Cada vez mais brasileiros têm procurado alternativas seguras e rentáveis para investir – e o Tesouro Selic é uma delas.
Vinculado à Taxa Selic, esse é um tipo de aplicação que usa os juros como valor referencial para remunerar seus investidores.
Assim, os valores são corrigidos de acordo com as variações da taxa básica de juros do país.
E antes de entrarmos nos detalhes do investimento, é preciso entender primeiro a Selic, uma sigla para Sistema Especial de Liquidação de Custódia.
Ela é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para calcular a média dos juros praticados pelo país diariamente.
Essa média é chamada de Selic Over, uma alusão aos investimentos “overnight”, comuns antes do Plano Real.
Mas é preciso ficar atento para não confundir a Selic Over com a meta Selic.
A meta nada mais é do que um valor referencial definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias.
Assim, seu valor serve como benchmark (referência) para a correção do investimento no Tesouro Selic, assunto deste artigo.
Vale dizer desde já que essa é uma aplicação bastante segura, já que títulos públicos são emitidos e assegurados pela União.
Continue lendo se você se interessa pelo tema para saber mais informações sobre o que é o Tesouro Selic, sua rentabilidade e como ele se compara com outros tipos de investimento.
Se desejar, navegue pelos seguintes tópicos:
- Antes do Tesouro Selic: o que é o Tesouro Direto?
- Então, o que é Tesouro Selic?
- Como funciona o Tesouro Selic?
- Qual a rentabilidade do Tesouro Selic?
- Vale a pena investir no Tesouro Selic?
- Como escolher o melhor título do Tesouro Direto?
- Como investir em Tesouro Selic?
- Comparativos de rentabilidade com outros investimentos
- Tesouro Selic ou CDB?
- Tesouro Selic ou Poupança?
- Tesouro Selic ou LCI e LCA?
Acompanhe até o final e tenha uma ótima leitura!
Antes do Tesouro Selic: o que é o Tesouro Direto?
Quando falamos em Tesouro Direto, estamos nos referindo aos títulos da dívida pública que são emitidos pela União e comercializados como forma de suplementar o orçamento anual da máquina pública.
Criado no ano de 2002 pelo Tesouro Nacional, o sistema de investimentos inovou ao permitir a compra e venda de papéis do Governo Federal pela internet.
Essa modalidade se popularizou bastante nos últimos anos, principalmente por oferecer uma opção democrática para quem quer se aventurar no mundo dos investimentos com rentabilidade acima do que oferece a caderneta de poupança.
O sistema permite a compra de títulos com valor bem baixo (a partir de R$ 30), além de oferecer liquidez diária em todos os papéis – o que significa que o dinheiro investido pode ser resgatado a qualquer momento, se desejar.
Então, o que é Tesouro Selic?
Assim, chegamos ao Tesouro Selic: um tipo de investimento em Tesouro Direto que tem seu rendimento atrelado à Taxa Selic – atualmente em 5,9% ao ano (novembro de 2019).
Como a emissão dos papéis é feita pelo Tesouro Nacional, essa é uma modalidade de investimento que tem risco muito pequeno, não importando o tempo da aplicação ou a data de resgate.
A rentabilidade é outro atrativo, já que ela é pós-fixada. Ou seja, o Tesouro compromete-se a pagar o equivalente a 100% da Selic no período.
Por esse e por outros motivos, a aplicação tem ganhado espaço nos últimos anos, ocupando parte do lugar que pertence à caderneta de poupança na preferência dos brasileiros.
Como funciona o Tesouro Selic?
O funcionamento do Tesouro Selic é bastante simples.
O investidor empresta dinheiro ao país e pode retirá-lo a qualquer momento, recebendo os juros de acordo com o tempo em que manteve o capital aplicado.
Como particularidade do Tesouro Selic, como explicamos antes, essa correção segue a Taxa Selic do período.
Bastante prático e seguro, o investimento é garantido pela maior instituição do país, que é o Governo Federal.
Significa que você só não terá seu dinheiro de volta se o país quebrar. Além de ser um evento raríssimo, toda a economia entraria em colapso muito antes disso ocorrer.
Por oferecer uma boa rentabilidade e facilitar a liquidação dos títulos, essa modalidade tem sido bastante procurada por investidores iniciantes.
Mas se engana quem pensa que o Tesouro Selic é procurado apenas por quem está começando.
Especialistas indicam que até mesmo os investidores mais experientes tenham uma parte do seu patrimônio aplicado em títulos públicos como medida de segurança.
Antes de se comprometer com um investimento – seja ele qual for – é importante avaliar alguns fatores para ver se aquela modalidade realmente corresponde às suas expectativas, necessidades e perfil de tolerância ao risco.
De nada adianta aplicar em um ativo que precisa ficar parado por 24 meses se você pode precisar do dinheiro daqui um ano, por exemplo.
Se esse for o seu caso, o Tesouro Selic (assim como o Tesouro Direto como um todo) é uma ótima opção, pois permite a compra e a venda a qualquer momento, sem que isso gere prejuízos.
Em outras palavras, ele é a alternativa ideal para quem quer construir uma reserva de emergência que possa ser facilmente acessada.
Qual a rentabilidade do Tesouro Selic?
A associação mais óbvia feita quando ouvimos falar em Tesouro Selic é pensar que esse tipo de investimento rende de acordo com a taxa de juros.
E como você agora já sabe, a aplicação paga de acordo com a taxa Selic.
A rentabilidade do título é calculada diariamente, com uma base que equivale a 1/252 da taxa de juros vigente.
Porém, quem aposta nesse investimento precisa ter em mente que está comprando um título pós-fixado.
Isso significa que o investidor só vai saber o valor exato da remuneração em um momento posterior, depois da compra.
É claro que sabemos qual é a taxa de juros atual, mas é muito difícil fazer uma projeção dos próximos meses que seja totalmente real.
Mas isso não faz do Tesouro Selic uma aplicação arriscada, já que esse é o título público mais conservador e defensivo disponível hoje no mercado.
Você pode acompanhar as oscilações da taxa de juros e o saldo dos seus títulos sempre que quiser ter uma ideia aproximada de como anda o seu patrimônio.
Por render uma percentagem todos os dias, é um ativo que está sempre se valorizando, o que garante a proteção do seu patrimônio.
Vale a pena investir no Tesouro Selic?
Assim como qualquer modalidade de investimento, existem prós e contras.
E quem quer investir no Tesouro Selic precisa considerar tudo antes de se comprometer com uma aplicação.
A escolha, portanto, é subjetiva e pessoal – depende do que é mais importante para você levando em consideração sua saúde financeira em longo prazo.
Algo que podemos adiantar é que investir no Tesouro Selic, com certeza, é mais vantajoso do que deixar o dinheiro parado dentro de uma gaveta ou embaixo do colchão.
Começando a falar das vantagens, então, esse é um tipo de investimento bastante facilitado.
Assim, investidores de primeira viagem podem respirar aliviados ao escolherem esse caminho para iniciar sua jornada.
A plataforma do Tesouro Direto é extremamente simples de operar e, além disso, algumas corretoras oferecem integrações em seus sites e aplicativos para que você possa gerenciar todos os seus ativos em um só lugar.
A segurança também é outro ponto importante a considerar na hora de decidir se o investimento vale a pena.
Afinal de contas, existe um motivo pelo qual o Tesouro Selic é conhecido como um ativo livre de risco ou com risco zero.
Como dissemos, trata-se de títulos públicos emitidos pela União e, por isso, é uma aplicação extremamente segura.
Quem investe nessa categoria de ativos pode ficar tranquilo, já que há um mínimo risco de crédito (levar um calote do devedor) ou de ter dificuldades em liquidar (vender) os títulos.
Falando em liquidez, essa é mais uma vantagem da modalidade.
O Tesouro Selic permite que o investidor resgate o dinheiro investido a qualquer momento, tendo ele disponibilizado em sua conta no dia seguinte, dependendo do horário da solicitação.
Porém, tenha cuidado com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Para não correr o risco de ter seus ganhos comprometidos, é indicado esperar ao menos 30 dias da compra dos títulos para fazer a liquidação dos mesmos.
Antes desse prazo, o IOF incide sobre a rentabilidade – e quanto mais o resgate for antecipado, maior é a alíquota.
Quem busca estabilidade financeira vai ficar contente em saber que, dentre os títulos públicos, o Tesouro Selic é o que apresenta menor volatilidade.
Isso significa que esse é um investimento conservador, pois não se afeta pelo sobe e desce dos preços, oferecendo rendimento diário, sem exceções ou variações.
Mas, como nem tudo são flores, há também algumas desvantagens que precisam ser consideradas antes de bater o martelo.
Os investidores com um pouco mais de experiência vão se lembrar desta máxima: quanto mais seguro um investimento é, menor é sua rentabilidade.
E Tesouro Selic não foge da regra.
Em um cenário em que a taxa de juros está baixa, sua rentabilidade será menor também.
Se você busca um rendimento que tenha uma margem de lucro maior, inevitavelmente, precisará arriscar um pouco mais e mirar outro produto financeiro.
E ainda que seja bastante seguro, o Tesouro Selic não protege o investidor da inflação, um grande vilão da economia.
Como é ajustado de acordo com a taxa básica de juros, ele pode ter sua rentabilidade real corroída em caso de IPCA elevado no período da aplicação.
Um exemplo rápido e básico para que entenda: se o Tesouro Selic tiver rentabilidade líquida de 5% e a inflação subir 5,5%, significa que o dinheiro aplicado perdeu valor (vale menos no resgate do que no momento da aplicação).
Como escolher o melhor título do Tesouro Direto?
São basicamente três os tipos de títulos públicos negociados por meio do Tesouro Direto.
O primeiro que podemos destacar é o Tesouro Selic, conhecido também como Letra Financeira do Tesouro (LFT).
Como já falamos bastante sobre essa modalidade, suas vantagens e desvantagens, seguimos para o próximo tipo.
O Tesouro Prefixado, como ficou conhecido, tem o nome de Letras do Tesouro Nacional (LTN).
A principal característica dessa categoria é que, ao adquirir um título, você sabe exatamente qual será o retorno bruto que terá se mantiver o ativo até a data de vencimento.
Seguindo em frente, temos o Tesouro IPCA, originalmente chamado de Notas do Tesouro Nacional Série B e Notas do Tesouro Nacional Série B Principal (NTN-B e NTN-B Principal).
Você já percebeu que esse tipo se subdivide em dois.
Então, para facilitar o entendimento, há alguns anos, os nomes foram atualizados para Tesouro IPCA com juros semestrais e Tesouro IPCA+, respectivamente.
Enquanto a primeira opção paga semestralmente o valor dos juros aos seus investidores, na segunda, o valor dos juros é reinvestido para aumentar o valor da aplicação.
Como indica o nome, a rentabilidade de ambos os títulos é vinculada ao valor da inflação indicado no IPCA.
Como investir em Tesouro Selic?
O primeiro passo para investir no Tesouro Selic é escolher uma corretora de valores que melhor combine com seu perfil e necessidades.
Na internet, é possível encontrar diversas opções de empresas que têm o cadastro facilitado e gratuito para novos clientes.
Algumas, inclusive, contam com aplicativos próprios para compra e venda de ativos, investimentos no Tesouro Direto, mercado de ações, entre outros.
Aprovado o cadastro, você passa a contar com uma conta de investimentos com número de identificação para depositar valores.
O segundo passo é, então, transferir o montante que você pretende investir da sua conta corrente para a corretora de valores.
Em geral, essa operação é feita como um TED de mesma titularidade, o que exclui a incidência de taxas em alguns bancos.
O terceiro e último passo será o de finalmente fazer o seu investimento.
No site da corretora, você seleciona o valor que deseja aplicar e indica se pretende repetir a aplicação no mês seguinte ou se vai aplicar uma só vez.
Segundo o site do Tesouro Nacional, um título do Tesouro Selic custa hoje (novembro/2019) R$ 104,21.
Comparativos de rentabilidade com outros investimentos
A essa altura, aqueles que têm alguma familiaridade com investimentos provavelmente estão se perguntando como o Tesouro Selic se compara a outras modalidades de investimento.
Escolher uma aplicação para investir o seu patrimônio não é tão simples, pois exige muita pesquisa e atenção aos detalhes.
O objetivo final, de sempre aumentar o valor investido, pode parecer básico, mas há obstáculos no caminho.
Enquanto o seu dinheiro está aplicado, muita coisa acontece no mundo e na economia.
A inflação, taxa de juros e oscilações cambiais são apenas alguns dos valores que precisam ser levados em conta na hora de escolher o melhor investimento.
Sabendo dessa dificuldade, preparamos abaixo um comparativo rápido entre o Tesouro Selic e outras modalidades de aplicação populares.
Tesouro Selic ou CDB?
A mecânica do CDB (Certificado de Depósito Bancário) é parecida com a do Tesouro Direto.
Ambos os investimentos são, no fundo, empréstimos feitos a instituições/pessoas jurídicas que remuneram seus investidores com os juros do empréstimo.
A diferença é que, no caso do CDB, você vai comprar títulos privados, emitidos por instituições financeiras, como bancos.
Ou seja, seu dinheiro é emprestado para os bancos financiarem as próprias operações.
Em geral, os CDBs pagam um percentual da Taxa CDI (Certificado de Depósitos Interbancários), cuja rentabilidade é bastante próxima da Taxa Selic.
Quanto mais alto for esse percentual, melhor é a rentabilidade.
Então, CDBs que pagam 100% do CDI ficam muito perto do rendimento do Tesouro Selic.
Para ter mais ganhos, procure por títulos que pagam acima disso.
Tesouro Selic ou Poupança?
Preferência nacional, a caderneta de poupança é uma forma segura de fazer o seu dinheiro crescer, assim como o Tesouro Direto.
Ela nada mais é do que um tipo de conta bancária que apresenta rendimento mensal, ao passo que tem um limite de operações diferente da conta corrente.
Mas atenção: hoje, a caderneta é considerada um dos piores investimentos de renda fixa devido à sua baixa rentabilidade.
A remuneração segue regras específicas que usam a Taxa Selic e a Tara Referencial no cálculo.
Assim, com a Selic a 5% ao ano, a poupança rende pouco acima de 3% a cada 12 meses – correndo risco de ficar abaixo da inflação e reduzir seu poder de compra.
Tesouro Selic ou LCI e LCA?
As Letras do Crédito Imobiliário (LCI) ou Letras de Crédito de Crédito do Agronegócio (LCA) são outros títulos de renda fixa emitidos por bancos.
Esse investimento tem um nível de segurança que se equipara ao da poupança e do Tesouro Direto.
Quanto à rentabilidade, as Letras de Crédito oferecem opções prefixadas e pós-fixadas, com rendimento girando entre 80% e 110% do CDI.
Ainda que em alguns casos ele não pague o total do CDI, esse é um investimento que traz como vantagem a isenção de tributos, o que aumenta o seu retorno líquido.
É diferente do CDB e do Tesouro Selic, por exemplo, cuja rentabilidade é afetada pelo Imposto de Renda.
Então, uma LCI ou LCA que paga acima de 100% do CDI tende a ser mais atraente.
Conclusão
Lançado em 2002, o sistema de compra e venda de títulos do Tesouro Nacional tem despontado como uma opção segura e rentável para proteger e expandir seu patrimônio.
Sua segurança se deve ao fato de que é emitido pela maior instituição do país, o Governo Federal.
Na prática, você empresta dinheiro à União e recebe uma taxa de remuneração ao resgatar o valor.
Por isso, é conhecido por ser um investimento de risco zero ou risco nulo.
Como vimos, o Tesouro Selic tem seus rendimentos corrigidos pela taxa básica de juros.
Agora que você já sabe todos os prós e contras da aplicação, está pronto para tomar uma decisão e investir de maneira estratégica para atingir seus objetivos.
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