Investir em um fundo internacional é uma das melhores maneiras de diversificar um portfólio atualmente.
Cada vez mais, o mercado financeiro doméstico oferece opções de fundos com exposição a índices e ativos globais.
Dessa forma, investidores em geral já podem acessar produtos de mercados estrangeiros para fugir da crise nacional e reduzir seus riscos.
Nos tópicos a seguir, você vai entender o que é um fundo internacional, quais são os tipos e por que vale a pena aplicar dinheiro.
Continue lendo e dê mais um passo na compreensão dos investimentos.
Um fundo internacional é um fundo de investimento que aplica parte ou o total de seu patrimônio em ativos do exterior.
No caso, esses ativos podem ser ações de empresas estrangeiras, índices, derivativos, títulos de crédito privado, cotas de outros fundos, moedas estrangeiras, etc.
Apenas relembrando: um fundo de investimento funciona como um condomínio de investidores, em que cada participante adquire uma cota e um gestor profissional realiza a gestão do patrimônio.
Assim, todos têm sua participação nos resultados do fundo (que pode ser positivo ou negativo) na proporção do valor investido.
Além de fundos brasileiros que investem no exterior, os investidores qualificados (que possuem mais de R$ 1 milhão investido) também podem aplicar dinheiro em fundos geridos no exterior.
Dessa forma, os investidores conseguem diversificar suas aplicações e garantir exposição internacional em seu portfólio, para além dos ativos disponíveis no mercado financeiro doméstico.
São vários os tipos de fundos internacionais que podem compor uma carteira de investimentos.
Veja alguns exemplos:
Os fundos internacionais de renda fixa são aqueles que aplicam a maior parte de seu patrimônio em investimentos que têm sua rentabilidade conhecida no momento da aplicação.
Os ativos mais comuns nessa categoria são os títulos de crédito privado, que são emitidos por bancos e empresas estrangeiras.
No Brasil, alguns exemplos desses esses ativos são os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), as LCAs/LCIs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio) e as debêntures (títulos de crédito emitidos por empresas).
Além disso, os fundos internacionais também podem aplicar seu capital em títulos públicos do exterior, que, no mercado doméstico, correspondem aos títulos do Tesouro Direto.
Os fundos de renda variável são aqueles que investem seu patrimônio em ativos expostos à volatilidade, cuja rentabilidade não é conhecida no momento da aplicação.
Os mais comuns dessa categoria são os fundos de ações, fundos multimercado e fundos cambiais.
Os fundos cambiais são aqueles que aplicam pelo menos 80% da carteira em ativos relacionados a uma moeda estrangeira, como dólar ou euro.
Eles são recomendados para investidores que querem se proteger das variações cambiais ou aproveitar momentos de alta do dólar ante o real, por exemplo.
A busca por fundos internacionais ganhou força devido à crise política e econômica que o Brasil enfrenta nos últimos anos e à necessidade de diversificação que surge com o crescimento do mercado financeiro.
Quando o país enfrenta incertezas em relação ao risco fiscal e à inflação, por exemplo, é mais seguro para o investidor ter uma parte de seu portfólio aplicada em ativos no exterior.
Dessa forma, é possível diluir o risco e se proteger de crises no mercado doméstico, ao mesmo tempo em que se aproveita oportunidades de maior rentabilidade no mercado externo.
Outro ponto essencial é a proteção do poder de compra, que tende a ser corroído pela alta da inflação e desvalorização do real.
Além disso, como diversificar é essencial em qualquer estratégia de investimentos, os fundos internacionais são ideais para ganhar exposição em diferentes mercados, para além dos ativos nacionais.
No caso dos fundos que investem acima de 20% do seu patrimônio em ativos internacionais, o acesso é restrito aos chamados investidores qualificados ou investidores profissionais.
Veja quais as condições para entrar em um desses grupos:
Investidores qualificados | Investidores profissionais |
Investidores profissionaisPessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela Comissão de Valores Mobiliários como requisitos para o registro de agentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários, em relação a seus recursos própriosClubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificadosPessoas naturais ou jurídicas que detenham investimentos financeiros em valor superior a R$ 1 milhão e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio. | Instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do BrasilCompanhias seguradoras e sociedades de capitalizaçãoEntidades abertas e fechadas de previdência complementarFundos de investimentoClubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVMAgentes autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos própriosInvestidores não residentesPessoas naturais ou jurídicas que detenham investimentos financeiros em valor superior a R$ 10 milhões e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor profissional mediante termo próprio. |
No entanto, também existem opções de fundos internacionais para investidores em geral, que não são qualificados ou profissionais.
A regra estabelecida pela CVM é que esses fundos só podem investir até 20% de seu patrimônio em ativos do exterior.
Além disso, investidores comuns podem negociar ativos internacionais como ETFs (Exchange Traded Funds) e BDRs (Brazilian Depositary Receipts) na bolsa de valores.
São várias as vantagens de investir em fundos internacionais para diversificar sua carteira.
Confira as principais:
Uma das principais razões para investir em fundos internacionais é a possibilidade de adquirir ações das maiores empresas do mundo.
Isso é possível para investidores qualificados que aplicam em fundos de renda variável ou pela aquisição de BDRs, por exemplo.
Esses títulos são recibos que representam ações de empresas listadas em bolsas do exterior.
No caso, a instituição depositária compra as ações lá fora e as deposita em uma instituição financeira que atua como custodiante e emite os BDRs no Brasil, por meio da bolsa brasileira (B3).
Dessa forma, o investidor consegue comprar ações de empresas globais como Apple, Amazon, Netflix e Mercado Livre sem precisar abrir uma conta no exterior e pagar altos custos de remessas.
E, obviamente, ser acionista de multinacionais de sucesso é uma grande oportunidade de obter retorno em longo prazo.
O mercado financeiro brasileiro está em pleno crescimento, e a CVM vem modernizando cada vez mais as regulamentações para diversificar as opções de investimentos.
Ainda assim, existem mercados no exterior que são mais diversificados e oferecem opções diferenciadas de ativos para incluir na carteira.
Logo, investir em fundos internacionais é uma forma de acessar esses mercados estrangeiros para explorar novos potenciais de rentabilidade.
Já deu para perceber que diversificação é a palavra de ordem dos investimentos, certo?
Ainda que seja possível ter uma carteira diversificada com ativos do mercado doméstico, nada se compara às possibilidades oferecidas em bolsas do mundo todo.
Quanto mais diverso for o portfólio, mais fácil será compensar eventuais perdas e obter retornos acima da média em longo prazo.
Investir em fundos internacionais também é uma forma de fugir da burocracia dos investimentos no exterior.
Basta comprar uma cota de um fundo pela internet, usando sua conta da corretora nacional, sem precisar enviar dinheiro para o exterior, fazer conversão de moeda ou pagar altas taxas aos custodiantes.
Além disso, é mais fácil cumprir as exigências tributárias, uma vez que o investimento está localizado no Brasil e segue as regras do Imposto de Renda.
Os riscos dos fundos internacionais variam conforme a classe de ativos utilizada na estratégia e o cenário macroeconômico do mercado-alvo.
Naturalmente, os fundos de renda variável apresentam riscos maiores do que os fundos de renda fixa, uma vez que seus ativos estão expostos à alta volatilidade.
O câmbio, por exemplo, tem um fator de risco inerente à variação das moedas e suas cotações no mercado.
As ações, da mesma forma, sofrem intensas oscilações em seus preços em bolsas de todo o mundo.
O fato de estarem investindo em ativos do mercado internacional acrescenta o risco do desconhecimento do investidor sobre os ativos negociados.
Fora esse ponto, os riscos são os mesmos envolvidos nos produtos financeiros domésticos.
Atualmente, investir em fundos internacionais é muito simples.
Tudo o que você precisa fazer é abrir uma conta em uma corretora de valores autorizada pela CVM e começar a realizar seus aportes nos fundos que deseja.
O processo de abertura de contas é feito 100% online, com envio de documentos por aplicativo, na maioria das instituições.
Assim que sua conta é criada, você ganha acesso ao portfólio de investimentos da corretora e pode escolher entre fundos nacionais e internacionais, ações, títulos públicos e privados, debêntures, previdência privada, derivativos e muito mais.
Na hora de aplicar dinheiro no fundo, é importante estar atento aos seguintes pontos:
Antes de investir em um fundo internacional, você deve avaliar se esse produto é indicado para o seu perfil de investidor.
Nos testes de suitability aplicados por corretoras, o investidor é classificado como conservador, moderado ou arrojado, dependendo de critérios como expectativa de retorno, tolerância ao risco e realidade financeira.
A identificação desse perfil garante que vocêescolha investimentos adequados para a sua carteira e evite correr riscos maiores do que estaria disposto.
Conheça cada um dos perfis:
Além disso, é importante avaliar o histórico de rentabilidade do fundo para entender seu desempenho – lembrando que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.
Por fim, não se esqueça de verificar a liquidez do fundo, pois o prazo para resgate pode ser mais longo do que você imagina.
As taxas de administração cobradas por fundos internacionais variam de acordo com a complexidade dos ativos.
De modo geral, os fundos de renda variável cobram taxas mais altas, uma vez que a gestão de ativos em mercado de alto risco é mais complicada.
Um fundo de ações, por exemplo, costuma ter uma taxa de administração de 2% a.a. (considerado o valor máximo na maioria dos casos).
Já os fundos de renda fixa podem ter taxas entre 1% e 1,5% ao ano.
Além do valor cobrado pela administração, os fundos internacionais também costumam cobrar a taxa de performance.
Trata-se de uma porcentagem cobrada sobre o valor que exceder o índice usado como referência no fundo.
Por exemplo, se um fundo de investimento tem como objetivo superar o Ibovespa (índice da bolsa de valores) e ele consegue ultrapassar em 20% esse índice, é permitida a cobrança de uma taxa de performance sobre esse valor extra de rendimentos.
Geralmente, a taxa de performance fica entre 10% e 20% do que exceder o benchmark utilizado no fundo internacional.
Além disso, é importante verificar as questões de tributação.
Nos fundos de ações, por exemplo, é cobrado o valor de 15% de Imposto de Renda sobre os rendimentos no momento do resgate.
Já os fundos de renda fixa têm o chamado come-cotas: uma cobrança semestral de IR sobre os rendimentos que reduz o valor das suas cotas.
Muitos investidores buscam fundos internacionais para se proteger da oscilação do câmbio, principalmente em momentos de alta do dólar.
Essa estratégia é chamada de hedge e consiste na proteção do poder de compra frente à variação cambial.
Basicamente, um fundo “hedgeado” é montado para proteger o capital dos investidores contra a variação das moedas – em particular, o dólar.
Essa operação consiste em equilibrar operações de compra e venda de dólar utilizando contratos futuros e derivativos, de modo que seja possível agir em cenários de alta e baixa da moeda estrangeira.
Em um cenário de desvalorização do real, muitos investidores buscam fundos cambiais para preservar seu patrimônio contra a alta do dólar.
Não há como classificar o “melhor fundo de investimento internacional”, pois cada investidor deverá selecionar os fundos que se encaixam em seu perfil, estratégia e objetivos.
No entanto, se você quer uma referência de fundos, veja quais foram os produtos com melhor desempenho nessa categoria em fevereiro de 2022, segundo a XP:
Agora que você sabe o que é um fundo internacional e como investir nesses produtos, ficou mais fácil diversificar sua carteira com ativos do exterior.
Para entender mais sobre investimentos, você pode fazer o curso online Análise de Viabilidade Econômico-Financeira de Investimentos da FIA.
Ele é indicado para empreendedores, gestores e analistas que queiram aperfeiçoar suas habilidades em avaliar propostas de investimento, com uso de modernas técnicas orientadas para tomada de decisão.
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