A educação corporativa vai muito além de um investimento em capacitação.
Se bem gerido, um programa desse tipo pode dar aos colaboradores um verdadeiro senso de propósito e pertencimento.
Como mostra um estudo do Instituto Gallup, 62% da força de trabalho no Brasil pode ser classificada como “não engajada” com seus empregos.
Um antídoto para isso está na educação, afinal, de acordo com o Workplace Learning Report 2024, do Linkedin (em inglês), 7 em cada 10 pessoas acreditam que o ensino melhora a conexão com a empresa.
A pesquisa também revela que 8 de 10 pensam que aprender agrega propósito ao que se faz.
Como se vê, uma empresa que almeja ter bons resultados precisa investir em algum tipo de qualificação para seus colaboradores.
Isso e muito mais você vai ver neste artigo, em que mostramos como funciona a educação corporativa e seus benefícios a partir dos seguintes tópicos:
Quer aprender como implementar a educação corporativa? É só ler este texto até o final.
A educação corporativa é uma modalidade de ensino em que as empresas desenvolvem programas de capacitação em longo prazo para seus colaboradores ou futuros empregados.
Ela pode ser conduzida internamente, por meio de programas in company, ou fora da empresa, por meio de apoios e incentivos à formação em outras instituições.
O objetivo principal da educação corporativa é desenvolver as competências e habilidades do time de trabalho, promovendo um ambiente de aprendizado contínuo.
Para as empresas que têm estruturado algum programa de ensino, a educação corporativa é tratada como um ativo estratégico.
É uma abordagem um pouco diferente da que se observa nos programas de treinamento, em que o objetivo geralmente é desenvolver competências específicas ou adestrar para algum tipo de situação.
Assim, a educação corporativa difere dos treinamentos por ser focada no longo prazo e por ser contínua, embora se possa desenvolver nela competências pontuais.
A partir do que vimos, podemos dizer também que o objetivo principal da educação corporativa é servir aos propósitos estratégicos em uma empresa.
É uma excelente forma de prevenir o absenteísmo e outros desafios laborais.
Por exemplo, o presenteísmo e o quiet quitting.
As organizações que investem em seus colaboradores tendem a receber esses investimento de volta, na forma de mais engajamento e motivação, como mostram as pesquisas.
Por isso, outro objetivo da educação corporativa é manter a empresa competitiva, por meio da qualificação da mão de obra.
A educação corporativa alinha habilidades dos funcionários aos objetivos estratégicos, melhorando desempenho, inovação e competitividade.
Também promove engajamento, retenção de talentos e cultura organizacional forte, resultando em maior produtividade e sucesso empresarial sustentável.
Isso vai ficar mais claro na sequência, quando falarmos sobre os benefícios da educação corporativa.
Antes, cabe destacar que a contribuição desse tipo de programa aparece no enfrentamento de problemas comuns a qualquer negócio, como a perda de bons profissionais.
Sobre isso, uma matéria publicada na Exame mostra um número recorde de pedidos de demissão no mercado brasileiro.
Segundo o texto, um dos possíveis motivos está no surgimento de novas carreiras em inteligência artificial, assunto que inclusive já abordamos por aqui.
A educação corporativa, nesse sentido, poderia evitar essa “debandada”, servindo a dois objetivos: introduzir a IA como solução corporativa e formar colaboradores para trabalhar com essa tecnologia.
É como se diz no meio pedagógico: “quem ensina, aprende ensinando”.
Os benefícios da educação corporativa se estendem para fora dos muros da empresa, se considerarmos os seus potenciais reflexos.
A empresa ganha porque, ao qualificar seus colaboradores, pode se beneficiar muito mais de seus talentos.
Não é à toa que boa parte das empresas de tecnologia investe em programas internos de treinamento e de desenvolvimento de projetos.
Elas sabem que pessoas bem preparadas podem ir longe na carreira e gerar retorno constante.
Confira outras vantagens percebidas pelas empresas que zelam pela formação de seus empregados.
Marca empregadora é o termo usado para se referir às empresas bem vistas no mercado em razão do tratamento dado aos seus colaboradores.
Como mostra um artigo da Great Place to Work, uma marca com boa reputação se coloca em uma condição diferenciada.
O texto cita como exemplo uma pesquisa que mostra que 83% das pessoas aceitariam ganhar menos, se a empresa tiver uma boa reputação.
Boa parte dessa reputação pode ser construída investindo em educação corporativa.
Uma pesquisa divulgada pela Talent LMS (em inglês) mostra que, para 80% dos profissionais, programas de treinamento são benéficos para aumentar sua produtividade.
Não deixa de ser interessante, na mesma pesquisa, um terço dos entrevistados revelar que esses programas podem ser mais eficazes se tiverem uma pegada mais social.
Esse aumento na eficiência, por sua vez, leva à melhora da performance profissional, ou seja, além de mais produtivos, os colaboradores tendem a produzir melhor.
As pesquisas mostram aquilo que já não é mais segredo: empresa que investe em formação tem um clima organizacional mais agradável.
Com o ambiente interno exalando positividade, aumenta também a satisfação das pessoas, que sentem que estão em um lugar onde um se preocupa com o crescimento do outro.
A empresa deixa de ser uma “selva” para se tornar um lugar acolhedor, em que todos podem desenvolver o seu potencial.
Uma hard skill não se desenvolve “por osmose”.
Até que uma competência seja dominada, o profissional precisa percorrer um caminho de aprendizado por meio de aulas, lições e exercícios, somados à experiência prática.
Nada melhor que investir em educação corporativa para isso, até para diminuir os riscos de um aprendizado com base na tentativa e erro.
É como se o programa de formação continuada fosse um laboratório, no qual as pessoas em desenvolvimento têm um espaço seguro para errar, sem colocar o negócio em risco.
Vamos ver então como implementar a educação corporativa em uma sequência de três passos iniciais em seu planejamento.
Como vimos, a educação corporativa traz consigo a proposta de formação contínua de longo prazo.
Por isso, é fundamental que os programas a serem implementados estejam de acordo com os objetivos estratégicos da empresa, entre outros fatores a serem avaliados.
Confira na sequência o que fazer para começar bem!
O sucesso de um programa de educação está relacionado ao quão útil ele é para as pessoas.
É dever da empresa conhecer as demandas de seus colaboradores, além das necessidades do negócio, antes de implementar uma iniciativa educacional.
Vale fazer uma pesquisa de opinião ou partir de uma lacuna de formação já identificada.
Definido o objetivo, é hora de se debruçar sobre a montagem do programa de formação em si.
Esse programa pode englobar ações de onboarding, assim como treinamentos para desenvolver habilidades específicas e complementares.
Por exemplo: uma empresa do ramo industrial pode oferecer treinamento constante em práticas na linha de produção e de segurança do trabalho.
Lembrando que, na montagem, é necessário que os programas sejam definidos conforme seus custos, recursos e cronograma.
Uma vez implementada, espera-se que a formação dê algum tipo de resultado.
Para isso, a empresa pode medir o sucesso estabelecendo Indicadores Chave de Performance (KPIs) que justifiquem os investimentos.
No exemplo da indústria, um desses resultados poderia ser a redução de acidentes e de afastamentos por lesões.
A educação corporativa não se restringe às tradicionais aulas em sala.
Embora esse ainda seja o modelo mais empregado, existem outras maneiras de fazer com que as pessoas desenvolvam todo o seu potencial.
Conheça três delas a partir de agora.
Nada melhor para uma empresa do que ter em seus quadros pessoas capazes de resolver problemas.
Assim se baseia o formato de educação corporativa em que se apresentam desafios reais para serem solucionados por meio de pesquisa, do trabalho em equipe e da aplicação de conhecimentos adquiridos.
Os colaboradores podem desenvolver projetos práticos para desenvolver soluções inovadoras, com simulações de casos reais com clientes ou workshops de design thinking.
Vimos anteriormente que os programas de treinamento sociais costumam ter bons resultados.
Neles, é incentivada a troca de conhecimentos e experiências entre os colaboradores em fóruns online, comunidades de prática e grupos de discussão colaborativos.
Também podem ser utilizadas plataformas online para compartilhamento de conhecimentos, grupos de estudo virtuais ou fóruns de discussão sobre temas específicos da empresa.
Já o formato Blended Learning combina diferentes métodos de ensino, como presencial, online, auto estudo e mentoria, para criar uma experiência de aprendizado mais completa e personalizada.
Também pode incorporar práticas de Micro Learning, Mobile Learning e até Lifelong Learning.
Assim fazem os cursos presenciais complementados por módulos online e aulas assíncronas ou treinamentos com tutoria ao vivo, entre outros formatos virtuais e presenciais.
A educação no trabalho precisa gerar resultados.
Embora a educação por si só seja benéfica, é um erro achar que o retorno virá de forma espontânea.
É preciso, nesse caso, adotar KPIs que mostrem quais tipos de resultados os processos educacionais estão gerando.
Aumento da produtividade, da qualidade no trabalho e o alcance de metas são alguns desses indicadores.
A empresa pode, ainda, utilizar KPIs mais voltados ao cliente, como o nível de satisfação pelo Net Promoter Score (NPS) ou ao colaborador, pela taxa de retenção e índices de turnover.
Agora que já sabemos o que é e como funciona a educação corporativa, tendo seus benefícios bastante claros, você deve estar se perguntando o que fazer para que esse tipo de programa tenha sucesso.
A principal dica nesse sentido é estabelecer requisitos para esse tipo de iniciativa.
Faça isso para que o programa possa ser implementado e prosperar ao longo do tempo.
A empresa deve desenvolver uma cultura em que a educação seja vista como uma ponte não só para o desenvolvimento individual, mas coletivo.
Essa cultura pode começar pela implementação de treinamentos in company, que, aos poucos, podem ser desenvolvidos até que se transformem em ações permanentes.
Tudo tem um início. Não há como implementar a educação corporativa sem começar.
Não é de hoje que as empresas conduzem ações e estratégias voltadas à educação corporativa.
O conceito segue firme e forte, dando sinais de que vai se fortalecer ainda mais nos próximos anos.
Confira a seguir algumas tendências nesse nicho e como cada um deles pode vir a impactar o mercado em um futuro próximo.
Em um mundo “Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo” (conceito VUCA), o tempo passa a ser um ativo que vale muito mais que ouro.
A modalidade de ensino conhecida como Micro Learning responde aos desafios desse novo tempo, com módulos curtos e focados em um único objetivo, ideais para serem consumidos em qualquer lugar e a qualquer momento.
Em 2022, pela primeira vez na história as matrículas em cursos a distância superaram os cursos presenciais no ensino superior no Brasil.
Desde então, os cursos EAD crescem a olhos vistos, expandindo-se, como era de se esperar, no segmento corporativo.
Entre as muitas vantagens do e-learning para as empresas, estão os custos menores, se comparados com os de um programa exclusivamente presencial.
Outra tendência que vem ganhando cada vez mais fôlego é a da gamificação no ensino, que, é claro, também se faz notar na educação corporativa.
Consiste basicamente em desenvolver atividades lúdicas ou na forma de jogos individuais ou em grupo, nas quais as pessoas resolvem problemas como se fosse um grande game, com sistemas de pontos e classificações.
Em certas áreas, como a medicina, o ensino técnico lida com desafios de ordem material, como acontece nas disciplinas em que os alunos precisam manipular tecidos vivos.
Algo parecido acontece em certos segmentos industriais, nos quais são necessários treinamentos de segurança que simulam situações de risco.
Nessas e em outras áreas, a realidade virtual e aumentada vêm se destacando como uma tendência, ajudando profissionais e instituições de ensino a encontrar soluções para desafios reais.
Agora que você sabe o que é educação corporativa, seus benefícios e como desenvolvê-la uma empresa, pode estar interessado em seguir nessa área cheia de oportunidades.
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Referências:
https://www.gallup.com/pt-br/175820/crescimento-brasileiro-empurr%C3%A3ozinho.aspx
https://learning.linkedin.com/resources/workplace-learning-report
https://exame.com/carreira/rage-applying-conheca-a-tendencia-de-desligamento-que-esta-crescendo-com-a-geracao-z/
https://gptw.com.br/conteudo/artigos/o-que-e-reputacao-corporativa/
https://www.talentlms.com/employee-learning-and-development-stats
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/02/21/pela-1a-vez-numero-de-novos-alunos-no-ensino-superior-a-distancia-supera-o-de-cursos-presenciais.ghtml
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