A sigla ATS e seu significado talvez não sejam de seu conhecimento. Mas saiba que esse software já fez parte da sua vida.
Caso você tenha preenchido um currículo online ou elaborado um perfil no LinkedIn, por exemplo, já entrou em contato com um software ATS.
Antes dele, processos seletivos de empresas grandes e médias representavam uma dor de cabeça para o RH, o setor de Recursos Humanos.
Imagine só ter que lidar com dezenas e até centenas de candidatos, cada um com seu currículo, suas experiências profissionais, formação acadêmica e por aí vai.
Pode parecer cruel, mas é provável que, hoje, seu currículo não seja lido por um profissional até chegar (e se chegar) a uma fase adiantada dos processos seletivos.
Porque é isso que esse software garante que aconteça.
Uma pesquisa com as empresas do Fortune 500 – lista anual com as 500 empresas de maior receita no mundo – apurou que apenas nove delas não usam um ATS.
Já a consultoria Bersin (Deloitte) identificou que 60% das empresas têm algum tipo de ATS em funcionamento para ajudar na gestão dos Recursos Humanos.
E mesmo que você chegue a um “humano”, uma estatística sempre citada é que recrutadores gastam míseros seis segundos, em média, para “ler” um currículo.
Então, um processo seletivo sempre será uma disputa contra estatísticas nada favoráveis.
Cabe a você saber como funciona o jogo e jogá-lo.
E essa partida provavelmente começa com a marcação de um ATS. Por isso, é importante saber do que se trata.
Os tópicos deste artigo são os seguintes:
Se o assunto interessa, siga a leitura!
ATS significa Applicant Tracking System. Ele é um software que armazena, lê e classifica currículos e cartas de apresentação.
Há várias marcas de ATS no mercado e todas elas facilitam enormemente o trabalho do setor de Recursos Humanos.
O processo, antes bastante manual – coletar os CVs, lê-los e buscar uma hierarquia – agora foi todo computadorizado.
Os profissionais de RH podem classificar os currículos como preferirem.
Alguns dos softwares ATS ainda podem criar uma classificação que os aproxima ou não do desejado para uma vaga específica.
Ou, então, procurar por determinadas palavras-chave e obter respostas rápidas.
O profissional de RH pode buscar instituições de renome e, assim, já separar os candidatos que tiveram uma formação acadêmica sólida.
Também procurar a posição exata que desejam preencher e ver quais dos candidatos já desempenharam a função em suas experiências profissionais anteriores.
Se for necessário o domínio de um idioma para a vaga, dá para procurar por essa informação também.
Portanto, mais do que escolher diretamente o candidato – já que isso depende muito da entrevista e capacidades que não necessariamente estão no currículo – um ATS realiza algo muito importante.
Ele filtra os currículos e consegue separar com eficiência quem pode disputar a vaga e quem não se encaixa nos parâmetros estabelecidos.
Essa é uma grande contribuição, capaz de poupar tempo e recursos de um setor inteiro, que é de enorme importância para uma empresa, criando um recrutamento inteligente com a ajuda da tecnologia.
Muitos de nossos textos aqui no Blog da FIA tratam sobre as mudanças e novos conceitos que a tecnologia trouxe.
Seja a análise de Big Data, a inteligência artificial, a ferramenta LMS, enfim, exemplos não faltam.
Para o setor de Recursos Humanos, as modificações também foram marcantes.
Para entender, basta pensarmos em grandes empresas e na forma como elas conduziam processos seletivos há não tanto tempo.
Quer um exemplo?
Imagine que abriram 30 vagas para trabalhar em uma grande empresa no ano de 1994.
O anúncio era feito em jornais (classificados) e o boca a boca ainda tinha grande poder.
A partir daí, começavam a chover currículos.
Eles vinham de todas as formas, com fontes diferentes, tamanhos distintos, uns dando mais destaque para os trabalhos anteriores, outros enumerando os cursos feitos.
Cabia a alguém organizar essa pilha de papéis, ler os currículos, fazer o trabalho de filtragem e começar os contatos para as próximas fases.
Pense no trabalho e no alto número de profissionais envolvidos.
Agora, avance 25 anos.
Hoje, um site como o Vagas.com.br se orgulha de ter 100 milhões de currículos em seu sistema e 3 mil empresas clientes.
Uma empresa pode anunciar 30 vagas em um site do tipo e esperar.
Depois de um dado tempo, milhares de candidatos terão enviado seu currículo online para eles.
E “milhares” não é força de expressão.
Basta lembrar que o programa de trainee da Ambev teve 70 mil inscrições em 2016.
Não há nem como todos eles serem analisados logo de cara por um profissional.
É aí que um software ATS entra para fazer a filtragem.
Assim, em menos tempo, de forma mais eficiente – com parâmetros bem programados e uma boa ideia de cultura da empresa e valores – o processo segue para as próximas fases.
A mudança é enorme.
São vários sistemas do tipo Applicant Tracker Systems no mercado, para todos os gostos.
Com a ajuda do site Technology Advice, separamos os principais de 2019.
Veja;
Ainda merecem citação: Workable, Taleo (ou Oracle Talent Management Cloud), ClearCompany, Bamboo HR, Bullhorn Staffing and Recruiting, SAP SucessFactors, Newton ATS, Paylocity e Clerate Talent.
Caso você esteja interessado em adquirir um software ATS para sua empresa ou setor, primeiro, é importante definir o que é vital na sua escolha.
Os reviews que existem na internet dão os resultados mais díspares possíveis.
O site PC Mag coloca o Bamboo HR, SAP SucessFactors e o Bullhorn Staffing and Recruiting como seus preferidos.
Já o Finances Online escolhe também o Bamboo HR, mas, em segundo, cita o Zoho Recruit e, em terceiro, o ClearCompany.
Portanto, não vá atrás só do que os outros dizem. Leia as análises, porque elas são importantes e completas.
Mas defina o que é importante para você usar.
Veja algumas perguntas a fazer antes de escolher:
Com respostas para essas perguntas, e também conforme a sua experiência com os programas, você chegará no seu ATS favorito.
O fator tecnológico altera completamente a forma como se entra em um processo seletivo.
Antes, você podia confiar mais na força de seu currículo e até depender mais de networking e habilidades pessoais.
Hoje, é necessário pensar no robô também.
Por exemplo, é importante que você faça um currículo diferente para cada processo seletivo de empresa.
Isso não quer dizer mentir ou adulterar informações pessoais, profissionais e acadêmicas, mas escrever e destacar os seus melhores pontos em relação à vaga desejada, perfil e missão da empresa.
Ou seja, caso você realmente não tenha nada a ver com o que o trabalho exige ou não tem o perfil da empresa, muito dificilmente você passará pela “fase do robô”.
A razão para isso é que o ATS se encarregará de não dar muito peso para o seu perfil.
Mas se você acredita que tem o necessário que a empresa precisa, pode desempenhar bem o papel e se encaixa no perfil, vá em frente.
Use palavras-chaves que serão destacadas.
Um gestor pode usar palavras como liderança, trabalho em equipe, resultados em seu campo profissional. E também destacar suas conquistas nele.
Um engenheiro precisa dar força para a sua formação profissional e cursos que fez para complementar seu currículo. Citar as instituições, nesse caso, ganha ainda mais peso.
O processo de criar seu currículo se tornará menos “o que eu tenho a dizer” e mais “o que os selecionadores e o software querem ler de mim”.
Mas, novamente, não significa criar um personagem que não é você, já que essa estratégia até pode render no começo, mas trará os piores resultados possíveis no fim.
A ideia é destacar o que é para ser destacado e cortar informações desnecessárias, a gordura do currículo.
Para fazer o melhor currículo para um ATS, estas outras dicas podem ser valiosas.
Confira:
Essa é uma pergunta pertinente.
Conhecendo agora a existência e significado do software ATS, pode ser um pouco amedrontador pensar em como seu currículo é visto.
Mas fique tranquilo, pois as alterações não são difíceis e há ferramentas que podem ajudar com o processo.
Uma delas é o Jobscan.
O site usa o mesmo algoritmo que os principais softwares ATS e permite colar o currículo em um campo e a descrição de uma vaga no outro.
Em poucos segundos, é feita a leitura e análise dos dois textos e uma nota é dada para a sua compatibilidade com a posição oferecida.
O resultado não foi tão bom? Leia as dicas dadas pelo site e comece a trabalhar em seu currículo para ele ser melhor lido pelo software.
Infelizmente, a ferramenta ainda não existe em português.
Mas caso você tenha o domínio da língua inglesa, vale a pena traduzir o seu CV e partes da descrição do trabalho.
Assim, você poderá trabalhar pontos do seu currículo e ter um feedback, adquirindo maior confiança antes de enviar para a empresa.
Nesse recrutamento inteligente, você sairá na frente.
Assim como um software ATS exige uma mudança em relação a como profissionais criam seus currículos e pensam no seu conteúdo, os robôs do Google vão pelo mesmo caminho.
Você já deve ter ouvido a sigla SEO, que significa Search Engine Optimization.
Essa é uma das áreas mais importantes do que conhecemos hoje por marketing digital.
O SEO nada mais é do que a otimização do conteúdo online, de um site ou blog, para aparecer nos buscadores. O mais famoso deles é o Google.
Para isso, é preferível que seu conteúdo tenha certa repetição de palavras-chave (para deixar claro qual é o assunto principal), fotos com títulos que façam sentido, subtítulos que organizem o texto e por aí vai.
Lembrando que o software ATS também funciona com a detecção de palavras-chaves, prefere certa disposição de informações e usa um critério próprio de classificação.
Mas o mais importante é pensar na padronização.
Há centenas de modelos de currículos na internet sendo preenchidos e entregues para selecionadores.
Da mesma forma que há milhares de textos sendo escritos de todas as formas sobre os mais diversos assuntos.
Essas duas ferramentas e seus robôs inteligentes criam uma hierarquia, levando em consideração o desejo do selecionador e a empresa (ATS) e o que o leitor quer ler (SEO).
E, assim, o candidato e o redator têm que pensar não só em como se expressar, mas também no que é esperado, quais perguntas que pessoas têm e que precisam ser respondidas.
Note que não estamos falando no fim da criatividade, de cortar as asas da imaginação.
Você ainda pode se diferenciar.
Mas é necessário pensar em modelos, em como sua mensagem chega, no que as pessoas querem ver e ler.
A tecnologia impactou nos mais diversos campos e áreas. E o setor de Recursos Humanos não é diferente.
Um software ATS, ou Applicant Tracking System, é uma mão na roda, especialmente em um processo seletivo.
Quando você criar ou editar um currículo, tenha cuidado.
Não pensar em como ele será lido por esses robôs é um gigantesco erro, que pode custar a vaga desejada.
Agora, além de expor a sua experiência acadêmica e profissional, você precisa pensar em outros detalhes.
Por exemplo:
O software não é um bicho de sete cabeças.
Ele, aliás, premia quem se encaixa na descrição da vaga e se mostra como o candidato ideal.
E isso não pode ser fonte para insegurança.
O processo seletivo será mais eficiente, justo e produtivo.
Também trará talentos mais preparados e adequados para a empresa.
Gostou do texto? Ficou em dúvida sobre o que é ou como funciona um software ATS?
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