Tem curiosidade sobre os derivativos e avalia fazer esse investimento?
Desde já, vale saber que eles estão entre os ativos de risco com maior potencial de alavancagem do mercado financeiro.
Como destaca o autor Marcel Pacheco em seu livro, dá até para ficar rico com derivativos, desde que se invista com conhecimento.
A questão é justamente saber como investir, já que se trata de uma modalidade complexa, até mesmo se comparada com outras alternativas de renda variável, como ações e commodities.
Dessa forma, os derivativos não são para iniciantes, mas para quem tem um perfil de investidor arrojado.
Entender como funciona esse mercado é condição básica para ter sucesso.
Um passo nessa direção você está dando agora mesmo, lendo este artigo.
Veja os tópicos abordados:
Entenda o que são derivativos e tudo sobre o investimento a partir de agora!
Derivativos são instrumentos financeiros cujos valores derivam do desempenho de um ativo subjacente, como ações, títulos, commodities, moedas ou índices.
Ou seja, recebem esse nome porque são uma aplicação que deriva de outro investimento.
Podem ser considerados como contratos entre duas partes, onde uma se compromete a comprar e a outra a vender o ativo subjacente em uma data futura a um preço previamente acordado.
Eles dividem-se em opções e contratos futuros, sendo utilizados para diversos propósitos, como hedge contra riscos, especulação e busca de ganhos alavancados.
A característica central dos derivativos é sua alavancagem, permitindo aos investidores obter exposição a ativos subjacentes com uma fração do custo total.
Essa alavancagem torna esses instrumentos ainda mais complexos, exigindo uma compreensão aprofundada por parte dos investidores antes de sua utilização.
A exemplos de outros ativos de risco, os derivativos financeiros podem ser adquiridos no mercado de diversas formas.
Cada um deles apresenta características próprias em termos de objetivos, prazos de liquidação, tarifas e potencial de alavancagem.
Tanto que há investidores que se especializam em apenas um, no máximo dois, tipos de derivativos, considerando o grau de complexidade das transações.
Então, se está em seus planos partir para esse mercado, sugerimos que leia atentamente os tópicos a seguir antes de decidir qual tipo de derivativo fará parte da sua carteira.
Contratos futuros são derivativos financeiros que estabelecem um compromisso entre duas partes para comprar ou vender um ativo específico a um preço predeterminado em uma data futura.
Esses contratos são negociados em bolsas de mercado futuro e podem envolver uma variedade de ativos subjacentes, incluindo commodities agrícolas, moedas, índices e instrumentos financeiros.
A característica distintiva dos contratos futuros é a padronização dos termos, incluindo preço de exercício, quantidade do ativo subjacente e a data de vencimento.
Essa padronização facilita a negociação e a liquidação desses contratos em bolsa, dando mais transparência às transações.
Os contratos futuros são utilizados por diversos participantes do mercado, incluindo produtores, comerciantes, especuladores e investidores institucionais, cada qual com sua finalidade
Contratos a termo são uma categoria de derivativos muito parecida com a dos contratos futuros.
Ou seja, duas partes concordam em realizar uma transação futura a um preço acordado no momento atual.
Esses contratos também estabelecem a obrigação de comprar ou vender um ativo subjacente em uma data futura específica, por um preço predeterminado.
E essa transação pode envolver uma variedade de ativos, como commodities, moedas, índices ou títulos.
Mas há uma diferença importante: os contratos a termo são negociados fora da bolsa de valores e sem a padronização existente nos contratos futuros.
Há mais flexibilidade, portanto, mas também maior risco.
Além disso, diferentemente de outros derivativos, como opções, os contratos a termo não conferem opção ao detentor de desistir do acordo.
Os contratos a termo são frequentemente utilizados para hedge, permitindo que as partes protejam-se contra a volatilidade nos preços dos ativos, como fazem alguns agricultores.
Ambas as partes se comprometem a cumprir o contrato no vencimento, independentemente das mudanças no valor do ativo subjacente.
Você deve ter percebido que derivativos são um tipo de investimento em que se busca também tirar partido do tempo para gerar alavancagem.
Nesse caso, o Swap é um tipo de investimento em que duas partes concordam em trocar fluxos de caixa ou outros ativos por um período de tempo acordado.
Essa troca pode envolver pagamentos de juros, moedas, commodities ou outros instrumentos financeiros.
Os swaps são frequentemente utilizados para gerenciar riscos, ajustar posições de portfólio, reduzir custos de financiamento ou especular sobre movimentos de mercado.
No contexto de taxa de juros, os swaps mais comuns são os de taxa de juros fixa por taxa de juros variável, onde uma parte paga uma taxa fixa e recebe uma taxa variável, e vice-versa.
Por sua vez, opções são derivativos financeiros que conferem ao titular o direito, mas não a obrigação, de comprar (opção de compra – call) ou vender (opção de venda – put) um ativo subjacente a um preço predeterminado, conhecido como preço de exercício, em uma data futura específica ou até a data de vencimento do contrato.
Esses contratos dão mais flexibilidade aos investidores para lucrar com movimentos favoráveis nos preços dos ativos subjacentes ou proteger-se contra possíveis quedas.
No caso das opções de compra, os investidores buscam lucrar com a valorização do ativo subjacente, enquanto, nas opções de venda, o objetivo é ganhar com a desvalorização.
Agora que você entende o que são derivativos e conhece os seus principais tipos, deve se perguntar se vale a pena investir neles e para quais objetivos.
Até por serem instrumentos complexos, eles servem para uma série de finalidades no contexto dos investimentos de risco.
No segmento agrícola, por exemplo, podem ser uma alternativa para blindar os produtores contra as incertezas acerca dos preços das colheitas.
Digamos, então, que um dono de uma propriedade que produz milho só vai colher sua safra daqui a 3 meses.
Considerando que hoje o preço do saco de 50 kg é de R$ 70,00, valor considerado ideal, o produtor pode querer garantir esse preço sem ter que esperar pelos 3 meses.
Para isso, ele negocia a produção no mercado de commodities, em uma operação de hedge, ou seja, visando garantir um preço de venda considerado ótimo.
Como essa, existem outras finalidades em se investir em derivativos, como veremos na sequência.
Derivativos protegem o valor de certos ativos por meio de estratégias de hedge contra flutuações de preços, riscos cambiais e taxas de juros.
Contratos futuros e opções, por exemplo, possibilitam aos investidores e empresas mitigar perdas, garantindo preços mínimos, protegendo-se contra desvalorização ou valorização indesejada.
Esses instrumentos também permitem ajustar exposições de carteiras, gerenciar riscos em cenários inesperados e assegurar ganhos futuros.
Também são usados para alavancagem e especulação, permitindo aos investidores controlar uma posição maior do que seu capital inicial.
Ao investir uma pequena quantia como margem, os derivativos possibilitam exposição ampliada a ativos subjacentes, multiplicando ganhos ou perdas.
Essa alavancagem é atrativa para especuladores que buscam amplificar retornos em movimentos de mercado, por exemplo.
É o que acontece ao comprar contratos futuros ou opções, modalidade em que os investidores podem obter ganhos significativos proporcionalmente à variação nos preços dos ativos.
São, ainda, frequentemente empregados em estratégias de arbitragem, aproveitando as diferenças de preço entre ativos relacionados.
Na arbitragem, os investidores exploram discrepâncias temporárias nos valores de derivativos e seus ativos subjacentes, visando lucros sem risco.
Por exemplo, um investidor pode identificar uma disparidade entre o preço de uma opção e o preço teórico calculado usando o modelo Black-Scholes.
Ao realizar transações simultâneas para comprar e vender esses ativos, o investidor busca capturar a diferença de preço, lucrando com a convergência para o valor esperado.
É verdade que não existe aplicação financeira 100% segura, mas o mercado de derivativos faz com que o investidor se exponha a riscos diversos.
Alguns deles são:
Para minimizar tais riscos, conhecimento e estratégia são armas do investidor.
Como vimos, os derivativos são aplicados em diversos setores.
No segmento agrícola, um produtor pode usar contratos futuros para proteger-se contra a volatilidade nos preços das commodities.
Pode ser também um investidor de ações, que ao empregar opções, tem como objetivo especular sobre movimentos de preços ou proteger sua carteira.
Já as empresas multinacionais utilizam contratos de câmbio para mitigar riscos cambiais e proteger-se contra eventuais desvalorizações bruscas da moeda de seus mercados.
Os bancos, por sua vez, podem usar swaps de taxas de juros para ajustar seu perfil de risco.
São exemplos que ilustram como eles são ferramentas versáteis, aplicando-se aos mercados financeiros, agrícolas e comerciais, entre outros.
Definitivamente, o mercado de derivativos não é para amadores.
Para se dar bem nesse segmento, é necessário adquirir toda uma bagagem teórica e prática, de maneira a mitigar os muitos riscos do mercado.
Confira a seguir como investir no mercado de derivativos e aumentar as chances de alcançar seus objetivos financeiros.
Investir na modalidade não é para qualquer um porque demanda conhecimento e alta tolerância às incertezas do mercado.
Por isso, conhecer o próprio perfil é indispensável para escolher onde investir com critério.
Investidores mais conservadores, por exemplo, podem preferir estratégias de hedge para proteção, enquanto investidores mais agressivos podem buscar ganhos alavancados.
O perfil determina a tolerância ao risco, horizonte de investimento e objetivos financeiros, elementos fundamentais ao escolher as estratégias.
Uma compreensão detalhada do perfil ajuda ainda a alinhar as características dos derivativos com as necessidades do investidor, assegurando que o investimento atenda aos seus interesses.
Todo investimento de alto risco precisa ser intermediado por uma corretora de valores.
São elas que dão acesso aos mercados de derivativos, permitindo que os investidores comprem e vendam contratos.
A escolha criteriosa da corretora é a melhor forma de minimizar os custos de transação e de garantir liquidez e velocidade na execução de ordens.
Avalie sua corretora com cuidado, observando por exemplo a qualidade dos recursos educacionais e análises oferecidas.
A segurança e a reputação da corretora também são considerações importantes para garantir a proteção dos fundos e proteger suas negociações.
Não deixe também de comparar o spread de cada uma das corretoras conforme o tipo de derivativo em que você pretende investir, a fim de reduzir os custos associados.
Sem uma estratégia clara, os investidores podem enfrentar dificuldades em otimizar retornos e proteger seus investimentos em um ambiente derivativo de alta volatilidade.
Lembre-se: cada estratégia atende a objetivos específicos, como hedge, especulação ou busca de ganhos alavancados.
Por sua vez, a escolha da estratégia deve ser sempre pautada pela avaliação dos riscos do investimento em questão, como veremos a seguir.
A definição da estratégia tem a ver não só com os objetivos, como deve ser orientada pelos riscos que o tipo de derivativo mostra com o tempo.
Nessa avaliação, procure sempre se orientar pela análise de especialistas, relatórios específicos do mercado (por exemplo, de commodities) e pelos gráficos do ativo a ser negociado.
Quanto mais informação de qualidade e embasada, menores os riscos, embora nada seja garantido.
Em mercados de alta volatilidade, as plataformas de negociação permitem que o investidor trabalhe com mecanismos de redução de perdas.
Um deles é a chamada ordem de Stop Loss, com a qual você pode definir um limite de perda aceitável antes que a sua posição seja liquidada por desvalorização.
É um mecanismo muito utilizado em Forex, em que as variações dos preços são muito rápidas e inesperadas, podendo gerar perdas súbitas de grande monta.
Assim como os bons atletas treinam para performar melhor nas competições, você também pode praticar antes de vir a ser um investidor.
A maioria das corretoras dispõem de contas demo, nas quais se pode negociar ativos reais com fundos fictícios.
É uma boa maneira de pegar a prática antes de ir para o jogo.
Os derivativos são uma boa alternativa para gerar altos lucros.
Mas, antes de começar, é sempre recomendável conhecer bem o funcionamento desse mercado que, como vimos, é de risco elevado.
Para se especializar, a dica é conhecer a pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking da FIA Business School, que aborda também o tema derivativos.
Siga ampliando seus horizontes sobre o mercado financeiro e negócios com outros conteúdos publicados aqui no blog.
Referências:
https://www.gov.br/investidor/pt-br/investir/tipos-de-investimentos/derivativos
https://www.amazon.com/COMO-FICAR-MERCADO-DERIVATIVOS-Portuguese/dp/B0BXN1L34H
https://capitalresearch.com.br/blog/black-and-scholes/
https://riconnect.rico.com.vc/blog/stop-loss/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Forex
https://www.gov.br/investidor/pt-br/investir/tipos-de-investimentos/derivativos/riscos
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