode ser reiniciado.

Agora, voltemos ao exemplo do trabalhador que rende menos nos dias em que precisa realizar tarefas para as quais não foi treinado.

Pelo ciclo motivacional, podemos concluir que a execução dessas tarefas é o fator que gera desequilíbrio.

Nesse ponto, apresentam-se algumas alternativas.

Uma é executar a tarefa mesmo sem ter sido preparado para isso, assumindo o risco por possíveis resultados ruins.

Outra é deixar de fazer, procrastinando-a o máximo possível. Nesse caso, o risco assumido consiste no acúmulo de trabalho.

Uma terceira é simplesmente não fazer, alegando que não foi treinado para isso.

Em quaisquer casos, é certo que ele terá que lidar com algum tipo de frustração.

Nem precisamos ir muito longe para perceber que, nesse caso hipotético, a solução é treinar o colaborador para que ele possa executar bem suas funções todos os dias.

Contudo, haverá casos em que a detecção das causas de insatisfação/frustração será mais difícil.

Por isso, é recomendável aplicar o ciclo motivacional com outras ferramentas, como a pesquisa de satisfação, para que seus resultados sejam mais precisos.

A área de recursos humanos é a que precisa estar mais ativa no assunto

Qual a influência dos recursos humanos para o ciclo de motivação?

O centro das atenções na aplicação do ciclo motivacional não poderia ser outro que não as pessoas.

Assim sendo, cabe ao setor de Recursos Humanos cuidar da sua implementação, avaliação de resultados e monitoramento.

Um ciclo de motivação bem mapeado é fundamental, inclusive, para orientar em políticas de contratação.

Da mesma forma, serve para definir medidas com o objetivo de reter talentos.

Caberá a cada gestor definir suas prioridades e, então, trabalhar em cima dos fatores que geram mais ou menos satisfação.

Para uma empresa com alto índice de turnover, por exemplo, certamente, as ações devem ser direcionadas para a retenção de colaboradores.

Já nas que sofrem com falta de mão de obra, os esforços deverão ser focados em medidas para atrair talentos.

De qualquer forma, o começo de tudo é identificar, no contexto interno, o que tem deixado as pessoas motivadas ou frustradas.

A partir disso, definir ações para reduzir a insatisfação, aumentando, assim, a motivação.

Em todas essas iniciativas, o RH tem um papel fundamental.

Serão os profissionais desse setor que vão definir as ações no sentido de elevar a performance e o entusiasmo pelo trabalho.

Pode ser um programa de treinamento ou novas tarefas conforme as preferências e aptidões de cada colaborador, por exemplo.

Independentemente da medida adotada, ela deverá ser conduzida pelos especialistas em Recursos Humanos.

Faz parte da motivação estar satisfeito em trabalhar com as pessoas de sua equipe

O que é e como funciona a Teoria das Relações Humanas?

Você já deve ter ouvido falar ou lido algo sobre o crack da bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, certo?

Esse evento mergulhou os Estados Unidos em uma crise econômica sem precedentes até então.

Isso forçou as lideranças das grandes empresas norte-americanas a rever conceitos de gestão.

Nesse contexto, elas concluíram que o modelo adotado para gerir seus recursos humanos era mecânico demais, não contemplando aspectos subjetivos.

Eles finalmente “acordaram” para a realidade: pessoas não são máquinas.

Desde então, sai de cena o “homo economicus” para dar lugar ao “homo social”.

Começa também a se desenvolver a chamada Teoria das Relações Humanas, que tem seu marco inicial com a célebre Experiência de Hawthorne.

Alguns de seus princípios são:

  • O homem não deve ser tratado como uma máquina ou reduzido a essa condição
  • O que norteia suas ações são necessidades biológicas e o contexto social
  • Segurança, afeto, aprovação social, prestígio e autorrealização são necessidades comuns a todos.

Foi a partir disso que as empresas passaram a incluir seus colaboradores em processos de tomada de decisão.

Isso levou as lideranças a criar novos métodos de trabalho e políticas de gestão de RH mais voltadas ao interesses das pessoas.

Nesse sentido, a Experiência de Hawthorne teve um papel decisivo.

Afinal, ela é considerada até hoje o marco zero no estudo das relações humanas nos ambientes de trabalho.

O filme “Tempos Modernos” (1936) de Charles Chaplin, ilustra bem como eram as coisas até então.

A cena em que o trabalhador é engolido pela máquina enquanto tenta aparafusar peças sintetiza bem o espírito dessa época.

O fato é que, depois da crise de 1929, as lideranças abriram os olhos para questões até então ignoradas.

A Experiência de Hawthorne

A crise de 1929 é considerado uma espécie de ponto de partida.

Contudo, antes disso, já havia experimentos visando melhorias nesse setor.

O mais famoso deles é a já destacada Experiência de Hawthorne.

Ela consistiu em um estudo de campo, por ordem do Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos, em uma fábrica da Western Electric Company, em Chicago.

Seu líder foi o psicólogo australiano Elton Mayo, ligado à Universidade de Harvard.

Essa fábrica estava localizada no bairro de Hawthorne, do qual a experiência pegou o nome emprestado.

Basicamente, o estudo consistiu na formação de dois grupos: um de teste e outro de controle.

O de teste foi submetido a novas condições laborais, para aferir de que forma as modificações afetariam sua produtividade.

O de controle permaneceu como estava, ou seja, nada foi modificado em seu ambiente trabalho.

O primeiro experimento consistiu em modificar a iluminação nas estações de trabalho para avaliar de que forma isso afetaria a produtividade.

Para surpresa dos pesquisadores, nenhuma das modificações na iluminação provocou respostas significativas.

Tanto o grupo teste quanto o de controle apresentaram os mesmos índices de produtividade.

Isso levou os pesquisadores a concluir que o que estava em jogo não eram fatores externos, mas internos.

Em outras palavras: o fator psicológico era o que mais impactava a performance dos trabalhadores.

Foi na segunda fase que vieram as conclusões mais significativas.

Resumidamente, ela consistiu em testar a performance de trabalhadoras em ambientes e condições de trabalho distintas.

Quando passaram a trabalhar em uma sala isolada e com uma supervisão mais branda, foi constatado aumento na satisfação das funcionárias.

Elas reforçaram seus vínculos sociais, tornando-se assim uma equipe com objetivos comuns.

Portanto, esse é o legado da Experiência de Hawthorne.

O trabalho em equipe é sempre motivador.

Conclusão

Motivar é, de certa forma, uma arte.

Existem muitas maneiras de se fazer, todas elas com suas vantagens e desvantagens.

No caso do ciclo motivacional, há claros benefícios, não importa o tipo de empresa em que seja aplicado.

Como toda ferramenta de trabalho, sua eficácia dependerá da habilidade e perícia dos profissionais que a utilizarem.

Então, ficou claro para você o significado e aplicação do ciclo motivacional?

Se tiver alguma dúvida ou queira acrescentar algo, deixe um comentário ou faça contato conosco.

FIA

Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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