Os holofotes da mídia mundial se voltam para o Catar.
Esta pequena nação do Oriente Médio, conhecida principalmente pela sua grande produção petrolífera, virou sede da Copa do Mundo de 2022.
Mas há mais nesse país do que apenas petróleo e desertos, ou a FIFA não o teria escolhido para receber um dos mais importantes eventos esportivos do mundo.
De fato, um olhar mais atento mostra que se trata de um país extremamente rico materialmente, a despeito da falta de variedade em suas riquezas naturais.
Embora esteja localizado no Oriente Médio, um subcontinente com histórico de conflitos, é também um país seguro, com baixíssimas taxas de criminalidade.
São tantas coisas para dizer a respeito da sede da Copa que não daria para resumir em poucos parágrafos.
Por isso, sinta-se à vontade para ler os tópicos abaixo e conhecer melhor um dos países mais prósperos do mundo:
Acompanhe até o final para saber tudo sobre o país árabe, onde fica o Catar, fatos importantes da sua história e o que esperar da Copa do Catar em 2022.
Leia também:
Antes de avançarmos, vale conferir alguns dados gerais importantes sobre o país Catar, sua economia, geografia e cultura:
O Catar conquistou sua independência em 1971, quando deixou de ser um protetorado britânico, tornando-se depois um aliado estratégico dos Estados Unidos.
O islamismo é a religião oficial do Catar e a base para a principal lei do país, a sharia, uma espécie de código comum aos países não-laicos do Oriente Médio.
Ela toma como referência dos textos do livro sagrado do Islã, o Corão e a Suna, livro que conta a história do profeta Maomé.
É a partir da sharia que as autoridades cataris elaboram, por exemplo, o código penal, que institui punições físicas severas para seus infratores.
Por ser um país fundamentalista, é proibido o proselitismo, ou seja, não se pode divulgar publicamente nenhuma outra religião.
A apostasia, que é a renúncia ao islamismo ou conversão a outra religião, é considerada crime, podendo ser punida com a morte.
O idioma oficial do Catar é o árabe moderno padrão, resultado de um processo de readequação da língua no começo do século XIX, quando termos de origem ocidental foram introduzidos.
De qualquer forma, essa vertente do árabe só é usada no ensino escolar e como padrão de textos jornalísticos.
Nas ruas, o que mais se fala é o árabe do Catar, também conhecido como árabe do Golfo.
O inglês é reconhecido como segunda língua, sendo utilizado na comunicação com estrangeiros e como idioma no ambiente de negócios.
Quem visita o Catar deve se preparar para encontrar um país muito quente, com clima seco e desértico.
Não existe a divisão em estações do ano como conhecemos no Brasil – o sol brilha intensamente o ano todo.
Contudo, existe um período considerado de pico nas temperaturas, entre os meses de março e outubro.
As altas são registradas no período entre junho e setembro, época do ano em que fazer 40 graus é o padrão, podendo chegar a 50 graus e sensações térmicas acima dessa temperatura.
Essa foi a razão pela qual a Copa do Catar foi transferida para os meses de novembro e dezembro, em vez do usual período entre junho e julho.
No final do ano, espera-se que as temperaturas baixem consideravelmente, oscilando entre 20 e 30 graus, com mínimas de até 10 graus.
Das 2,7 milhões de pessoas que vivem no Catar, estima-se que cerca de 75% sejam estrangeiros, principalmente indianos, muitos dos quais recrutados para trabalhar em empregos de baixa qualificação.
Há também uma presença significativa de filipinos, paquistaneses e nepaleses.
Assim, estima-se que algo em torno de somente 280 mil pessoas sejam de fato e de direito cidadãos cataris.
Atualmente, há cerca de 800 brasileiros vivendo legalmente no país, a maioria portadora de títulos de residência temporário.
Um traço distintivo da população é o seu elevado Índice de Desenvolvimento Humano: 0,855 (muito alto), o que coloca o país na 42ª colocação para esse indicador.
Vale destacar que o IDH sinaliza para a eficiência das políticas públicas em áreas fundamentais como saúde, educação e bem-estar, apesar das liberdades individuais serem restritas no país.
A balança comercial catari depende fortemente da extração, refino e distribuição do petróleo para se manter equilibrada.
Nada menos que 60% do Produto Interno Bruto (PIB) vem das exportações de hidrocarbonetos, cuja reserva estimada é de 3,7 bilhões de barris, o suficiente para manter os atuais níveis de produção por cerca de 20 anos.
Sabendo da finitude do petróleo, o governo catari vem trabalhando para diversificar as receitas, investindo fortemente no turismo.
Sediar a Copa do Mundo do Catar é um exemplo desse esforço em “vender” o país para o resto do mundo como um destino turístico.
Em razão da abundância de petróleo, a indústria petroquímica é altamente desenvolvida, o que indiretamente levou o país a desenvolver também seus serviços financeiros.
O petróleo passou a fazer parte das relações comerciais com outros países a partir dos anos 1950, quando substituiu as pérolas e a pesca como principais fontes de divisas.
O valor do petróleo fez do Catar um dos países mais ricos do mundo, nem tanto pelo PIB, de US$ 191,3 bilhões, mas pela renda per capita.
Por esse critério, ele ocupa nada menos que a 5ª posição entre os países mais ricos, registrando US$ 69.687 de renda por habitante, segundo o ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Apesar de a ocupação humana do território do Catar remontar a dezenas de milhares de anos, o país só entrou no “radar” ocidental por volta de 1515, quando Portugal passou a controlar parte do comércio de pérolas.
A partir de 1871, passou a ser território dos otomanos (turcos), com o início da dinastia Al Thani, que governa o país até hoje.
Depois da desintegração do Império Otomano, em 1916, o Catar passou a ser dominado pelos britânicos, dos quais só declarariam independência em 1971.
O boom econômico começou em 1974, quando a Qatar General Petroleum Corporation assumiu o controle de todas as operações petrolíferas.
Em 1991, o país teve um importante papel na Guerra do Golfo, entre o Iraque e as forças da ONU, servindo como posto avançado para as forças ocidentais.
Em razão do seu clima desértico e fauna e flora escassas, o relevo catari é formado basicamente por planícies.
Seu ponto mais alto é o morro Qurayn Abu al Bawl, de apenas 103 metros de altura.
Na região Sudeste se localiza o Khor al Adaid, o “mar interior”, uma espécie de entrada do Golfo Pérsico, cercada de dunas, uma das áreas do país destinadas ao turismo.
O Catar tem um histórico de país poluidor, registrando em 2008 uma das mais altas emissões de carbono per capita do mundo: 49,1 toneladas por pessoa.
Isso mesmo com o governo do país sendo signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1992, na qual se comprometeu em melhorar aspectos como a biodiversidade e o desenvolvimento ambiental.
É em Doha que se concentra mais da metade da população catari, já que, além dos seus 956.457 habitantes, são contabilizados os que vivem nas regiões adjacentes à capital.
Assim, a população total chega a quase 2,3 milhões de habitantes.
Seu território é de apenas 132 km2, o que faz com que ela tenha uma das mais altas densidades metropolitanas do mundo: 2.574 habitantes/km².
Quem contempla a cidade repleta de arranha-céus, que vistos do Golfo Pérsico dão um ar moderno e cosmopolita, pode se surpreender.
Afinal, Doha passou a se desenvolver somente a partir de 1971, ano da independência do Catar e que coincindiu com a elevação da cidade a capital do país.
Alinhada aos recentes investimentos na indústria turística, Doha vem se tornando mundialmente conhecida pelas suas paisagens arrojadas, vida noturna, shoppings e centros comerciais.
Tudo isso sem deixar de lado as tradições árabes, que continua presente na forma de prédios históricos e os tradicionais mercados onde se encontra de tudo.
Não existe democracia no Catar, país em que as poucas tentativas de realizar eleições sempre fracassaram.
A exemplo de outros países islâmicos, as mulheres têm poucos direitos e nenhuma representatividade.
O absolutismo monárquico parece ser bem tolerado (ou temido), já que praticamente não há registros de violência ou protestos na região metropolitana de Doha.
As leis são propostas e votadas pelo Conselho de Ministros, que por sua vez as encaminha ao Conselho Consultivo (Majlis al-Shura) para debate.
Então, são submetidas ao emir para sanção.
Existe também uma Assembleia Consultiva, com autoridade restrita para elaborar e aprovar leis, que podem ser revogadas ou não pelo emir.
Tudo indica que o absolutismo deve se manter por muito tempo no país, já que, desde 1970, ele não realiza qualquer tipo de referendo popular para seus cargos públicos.
Apesar de a mesma família real comandar o Catar há mais de 150 anos, o país tem um longo histórico de invasões.
A última delas foi do Império Otomano, que passou a ocupar o país em 1871, ditando novas leis e reformas em matérias como impostos e propriedades.
Com a Primeira Guerra Mundial, na qual o Império Otomano sofreu pesadas baixas, a estrutura colonial se desintegrou, abrindo caminho para a Inglaterra, que assumiu o Catar como protetorado em 1916.
Essa condição perdurou por 55 anos, embora desde a Segunda Guerra, a influência britânica tenha se reduzido gradativamente.
Quando a bola rolar na abertura da Copa do Mundo do Catar de 2022, na partida entre os anfitriões e o Equador, começará a primeira edição do torneio em um país do Oriente Médio.
Também é a primeira vez que a Copa vai acontecer no final do ano, já que tradicionalmente a competição sempre foi realizada entre os meses de junho e julho.
Serão 32 seleções disputando a taça, com jogos em oito estádios, sendo três deles na capital Doha e 2 em Al Rayyan, além das cidades de Lusail, Al Wakrah e Al Khor, com um estádio cada.
O Catar tem uma história recente como país independente, assim como sua seleção de futebol, que vai disputar em 2022 sua primeira Copa do Mundo.
Mesmo assim, espera-se que eles deem algum trabalho aos adversários, não só pelo fator casa, mas pela ascensão recente no cenário futebolístico.
A maior prova disso foi o título da Copa da Ásia de 2019, ao bater a seleção japonesa por 3 a 1 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Então, a Copa do Catar já começa com a expectativa de reservar surpresas.
Embora o PIB per capita seja bastante elevado, o pequeno país árabe não pode ser considerado o mais rico do mundo, pelo menos não se o critério for o PIB per capita.
Nesse quesito, o Catar fica atrás de quatro países no ranking do FMI, onde é o quinto.
Figura na 10ª posição do ranking do Banco Mundial e oitavo na lista de maiores PIBs per capita da ONU.
Vale considerar ainda que, apesar da elevada renda por habitante e IDH muito alto, é um país de desigualdade acentuada, com poucas pessoas concentrando muitas riquezas.
A Copa do Mundo do Catar fez esse país árabe entrar no radar mundial, mas ainda há muitas dúvidas sobre ele.
Para responder às principais delas, elaboramos esta seção em nosso conteúdo.
Saiba agora onde fica o Catar e outras curiosidades interessantes.
A exemplo dos outros países do Oriente Médio, o Catar tem no petróleo sua principal fonte de divisas.
Estima-se que a indústria petrolífera responda por cerca de 70% de todas as riquezas que o governo catari produz, sendo responsável por aproximadamente 85% das exportações.
Outra riqueza encontrada no país é o gás natural, cujas reservas abastecem hoje algo em torno de 5% da demanda mundial.
O Catar é uma monarquia absolutista, portanto, o país é governado por uma dinastia, a família real Al Thani.
O atual chefe de estado é o emir Tamim bin Hamad al-Thani, que recebeu o poder do pai, o ex-emir Hamad bin Khalifa Al Thani, em junho de 2013, sendo o oitavo da sua linhagem.
Não há partidos políticos, tampouco representação em nível municipal.
Todo poder está centralizado na coroa, que decide sobre as questões do país junto com o Conselho de Ministros, sobre o qual tem total autonomia.
Localizado no Oriente Médio, o país Catar é uma península com 11.610 km2.
A única nação com que faz fronteira é a Arábia Saudita, e toda sua costa é banhada pelas águas do Golfo Pérsico.
Por ser um país de solo desértico, ele tem um relevo pobre, com uma paisagem repleta de dunas.
Seu ponto mais alto é o morro Qurayn Abu al Bawl, de apenas 103 metros de altura.
O país Catar é exótico, fascinante e tem tudo para ser um grande anfitrião no período da Copa do Mundo.
A FIA Business School está atenta a esse grande evento, não apenas pela sua repercussão esportiva mas também pelos efeitos que deve produzir na economia do Brasil e do mundo.
Continue lendo os artigos do blog da FIA e fique por dentro das últimas novidades!
Aprenda a desenvolver habilidades profissionais para se destacar no mercado de trabalho brasileiro. Leia e…
Se você ainda não vê o Value-Based Management como um farol estratégico para a sua…
Descubra como a sustentabilidade empresarial pode transformar negócios, aumentar vendas e promover impacto positivo. Leia…
Descubra como a contabilidade financeira fortalece a saúde financeira e apoia decisões estratégicas empresariais.
Está considerando a possibilidade de começar no empreendedorismo digital, mas não sabe como? Confira dicas…
Conhecer os conceitos de custo fixo e variável é algo que todo gestor ou dono…