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BNDES: O que é e Importância para o País

O BNDES é um banco, mas muita gente não o vê assim.

É verdade que você não enxerga por aí suas agências, ao contrário do que acontece com outras instituições bancárias.

Isso acontece porque esse é um tipo diferente de banco.

Para começar, trata-se de uma empresa pública, de propriedade do governo federal brasileiro.

Enquanto os bancos tradicionais trabalham com um grande número de serviços, o BNDES é voltado para o desenvolvimento.

Com seus programas de financiamento, busca apoiar na criação de novos negócios ou na sua modernização e expansão.

Isso vale para áreas como indústria, comércio, serviços, agropecuária, cultura, mercado de capitais, meio ambiente, infraestrutura, inovação, exportação e até para a área social.

É importante destacar que as possibilidades do banco não se restringem apenas às grandes empresas.

Há também condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, para que elas tenham condições de crescer e ampliar sua atuação.

Seja qual for a área e o porte da companhia, o objetivo será sempre fomentar o crescimento da economia brasileira, por meio da geração de empregos, de renda e inclusão social.

Ao longo deste artigo, explicaremos melhor tudo isso, abordando os seguintes tópicos:

  • O que é o BNDES?
  • O que quer dizer a sigla BNDES?
  • Quem criou o BNDES?
  • Para que foi criado o BNDES?
  • Como funciona o financiamento do BNDES?
  • O que o BNDES financia?
  • Cartão do BNDES
  • Onde fica a sede do BNDES?
  • Simulação do BNDES.

O assunto interessa? Então, leia até o fim para saber o que é o BNDES, como exatamente ele atua e o que isso tem a ver com você.

O BNDES tem como objetivo estimular o crescimento econômico do Brasil

O que é o BNDES?

O BNDES é um instrumento do governo federal brasileiro para proporcionar financiamento a longo prazo e investimentos em todos os segmentos da economia do país.

Atualmente, é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo, pois apoia empreendedores de todos os portes em um país de grande população e dimensões continentais.

Como é uma empresa pública, e não um banco privado comercial, ao avaliar a concessão do apoio, o BNDES considera questões como o impacto socioambiental e econômico.

Esse apoio se dá por meio de produtos, programas e fundos, de acordo com as características da operação desejada e finalidade do pedido.

A atuação do banco não é somente passiva, no sentido de que não se restringe a receber e avaliar solicitações de financiamento em suas linhas de crédito.

Além disso, ele atua estrategicamente, alinhado com o poder executivo, para estimular o crescimento do país em áreas que se julga necessário investir.

O BNDES é conduzido por um presidente – atualmente é Joaquim Levy, que já ocupou o cargo de Ministro da Fazenda -, indicado pelo poder executivo, e também por um conselho de administração, responsável pela auditoria interna.

As ações de todos eles guiam-se pelo que consta no Estatuto Social do banco, documento que define os padrões de governança, controle e transparência a serem seguidos.

Como empresa pública dotada de personalidade jurídica e direito privado e patrimônio próprio, o BNDES é supervisionado pelo ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

O que quer dizer a sigla BNDES?

BNDES é uma sigla que quer dizer Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Veja que o próprio nome confirma o que explicamos antes, que sua finalidade não é somente estimular a economia, mas também o desenvolvimento social.

A palavra mais importante que temos aqui, porém, é “desenvolvimento”.

A necessidade de existir um banco de desenvolvimento mantido pelo Estado é questionada por alguns, mas o Brasil está longe de ser o único.

Bancos desse tipo são comuns justamente nos países considerados em desenvolvimento, entre os quais se destacam os BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Todos eles possuem pelo menos um banco de desenvolvimento, sendo que a Índia possui vários: direcionados especificamente à indústria, agricultura, comércio, exportações, finanças, etc.

O bloco, aliás, criou seu próprio banco dessa categoria, o Novo Banco de Desenvolvimento.

É um dos chamados bancos de desenvolvimento multilaterais, como o Banco Mundial, Banco Asiático de Desenvolvimento, Banco Europeu de Investimento, Banco Africano de Desenvolvimento e outros tantos mundo afora.

Países desenvolvidos também mantém seus bancos de desenvolvimento, como Alemanha e Japão.

Mesmo nesses países, também pode haver o racionamento de crédito que atrapalha o desenvolvimento de áreas estratégicas para o país.

Em outras palavras: qualquer país, não importa seu tamanho e condição socioeconômica, tem margem para se desenvolver.

No Brasil, essa margem é enorme, é claro, pois nossa infraestrutura e ecossistema empreendedor ainda têm muito o que evoluir.

Quem criou o BNDES?

O BNDES foi criado em 1952, mais especificamente no dia 20 de junho, quando foi aprovada a Lei Nº 1.628.

O contexto era o segundo governo de Getúlio Vargas, dessa vez eleito pelo povo, em 1950.

Além do próprio presidente Vargas, assinaram a lei que criou o BNDES Horácio Lafer, então ministro da Fazenda, e Oswaldo Carijó de Castro, no dia ministro do Trabalho interino.

O nome original do banco era outro: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).

Diferentemente de hoje, o órgão respondia ao Ministério da Fazenda e foi constituído como uma autarquia federal, com autonomia administrativa e personalidade jurídica própria.

Com o Decreto Nº 60.900/1967, passou a estar vinculado ao Ministério do Planejamento e Coordenação Geral (hoje Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, ao qual o BNDES permanece vinculado).

Em 1971, com a Lei Nº 5.662, o banco tornou-se uma empresa pública de direito privado e patrimônio próprio.

Apenas em 1982, com o Decreto-Lei Nº 1940, o banco recebeu a denominação atual, passando a se chamar Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

De acordo com o Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930, o banco foi criado após um longo período de estudos sobre os problemas e perspectivas da economia brasileira.

Debateu-se qual a natureza das transformações estruturais necessárias no sistema produtivo e qual seria o papel da iniciativa estatal e da iniciativa estrangeira.

Esse debate, que se estendeu da segunda metade da década de 1930 até o final da década de 1940, envolveu órgãos e instituições governamentais, notadamente os ministérios da Fazenda e das Relações Exteriores e o Conselho Federal de Comércio Exterior e também entidades privadas, como a Confederação Nacional da Indústria e a Fundação Getulio Vargas. A pedido do governo brasileiro, duas missões americanas – a Missão Cooke (1942) e a Missão Abbink (1948) – igualmente contribuíram para o diagnóstico das causas do baixo nível de progresso da economia brasileira.

Portanto, embora tenha sido uma iniciativa de Getúlio Vargas, a criação do BNDE se inspirou em questões que já vinham sido discutidas no país desde a década anterior.

A ideia de um Banco que estimulasse o desenvolvimento era bastante anterior à criação do BNDE

Para que foi criado o BNDES?

Ainda segundo o Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930, o banco foi criado com a tarefa de criar condições para resolver os problemas de fluxo de investimentos (nos setores público e privado) que impediam o desenvolvimento da economia brasileira.

“O BNDE nascia com a dupla incumbência de elaborar análises de projetos e de atuar como o braço do governo na implementação das políticas consideradas fundamentais para o avanço da industrialização. Em síntese, o Banco seria o principal formulador e executor da política nacional de desenvolvimento econômico.”

Os primeiros investimentos do BNDE seguiram as conclusões do último relatório da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, extinta em janeiro de 1953.

Segundo o documento, os maiores entraves para o crescimento brasileiro eram as deficiências nas áreas de energia e transporte.

O banco priorizou, portanto, investimentos em portos e ferrovias, no aumento da capacidade de armazenamento e na ampliação do potencial elétrico.

A própria lei que criou a instituição, aliás, determinava que os investimentos deveriam ser nesses setores.

Segundo o inciso II do artigo 10, o BNDE só podia efetuar empréstimos ou financiamentos no “reaparelhamento de portos, sistemas de transportes, aumento da capacidade de armazenamento, frigoríficos e matadouros, elevação do potencial de energia elétrica e desenvolvimento de indústrias e agricultura”, conforme estabelecido nas leis Nº 1.474 (artigo 3º) e 1.518.

Além disso, a lei dispunha, também no artigo 10, desta vez inciso I, que o banco só poderia receber depósitos:

a) de entidades governamentais ou autárquicas ;

b) de sociedades de economia mista em que preponderem as ações do Poder Público;

c) de bancos, quando e nas condições que forem estabelecidas pela Superintendência da Moeda e do Crédito;

d) de sociedades de seguro e capitalização, para os fins do art. 7º desta Lei;

e) judiciais:

f) que resultarem de operações realizadas pelo Banco ou que a elas estejam diretamente vinculadas.

O artigo 11 cita outras atribuições do BNDE. Reproduzimos abaixo, com a redação da época:

“Art. 11. São atribuições do Banco, além das que lhe dá o artigo 10 desta Lei:

I – receber os recursos provenientes da cobrança, pelo Tesouro Nacional, dos adicionais de que trata o art. 3º da Lei nº 1.474, ou outros tributos criados em lei;

II – movimentar créditos obtidos no exterior para o financiamento do programa de reaparelhamento e fomento previsto nas Leis ns. 1.474 (art. 3º) e 1.518;

III – promover, mediante instruções do Ministro da Fazenda, o atendimento dos compromissos, diretos ou indiretos, assumidos pelo Govêrno na execução do referido programa, ou de outros em cujo financiameto participar por fôrça de lei;

IV – receber o produto da cobrança de impostos, taxas, Abre-taxas, rendas ou contribuições de quaisquer espécies, que se destinem á custear as inversões ou despesas com o reaparelhamento econômico a cargo da União, dos Estados e Municípios na sociedades de economia mista em que preponderem ações do Poder Público, ou que tenham por objetivo atender ao serviço de juros, amortizações e resgate de encargos assumidos para o mesmo fim; (Redação original)

IV – receber em garantia, ou em pagamento, mediante cessão, procuração ou delegação, o produto da cobrança de impostos, taxas, sobretaxas, rendas ou contribuições de quaisquer espécies, que se destinem a custear as inversões ou despesas com o reaparelhamento econômico a cargo da União, dos Estados e Municipios, autarquias ou sociedades de economia mista em que preponderem ações do Poder Público, ou que tenham por objetivo atender ao serviço de juros, amortizações e resgate de encargos assumidos para o mesmo fim; (Redação dada pela Lei nº 2.973, de 1956)

V – satisfazer, diretamente ou por intermédio de outros órgãos, as obrigações decorrentes do serviço de juros, amortizações e resgate dos encargos assumidos, no pais ou no exterior, em virtude da execução de programas de reaparelhameto e fomento, inclusive quanto às obrigações governamentais referidas no artigo 1º desta Lei;

VI – controlar e fiscalizar a aplicação dos recursos, de qualquer procedência, destinados a obras, ser serviços ou investimentos para cujo financiamento, total ou parcial venta o Tesouro Nacional a dar a sua garantia ou fornecer os recursos. conforme previsto na Lei nº 1.518, de 24 de dezembro de 1951, e no art. 3º da Lei nº 1.474, de 26 de novembro de 1951:

VII – contratar no exterior, por si ou como agente de governos, entidades autárquicas, sociedades ae economia mista e organizações privadas, a abertura de créditos destinados à execução do programa de reaparelhamento e fomento de que tratam esta Lei e as de ns. 1.474 (art. 3º) e 1.518, nos têrmos e condições nelas previstos;

VIII – efetuar, sempre que autorizado em lei, outras operações visando ao desenvolvimento da economia nacional.”

As linhas de financiamento do BNDES são mais acessíveis do que muitos pensam

Como funciona o financiamento do BNDES?

As linhas de financiamento do BNDES refletem as prioridades e diretrizes da política de desenvolvimento do governo federal.

O banco oferece diferentes linhas de financiamento permanentes, com condições específicas, e também programas, com caráter temporário.

O apoio pode ser solicitado diretamente ao BNDES ou então por meio de instituições financeiras credenciadas.

No caso do apoio direto, o cliente precisa antes se cadastrar no Sistema de Informações para Análise Cadastral e Crédito.

Depois disso, a solicitação deve ser feita através dos modelos de roteiros de pedido de financiamento, disponíveis no site da instituição.

Para o apoio indireto, consulte a página no site do banco em que constam as instituições da rede credenciada.

O que o BNDES financia?

As áreas em que o banco atua na concessão de financiamentos são:

  • Infraestrutura: projetos de transporte e energia, apoio na estrutura de concessões e parcerias entre setores público e privado
  • Agropecuária: há diversos instrumentos de apoio do BNDES para o setor
  • Inovação: apoio para tornar empresas de todos os portes mais eficientes e competitivas
  • Exportações: para garantir mais competitividade, gerando mais empregos e divisas em moeda estrangeira ao país
  • Desenvolvimento regional e territorial: auxílio na redução de desigualdades de renda, integrando instrumentos financeiros e fortalecendo parcerias para atuar de forma articulada
  • Social: inclusão social e produtiva das populações de baixa renda é outra das prioridades do BNDES
  • Micro, pequenas e médias empresas: o banco oferece condições favoráveis às empresas de menor porte, que contam com instrumentos exclusivos
  • Indústria, comércio e serviços: o BNDES financia investimentos para tornar esses setores mais eficientes, inovadores e competitivos em um mercado globalizado
  • Mercado de capitais: apoio através de instrumentos de renda variável
  • Meio ambiente: apoio a projetos de saneamento, gestão de resíduos, eficiência energética e conservação de biomas
  • Cultura e economia criativa: apoio ao setor audiovisual, à cadeia produtiva do livro e à preservação do patrimônio histórico, artístico e arquitetônico do país.
O BNDES disponibiliza um cartão para seus clientes

Cartão do BNDES

Para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que são a maioria no Brasil, o banco possui um produto chamado Cartão BNDES.

Podem obtê-lo companhias e empresários (até mesmo os microempresários individuais) com faturamento bruto anual de até R$ 300 milhões e que exerçam atividade compatível com as políticas operacionais e de crédito do banco.

Trata-se de um cartão com crédito rotativo pré-aprovado de até R$ 2 milhões por banco emissor – bancos da rede credenciada podem emitir o cartão.

Com o Cartão BNDES, podem ser adquiridos bens novos, insumos e serviços autorizados.

Podem ser computadores, veículos, máquinas e embalagens, por exemplo, além de uma ampla gama de serviços.

Onde fica a sede do BNDES?

A sede do BNDES fica no centro do Rio de Janeiro, na Avenida República do Chile, 100.

Há também representações regionais em São Paulo, Brasília e Recife.

Para contar com o financiamento do banco, porém, não é preciso estar em uma dessas capitais.

Aqui, você confere quais são as instituições financeiras credenciadas que você pode procurar.

Simulação do BNDES

No site do BNDES, é possível fazer uma simulação para saber quanto será pago em cada prestação em um financiamento pelo banco.

É possível escolher entre as várias linhas de crédito para simular. Acesse esta página e confira.

O BNDES é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento do Brasil

Conclusão

BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, é uma instituição criada por Getúlio Vargas em 1952.

Não é um banco tradicional, e sim uma empresa pública do governo federal que atua estrategicamente, fomentando determinados setores da economia.

Quando surgiu, por exemplo, havia uma análise de que o investimento em portos, ferrovias, na capacidade de armazenamento e na produção de energia, entre outras áreas, era vital para o crescimento do país.

Eis o propósito de um banco de desenvolvimento: dar condições, a partir do apoio em determinadas áreas, para o crescimento do país.

Hoje, o BNDES disponibiliza linhas de financiamento com condições especiais para vários setores.

No caso de micro, pequenas e médias empresas, há ainda a possibilidade de contar com um cartão com crédito pré-aprovado de até R$ 2 milhões.

Sobre a FIA (Fundação Instituto de Administração):

Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

A FIA (Fundação Instituto de Administração) possui 30 anos de experiência na prestação de serviços de consultoria e pesquisa.

O quadro de pesquisadores e profissionais da Fundação destaca-se por sua expertise e competências aplicadas ao planejamento, concepção e execução dos trabalhos desenvolvidos.

Durante esse período foram realizados mais de 8 mil projetos nas esferas pública e privada, atuando nas mais variadas áreas da Administração.

Nas ações de consultoria e pesquisa, procura-se conhecer e entender os problemas e necessidades da organização contratante para moldar o trabalho a ser desenvolvido às especificidades identificadas.

Ficou com alguma dúvida ou quer saber mais sobre o BNDES e os bancos de desenvolvimento? Entre em contato conosco.

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