Você pode não saber ao certo o que significa disrupção, mas, com certeza, conhece ou pelo menos já ouviu falar em boa parte das empresas disruptivas do mundo.
Esse tipo de companhia vai além de oferecer um produto ou serviço de grande qualidade, que melhora a experiência do consumidor.
As empresas disruptivas têm o potencial de transformar o nosso dia a dia, mudando a maneira como nos comportamos.
Então, precisamos pensar bem antes de caracterizar uma empresa como disruptiva.
Embora se fale bastante sobre elas atualmente, não há muitas por aí – e é por isso que a maioria delas são bastante conhecidas.
Para quem administra uma empresa ou pensa em empreender, é inspirador entender o que caracteriza a disrupção e conhecer exemplos de empresas disruptivas.
Neste artigo, vamos falar sobre:
Pronto para mergulhar no universo da inovação transformadora? Siga em frente!
Empresas disruptivas são companhias que criam soluções inovadoras superiores a ponto de substituírem um tipo de produto, serviço ou tecnologia.
Não é que elas melhoram algo que já existe, produzindo uma versão atualizada com vantagens para os usuários.
As soluções criadas pelas empresas disruptivas geram uma nova lógica de operação em determinada atividade, tornando obsoleto o que existia antes.
O interessante é que, quando falamos “o que existia antes”, não estamos nos referindo necessariamente a produtos e serviços de outras empresas, mas também a hábitos.
Conseguir essa façanha não é fácil, tanto que muitas soluções disruptivas costumam durar por muitos anos, décadas, às vezes séculos.
O creme dental, por exemplo, foi criado em 1880, pelo dentista americano Washington Wentworth Sheffield.
De lá para cá, as embalagens mudaram e os cremes dentais existem nos mais diversos sabores, com distintas especialidades (mais brancura, proteção anticáries, etc.).
Mas o hábito de escovar os dentes diariamente usando creme dental (que antes não existia) persiste até hoje em todo o mundo.
Podemos nos lembrar de vários outros exemplos de antigamente.
Pense que até o começo do século 20, não existia geladeira, então, as pessoas usavam técnicas diversas para conservar alimentos.
A verdade, porém é que nunca a disrupção foi tão frequente quanto nas últimas décadas, na era da informática e da informação.
Disruptivo é a qualidade de algo que provoca a disrupção. O que isso quer dizer?
Recorrendo ao dicionário Michaelis, encontramos quatro significados para a palavra disrupção:
Já podemos descartar as definições de número 3 e 4, porque são referentes a áreas específicas do conhecimento técnico (eletrônica e hidráulica, respectivamente).
Desse modo, entendemos que a disrupção é um rompimento ou a quebra do curso natural de um processo.
Uma pessoa, empresa ou ideia só deve ser caracterizada como disruptiva, portanto, quando ela tem esse caráter de interromper uma tradição.
É o que falávamos, antes, sobre a mudança de hábitos.
Voltando ao exemplo da geladeira, esse é o principal método de conservação de alimentos do mundo há bastante tempo.
Se amanhã alguém inventar um modo diferente e melhor para manter a comida fresca e essa ideia for adotada em massa, essa terá sido uma invenção disruptiva.
Alguns podem achar que o termo inovação disruptiva é redundante.
Afinal, se algo é inovador, está provocando disrupção, certo? Não exatamente.
A inovação pode ser disruptiva ou pode não ser.
Afinal, há soluções inovadoras que não provocam uma quebra de fato em uma tradição, mas incrementam, evoluem produtos ou experiências ligados a ela.
Para explicar melhor, podemos usar, mais uma vez, o exemplo da geladeira.
Empresas de tecnologia estão fabricando refrigeradores inteligentes, seguindo os conceitos da internet das coisas (IoT).
Com um modelo desenvolvido pela Samsung, por exemplo, o usuário pode saber quais itens estão estocados no eletrodoméstico onde quer que esteja, acessando seu smartphone.
Apesar de ser um produto bastante inovador, não é disruptivo, porque as pessoas seguirão conservando os alimentos da mesma maneira.
Nesse caso, inovação disruptiva seria um produto que aumentasse a vida útil da comida mesmo fora da geladeira.
Caso esse produto existisse, o refrigerador serviria apenas para deixar bebidas e outros itens gelados – e, para isso, um simples frigobar daria conta.
O interessante é que, muitas vezes, a linha entre inovação incremental e disruptiva é tênue.
Há quem considere o aplicativo Uber, por exemplo, como disruptivo, enquanto outros defendem que ele trouxe apenas uma evolução do serviço de táxi urbano, não se configurando um caso de disrupção.
Cada lado tem argumentos bastante válidos e é difícil chegar a um veredito, o que nos ajuda a entender como essas classificações são, por vezes, subjetivas.
Por conta das diferenças que acabamos de explicar, o processo mental que procede a inovação disruptiva é muito diferente em relação à inovação tradicional.
Afinal, estamos falando de soluções totalmente novas, e não de releituras e melhorias de produtos, serviços e processos que já existem e estão consolidados.
Se você quiser criar um sistema inovador de aluguel de automóveis, o ponto de partida é estudar as soluções atuais, conhecer o que funciona bem e buscar ideias novas para os aspectos negativos dos serviços oferecidos hoje no mercado.
Já uma criação disruptiva é tão transformadora que, por vezes, até os pontos positivos da tradição que ela está quebrando se tornam obsoletos.
É comum que a disrupção resolva problemas que os usuários nem sabia que existiam, ou que poderiam ser resolvidos.
Claro que as empresas disruptivas precisam de uma boa dose de criatividade.
Mais do que isso, porém, precisam ser ágeis, dinâmicas e estarem dispostas a testar hipóteses o tempo todo.
Afinal, não há referências, então, por mais criativa que a ideia seja, não se sabe qual será seu desempenho ao ser colocada em prática.
Desse modo, metodologias como o design thinking, favoráveis à criatividade, inovação e experimentação, são perfeitas para serem aplicadas em empresas disruptivas.
Uma empresa não precisa ser disruptiva para ter sucesso.
Mesmo se considerarmos o cenário global, essa seria uma mentira, pois a maior parte das empresas bem-sucedidas do planeta não são disruptivas.
Aquelas que são, por outro lado, só não atingem o sucesso se falharem na implementação das ideias.
Porque, quando surge uma solução disruptiva no mercado, a sua adoção não é uma questão de preferência. É puro bom senso.
Para que você entenda o que queremos dizer com isso, vamos dar um exemplo que todo mundo conhece: a Netflix.
A empresa surgiu nos Estados Unidos como um serviço de entrega de DVDs por correio, mas se tornou disruptiva mesmo com a plataforma de streaming, oferecendo aos usuários o acesso a um amplo catálogo de filmes e séries para serem assistidos via internet.
Antes desse serviço de popularizar, as pessoas alugavam DVDs em locadoras.
A Netflix surgiu com um plano de assinatura que custava mais ou menos o mesmo que alugar um DVD por semana, ou seja, quatro por mês.
E com algumas vantagens indiscutíveis: não há limite de filmes ou séries a serem assistidos, não é preciso sair de casa para pegar um DVD, não existe a possibilidade do filme estar indisponível por ter sido alugado por outro cliente…
E, principalmente, não há limite: pagando a mesma mensalidade, o usuário assiste a quantos filmes e séries conseguir.
O resultado dessa inovação todo mundo já conhece: a grande maioria das locadoras de vídeos fechou, pois ninguém mais utiliza o modelo antigo.
Afinal, é indiscutível que a solução oferecida pela Netflix é superior, com um custo-benefício muito maior para o cliente.
Você entende, agora, qual a importância de perseguir o pensamento disruptivo?
Quem promove uma inovação disruptiva explora um público consumidor que já existe, mas em um mercado sem concorrência.
Um dos fundamentos das empresas disruptivas é o modelo de negócio inovador.
Para que consigam oferecer soluções indiscutivelmente superiores às anteriores, na maioria dos casos, as empresas utilizam modelos de negócio totalmente diferentes do que havia antes.
Voltando ao exemplo da Netflix, a empresa tem um modelo escalável, no qual não há barreiras geográficas e que permite a ela dar conta do aumento na demanda sem a necessidade de grandes investimentos na sua estrutura.
É por isso que consegue chegar a um preço tão competitivo, acessível para os mais diversos públicos.
Outro fundamento é a facilidade no uso.
Uma solução disruptiva não se destaca necessariamente (ou somente) pelo preço mais baixo, mas também pelo fato de tornar determinada atividade muito mais simples e prática.
Com a Netflix, você não precisa ir até a locadora, não precisa manusear o disco e nem ter um aparelho de DVD.
Todo o catálogo está disponível no aplicativo da smart TV ou do celular e no site do serviço.
Cada empresa tem suas particularidades, mas naquelas chamadas de disruptivas, é comum encontrarmos algumas das características abaixo.
O autor e empreendedor americano Peter Diamandis criou uma lista com os 6 Ds de um processo de disrupção tecnológica.
Veja quais são a seguir.
A digitalização de um processo é o que permite que ele seja compartilhado e distribuído entre muitas pessoas.
Em um primeiro momento, o crescimento da novidade ocorre devagar, muito aquém do que se imaginava.
As soluções são aprimoradas e difundidas, causado a disrupção no mercado, ou seja, tornando obsoleto o que havia antes.
Por conta do modelo de negócio escalável e ideias tecnológicas inovadoras, as soluções ficam cada vez mais baratas e acessíveis.
Em tempos de smartphones e computação em nuvem, há cada vez menos bens físicos.
É como no exemplo da Netflix, com a qual não precisamos nem do DVD no aparelho.
Por fim, chegamos ao ponto em que as tecnologias disruptivas se tornam abundantes e tão acessíveis que quase todo mundo as utiliza.
Se você administra ou trabalha em uma empresa já consolidada, estabelecer a meta de torná-la uma companhia disruptiva talvez não seja uma boa ideia.
Em vez disso, o ideal é estimular a criatividade e inovação em seus processos, formando equipes multidisciplinares, tendo tolerância ao erro, usando big data e focando no consumidor, como recomendamos antes.
Assim, a empresa é capaz de inovar em seus processos, produtos e serviços.
Mas se você prestou atenção no que escrevemos antes, esse tipo de inovação é incremental, não disruptiva.
Acontece que a mentalidade inovadora tradicional é uma condição básica para que se comece a pensar em oportunidades para ser disruptivo de verdade em certos projetos.
O processo criativo, no entanto, é bem diferente.
A disrupção, às vezes, acontece a partir de uma vontade ou necessidade que o público consumidor nem sabia que tinha.
Enquanto a inovação tradicional costuma colher ótimos insights ao estudar o comportamento do usuário e suas dificuldades de uso, na disruptiva, é preciso ir muito além.
Lembre-se de que é tão difícil promover a inovação disruptiva que poucas empresas conseguem fazê-lo mais de uma vez.
Uma das raras exceções é a Apple.
Primeiro, revolucionou lançando o Macintosh, primeiro computador pessoal voltado para as massas, com interface intuitiva e mouse.
Depois, mudou a maneira como se escuta música com o iPod.
Anos mais tarde, seu iPhone transformou o que se entendia por telefone celular e, hoje, toda nossa vida gira em torno de um smartphone.
Conhecer a história da Apple e de Steve Jobs é ótimo.
Mas é um caso único na história, então, nossa dica é começar a promover a inovação na sua empresa com os pés no chão.
Até aqui, falamos bastante sobre a Netflix e um ou outro exemplo além desse.
Agora, chegou a hora de conhecer outras empresas disruptivas para se inspirar.
Fique de olho na lista:
As empresas disruptivas são transformadoras. São aquelas que criam um produto ou serviço que muda a maneira como fazemos determinada atividade.
Seja nos cuidados do lar, na alimentação, na higiene, no lazer, no trabalho, nas compras ou em qualquer outra área da vida.
É possível ser disruptivo em qualquer segmento, por mais avançada você pense que a tecnologia esteja nessa área específica.
Afinal, a inovação disruptiva não é apenas desenvolver a tecnologia mais moderna, mas também ser inteligente na hora de trazê-la para a prática da rotina.
Mas, especialmente hoje, apenas a inteligência sem soluções high tech dificilmente levará à disrupção.
Então, fique atento e busque conhecer soluções de big data, inteligência artificial, machine learning, internet das coisas, computação em nuvem e assim por diante.
A partir daí, foco total no cliente.
De que maneira essas tecnologias podem ajudar a melhorar a vida das pessoas e satisfazer o público consumidor?
As respostas não são óbvias, mas quem disse que ser disruptivo é fácil? Por isso que existem poucas empresas disruptivas no mundo.
Se você se interessa pelo tema, vale investir conhecimento.
No site da Fundação Instituto de Administração (FIA), você encontra opções de formação que podem ajudá-lo nessa jornada.
Um bom exemplo é o MBA Gestão da Tecnologia da Informação, que permite ao aluno direcionar o aprendizado para a gestão de negócios digitais e serviços de TI, abordando empreendedorismo e gestão das inovações tecnológicas digitais.
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