Você sabe o que faz um trader?
Em português, trader significa comerciante e é exatamente assim que esse profissional atua no mercado financeiro: comercializando com frequência os mais diferentes tipos de ativos.
O trader monta operações que permitem ganhos tanto na alta quanto na baixa do mercado. Está sempre especulando sobre a performance dos ativos.
Especulação aqui não é algo pejorativo. São os especuladores que dão liquidez ao mercado e ajudam na formação de preços.
Trader faz trade (troca). Ele compra e vende em busca de lucros no curto prazo.
Geralmente, adota estratégias diferentes do investidor.
Quer saber mais sobre a profissão? Então, continue a leitura e descubra o que faz o trader e como ter sucesso no mercado.
Estes são os tópicos abordados no conteúdo:
Acompanhe até o final para saber tudo sobre a profissão trader!
Trader é o profissional que faz operações de curto prazo no mercado financeiro em busca de lucros com a volatilidade dos ativos (ou derivativos).
Como as possibilidades de lucro são maiores quando os ativos se movem, mercado congestionado ou andando de lado não é muito interessante.
A bolsa de valores pode estar inclusive em queda livre, pois traders ganham tanto na alta quanto na baixa.
Isso é possível graças aos artifícios permitidos pelo mercado financeiro, como vender uma ação que não é sua ou operar derivativos alavancados no mercado futuro.
Um trader faz operações com frequência no mercado financeiro. Pode ser comprando barato e vendendo caro ou vice-versa. A ordem não importa.
Os ativos são vários: ações, contratos futuros, moedas, BDRs, dentre outros. A escolha depende do grau de volatilidade, volume e liquidez.
Nesse aspecto, o mercado futuro, onde são negociados os contratos futuros, geralmente tem a preferência dos profissionais do mercado.
Além de mais líquidos, os contratos futuros são alavancados, o que significa poder movimentar volumes financeiros bem maiores do que se tem em conta.
Trader é um profissional do mercado de capitais, não um investidor. Um investidor que compra a ação de uma empresa quer se tornar sócio dela.
O trader está mais interessado em lucrar com a variação de preço, principalmente no curto prazo.
Para aumentar as chances de sucesso, o trader precisa entender a dinâmica do mercado e dominar, dentre outros conhecimentos, a análise técnica.
Os padrões e indicadores gráficos dão sinais de tendência de preço: se é de alta, de baixa ou de lateralização.
O trader precisa interpretar corretamente os sinais para se posicionar.
Os dados gráficos, contudo, dizem respeito ao passado. O futuro é incerto e ninguém consegue adivinhar para que lado o mercado de fato caminhará.
Por isso, tão importante quanto saber ler e interpretar gráficos de preços e seus indicadores é fazer um bom gerenciamento de risco.
As plataformas de negociação das corretoras contam com diversas ferramentas que permitem configurar ordens automáticas, como o stop loss, cujo objetivo é limitar prejuízos.
Quando o mercado está em alta, os traders operam comprado, ou seja, apostam na alta dos ativos.
A lógica consiste em comprar barato, vender caro e lucrar com a diferença.
Em ações, o trader compra os ativos, configura o stop para uma eventual venda automática caso a tendência se inverta, e realiza os lucros se a operação der certo.
No mercado futuro, a lógica é a mesma: o trader se posiciona comprado, aplica a estratégia de gerenciamento de risco e embolsa o lucro caso o mercado evolua conforme o esperado.
Uma diferença é que, no mercado de ações, o operador precisa ter o dinheiro necessário para pegar pela compra.
No mercado futuro, como a operação é alavancada, basta uma margem de garantia para abrir uma operação.
Quando o mercado está em queda, os traders se posicionam vendido.
Significa vender algo mesmo sem ter, recomprar mais barato em seguida e lucrar com a diferença.
No mercado de ações, caso a operação dure mais de um dia, o trader precisa alugar os ativos de um terceiro para entregar ao comprador.
Afinal, ele está vendendo ações que não possui.
Se tudo ocorrer como esperado e as ações realmente caírem de preço, o trader faz a recompra mais barata em seguida e devolve os ativos ao doador (de quem pegou emprestado), ficando com a diferença.
No mercado futuro, operações vendidas também podem ocorrer.
Uma das diferenças é que o trader não precisa alugar os contratos, como no caso das ações.
Basta alocar a margem de garantia necessária, se posicionar vendido e depois zerar a posição, recomprando os contratos.
O fácil acesso à informação e à tecnologia impulsionou o mercado de trader no Brasil.
Um estudo divulgado pela B3 em dezembro de 2020 mostra que, entre 2019 e 2020, cerca de 2 milhões de pessoas começaram a investir em renda variável.
O número representa um salto sem precedentes, fato explicado em parte pela queda da taxa Selic para os mais baixos níveis da história.
Em outubro, o número de novos CPFs registrados na bolsa ultrapassou a marca de 3,2 milhões. Em 2018, eram 700 mil.
Mas nem todos são traders.
Em média, menos de 5% das pessoas com algum dinheiro aplicado na bolsa realizam operações de day trade (compra e venda de um mesmo ativo no mesmo dia).
Outro detalhe interessante: 65% de todas as operações day trade realizadas no primeiro semestre de 2020 foram concentradas em cerca de 10 mil operadores.
Mas trader não opera apenas na B3.
É possível comprar e vender ações, ETFs e outros ativos também no exterior ou atuar no mercado de Forex (que é exclusivamente virtual, descentralizado e movimenta diferentes instituições em todo o mundo).
O mercado de trader no Brasil, portanto, pode ser bem maior.
Assim como o mercado para traders é amplo, também há uma diversidade de profissionais que atuam nesse meio.
Vamos conhecê-los melhor?
Trader autônomo é o operador de mercado que trabalha por conta própria, como um profissional liberal.
Sendo assim, tem liberdade para criar suas próprias regras, como tempo dedicado e estratégias de operação.
Traders iniciantes geralmente atuam como autônomos, seja como atividade principal ou secundária.
Trader institucional é o profissional de mercado contratado por uma instituição, como corretoras de valores, bancos, seguradoras ou fundos de investimento.
Como o trader institucional não trabalha para si próprio, suas decisões são alinhadas com a estratégia da instituição que o contratou.
As operações levam em conta volume de negociação, prazo, tipos de ativos e objetivos específicos.
Uma instituição pode estar em busca de lucros no curto prazo ou de proteção do patrimônio com estratégias de hedge.
O trader executor é o operador de mesa das instituições financeiras, como corretoras de valores e bancos de investimentos.
Seu trabalho consiste basicamente em executar ordens de compra e venda de clientes.
Apesar de bem informado sobre os acontecimentos econômico-financeiros, o broker não pode fazer recomendações. Essa função é do analista.
Com o avanço da tecnologia, as corretoras passaram a oferecer a seus clientes também o home broker, o sistema online por meio do qual o próprio investidor envia ordens e acompanha o mercado.
O sales trader é um broker que mantém relacionamento comercial com seus clientes. Ou seja, é um broker vendedor.
Diferentemente do operador de mesa, que basicamente recebe e cumpre ordens, o sales trader sugere estratégias e executa ordens com a aprovação do cliente.
O prop trader opera em parceria com empresas denominadas Proprietary Trading Firms (Firmas Proprietárias de Trading).
Também conhecidas como mesas proprietárias, essas companhias selecionam traders de alto desempenho para operarem com seu capital.
Em geral, o trader entra com a estratégia e a firma com o recurso. O lucro é dividido entre eles, conforme regras preestabelecidas.
Para se tornar um prop trader, o operador passa por treinamentos, faz simulações e apresenta seu método de trabalho, como em um processo seletivo para um emprego.
Caso seja aprovado, torna-se um prop trader parceiro e passa a contar com estrutura e capital para trabalhar.
Nem todo trader é igual.
Alguns gostam de operações mais curtas, outros de operações que duram dias ou semanas.
Os perfis variam conforme cada tipo de estratégia.
A seguir, vamos falar sobre elas.
Day trader é o profissional que faz day trade: compra e vende um mesmo ativo no mesmo dia.
Comprou uma ação no início do pregão e vendeu no final? Você fez um day trade.
As corretoras de valores geralmente oferecem condições especiais para quem faz day trade, como custos operacionais mais baixos.
Você pode fazer day trade no mercado de ações, opções, contratos futuros, fundos imobiliários, BDRs, dentre outros.
Scalper trader é o day trader turbinado. Suas operações são de curtíssimo prazo e ocorrem várias vezes ao dia, principalmente nos momentos de maior volatilidade.
O objetivo é tirar o máximo de proveito das oscilações de maneira que a soma de pequenos ganhos resulte em lucro considerável no final do dia.
O scalper trader geralmente prefere mercados com grandes volumes de negociação e liquidez, como os contratos e minicontratos futuros de dólar e índice.
Diferentemente do day trader e do scalper trader, o swing trader monta posições que duram mais de um dia.
O objetivo também é lucrar no curto prazo, mas em um intervalo de tempo ligeiramente maior.
Uma operação swing trade pode durar dias ou no máximo semanas.
É possível se posicionar tanto comprado (quando a aposta é na alta do ativo) quanto vendido (na queda).
No caso do mercado de ações, para ficar short (vendido) no swing trade é preciso alugar os ativos.
No mercado futuro, não é necessário, já que os contratos têm data de vencimento.
O position trader busca retornos de médio/longo prazo, mas não chega a ser um investidor do tipo buy and hold (comprar e manter).
O position trader pode ficar posicionado em um ativo por semanas ou meses até atingir seu objetivo de lucro.
Por ser uma operação de prazo mais longo, o trader não precisa acompanhar as ordens tão de perto quanto os day traders.
Além da análise técnica, que traduz tendências de preços, o position trader usa também a análise fundamentalista, que analisa os fundamentos do ativo.
O high frequency trading (HFT), ou negociação de alta frequência, consiste em operações automatizadas realizadas por robôs.
O HFT ganhou relevância com o avanço tecnológico, que possibilitou o surgimento de algoritmos capazes de operar grandes volumes em fração de segundos.
São robôs-investidores criados com propósitos específicos, capazes de processar, analisar o mercado e executar ordens em alta velocidade.
Em geral, robôs mais rápidos tendem a gerar mais resultados do que os mais lentos.
Negociações de alta frequência são comuns principalmente em estratégias de arbitragem, em que o lucro resulta de pequenas distorções de preço de um ativo em diferentes mercados.
Essa é uma pergunta para a qual não há uma resposta precisa.
O resultado financeiro de um trader depende de diferentes variáveis, como:
Um trader institucional, por exemplo, tem seu rendimento vinculado à instituição para a qual trabalha.
Um prop trader ganha um percentual do lucro de suas operações, já que atua em parceria com uma mesa proprietária.
Entre todos os tipos de traders, o autônomo é o mais versátil.
Como trabalha por conta e risco, o resultado das operações dependerá unicamente de seu desempenho.
Se você pretende viver de trade, precisa encarar o mercado como um negócio.
Significa definir metas, horário, estratégia, limite de perda, dentre outros aspectos.
Um trader autônomo pode ganhar muito, pouco ou até ter prejuízo.
O sucesso dependerá do nível de conhecimento, dedicação, experiência e, principalmente, do controle emocional.
Tão importante quanto dominar a técnica é ter uma boa estratégia de operação e ter equilíbrio diante dos ganhos ou perdas.
Para os iniciantes, a dica é sempre começar com pouco dinheiro investido para adquirir experiência e confiança.
Para ganhar dinheiro como trader, você precisa estudar, aprimorar habilidades, principalmente em análise técnica, e praticar.
Antes de decidir operar, é importante:
Do ponto de vista da formação, para ser um trader autônomo não é exigido nenhum diploma como pré-requisito. Afinal, você trabalha por conta própria.
As exigências curriculares, geralmente, existem caso você queira ser um trader institucional, por exemplo.
Em todo caso, para ter sucesso, é preciso avaliar criteriosamente a relação risco x retorno, controlar a ansiedade e saber aceitar os erros inevitáveis.
Sim, é possível. Mas não é fácil, principalmente no início. Viver de trade é empreender no mercado financeiro.
Quando um empreendedor abre uma empresa, não há garantias de que o negócio será lucrativo.
O empresário precisa fazer um plano, estudar o mercado e ter metas de faturamento, margem de lucro e outras preocupações. Do contrário, pode ir à falência.
Para viver de renda variável, a lógica é parecida.
O trader deve analisar o mercado, dominar as técnicas de operação necessárias, separar o capital para investir e ter metas.
Se você tem perfil compatível com a atividade e compreende os riscos do mercado, a profissão de trader pode ser para você.
Para alcançar sucesso e se distanciar da maioria das pessoas que se aventuram no mercado sem a devida preparação, você precisa se dedicar.
Não sabe por onde começar? Estes três passos são fundamentais:
Muitas pessoas acham que o mercado de renda variável é uma aposta, mas não é.
Com estudo e conhecimento, é possível enxergar tendências e oportunidades.
À medida que o trader estuda e adquire experiência, sua capacidade de análise melhora, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico.
Os acontecimentos e notícias impactam os mercados e é necessário estar a par para aumentar as chances de sucesso nas operações.
Com base nos recursos técnicos disponíveis, você pode montar uma estratégia de trading que o ajudará a entrar e sair das posições no momento certo.
A estratégia vai determinar qual caminho seguir.
Sua definição ajuda a reduzir os riscos ao mesmo tempo em que aumenta as chances de sucesso.
Como vimos ao longo do texto, qualquer pessoa pode ser trader, mas nem todas serão bem-sucedidas.
Como em toda profissão, ser trader exige dedicação, conhecimento e muito esforço.
No mercado financeiro, ele é o especulador, aquele que busca ganhos no curto prazo com a volatilidade dos ativos.
Sua estratégia difere do investidor que mira o longo prazo e está mais atento aos fundamentos do ativo do que à oscilação em si.
Se você pensa em ser trader e viver do mercado, saiba que será preciso muito preparo, domínio de análise gráfica e controle emocional para lidar principalmente com os prejuízos.
As possibilidades são infinitas. Você pode operar em diferentes mercados tanto no Brasil quanto no exterior.
Com a tecnologia à disposição, não há mais barreiras de espaço e tempo.
Mas, antes de decidir, certifique-se de que seu perfil é compatível com os riscos e comece devagar para ganhar experiência.
Afinal, você pode ganhar, mas também perder muito dinheiro se não estiver devidamente preparado. Gostou do conteúdo? Então, deixe seu comentário e compartilhe com seus amigos.
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