O mundo moderno enfrenta, com frequência, não apenas uma crise humanitária, mas várias ao mesmo tempo.
Diversas nações passam por esse tipo de problema extremo.
Entre suas causas, estão fatores como conflitos prolongados, economias em declínio, catástrofes climáticas e questões graves de saúde, como a pandemia de covid-19, por exemplo.
Até por causa das consequências do coronavírus – somada à guerra entre Rússia e Ucrânia –, 2022 tende a ser o pior ano em números absolutos de populações vivendo em situações de vulnerabilidade extrema.
Para se ter uma ideia, a estimativa é de que 274 milhões de pessoas ao redor do mundo precisem de ajuda humanitária e proteção.
O dado consta em levantamento (em inglês) do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Em 2021, quando os números já representavam um recorde, o total estimado era de 168 milhões de pessoas passando por diferentes tipos de crise humanitária.
Ou seja, de um ano para o outro, houve aumento de mais de 100 milhões de pessoas enfrentando dificuldades severas.
Para atender boa parte dessa população (183 milhões mais necessitados), o OCHA estima que seja necessário investir US$ 41 bilhões.
Afeganistão, Síria, Iêmen e República Centro-Africana estão entre os países que mais precisam de ajuda.
Mas que ajuda é essa?
Ao longo deste artigo, você vai obter a resposta para essa e outras perguntas e também vai entender um pouco da realidade das nações que enfrentam essas adversidades.
A seguir, um resumo do que vai ser abordado aqui:
Acompanhe até o fim e fique bem informado sobre o tema crise humanitária!
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Crise humanitária é um problema grave, emergencial e generalizado que atinge um país inteiro ou uma comunidade/região específica, ocasionado por epidemias, problemas sanitários, desnutrição ou questões ligadas à falta de saneamento básico, segurança alimentar, água potável, entre outros.
Esse cenário é mais comum em locais em que já há uma desproteção prévia.
Ou seja, onde há pobreza, desigualdade social e falta de infraestrutura básica agravadas por questões pontuais, como guerras e catástrofes ambientais, por exemplo.
Outro ponto que caracteriza uma crise humanitária é a incapacidade da nação que está em dificuldade de sair dessa situação sozinha.
Nesse caso, se faz necessário uma ajuda humanitária de outros países e instituições para mitigar esse problema e satisfazer minimamente essa população em risco.
Mas sobre ajuda e ações humanitárias, vamos falar mais à frente.
Chegamos a abordar rapidamente as possíveis causas das crises humanitárias, e agora é hora de aprofundar um pouco mais sobre cada uma delas.
Confira como questões políticas, ambientais, sanitárias, dentre outras, podem desencadear casos de vulnerabilidade extrema:
Combates políticos, ideológicos e, porventura, bélicos são os grandes responsáveis pelo surgimento de tipos diferentes de crise humanitária.
Afinal, eles causam morte, doenças e fome, aumentam desigualdades e também impactam na presença de refugiados.
O conflito armado atual entre Rússia e Ucrânia é um exemplo bem claro disso.
Ucranianos têm buscado abrigo em países vizinhos, como Polônia, Eslováquia e Hungria para fugir da guerra e das perseguições.
Países da África, como Somália, Nigéria e Sudão do Sul são outros casos em que a crise humanitária se instalou por causa de conflitos políticos.
As mudanças climáticas também têm gerado crises humanitárias sem precedentes.
Mesmo países que passaram por desastres há mais de um década, como é o caso do Haiti, com o terremoto em 2010, ainda não conseguiram se reerguer.
Questões ambientais, como inundações, secas, ondas de calor extremo e chuvas fortes tendem a ser, cada vez mais, causas de problemas sérios, arrasando vidas humanas e dando origem a episódios de crise humanitária.
Mais recentemente, em 2020, Honduras foi atingida por dois ciclones que devastaram a população local.
Entre 2000 e 2019, 1,23 milhão de vidas foram perdidas em desastres naturais, de acordo com levantamento do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (The United Nations Office for Disaster Risk Reduction – UNDRR).
As doenças de escala global, como grandes pandemias, têm um potencial devastador tremendo.
A covid-19 demonstrou isso, mas, antes dela, o ebola, na África Ocidental, matou mais de um terço dos infectados.
O mesmo aconteceu com a malária na África Subsaariana, com a cólera e o HIV em todo mundo até os dias de hoje.
Isso acontece porque, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1,6 bilhão de pessoas não possuem acesso a um serviço básico de assistência médica.
O contágio de doenças é um dos problemas mais graves diagnosticados pelas ações humanitárias, configurando-se um desafio tremendo para a superação de crises dessa natureza.
Os deslocamentos populacionais podem ser causados por diferentes motivos e não apenas por conflitos políticos e armados, como vimos no primeiro exemplo.
Questões ambientais e a própria miséria podem levar grandes comunidades a se moveram de seu lugar de origem em busca de novas oportunidades.
No entanto, segundo o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de 80% dessa população deslocada se encontra em território que enfrentam uma crise humanitária.
A maior parte é proveniente da desnutrição e da insegurança alimentar, como é o caso da Síria, por exemplo, onde há mais de seis milhões e meio de migrantes.
Quando falamos em crise humanitária, esta é uma das mais graves.
Assim como o deslocamento populacional tem muito a ver com a guerra e as mudanças climáticas, a fome também tem essa relação.
Por causa dos conflitos, é comum que as plantações e toda a cadeia alimentícia sejam prejudicadas, desde o transporte dos produtos até o seu acesso em si.
Já os aspectos ambientais influenciam na alteração dos padrões de seca e chuva, modificando características sazonais e favorecendo a aparição de pragas que podem acabar com as lavouras.
Serviços básicos, como instituições de ensino e de saúde, são protegidos pelo direito internacional.
Hospitais, escolas e universidades, assim como seus respectivos profissionais são a base de qualquer sociedade e, por isso, merecem atenção especial.
No entanto, muitas vezes, eles acabam sendo alvos de ataques, justamente para desestabilizar a comunidade atacada.
Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) implementou uma série de medidas com intuito de evitar ofensivas contra esses tipos de instituições.
Isso porque unidades de saúde foram atacadas na Líbia e centros de ensino bombardeados no Afeganistão.
Agora que você já conhece algumas das principais causas das crises humanitárias, é o momento de ver o que esse tipo de cenário traz como consequência.
Confira:
O aumento da violência é consequência comum em uma crise humanitária.
Populações assoladas por problemas sociais, como fome, pobreza e desigualdade, tornam-se naturalmente mais inseguras e violentas enquanto seus cidadãos lutam por um mínimo para sobreviver.
Sem acesso a um saneamento básico de qualidade, o abastecimento de água fica comprometido.
Como o ser humano precisa de água para o dia a dia, o consumo do líquido em condições precárias acaba causando outros problemas, como a disseminação de doenças como a cólera, por exemplo.
A mesma lógica vale para o abastecimento de alimentos que, em razão de uma guerra ou de um desastre ambiental, pode ter lavouras destruídas ou mesmo o transporte de produtos comprometido por algum tipo de embargo.
Em situações extremas, a desnutrição se torna um dos principais problemas a serem combatidos.
Diante de tantos problemas, uma comunidade que já não tem condições de atender uma parcela da população vê o seu sistema de saúde colapsado.
Não há infraestrutura que aguente uma região inteira sofrendo com uma pandemia, por exemplo.
Afinal, além de lidar com as doenças cotidianas e recorrentes, surge uma nova demanda, mais urgente, que exige uma atenção ainda maior.
Infelizmente, o que não faltam são exemplos de nações que passaram ou ainda enfrentam uma crise humanitária.
Separamos quatro exemplos de países que já encararam esse tipo de dificuldade.
Veja quais são eles:
Para a ONU, a situação na Síria é considerada a maior crise de deslocamento forçado de todos os tempos.
A guerra civil, que já dura mais de uma década, começou em um conflito entre os apoiadores e opositores de Bashar al-Assad, presidente sírio.
No entanto, esse confronto deixou de ser uma luta por poder e passou a ter um caráter religioso muito forte.
Além disso, deixou de ser uma questão mais local, atingindo também outros países como Líbano e Iraque, acendendo a luta entre sunitas e xiitas.
Outra crise que segue viva por causa de mais uma guerra civil que perdura por mais de oito anos – e chegou a ser considerada pela ONU o pior desastre humanitário do mundo.
O Iêmen é um dos países mais pobres do mundo e, por causa dos bloqueios às ações humanitárias, a população sofre ainda mais.
O combate aqui se dá entre os partidários do governo e os rebeldes hutus, que tentam tirar o presidente Hadi do poder.
A cólera e a fome assolaram a população e, atualmente, grande parte dos nativos já migraram para outros países.
É mais um país que vive em constante conflito, sobretudo por causa das inúmeras facções armadas que habitam o local, casos do Estado Islâmico e dos talibãs, por exemplo.
Se não bastasse todas essas questões ligadas à violência, o Afeganistão passa por longos períodos de seca, o que faz com que muitos nativos precisem se deslocar em busca de melhores condições de vida.
É, dessa forma, uma das nações mais atingidas por diferentes tipos de crise humanitária.
Com menor espaço e repercussão nos grandes veículos midiáticos, a República Centro-Africana vive um conflito étnico-religioso que perdura por 10 anos.
O principal embate se dá entre os anti-Balaka, maioria cristã, e o grupo Seleka, minoria muçulmana, que, ao longo dos tempos, têm praticado inúmeras violações dos direitos humanos, inclusive com a execução de genocídios contínuos.
Não há dúvidas de que os que mais sofrem com as crises humanitárias são as próprias comunidades atingidas pelas situações de vulnerabilidade extrema.
Conforme trazido anteriormente, são, pelo menos, 168 milhões de pessoas passando por uma problemas severos.
São países inteiros, povoados e famílias que pagam uma conta que não cabe a eles, onde são apenas vítimas de um sistema maior que, muitas vezes, sequer ajudaram a escolher.
Segundo o levantamento do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), os doze países mais atingidos por formas de crise humanitária são:
De acordo com o Plano de Ação Humanitária Global para 2022, existem 37 planos de respostas para 63 países.
Além disso, para atender a demanda da população mais necessitada, seria necessário cerca de US$ 41 bilhões.
Mais do que buscar soluções para uma crise humanitária, o fundamental seria evitar que elas acontecessem.
Mas o que fazer com as crises já existentes?
A melhor saída, já amplamente discutida por governos e entidades ligadas, é tornar as ajudas humanitárias mais eficazes.
Para quem não sabe, ações humanitárias, de acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), são um conjunto de medidas realizadas para ajudar, proteger e defender as pessoas afetadas por situações de vulnerabilidade extrema.
Em outras palavras, visa a garantir o respeito aos direitos humanos mais básicos, como alimentação, água, moradia, assistência médica, segurança e assim por diante.
As ajudas humanitárias podem se dar tanto por meio de doações privadas ou públicas de países em melhores condições sócio-econômicas, quanto no âmbito institucional.
Os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido e a União Europeia foram os que mais contribuíram com ações humanitárias, segundo o Development Initiatives – Global Humanitarian Assistance 2020, enquanto Iêmen, Síria e Iraque foram as nações mais beneficiadas.
Por falar nisso, no âmbito organizacional, destacam-se organizações como:
Isso sem falar em iniciativas particulares e trabalhos desenvolvidos por entidades sem fins lucrativos e organizações não governamentais (ONGs).
Ou seja, oportunidades não faltam para contribuir de forma positiva com a solução de crises humanitárias.
Antes de concluirmos o artigo, o que você acha de conferir a resposta para duas das perguntas mais frequentes sobre crise humanitária?
Não fique com dúvidas e esclareça seus questionamentos de maneira rápida e objetiva:
Há diversos debates sobre qual seria a maior crise humanitária de todos os tempos.
Para alguns, por causa da duração, é a da Síria.
Para outros, inclusive a Organização das Nações Unidas (ONU), a maior é a do Iêmen devido ao impacto em si, já que o país é mais pobre.
Ação ou ajuda humanitária é um conjunto de medidas concedidas por uma instituição ou país a uma determinada comunidade, visando a assegurar a defesa dos direitos humanos básicos que, porventura, estão sendo desrespeitados ou ameaçados na região.
Infelizmente, as crises humanitárias ainda são uma triste realidade no mundo.
E apesar de esse tipo de problema estar muito ligado às questões políticas e conflitos religiosos, ele também tem a ver com as mudanças climáticas, que não param de acontecer.
Desastres ambientais têm se tornado mais frequentes e, ainda que as ações humanitárias ajudem na recuperação dos países atingidos, há casos em que a população segue vivendo em meio a condições precárias, sem o básico.
Quando o problema envolve a natureza, existem situações que ainda não podem ser previstas.
Mas sabe-se que boa parte das tragédias que ocorrem poderia ter um impacto muito menor se as populações atingidas tivessem melhores condições de moradia e um sistema político capaz de reorganizar e reconstruir o que foi perdido de maneira mais ágil.
Sobre as questões político-religiosas, há um grande debate sobre até que ponto é correto interferir em outras culturas, mas não é mais possível que o mundo moderno assista a barbáries calado.
É dever de toda nação, portanto, lutar para que qualquer ser humano tenha condições de levar uma vida digna, diminuindo progressivamente as crises humanitárias que temos conhecimento.
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