Os indicadores financeiros se relacionam com todos os aspectos de um ambiente de negócios.
São eles que indicam o status da rentabilidade, a performance ou o retorno sobre determinado investimento.
Por meio dos indicadores financeiros, empreendedores e investidores conseguem mensurar com clareza se um negócio vale ou não a pena.
Mas para tomar decisões acertadas, é preciso saber interpretá-los corretamente. Do contrário, serão inócuos.
Ao longo deste conteúdo, você vai descobrir como ler e interpretar os dados fornecidos por essas importantes ferramentas e como aplicá-los às suas decisões de gestão e investimentos.
Quer saber mais sobre o assunto? Então, acompanhe os tópicos a seguir e saiba mais sobre os principais indicadores financeiros do mercado:
Boa leitura!
Indicadores financeiros são medidas quantitativas que revelam a situação financeira de uma empresa com base em seus resultados contábeis. São excelentes ferramentas que ajudam tanto o gestor em sua tomada de decisão quanto o investidor que está em busca da melhor relação risco x retorno para seu capital.
Os indicadores se baseiam em dados históricos, ou seja, no desempenho passado.
Por meio deles, é possível descobrir se uma empresa é lucrativa ou não, se tem margem de lucro alta ou ganha no volume, se está muito ou pouco endividada, além de várias outras informações de mesma relevância.
De posse dos dados dos indicadores financeiros, um gestor tem argumentos técnicos para tomar decisões.
Ao mesmo tempo, um investidor consegue avaliar se vale ou não a pena colocar seu dinheiro em determinado ativo.
Embora considerem dados históricos, os indicadores financeiros são muito úteis na projeção de resultados futuros.
Investidores da bolsa de valores, por exemplo, que compram ações de empresas com base na análise fundamentalista, usam com frequência os indicadores financeiros em suas observações.
Em geral, são investidores interessados em se tornar sócios de boas empresas e buscam ativos para o longo prazo. Ou seja, estão pensando no futuro.
Imagine uma empresa que tenha reportado lucros crescentes ao longo dos últimos 10 anos.
Se não houver mudanças importantes no cenário em que a companhia está inserida, as chances de o negócio continuar sendo lucrativo são boas.
Nesse caso, as análises são realizadas, em grande parte, com o apoio do que revelam os indicadores financeiros.
Dentro do ambiente empresarial, os indicadores financeiros fornecem subsídios ao gestor para tomar decisões com base em dados e não em achismos.
Ao elaborar o planejamento organizacional, a empresa também estabelece metas e estratégias que precisam ser cumpridas e alcançadas no curto, médio e longo prazos.
Os indicadores financeiros são ferramentas que vão indicar ao administrador se as metas estão sendo cumpridas e se a atividade empresarial está sendo lucrativa.
Decisões importantes, como investir na expansão do negócio ou enxugar custos e despesas são mais assertivas se tomadas com base em indicadores.
Assim, além de ajudar o administrador a controlar a empresa, sobretudo nas questões rotineiras, os indicadores financeiros servem também para planejar melhorias.
Como exemplo, vamos supor que uma loja de conveniência tenha estabelecido como meta o aumento da margem de lucro em 5% em seis meses com estratégias de redução de despesas.
Para saber se a meta está sendo alcançada, precisará recorrer aos indicadores financeiros (margem bruta, margem líquida, custos fixos e variáveis, dentre outros).
Os indicadores financeiros são tão importantes para os negócios quanto o painel de instrumentos é para uma aeronave.
O piloto precisa das informações do painel para saber se o avião está na altitude correta, na velocidade desejada e em perfeito funcionamento.
Do contrário, voará sem rumo e sem direção.
Dentro das empresas, a lógica é parecida.
Sem os indicadores financeiros, a empresa pode estar perdendo força, se endividando e caminhando para o fracasso sem que ninguém perceba.
Há diversos indicadores financeiros que podem ser usados para diferentes tipos de análises, de acordo com objetivos gerais ou específicos.
Alguns indicadores mostram o crescimento de receitas, outros a lucratividade da empresa ou o retorno sobre o investimento.
É importante ressaltar que não existe indicador infalível. Todos têm falhas, limitações e o empreendedor ou investidor deve saber disso.
Para revelar informações que demonstrem a real situação da empresa, o indicador também precisa coletar e processar os dados corretos.
As fontes são os relatórios e demonstrativos da empresa, como DRE, balancetes e balanço patrimonial.
A seguir, conheça os principais indicadores financeiros, que se revelam úteis tanto para um gestor de empresas quanto para um investidor do mercado financeiro.
A margem bruta, como o nome sugere, mede o lucro bruto de um negócio em valor percentual.
O cálculo da margem bruta considera basicamente o faturamento total e o custo das mercadorias vendidas (CMV) ou do produto vendido (CPV).
A fórmula de cálculo é a seguinte:
Para encontrar o lucro bruto, basta subtrair do faturamento o custo das mercadorias ou produtos vendidos.
Feito isso, o passo seguinte é dividir o lucro pelo faturamento e multiplicar por 100 para achar o valor em percentual.
O indicador financeiro margem bruta tem como objetivo aferir a eficiência da empresa em relação às vendas.
Quanto maior a margem, melhor.
A margem EBITDA é um dos indicadores mais usados pelo mercado, em especial para os casos de empresas listadas em bolsa.
Trata-se de um indicador de rentabilidade que visa descobrir o quanto a empresa é eficiente e rentável considerando seus resultados operacionais.
EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) é o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA).
São excluídos do cálculo, portanto, os impostos e os elementos financeiros.
Esta é a fórmula usada para o cálculo da margem EBITDA:
Quanto maior a margem EBITDA, mais eficiente é a empresa em gerar lucro e valor a seus sócios e acionistas, considerando sua atividade principal.
Além de servir como métrica de rentabilidade, o EBITDA também é parâmetro para avaliar o índice de endividamento de uma empresa: o indicador Dívida Líquida/EBITDA.
Margem líquida segue o mesmo raciocínio: é um indicador financeiro de rentabilidade que mede o lucro líquido de uma empresa em valor percentual.
A diferença da margem líquida para a margem bruta está na composição do cálculo.
Ele considera todas as despesas diretas e indiretas, como os custos relacionados à prestação de serviços e produção ou venda de produtos.
A fórmula utilizada para encontrar a margem líquida é a seguinte:
Primeiro apura-se o lucro líquido, ou seja, o dinheiro que efetivamente sobra após deduzidos todos os custos e despesas.
Em seguida, divide-se o lucro líquido pela receita líquida e multiplica por 100 para achar o valor em percentual.
Os custos de uma empresa são diferentes de despesas.
Custos estão relacionados à atividade-fim, como mercadorias, matéria-prima, funcionários da fábrica, dentre outros.
Despesas são gastos que não têm relação direta com a atividade-fim, como funcionários do administrativo, conta de telefone e material de limpeza.
Os custos de uma empresa, aqueles indispensáveis ao seu funcionamento, podem ser fixos ou variáveis.
Custo fixo é aquele gasto que se mantém inalterado mês após mês, independentemente das oscilações na produção ou venda.
A folha de pagamento dos operários de linha de produção, por exemplo, é um custo fixo.
O aluguel do prédio da fábrica, também.
Mesmo que a produção caia em alguns períodos e aumente em outros, se não houver novas contratações, o gasto da folha de pagamento permanecerá.
O mesmo ocorre com o aluguel do imóvel da fábrica.
Os custos com a aquisição de mercadorias ou matéria-prima, por outro lado, são variáveis.
Se a empresa vende ou produz mais, também precisará gastar mais para recompor o estoque.
A margem de contribuição é um indicador financeiro que visa medir quanto da venda dos produtos e serviços podem contribuir com o pagamento dos gastos fixos.
Vimos nos tópicos acima a diferença entre custos e despesas (que podem ser fixos ou variáveis).
Custos estão relacionados diretamente à atividade principal de uma organização.
Despesas, que também podem ser fixas ou variáveis, são gastos indiretos à atividade principal.
Para descobrir a margem de contribuição, basta subtrair do preço de venda os gastos variáveis (que inclui custos e despesas).
Para facilitar o entendimento, vamos a um exemplo.
Vamos supor que um produto tenha preço de venda de R$ 20,00 e gastos variáveis totais (custos e despesas) de R$ 10,00.
Qual é a margem de contribuição deste produto com os gastos fixos da empresa?
Ou seja, depois de pagos os gastos variáveis, o produto deste exemplo ainda pode contribuir com R$ 10,00 para amortizar os gastos fixos.
A margem de contribuição pode ser unitária, quando calculada considerando cada um dos itens do mix de produtos/serviços, ou geral.
Pode, ainda, ser medida em percentual.
Importante ressaltar: margem de contribuição não é lucro.
Lucro é o quanto um negócio ganha com a venda de determinado produto, mercadoria ou serviço.
Margem de contribuição é o indicador que diz por quanto é preciso vender os produtos/serviços para obter lucro.
O ponto de equilíbrio marca o momento em que o faturamento se iguala aos custos e despesas.
Representa a quantidade mínima exigida de receitas para que a empresa cubra todos os custos sem registrar prejuízo.
O resultado deve ser sempre o menor possível, diferentemente do que ocorre com as margens de lucro (quanto maior, melhor).
Além disso, quanto mais rápido a empresa chegar ao ponto de equilíbrio, mais rápido as vendas começam a ser contabilizadas como lucro.
Três informações são necessárias para calcular o ponto de equilíbrio:
Ao dividir o total de despesas e custos fixos pela margem de contribuição em percentual, a empresa descobre o faturamento mínimo necessário para chegar no zero a zero.
A fórmula de cálculo é a seguinte:
O ROE (Return on Equity), ou Retorno sobre Patrimônio Líquido, é um indicador muito utilizado por investidores de ações que se orientam pela análise fundamentista.
Patrimônio líquido é a diferença entre os ativos (o que a empresa possui) e os passivos (o que ela deve).
De maneira geral, representa a riqueza de uma organização.
O objetivo do ROE é calcular a eficiência de uma empresa na geração de lucros a partir dos recursos próprios.
O cálculo normalmente considera os últimos 12 meses.
A fórmula é simples:
O lucro líquido é encontrado na Demonstração de Resultado de Exercício (DRE).
E o patrimônio líquido está presente no balanço patrimonial.
Quanto maior o ROE, melhor.
Significa que a empresa consegue ser eficiente em gerar lucro a partir do capital aportado pelos sócios.
O Retorno sobre Investimentos (ROI), também conhecido como taxa de retorno, mede o quanto rende um investimento em um período de tempo determinado.
É um indicador usado tanto por investidores quanto por gestores de empresas.
A fórmula de cálculo do ROI é a seguinte:
O ROI pode ser aplicado em diferentes situações: ativos financeiros, campanhas de marketing ou negócio próprio.
O ticket médio é um indicador de performance interna, que avalia basicamente a aceitação dos produtos e serviços de uma empresa perante seus clientes.
A ideia é saber quanto, em média, cada cliente gasta na sua empresa.
O cálculo do ticket médio pode ser feito considerando períodos de tempo diferentes, como mês, bimestre, trimestre, semestre ou ano.
Para descobrir o resultado, basta dividir o faturamento do período pelo número de vendas, conforme a fórmula a seguir.
O melhor ticket médio é sempre o maior possível.
Quando avaliado considerando referências históricas, permite saber se o valor médio gasto por cliente permaneceu estável, aumentou ou diminuiu.
Indicadores financeiros são medidas baseadas em dados passados, mas que ajudam o administrador ou investidor a fazer projeções sobre o futuro.
Vale ressaltar que não há indicador infalível, pois todos possuem alguma limitação.
Diante disso, uma boa análise deve considerar um conjunto de indicadores e recortes temporais maiores.
Vamos pegar como exemplo a margem de lucro.
Olhar o resultado de apenas um trimestre é como observar uma fotografia.
Mas quando os resultados de vários trimestres são comparados, temos um filme que mostra como a empresa tem se comportado ao longo do tempo.
Se observados na forma de gráficos, os resultados ficam ainda mais evidentes.
Para uma compreensão mais completa, é importante considerar mais de um indicador financeiro.
Assim, alguma informação relevante que faltar em um pode ser complementada por outro.
A tecnologia contribui muito para a gestão dos indicadores financeiros, tanto para o investidor quanto para o gestor.
Muito trabalho é poupado com ajuda dos sistemas, softwares e aplicativos.
No âmbito interno das empresas, o processamento de dados por meio das soluções tecnológicas pode ser feito até mesmo em tempo real.
Depende da necessidade de cada operação.
Caso haja algum problema, como queda brusca nas vendas ou aumento repentino de gastos, os indicadores captam os desvios e dão à empresa condições de agir rápido.
Nesse aspecto, é importante ressaltar que os indicadores apontam, mas não solucionam os problemas.
Se nenhuma decisão for tomada em tempo hábil, não há TI que resolva.
A tecnologia também é uma grande aliada dos investidores que estão sempre em busca da melhor relação risco x retorno.
No caso das empresas listadas em bolsa, os dados divulgados trimestralmente são compilados por plataformas que oferecem diversos serviços ao investidor.
Cálculos como ROE, margem EBITDA, margem líquida, endividamento, dentre vários outros, são oferecidos prontos, poupando o trabalho de calcular tudo manualmente.
Ao investidor, cabe estudar cada um dos indicadores financeiros, conjugá-los dentro de uma estratégia de investimentos e analisar as opções disponíveis no mercado.
Seja para investir no mercado financeiro ou abrir o próprio negócio, os indicadores financeiros são essenciais à tomada de decisão.
São eles que vão medir a performance e os resultados, permitindo uma análise capaz de projetar também o desempenho futuro.
No ambiente interno das empresas, os indicadores devem fazer parte de todas as etapas do planejamento.
Todo empreendimento, por menor que seja, precisa conhecer suas margens de lucro, retorno sobre o investimento, ticket médio, custos e despesas.
Do contrário, o negócio pode caminhar rumo ao fracasso sem que o empreendedor se dê conta disso.
O mesmo vale para os investidores.
Portanto, antes de tomar qualquer decisão de investimento, avalie com cuidado os indicadores.
Os dados observados, somados a outras informações objetivas e subjetivas, certamente o ajudarão a decidir com muito mais assertividade.
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