A qualidade de vida no trabalho (QVT) está entre os aspectos que mais influenciam na escolha dos profissionais por um emprego.
Tanto é assim que um estudo publicado pela Gitnux (em inglês) aponta que 72% das pessoas acreditam que esse é um fator crítico.
E você? Costuma se preocupar sobre como medir a qualidade de vida no trabalho ou o que conta mesmo é o salário?
Este é um conteúdo que vai ajudar a refletir a respeito do tema.
Os empregadores precisam ficar ainda mais alertas, já que, segundo a Gitnux, a rotatividade em consequência da falta de qualidade de vida no trabalho consome 21% dos custos com salários.
Só esse já é um motivo mais do que suficiente para pensar em estratégias de qualidade de vida no trabalho, concorda?
Então, leia este texto até o fim para conhecer os principais fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho e ações práticas para melhorar nesse sentido.
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A qualidade de vida no trabalho refere-se ao bem-estar físico, mental e emocional dos colaboradores dentro do ambiente laboral.
Para isso, a empresa deve oferecer condições de trabalho saudáveis, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, reconhecimento e oportunidades de desenvolvimento.
Implica ainda oferecer segurança, autonomia e um bom relacionamento, em um ambiente organizacional que seja motivador e saudável.
Afinal, não é segredo que a boa qualidade de vida no trabalho aumenta a produtividade, além de reduzir o estresse e a rotatividade de funcionários.
Também ajuda a fortalecer o engajamento, promovendo a longevidade das equipes, o que no longo prazo contribui para o sucesso da empresa.
Isso vai ficar mais claro na sequência, quando falarmos sobre as estratégias de qualidade de vida no trabalho.
Tem como medir a qualidade de vida no trabalho e é muito importante que as organizações procurem esse caminho.
Considerando que são muitos os fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho, é preciso que a gestão da empresa mantenha uma postura vigilante.
Pouco adianta pagar bons salários, por exemplo, se a carga horária dos colaboradores não os permitir usufruir dos seus próprios rendimentos.
“Ah, mas é melhor um emprego ruim do que ficar desempregado”, poderíamos argumentar.
É verdade, mas isso só se sustenta no curto prazo.
Empregos precários, no final, acabam sendo ruins para empregados e empregadores, em razão dos altos custos associados.
Nos Estados Unidos, a maior economia do mundo e com baixas taxas de desocupação, 44% das pessoas consideram seus empregos medíocres e 16% os acham ruins.
Vale destacar que o estudo foi feito na pandemia, quando boa parte dos trabalhadores aderiram ao home office.
Essa precariedade, segundo a pesquisa da Gallup, gera como principal consequência a falta de qualidade no trabalho e o aumento da rotatividade.
Portanto, a qualidade de vida no trabalho é fundamental, por reduzir indiretamente o custo geral e contribuir para a melhora na qualidade dos produtos e serviços.
A importância da qualidade de vida no trabalho também se confirma ao analisarmos mais a fundo as muitas vantagens associadas aos bons empregos.
Essa é até uma questão de lógica, se levarmos em conta que o sucesso de um empregado é o sucesso da empresa.
Do contrário, as grandes marcas não estimulariam tão fortemente o intraempreendedorismo, como é o caso do Carrefour, Unilever Brasil e a Salesforce, entre outras.
Isso é parte de uma cultura que valoriza não apenas os resultados, mas a maneira como as pessoas se sentem em relação ao próprio trabalho.
Veja na sequência algumas das vantagens que adotar essa perspectiva traz.
Você vai perceber que, conhecendo os fatores que influenciam a qualidade de vida no trabalho, essa relação vantajosa fica clara.
A qualidade de vida no trabalho é um fator-chave na retenção de funcionários.
Um estudo da Gallup mostrou, por exemplo, que colaboradores que se sentem engajados e valorizados no trabalho têm 59% menos probabilidade de procurar um novo emprego.
Isso porque, ao criar um ambiente que promove bem-estar, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, desenvolvimento profissional e reconhecimento, a empresa aumenta a satisfação.
Assim, economiza-se tempo e dinheiro em recrutamento e treinamento de novos colaboradores.
Lembre-se que o custo de contratação de um novo colaborador envolve não apenas o pagamento de salários e encargos, mas tempo e energia em treinamento.
Além disso, um empregado que já conhece o seu ofício tende a produzir mais e melhor, desde que esteja satisfeito.
Dificilmente isso acontece com quem está chegando, o que gera mais custos indiretos para a empresa.
Nenhuma empresa conseguirá atrair e manter talentos se não oferecer qualidade de vida no trabalho.
Nesse sentido, as pesquisas evidenciam como medidas simples adotadas em caráter permanente ou de longo prazo ajudam a reter talentos.
É o que diz um estudo da Universidade de Novi Sad, na Sérvia, e também um realizado por pesquisadores chineses (ambos em inglês).
Oferecer benefícios como horários flexíveis, programas de bem-estar e oportunidades de crescimento demonstra que a empresa se preocupa com seus funcionários.
No final, isso ajuda a criar um ambiente atraente para os melhores profissionais o que, junto a outras medidas, influencia positivamente na sua permanência.
De acordo com o State of The Global Workplace 2023 (em inglês), da Gallup, 59% dos trabalhadoresem todo o mundo consideram-se adeptos do quiet quitting, do qual já falamos aqui no blog.
Trata-se de um movimento passivo, em que a ausência do trabalhador não é física, mas mental, emocional e até espiritual.
Ou seja, é como se o colaborador estivesse fisicamente na empresa, mas incapaz de realizar suas tarefas com o mínimo de empenho.
Essa postura apática, que é uma forma de ausência sem justificativa, pode ter como pano de fundo a falta de qualidade de vida no trabalho.
É o que sugere a pesquisa da Gallup, em que os trabalhadores entrevistados disseram que, para mudar esse quadro, as empresas poderiam investir em remuneração e bem-estar, além de promover o engajamento e mudar sua cultura.
Outro bom motivo que reforça a importância da qualidade de vida no trabalho é que a produtividade tende a aumentar quando tudo está em equilíbrio.
Colaboradores que se sentem bem cuidados e apoiados tendem a ser mais produtivos e a dar respostas mais rápidas.
Um estudo da Universidade de Warwick (em inglês) descobriu que a felicidade dos funcionários pode aumentar a produtividade em até 12%.
Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a ansiedade e depressão — doenças associadas à falta de qualidade de vida — acarretam anualmente prejuízos na casa de US$ 1 trilhão por ano, em razão da perda de produtividade.
A qualidade de vida no trabalho desempenha um papel de grande relevância no fortalecimento da cultura organizacional, definindo os valores e princípios que uma empresa promove.
Quando os colaboradores experimentam um ambiente de trabalho que valoriza seu bem-estar, equilíbrio e desenvolvimento, eles internalizam esses valores, contribuindo para uma cultura de cuidado, respeito mútuo e engajamento.
Isso leva a uma maior coesão entre os membros da equipe, maior alinhamento com os objetivos da empresa e um senso de pertencimento.
Construir uma imagem positiva da empresa como empregadora é o principal objetivo entre as empresas que investem em employer branding, já que funcionários satisfeitos são os melhores embaixadores da marca.
Suas experiências positivas no ambiente de trabalho se refletem em avaliações online, recomendações a amigos e referências positivas.
Isso atrai talentos e aumenta a competitividade da empresa no mercado de trabalho, refletindo em um ambiente mais estimulante e em qualidade de vida.
Do contrário, empresas que não têm uma marca empregadora forte acabam se ressentido de problemas como absenteísmo e turnover, além de taxas mais altas de quiet quitting.
Investidores estão cada vez mais conscientes da importância da gestão de pessoas nas empresas porque sabem que, sem qualidade no RH, não há bons produtos ou serviços.
Uma cultura que valoriza a qualidade de vida no trabalho demonstra uma gestão sólida, preocupada com o sucesso no longo prazo e não apenas com o lucro.
Empresas com bons indicadores de qualidade de vida no trabalho têm maior probabilidade de atrair investidores interessados no crescimento mútuo.
Afinal, uma coisa é atrair recursos de empresas ou pessoas interessadas tão somente no dinheiro, outra é contar com investidores que são, além disso, verdadeiros parceiros.
Não pode haver abertura à inovação onde não existe confiança e um ambiente favorável à criatividade.
Funcionários que se sentem valorizados são mais propensos a compartilhar ideias, propor soluções e participar de projetos inovadores.
Como enfatiza o estudo Linking Innovation and Job Quality: Challenges and Opportunities for Policy and Research, da Quinne.eu, inovação e qualidade de vida no trabalho estão diretamente ligados.
Isso porque um ambiente saudável estimula a criatividade, a aprendizagem contínua e a disposição para assumir riscos, ingredientes essenciais para o sucesso na inovação.
A seguir, vamos explicar como medir a qualidade de vida no trabalho e essa vantagem vai ficar ainda mais evidente.
Não há como saber se os colaboradores estão satisfeitos apenas “no olho” ou tomando conclusões precipitadas somente pelo que se observa no dia a dia.
A única maneira de medir a qualidade de vida no trabalho de maneira confiável é por meio de indicadores fidedignos.
Entre os mais utilizados, destacam-se as pesquisas de satisfação, avaliação do clima organizacional, taxas de rotatividade, absenteísmo, avaliações de desempenho e feedback dos colaboradores, entre outros.
O uso de métricas quantitativas e qualitativas, além do monitoramento regular, permite às empresas avaliar e aprimorar continuamente as condições de trabalho.
Também é de grande utilidade para identificar áreas de melhoria e implementar estratégias para melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores.
A partir do que vimos, promover estratégias de qualidade de vida no trabalho não é um luxo, mas questão de sobrevivência no mercado.
Veja na sequência como fazer isso, adotando medidas que vão valorizar não só as pessoas, como os bons valores indispensáveis para o crescimento de um negócio.
A organização das tarefas diárias serve para reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida dos funcionários, como preconiza a ferramenta 5S e o Kaizen.
Nesse aspecto, é preciso definir claramente as prioridades, usando para isso ferramentas de gestão de tempo.
Ao criar um ambiente onde os funcionários possam planejar seu trabalho de forma realista e gerenciar suas cargas de trabalho, eles se sentirão mais confiantes e capazes de cumprir suas obrigações, com menos pressão e maior satisfação.
Um clima de trabalho positivo é um pilar para a qualidade de vida.
A gestão da empresa deve estar 100% focada em criar um ambiente onde a comunicação seja aberta e as relações sejam respeitosas.
Vale apostar em atividades sociais que fortaleçam o espírito coletivo, em eventos dentro e fora da empresa.
Outro ponto fundamental é a gestão de conflitos, que deve agir para neutralizar dissensões o mais rápido possível.
A disciplina é um princípio fundamental, não só por uma questão de ordenamento, mas porque evita a sobrecarga de trabalho.
A gestão deve estabelecer horários de trabalho compatíveis com o que diz a legislação e que permitam ao funcionário ter vida social fora da empresa.
Um bom começo é evitar a cultura do “presenteísmo”, onde a quantidade de horas é mais valorizada do que a eficiência.
A equidade no tratamento dos funcionários é essencial para a qualidade de vida no trabalho e sobram razões para justificar isso.
Empresas onde a distribuição de tarefas é justa e o reconhecimento é por mérito têm um clima organizacional muito melhor.
Para isso, garanta que as políticas de RH sejam transparentes e que haja mecanismos para lidar com preocupações e queixas de forma justa, além de um plano de carreira consistente.
Promover a inclusão no local de trabalho é essencial para melhorar a qualidade de vida no trabalho porque sinaliza respeito ao ser humano.
Isso requer a criação de um ambiente onde a diversidade seja valorizada e onde todos os colaboradores se sintam respeitados e incluídos.
Desenvolva políticas de igualdade, promova a conscientização sobre questões de inclusão de gênero e étnica, ofereça treinamento em diversidade e crie grupos de afinidade.
Ao adotar uma abordagem inclusiva, você incentiva a colaboração entre diferentes perspectivas, aumenta o senso de pertencimento e melhora o ambiente de trabalho para todos.
Reconhecer e recompensar os esforços e realizações dos funcionários é, como vimos, um caminho para promover a qualidade de vida no trabalho.
Crie programas de reconhecimento que valorizem não apenas resultados excepcionais, mas também esforços diários e comportamentos alinhados com os valores da empresa.
Ofereça recompensas tangíveis, como bônus ou benefícios, e recompensas intangíveis, como elogios públicos e oportunidades de desenvolvimento.
Isso aumenta a motivação, fortalece o comprometimento e cria um ambiente de trabalho mais positivo.
Estabelecer canais eficazes de feedback é a solução para compreender as necessidades e preocupações dos funcionários.
Utilize pesquisas de satisfação, sessões de feedback regulares, caixas de sugestões e plataformas online para ouvir a voz dos colaboradores.
Analise os feedbacks com seriedade, implemente mudanças com base nas sugestões recebidas e comunique as medidas adotadas.
Isso demonstra que a empresa valoriza as opiniões dos funcionários e está comprometida em melhorar o ambiente de trabalho.
Todas as medidas que vimos até aqui dependem diretamente de uma comunicação fluida e direta.
Primeiro, é necessário promover uma cultura de comunicação aberta, compartilhando diariamente informações sobre metas, desafios e sucessos.
Utilize diferentes canais, como reuniões regulares, newsletters, intranets e redes sociais corporativas.
Crie um ambiente onde os colaboradores se sintam à vontade para fazer perguntas, expressar preocupações e compartilhar ideias.
Uma cultura de sustentabilidade é uma forma de enfatizar a importância de práticas amigas do meio ambiente e de conscientizar as pessoas, refletindo em mais qualidade de vida.
Para isso, vale implementar programas de redução de desperdício, reciclagem, economia de energia e transporte sustentável.
Crie espaços de trabalho ecoeficientes e incentive a participação em atividades de responsabilidade ambiental, como mutirões de limpeza e plantio de árvores.
Isso não apenas contribui para um planeta mais saudável, mas também engaja os funcionários em um propósito maior.
Os líderes desempenham um papel fundamental na promoção da qualidade de vida porque é a partir deles que as pessoas se inspiram e se espelham em seus comportamentos.
Assim, praticar valores como respeito, empatia, ética e trabalho em equipe é condição sine qua non para a qualidade de vida no trabalho.
Delegar responsabilidades e oferecer autonomia aos funcionários mostra confiança em suas habilidades e ajuda a promover a qualidade de vida.
Defina expectativas claras, ofereça orientação quando necessário e permita que os colaboradores tenham liberdade para tomar decisões dentro de suas áreas de atuação.
Investir no desenvolvimento dos funcionários é fundamental para a qualidade de vida e o crescimento organizacional.
Ofereça treinamentos relevantes para o desenvolvimento profissional, promova mentorias, crie planos de carreira e reconheça as conquistas individuais.
Afinal, quando os funcionários sentem que estão aprendendo, crescendo e sendo apoiados em seu desenvolvimento, eles ficam mais engajados e satisfeitos.
Sem qualidade de vida no trabalho, o emprego deixa de ser uma fonte de sustento e atisfação pessoal para se tornar um aborrecimento e, em alguns casos, uma verdadeira tortura diária.
Implementando as dicas que vimos neste texto, seu negócio tem tudo para deslanchar e, claro, impulsionar as carreiras de seus colaboradores.
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