O que vem a sua mente quando falamos sobre tecnologia na saúde?
É provável que você pense em cirurgia robótica, mapeamento genético e outras inovações que parecem ter saído dos filmes de ficção científica.
Mas a verdade é que a tecnologia tem revolucionado não apenas o atendimento, como também a gestão e o papel do paciente na prevenção e tratamento, viabilizando o autocuidado de forma segura.
Neste artigo, você vai conhecer mais sobre as 12 principais tendências capazes de promover transformações no campo da saúde mundialmente.
Algumas delas já existem há décadas, enquanto outras deverão despontar em um futuro não muito distante.
Se desejar, navegue pelos tópicos abaixo:
Vamos em frente?
Podemos definir a tecnologia da saúde como todas as soluções desenvolvidas a partir da combinação entre essas duas grandes áreas.
A parceria entre tecnologia e saúde existe há séculos, e tem sido essencial para a evolução de ambos os setores.
Enquanto a saúde cria demandas para a invenção e aprimoramento do aparato tecnológico, a tecnologia proporciona uma série de avanços, seja na prestação de serviços, novos equipamentos, na educação ou na comunicação.
Graças a esses avanços, a humanidade desenvolveu técnicas de prevenção e combate a doenças que, um dia, provocaram tragédias ao dizimar milhares de pessoas.
No Brasil, por exemplo, o trabalho pioneiro do médico sanitarista Oswaldo Cruz levou ao maior conhecimento sobre a peste bubônica e a febre amarela, erradicadas a partir do desenvolvimento de vacinas e soros na década de 1900.
Desde então, o Governo Federal tem encabeçado campanhas de vacinação em massa, promovendo a imunização e erradicação da poliomielite, rubéola, tétano, entre outros males.
Essa expressão faz referência a uma definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma que tecnologia em saúde é:
A aplicação de conhecimentos e habilidades organizados na forma de dispositivos, medicamentos, vacinas, procedimentos e sistemas desenvolvidos para resolver um problema de saúde e melhorar a qualidade de vida.
Segundo esse conceito, a tecnologia aplicada à saúde engloba todos os dispositivos, produtos, técnicas e mecanismos de gestão que viabilizam a prevenção de doenças e reabilitação das pessoas, melhorando sua qualidade de vida.
Em outras palavras, qualquer ferramenta que seja aplicada à promoção da saúde em seu aspecto mais amplo faz parte do universo das tecnologias em saúde.
Quando um gestor utiliza, por exemplo, o Sistema de Triagem de Manchester no pronto-socorro, esse mecanismo é considerado uma tecnologia aplicada à saúde.
Sistema de Triagem de Manchester é uma ferramenta para classificação de risco que separa os pacientes em cinco diferentes níveis, auxiliando a equipe de saúde na escolha daqueles que devem ser atendidos com prioridade.
O mesmo raciocínio vale para um novo medicamento para o tratamento do câncer, para vacinas ou dispositivos capazes de monitorar o funcionamento de um órgão.
Uma série de invenções e tecnologias contribuiu para que os cuidados em saúde, exames, tratamentos e prevenção chegassem ao patamar atual.
No campo dos equipamentos médicos, vale destacar a descoberta dos raios-X e sua utilização para observar partes internas do corpo humano, atribuídas ao físico alemão Wilhelm Conrad Rontgen.
Em 1895, o cientista realizou a primeira radiografia (uma espécie de fotografia interna da mão de sua esposa), dando início ao estudo do organismo de forma não invasiva.
Isso porque, antes dessa descoberta, o exame de órgãos e tecidos só era possível através de cirurgia exploratória, o que expunha pacientes já debilitados a grandes riscos.
O trabalho de Rontgen viabilizou o aprimoramento do aparelho de raio-X e o emprego das radiações para exames de diagnóstico, levando à construção de equipamentos modernos de tomografia, ressonância magnética, entre outros.
Outra área que merece ser lembrada é a dos transplantes, cujo aprimoramento tem garantido a sobrevida de pacientes com doenças graves, como cardiopatias e insuficiência renal.
A substituição de órgãos parecia coisa de outro mundo antes da década de 1930, quando um cirurgião ucraniano chamado Yurii Voronoy fez a primeira operação com essa finalidade.
Diante de um envenenamento por mercúrio e a consequente insuficiência renal de um paciente, o médico resolveu transplantar um rim cerca de seis horas após a morte de outro doente.
Claro que o procedimento não deu certo, pois o órgão já tinha parado de funcionar há horas. Mas foi uma primeira tentativa importante.
Depois de Voronoy, mais médicos se aventuraram em transplantes de pâncreas, coração e outros tecidos.
Porém, mesmo quando os órgãos eram implantados imediatamente após a morte do doador, grande parte dos receptores ia a óbito devido à rejeição.
Duas décadas mais tarde, estudos levaram à descoberta e aplicação de substâncias imunossupressoras, essenciais para evitar a rejeição de um novo órgão, aumentando o sucesso dos transplantes.
As pesquisas continuaram e, atualmente, existem recomendações para que os transplantes sejam realizados em condições ideais, evitando complicações de saúde.
Quanto à troca de informações em saúde, é importante citar o papel das tecnologias da informação e comunicação (TICs), que têm sido empregadas há séculos para transmitir dados médicos e de pacientes.
Estudos e livros sobre o tema mostram que a comunicação em saúde progrediu conforme novas modalidades de TIC eram criadas, viabilizando atendimentos com finalidade assistencial e diagnóstica.
Desde a invenção do telégrafo, em meados do século XIX, cada inovação nesse campo serviu para conectar médicos, pacientes e outros profissionais de saúde, viabilizando serviços cada vez mais avançados e assertivos.
Telefone, rádio, aparelho de fax e até circuitos fechados de televisão foram utilizados para melhorar as condições de saúde por todo o mundo antes do surgimento da internet.
Atualmente, a popularização da web possibilitou a construção de sistemas modernos, como os utilizados nas plataformas de telemedicina.
Vamos falar mais sobre esse assunto nos próximos tópicos.
Agora que já comentamos as inovações que revolucionaram o campo da saúde nos últimos séculos, é hora de abordar as principais tendências para um futuro próximo.
Cada uma delas é possível graças ao desenvolvimento de alguns pontos chave, como a inteligência artificial, coleta e curadoria de dados e a combinação de diferentes visões sobre a medicina.
A seguir, reunimos 12 das mais populares tecnologias que vêm ganhando força em todo o mundo.
Já ouviu falar em medicina integrada?
Esse segmento procura extrair o melhor da visão ocidental, que foca no tratamento de doenças, e da visão oriental, centrada numa abordagem integral e preventiva.
Junto a ferramentas que colhem e armazenam dados sobre os pacientes – como big data e mapeamento genético -, essa nova visão possibilita ações altamente eficazes na prevenção de doenças.
Afinal, informações sobre os genes permitem que riscos para determinadas patologias sejam calculados e o paciente tome atitudes para evitar seu adoecimento.
Esse conceito tem gerado novas áreas de estudo, como a nutrigenômica e farmacogenômica, que combinam segmentos tradicionais ao conhecimento aprofundado sobre a predisposição genética e o comportamento do paciente.
A saúde é um dos setores que mais se beneficiam com ferramentas de gestão aplicadas adequadamente.
Manter documentos em papel, por exemplo, é um hábito ultrapassado e que implica em custos na compra de papel e tinta, impressões e local para arquivamento.
Em vez disso, muitos estabelecimentos de saúde têm investido na digitalização de suas informações, que pode ser trabalhosa em um primeiro momento, mas tem impacto positivo, enxugando despesas e facilitando a localização de arquivos.
Outro exemplo é a melhoria no fluxo de trabalho em laboratórios como a DASA, empresa especializada em diagnósticos clínicos que automatizou a análise de amostras em 2017.
O sistema lê o código de barras colado nos tubos com amostras dos exames de pacientes, e os direciona até a máquina que fará a análise sem qualquer intervenção humana.
Em seguida, as informações sobre o teste são enviadas a uma central, ficando disponíveis para a avaliação dos funcionários e posterior envio dos resultados ao paciente.
A novidade viabilizou menos coletas e mais conforto, pois o mesmo tubo serve para diferentes exames laboratoriais.
Há alguns anos, existem softwares capazes de simplificar a rotina de consultórios, clínicas e hospitais, oferecendo uma visão ampla sobre diversas tarefas de administração desses locais.
São sistemas que reúnem agenda, dados financeiros, estoque, limpeza, inventário de equipamentos médicos e outras informações cruciais para o bom funcionamento das unidades de saúde.
Utilizando essas tecnologias, os médicos – que nem sempre têm conhecimentos em gestão – ganham um suporte importante para melhorar a qualidade e a eficiência de seus serviços.
O prontuário eletrônico do paciente (PEP) faz parte dos sistemas que auxiliam na gestão de dados médicos, reunindo diferentes documentos em formato digital – laudos, receituários, atestados, etc.
O PEP segue as exigências de normas como a Resolução CFM 1.821/07, que autorizou a substituição do papel por arquivos digitais e orienta sobre a obtenção e guarda desses documentos.
Assim, é formado um banco de dados completo sobre o histórico do paciente, que permite a rápida localização e cruzamento de informações para apoio no diagnóstico e tratamento.
A partir de alguns cliques, é possível levantar as cirurgias realizadas, alergias e medicações utilizadas, evitando complicações devido à interação com outras substâncias químicas.
Farmacêuticas, empresas criadoras de softwares de gestão médica e outras companhias disponibilizam diferentes modalidades de bulário online.
Um dos mais conhecidos é alimentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e pode ser acessado gratuitamente.
Preenchendo um ou mais campos nesta página, é possível obter as bulas de milhares de medicamentos, em versões para o paciente ou para o profissional.
Entretanto, esse sistema tem limitações, pois é preciso baixar as bulas em PDF.
Mais modernos, outros bulários oferecem opções como pesquisa e acesso inteiramente na web.
Com os documentos e outros dados digitalizados, empresas de saúde devem redobrar a atenção quanto aos protocolos de segurança.
Afinal, elas lidam com informações pessoais e de saúde dos pacientes, como dados bancários e o histórico de atendimentos, reunido no prontuário eletrônico.
Pensando nisso, companhias atuantes em tecnologia e segurança da informação vêm adaptando mecanismos cada vez mais sofisticados para garantir a proteção aos arquivos digitais de saúde.
Além de antivírus eficientes, redes wi-fi seguras e senhas fortes, elas têm disponibilizado duplo fator de autenticação, firewall e até criptografia, a fim de garantir que apenas pessoas autorizadas visualizem os documentos.
Big data é como chamamos a quantidade maciça de dados compilados na era digital.
Essa inovação pode ter uma série de aplicações na saúde.
Mencionamos, acima, que é possível prever eventos adversos, calculando o risco de uma doença com base em informações genéticas e no histórico presente no prontuário eletrônico do paciente.
O mesmo raciocínio vale para a análise de dados administrativos, determinando quando um aparelho precisará de manutenção preventiva, evitando que necessite ser consertado com frequência.
Junto à big data, a internet das coisas pode conectar aparelhos e informações dentro de um hospital ou laboratório, facilitando a automatização de processos e reduzindo a sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde.
O compartilhamento de dados é outra tendência promissora, já que avanços em inteligência artificial viabilizam o aprendizado de máquina (machine learning) e avaliação de inúmeros artigos científicos para aperfeiçoar os serviços prestados em saúde.
Prevenção e autocuidado estão em alta no mercado da saúde.
Isso porque novas tecnologias possibilitam um maior empoderamento do paciente, por meio de ferramentas capazes de coletar dados continuamente, enviar as informações a um médico e até sugerir a adoção de hábitos mais saudáveis.
Um exemplo emblemático são os dispositivos vestíveis ou wearables de saúde, que facilitam a rotina de quem sofre com doenças crônicas, como hipertensão.
Conectados a softwares, relógios, pulseiras e outros acessórios realizam automaticamente medições da pressão sanguínea, frequência cardíaca, entre outros.
Dessa forma, o próprio paciente é alertado quando está com a pressão alta, e pode adotar medidas para baixá-la.
Pessoas saudáveis também se beneficiam dessas tecnologias, monitorando, por exemplo, a atividade cardíaca durante exercícios físicos.
Além de dados sobre os procedimentos médicos realizados, o prontuário eletrônico contém informações mais gerais, como o aniversário do paciente ou suas preferências.
Elas podem ser utilizadas para fidelização através de um e-mail parabenizando o cliente, ou inspirar o tema de um evento realizado pela unidade de saúde.
Softwares e sistemas específicos disparam automaticamente mensagens em e-mails, SMS, questionários de satisfação e até conteúdos interativos nas redes sociais.
Assim, o paciente se sente valorizado e se lembra do serviço prestado, o que aumenta as chances de que ele retorne quando precisar de um novo atendimento.
O maior conhecimento sobre os genes e sua função representa uma esperança para a cura ou tratamentos de sucesso para doenças como Aids e câncer.
Afinal, compreender a dinâmica genética permite que sejam feitas edições nos genes, corrigindo alterações que provocam doenças até hoje incuráveis.
A técnica CRISPR-CAS 9 é um dos trabalhos mais avançados nesse campo, permitindo que cientistas isolem e mudem trechos do DNA com genes causadores de doenças hereditárias.
No entanto, a técnica enfrenta barreiras éticas, especialmente porque viabiliza a manipulação genética de embriões humanos.
A telemedicina utiliza tecnologias da informação e comunicação para superar a distância geográfica e levar atendimentos de saúde para pacientes em qualquer localidade.
Laudos a distância e segunda opinião médica são serviços ofertados por empresas de telemedicina no Brasil.
Pelo mundo, nações como os Estados Unidos autorizam até mesmo consultas remotas, a exemplo do programa focado em oncologia para pacientes veteranos de guerra.
Médicos especialistas realizaram consultas pré e pós-operatórias via vídeo, conforme relata o levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Mais de 700 atendimentos em vídeo foram feitos entre 2012 e 2014.
Além da comodidade, as 296 pessoas atendidas economizaram US$ 88,3 mil em deslocamento e US$ 67,2 mil com hospedagem.
Máquinas desempenham tarefas minuciosas com mais assertividade, prevenindo erros durante procedimentos delicados como cirurgias a laser.
Por isso, elas estão cada vez mais presentes em operações, diminuindo cicatrizes e o tempo de recuperação do paciente.
Big data e machine learning também fazem parte do universo da inteligência artificial, resultando em aplicativos que auxiliam os profissionais de saúde.
Um exemplo é um app capaz de identificar casos suspeitos de câncer de pele avaliando a aparência de uma lesão ou mancha e comparando com um banco de dados formado por milhares de imagens sobre a doença.
A tecnologia foi eficaz no apontamento de possíveis casos de câncer e pode dar suporte para que médicos priorizem rapidamente esses pacientes.
A quantidade e variedade de healthtechs – startups na área da saúde – tem crescido por todo o mundo, e isso não é à toa.
Com foco em soluções ágeis, baratas e escalonáveis (que podem ser reproduzidas), esse modelo apresenta serviços inovadores para suprir as demandas do setor.
Atualmente, o Brasil conta com plataformas que usam gamificação para o tratamento de pacientes, como a Afinando o Cérebro – que estimula pessoas com Distúrbio do Processamento do Som, amenizando os sintomas da doença.
Há ainda startups que criaram aplicativos como o Cuco, um personal de saúde que analisa as possibilidades de desenvolvimento de doenças crônicas e sugere a correção de comportamentos prejudiciais, a exemplo do sedentarismo e alimentação inadequada.
Outro segmento em que despontam startups é o de consultas e exames laboratoriais e de diagnóstico a preços populares, a exemplo da Dr. Consulta.
Essas empresas surgem para atender aos pacientes que não podem pagar por planos de saúde, mas não querem aguardar meses para realizar um procedimento pelo SUS.
Neste artigo, conhecemos os conceitos, histórico e diferentes exemplos de tecnologias na saúde que parecem bastante futuristas, mas já estão presentes no dia a dia de pacientes, gestores, médicos e outros profissionais do setor.
Cada uma dessas ferramentas exige conhecimentos sobre o mundo digital e o mercado de saúde, que tem particularidades como a legislação e caráter humanitário.
Por isso, é inteligente buscar qualificação para acompanhar essas transformações e conseguir uma posição de destaque.
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