Já ouviu falar em White Label?
Esse conceito nasceu da ideia de oferecer facilidades a marcas e clientes, terceirizando a estrutura de produtos e serviços através de modelos prontos.
Você talvez não faça ideia, mas, provavelmente, já comprou um item de marca exclusiva no supermercado, desenvolvido a partir de White Label.
No ambiente digital, essa é uma solução inteligente para que micro e pequenas empresas de diferentes setores comecem a vender online, sem precisar investir no desenvolvimento de um e-commerce próprio.
Quer entender mais sobre o assunto? Então, siga com a leitura deste artigo.
Nos próximos tópicos, vamos comentar as aplicações, benefícios e diferenças entre o modelo White Label e uma franquia comum.
Se desejar, navegue pelos temas que serão abordados a partir de agora:
Não deixe de acompanhar até o final. Boa leitura!
White Label é um conceito de mercado que descreve a terceirização do desenvolvimento de produtos e serviços, criando um molde que pode ser personalizado e redistribuído.
Na prática, significa que um item ou plataforma foi desenvolvido por uma empresa, mas recebeu a marca de uma parceira que o revende para seus clientes.
Por isso, recebe o nome de White Label que, traduzido, significa “etiqueta branca”.
Assim, a empresa revendedora não precisa arcar com custos de criação de uma solução, podendo, inclusive, lucrar ao adicionar uma taxa e negociar com seus clientes.
Em contrapartida, ela não possui direitos sobre a licença do produto ou serviço.
O White Label costuma ser adotado quando uma companhia quer expandir sua atuação, mas não possui a expertise – nem o interesse – necessários para fazer isso.
Ela opta, então, por aderir a um programa de marketing de afiliados, utilizando um modelo desenvolvido por uma parceira, que é personalizado para que mantenham uma relação próxima aos clientes.
Esse modelo de negócio tem uma origem curiosa.
No final da década de 1980, o Hip Hop provocou transformações no universo musical, principalmente nos Estados Unidos.
Usando discos com hits populares, DJs elaboravam versões próprias, remixando e misturando trechos das músicas.
Isso era feito de maneira clandestina, até que algumas gravadoras enxergaram ali uma oportunidade para testar novas canções investindo pouco dinheiro.
Coletaram, assim, informações sobre os principais DJs e começaram a mandar discos repletos de faixas White Label, ou seja, faixas brancas.
Essa autorização das gravadoras e artistas significava que os DJs poderiam modificar as músicas de forma livre, criando versões e tocando, com elas, em festas.
Com o passar dos anos, o termo White Label foi ganhando novas aplicações, mas sempre com o significado de permissão de uso.
Até que, em 2001, uma companhia atuante no varejo e vendas online começou a disponibilizar telefones para que outras marcas comercializassem produtos próprios.
Tinha início o emprego do modelo White Label no mundo digital.
Private Label é um termo que pode ser traduzido como marca própria.
Companhias que atuam sob esse modelo de negócios são contratadas por grandes redes para que produzam diferentes itens e adicionem a etiqueta da empresa contratante.
Os casos mais comuns ocorrem no segmento de varejo de roupas, no qual grandes lojas terceirizam toda a fabricação das peças e, no final, as vendem com sua marca.
Observe que o conceito, ideia e desenho das coleções são de responsabilidade da contratante, assim como a divulgação e administração dos pontos de venda.
Em resumo, todas as atividades referentes à gestão da marca são de responsabilidade da grande rede, deixando somente a produção com a contratada via modelo Private Label.
Cartões de crédito emitidos por varejistas são outro exemplo dessa relação de negócios, pois o contratante é quem administra a marca, enquanto uma empresa do ramo financeiro emite o cartão.
O conceito Private Label é interessante para negócios que desejam ampliar a margem de lucro de seus produtos, uma vez que todos os custos com sua fabricação são terceirizados.
Nesse ponto, você pode estar se perguntando qual a diferença entre esse modelo e o White Label, já que ambos consistem na terceirização de produtos e serviços.
A resposta é simples.
Relações de Private Label envolvem, basicamente, indústria e varejo, sendo que a fábrica produz itens segundo a demanda do varejista.
Esses produtos são idealizados pelo contratante, sendo vendidos apenas para ele.
Já as empresas que atuam sob o modelo White Label produzem um produto ou serviço adaptável a diferentes companhias, sendo que elas ficam responsáveis por inserir suas marcas.
As empresas são, nesse contexto, parceiras por meio de uma estratégia de marketing de afiliados.
Além de se beneficiar com estruturas de TI e serviços prestados através do modelo White Label, algumas empresas podem aumentar os ganhos por meio dessas plataformas.
Quem tem negócios B2B – quando a empresa vende produtos ou serviços para outras empresas – pode transformar as plataformas White Label em um novo produto, com direito a faturamento extra.
Basta firmar uma parceria com a companhia desenvolvedora e, em seguida, começar a revender essas soluções aos próprios clientes.
Em geral, eles nem ficarão sabendo que a plataforma é terceirizada, já que ela pode ser customizada, recebendo a marca ou etiqueta da empresa que a revendeu.
A principal vantagem, nesse cenário, é que a organização que revende o serviço pode adicionar uma porcentagem para que tenha lucro a cada operação.
Dessa forma, quanto mais plataformas vendidas, maiores os lucros para a companhia que faz as revendas.
A empresa que desenvolve o modelo White Label também fatura com essas vendas, pois, na prática, apenas distribui versões de um único modelo, economizando em horas e recursos para a criação de plataformas diferentes.
No entanto, ela deve arcar com a manutenção, atualizações e possíveis reparos necessários para que seu modelo funcione de maneira adequada.
O White Label funciona com base na interação entre empresa desenvolvedora, contratante e, caso haja revenda do serviço, de um cliente final.
É uma relação na qual todos ganham, pois:
Para explicar o funcionamento dessa dinâmica, vamos a um exemplo prático.
Imagine que você tem uma pequena loja de roupas de fabricação própria que está indo bem, mas ainda não tem presença na internet.
Para começar a vender online, será preciso montar uma loja virtual, o que exige conhecimentos sobre programação, webdesign, marketing digital, entre outros.
Você percebe, então, que o desenvolvimento próprio do seu e-commerce implica em um investimento alto, tanto em mão de obra quanto de tempo para a criação do site.
Em vez de prosseguir com essa ideia, decide buscar alternativas no mercado e, um dia, uma companhia especializada em tecnologia da informação e desenvolvimento de sites lhe faz uma proposta.
Ela vai oferecer uma estrutura para sua loja virtual, disponibilizando um modelo para que sua equipe insira a marca da loja de roupas e venda direto ao cliente final.
Está aí um exemplo clássico de White Label, no qual o desenvolvimento de um serviço foi terceirizado para que a loja pudesse se dedicar ao seu próprio know-how: a fabricação e venda de roupas.
Contudo, a loja também pode se tornar parceira da empresa de TI e começar a revender a plataforma de e-commerce, adicionando uma margem de lucro.
Plataformas White Label são aquelas que podem ser adaptadas a diferentes tipos de negócio, partindo de um mesmo modelo.
Como acontece com outros produtos com etiqueta branca, quem contrata esses softwares pode inserir sua marca e personalizar a interface, tanto para uso próprio quanto para revenda.
Versáteis, os softwares White Label podem atender a uma série de necessidades, agregando serviços como:
Toda a construção técnica, com detalhes de programação e arquitetura da informação ficam sob a responsabilidade da desenvolvedora.
Normalmente, essa empresa também se dispõe a resolver problemas técnicos da plataforma, uma vez que seus clientes não detêm a expertise necessária para corrigir possíveis falhas.
Além da venda direta, empresas que oferecem softwares White Label costumam manter programas de marketing de afiliados para elevar as vendas.
O marketing de afiliados pode ser definido como uma estratégia que impulsiona a divulgação de um produto ou serviço, estabelecendo recompensas para pessoas e empresas que ajudem nessa tarefa.
Essa dinâmica permite que cada cliente direto busque mais consumidores que se interessem pela plataforma e trabalhe na revenda, adicionando, ou não, uma comissão.
Normalmente, esses programas são bastante vantajosos para a empresa criadora do software, em especial quando ela faz negócio com grandes players do mercado.
Por meio de um único parceiro, é possível alcançar centenas ou até milhares de novos clientes, multiplicando as vendas e lucro.
O fato de trabalharem com uso e distribuição de soluções de uma empresa parceira pode levar a uma confusão entre White Label e franquia.
Entretanto, há diferenças entre esses dois modelos.
De acordo com o Sebrae, a franquia de negócio formatado (Business Format Franchising) pode ser caracterizada pela:
“Existência de um contrato, no qual uma empresa, detentora de uma marca ou patente (franqueador), utiliza o sistema de franquias para expandir seus negócios, concedendo a outros (franqueados) o direito de uso de sua marca ou patente e de exploração comercial do que tiver sido desenvolvido ou testado por ela.”
O franqueado deve receber orientação do franqueador, a fim de que reproduza o padrão exigido pela marca.
Afinal, o consumidor espera encontrar serviços com a mesma qualidade, variedade e atendimento em todas as unidades que representem aquela marca.
Quando pensamos, por exemplo, no McDonald’s, esperamos encontrar restaurantes com decorações nas cores amarela e vermelha, atendimento rápido, preços e combos padronizados.
Franqueados não podem, simplesmente, frustrar essa expectativa e mudar os itens do cardápio, processos ou preços.
Além disso, o modelo de franchising envolve o pagamento de uma taxa inicial pelo uso do know-how e da marca, além de royalties, que são a remuneração periódica pelos serviços prestados pelo franqueador, cobrada sobre o faturamento da franquia.
Já o modelo White Label prevê uma relação mais flexível, com liberdade para que o contratante personalize a solução adquirida, inserindo sua marca e identidade visual.
Ele não vai precisar seguir qualquer ordem, protocolo ou padrão estabelecido pela empresa desenvolvedora, muito menos prestar contas quanto ao uso da solução White Label.
O conceito também exige um investimento muito menor por parte do contratante, dispensando o pagamento de royalties ou qualquer porcentagem sobre as revendas concluídas.
É possível, inclusive, revender a solução e manter o relacionamento com o cliente final sem informar que se trata de um serviço ou produto terceirizado, pois a empresa não precisa citar o trabalho da desenvolvedora.
A vantagem mais evidente desse modelo é a redução de custos com a criação de produtos ou serviços para diversos setores.
No caso de plataformas White Label, uma companhia que não possua expertise para o desenvolvimento de softwares teria que investir altas quantias na aquisição dos equipamentos e programas necessários.
A mão de obra adequada, formada por especialistas em tecnologia da informação, também exige um investimento à altura.
Isso sem falar no tempo dedicado para iniciar um aplicativo, site ou e-commerce do zero, que pode levar vários meses.
Por fim, cabe citar os custos referentes a adequações, correções na plataforma e, mais tarde, atualizações para que continue eficiente.
Sem dúvidas, fica mais barato e prático deixar essas responsabilidades com um parceiro qualificado.
Mesmo fora da área tecnológica, se falarmos em produtos como alimentos fabricados sob o conceito White Label, a empresa contratante paga menos, pois os adquire pelo preço de atacado.
Depois, ela pode revender esses artigos com uma margem de lucro maior, definida a partir de seu modelo de negócios e conhecimentos sobre seu público-alvo.
Assim, não é preciso adquirir o know-how de processos que não pertencem a seu segmento de atuação.
Em outras palavras, uma rede de supermercados não precisa comprar uma fábrica, contratar pessoas e criar protocolos para a produção de alimentos, itens de higiene ou limpeza.
Ela pode aderir ao modelo White Label, firmando parceria com uma fábrica que já domine todos esses processos e tenha os recursos indispensáveis para a produção.
Outras vantagens da etiqueta ou marca branca são:
Apesar das vantagens, o modelo White Label tem alguns pontos fracos.
Um deles é que a empresa contratante tem pouca ou nenhuma influência no processo de desenvolvimento do produto, o que a impede de exercer um controle de qualidade mais rígido.
Por isso, é importante testar a solução antes de repassá-la para o cliente final.
Caso contrário, existe o risco de ele começar a associar a marca da contratante a produtos e serviços de baixo valor, independentemente do custo.
O fato de não acompanhar o processo de desenvolvimento também afasta a empresa contratante de adquirir o know-how envolvido nessa dinâmica.
Dessa forma, fica complicado resolver problemas e responder possíveis dúvidas do cliente, assim como estabelecer uma cultura de melhoria contínua através do setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Por serem distribuídas para diversas empresas, as soluções White Label não costumam oferecer um diferencial forte, portanto, precisam ser adaptadas para que divulguem a marca com eficiência.
Como vimos mais acima, esse conceito tem pontos positivos e negativos.
E para fazer do White Label uma solução lucrativa e não uma dor de cabeça, siga as nossas dicas antes de escolher seu parceiro:
Ao longo deste artigo, explicamos o modelo, tipos, dicas e como funciona o White Label.
Com origem no universo musical, esse termo vem se popularizando pelas possibilidades de ganhos a partir da revenda de modelos versáteis para produtos e serviços.
Confere, ainda, novas oportunidades de negócio, em especial na área de tecnologia, por meio de e-commerces.
Para conhecer outros conceitos inovadores no campo de Gestão de Empresas, Administração e Empreendedorismo, navegue pelo blog da FIA.
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