Você já ouviu falar em Over The Top (OTT)? Já adiantamos que tem tudo a ver com transmissão de conteúdo pela internet e plataformas de streaming.
Os serviços OTT surgiram no contexto da evolução do compartilhamento de materiais como vídeos e áudios.
Essa é uma realidade possível graças à web e à garantia de agilidade na hora de ouvir ou assistir ao item selecionado.
Nesse cenário, opções como Netflix, Spotify e YouTube passaram a conquistar cada vez mais clientes nos últimos anos.
Em comum, todas elas ofereceram comodidade, adaptação aos interesses e à rotina dos consumidores.
Ao observar o potencial dessas soluções, outros grandes players, como Amazon e Disney, também ingressaram no mercado OTT, construindo suas próprias plataformas.
Além do empoderamento do cliente, que pode escolher quando, como e onde consumir seus conteúdos favoritos, esses serviços estão em alta pela necessidade de distanciamento social para conter o avanço do coronavírus no mundo.
Mais de um ano depois do início da pandemia, grande parte da população continua passando mais tempo em casa, o que favorece a adesão e o consumo de materiais via plataformas OTT.
Quer saber mais sobre esse universo e como sua empresa pode aproveitar o momento para conquistar ou estreitar laços com a audiência?
Então, continue lendo este artigo. Veja, abaixo, os assuntos comentados:
Boa leitura!
OTT é um termo que descreve a distribuição de conteúdos através da internet, sob demanda e de forma direta, sem a curadoria de intermediários, como os meios de comunicação de massa.
Também é a sigla de Over The Top, expressão emprestada do inglês que significa, em tradução livre, “acima do topo” – o que remete ao maior controle do usuário a respeito do conteúdo que ele consome.
Vamos explicar melhor essa relação.
Até a década passada, era natural que um grupo de pessoas com rotina e interesses similares acompanhasse as mesmas programações de rádio, televisão e até assistisse aos mesmos filmes no cinema.
Basta recordar nossa infância ou adolescência para lembrar de momentos em que conversamos com os colegas sobre uma banda, série, desenho animado ou uma novela que havíamos assistido no dia anterior.
Essas conversas eram capazes de conquistar a atenção de toda a classe, pois as chances de que os colegas conhecessem as programações eram imensas.
Afinal, o comando dos meios de distribuição de conteúdo ficava restrito a poucos grupos poderosos, que selecionavam áudios e vídeos conforme sua linha editorial e objetivos comerciais.
A internet quebrou padrões a partir do momento em que abriu espaço para que qualquer pessoa com um computador e equipamentos básicos conseguisse enviar ou publicar materiais online.
Tanto o processo de compartilhamento quanto as ferramentas necessárias para alcançar diferentes audiências se tornaram mais acessíveis, permitindo a entrada de diversos profissionais e organizações nessa dinâmica.
No entanto, ainda havia barreiras como a necessidade de baixar os materiais antes de serem consumidos e a possibilidade de violar direitos autorais.
Esses problemas foram sanados com a invenção da tecnologia streaming, a veiculação de conteúdos próprios e/ou a proposta de contratar serviços por assinatura, em que a empresa prestadora se responsabiliza pela compra dos materiais distribuídos.
Não existem registros oficiais sobre quando o conceito foi criado, ou mesmo sobre uma pessoa ou instituição que tenha cunhado o termo pela primeira vez.
No entanto, podemos tomar como referência a ocasião em que OTT se tornou uma expressão popular, ganhando a atenção de entidades como o FCC (Federal Communications Commission), dos Estados Unidos.
Isso aconteceu em 2014.
Na ocasião, um dos principais serviços OTT – a Netflix – experimentava amplo crescimento, alcançando um total de 50 milhões de assinantes no planeta, com destaque para nações das Américas do Norte, Latina e da Europa.
Quatro anos mais tarde, o Brasil se destacou ao escrever e aprovar a primeira versão global do conceito de OTT, incorporada pela União Internacional das Telecomunicações, que afirma:
“OTT é uma aplicação acessada ou entregue na rede pública de internet que pode ter uma substituição direta/funcional em relação aos serviços de telecomunicações tradicionais”.
A definição deixa clara a oposição entre OTT e o mercado tradicional de telecomunicações, que depende de tecnologias como satélites para transmitir sua programação.
Já as plataformas Over The Top empregam uma tecnologia disruptiva, chamada streaming, para agregar agilidade ao que é consumido por meio da web.
Vamos falar mais sobre streaming no próximo tópico.
Como dissemos mais acima, o OTT funciona graças a avanços tecnológicos como o streaming.
Antes dessa tecnologia, os usuários já tinham acesso a arquivos de vídeo e áudio online, contudo, não era tão simples assistir ou ouvir esses materiais.
Era necessário ter internet banda larga, de alta velocidade, para acompanhar os conteúdos com certa estabilidade.
Mesmo assim, era comum sofrer com interrupções e falhas de transmissão, em especial ao tentar assistir a um vídeo mais longo.
A opção era, então, fazer o download do conteúdo em seu computador pessoal para assistir mais tarde, correndo o risco de violar direitos autorais, sobrecarregar a máquina ou até baixar arquivos indesejados no processo, como alguns vírus.
Nesse contexto, o streaming foi criado como alternativa inteligente para consumir conteúdo sem precisar fazer o download completo ou pagar caro por pacotes de internet veloz.
Com essa tecnologia, partes dos arquivos são baixadas aos poucos, garantindo mais estabilidade para a transmissão, mesmo que a internet oscile.
Uma vez disponível, o streaming foi inserido entre as soluções de empresas de tecnologia para dar agilidade às transmissões e eliminar intermediários, permitindo a entrega de conteúdo direito ao cliente.
Atualmente, existem plataformas OTT que produzem e/ou distribuem materiais de maneira gratuita, paga sob demanda (on demand) ou por assinatura.
De acordo com estudo realizado recentemente pela Allied Market Research, o mercado global de serviços Over The Top deverá experimentar um crescimento exponencial nos próximos anos.
Em números, deve passar de US$ 121,61 bilhões em 2019 para US$ 1.039,03 bilhões em 2027.
O documento revela que o vídeo é o formato mais popular entre as plataformas OTT, correspondendo a quase um terço do mercado:
“As plataformas VoD suportadas por anúncios estão experimentando um forte crescimento nas receitas de anúncios, tornando o modelo de receita baseado em anúncios popular em meio à pandemia de COVID-19. Por exemplo, cinco das principais plataformas de streaming suportadas por anúncios, como Hulu, Peacock, Roku, Pluto TV e Tubi, a receita de anúncios atingiu 31% ano a ano no segundo trimestre de 2020.”
Lembrando que VoD significa Video On Demand, ou seja, aquele que fica disponível para ser assistido na hora, local e dispositivo mais convenientes para o expectador.
No caso de plataformas VoD que sobrevivem da renda obtida com a venda de anúncios, como o YouTube, essa popularidade se dá, em especial, porque não há cobrança para ter acesso aos conteúdos.
O modelo de receitas por assinatura é outro que deve se manter no topo das transações até 2027, contando com a vantagem de dispensar interrupções para exibir anúncios e cobrar um valor único por mês.
A extensão da pandemia de Covid, que força as pessoas a se entreter e estudar em casa, deu impulso a esse mercado.
Mas vale dizer que ele já vinha crescendo até o início de 2020, atendendo principalmente a demandas de países emergentes, como Índia e Brasil.
Para se ter uma ideia, a pesquisa TIC Domicílios 2019, divulgada em maio de 2020, evidenciou que 74% dos internautas brasileiros assistem vídeos na rede, enquanto 72% deles consomem música e podcast.
Podemos classificar os formatos conforme a modalidade em que os conteúdos são fornecidos ou o tipo de mídia envolvida.
Quanto ao tipo de mídia, as mais comuns são vídeos, como citamos no tópico anterior, mas também áudios – o que inclui música, programas ao vivo e podcasts.
E também podem ser oferecidos formatos como textos e mensagens.
Já para explicar as diferentes modalidades em que essas mídias ficam disponíveis, vamos tomar os vídeos como base, comentando o VoD, ao vivo (live) e opções híbridas.
Sucesso entre audiências de diferentes nações e perfis, o Video On Demand ou Vídeo Sob Demandaé aquele produzido, gravado e editado, que costuma seguir um roteiro.
Séries, filmes, desenhos animados, documentários e tutoriais são exemplos de VoD facilmente encontrados tanto em plataformas com modelo de receitas que prioriza anúncios quanto naquelas contratadas mediante assinatura.
As transmissões Ao Vivo, também conhecidas como lives, vêm ganhando espaço em locais como as redes sociais, tendo como vantagem a reunião de pessoas de forma remota.
Interativas, as lives podem ser empregadas na estratégia de marketing digital, atraindo público para conferir entrevistas, videoaulas, conferências, workshops e outros.
No entanto, seu formato instantâneo não permite rearranjos, edições ou adequações no momento que são exibidas, além do risco de serem interrompidas caso haja problemas com a transmissão.
Ao longo do texto, citamos algumas plataformas OTT famosas, que despontaram como referências mundiais nesse tipo de serviço.
Agora, trazemos informações sobre elas e concorrentes que, embora ainda não dominem o mercado, têm grande potencial de crescimento.
A empresa começou com a entrega de DVDs há algumas décadas, adicionando um ingrediente que a faria deslanchar: uma cultura centrada no consumidor.
Em vez de se limitar ao envio de filmes, a Netflix começou a estudar os interesses de seus clientes, sugerindo títulos de acordo com essas preferências e aumentando as taxas de fidelização.
Já no século 21, a companhia acertou novamente ao turbinar suas soluções por meio da tecnologia streaming, possibilitando que a audiência abra o catálogo, escolha e assista a qualquer de seus vídeos através da internet.
Hoje, a gigante conta com mais de 200 milhões de assinantes, presença em centenas de países e teve uma receita anual de US$ 19 bilhões.
O Brasil é o terceiro mercado para a organização, tendo gerado US$ 395 milhões apenas no primeiro trimestre de 2020.
Reconhecido, inicialmente, como “Netflix da música”, o Spotify foi lançado, em 2008, como serviço de streaming, atuando em modelo freemium, ou seja, com versões pagas e gratuitas.
Enquanto a modalidade gratuita funciona em um modelo básico e com anúncios, a assinatura paga inclui funções como download, montagem de playlists e repetições, além de planos para mais de um cliente.
O Spotify começou ofertando apenas música aos clientes, mas expandiu sua base para incorporar podcasts e até alguns vídeos, seguindo o exemplo da Netflix ao considerar o comportamento e preferências do consumidor para garantir sua lealdade.
Foi assim que, em outubro de 2020, a empresa contabilizou mais de 320 milhões de usuários ativos em dezenas de países, sendo 144 milhões com contas pagas.
No terceiro trimestre daquele ano, a companhia registrou um faturamento de US$ 2,32 bilhões, com elevação de 14% em todo o mundo.
Fundado em 2005, o YouTube tem um modelo de negócio diferente da Netflix e Spotify, priorizando receitas advindas de publicidade e contando com conteúdo gerado pelos usuários.
Com base nessa proposta, se tornou uma grande rede social, referência em vídeos gratuitos para o público, canais e transmissões ao vivo.
Ainda em 2006, a plataforma foi comprada pelo Google pela expressiva quantia de U$ 1,65 bilhão, mostrando seu potencial ao alcançar a preferência de audiências de diversos países.
Na última década, o YouTube recebeu uma série de opções de monetização.
Entre elas, uma versão premium que dá acesso a conteúdo exclusivo e sem anúncios, um serviço de streaming de música a até a transmissão ao vivo de conteúdos de algumas redes de televisão dos EUA.
De olho no mercado OTT, a gigante de Jeff Bezos lançou seu serviço de compartilhamento de vídeos em 2006, chegando a mais de 200 países atualmente.
A plataforma é acessada através de login e senha para o Amazon Prime, que reúne opções de compra e seleções para clientes cadastrados.
Um dos maiores diferenciais do Prime Video é sua estratégia agressiva, com assinaturas a preços competitivos.
No final de 2019, a Disney também lançou seu serviço OTT de entretenimento, chamado Disney+.
No início, EUA, Canadá e Países Baixos foram contemplados com versões de teste da plataforma que, nos meses seguintes, se expandiu para nações da Oceania, Europa e América Latina.
A plataforma chegou ao Brasil em janeiro de 2021, fornecendo conteúdos Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic.
Em março, após pouco mais de um ano de funcionamento, o Disney+ atingiu a incrível marca de 100 milhões de assinantes no mundo.
No contexto atual, em que a vida é transformada pelo digital, os conteúdos OTT se apresentam como ferramentas de manutenção e expansão do mercado audiovisual, facilitando o compartilhamento e a entrega de produtos de qualidade.
Também representam ganhos para os usuários, democratizando o acesso a diversos itens, como mencionamos a seguir.
Um benefício evidente para o consumidor é a redução nos preços para acompanhar os conteúdos, uma vez que não é preciso pagar por serviços de TV a cabo, investir em filmes ou álbuns.
Por meio de uma assinatura ou compra de mídia on demand, é possível assistir ou ouvir o que se deseja a preços acessíveis, com a vantagem de cancelar a assinatura sem burocracia.
As plataformas OTT dão, ainda, a liberdade para que um cliente em potencial experimente o serviço de forma gratuita (em geral, por uma semana) e só seja cobrado se quiser permanecer após esse período.
O consumidor não precisa se preocupar com a violação de direitos autorais, pois as empresas que fornecem serviços OTT adquirem esses direitos e se comprometem a entregar apenas os conteúdos autorizados.
Por fim, não podemos deixar de citar a grande quantidade de opções disponíveis nos catálogos das plataformas com toda a comodidade, liberadas mediante um pagamento padronizado e sem limite de consumo.
Todos esses benefícios atraíram não somente grandes players, mas também empresas de médio e até pequeno porte que desejam entregar conteúdos próprios aos funcionários ou clientes.
Isso porque, ao se tornarem produtoras no modelo OTT, essas companhias têm um ganho considerável na qualidade das entregas, dispensando a necessidade de downloads e permitindo que o público consuma os conteúdos a partir de diferentes dispositivos.
Basta que estejam conectados à internet.
As plataformas próprias possibilitam a personalização, através da inserção de recursos, botões e opções interativas para aproximar a organização do target.
Serviços profissionais podem render, inclusive, novas fontes de renda para as empresas, por meio da cobrança por acesso único ou assinatura da plataforma.
Gostou de saber mais sobre o universo Over The Top ou OTT?
Graças à inovação e simplicidade, esse mercado tende a seguir aquecido pelos próximos anos, alcançando cada vez mais assinantes e despertando o interesse de empresas de todos os portes.
Portanto, vale considerar esse tipo de plataforma para sua estratégia de marketing, priorizando os melhores formatos entre vídeo on demand (VoD), transmissões ao vivo (as famosas lives) ou um mix entre eles.
Se ficou alguma dúvida ou sugestão sobre esse tema, deixe um comentário abaixo.
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