O que você sabe sobre comportamento organizacional e sua relação com os resultados de uma empresa?
Esse é um tema que não pode escapar do radar de gestores. Ao lado de seus colaboradores, em todos os níveis, eles são responsáveis por levar a missão, visão e valores do negócio para o campo prático.
Ou seja, isso se dá não apenas por meio da teoria, mas principalmente com atitudes. São elas que contaminam positiva ou negativamente o grupo e, por consequência, aproximam ou afastam a empresa de seus objetivos.
O compromisso e as responsabilidades são significativas, portanto. Mas como implementar o comportamento organizacional nas empresas?
De que forma o tema é abordado individualmente e em grupo? Quais os tipos de comportamento organizacional e as ferramentas de avaliação a utilizar no processo?
Essas e outras dúvidas serão respondidas a partir de agora.
Este artigo vai destacar não apenas o conceito e a importância do comportamento organizacional, mas principalmente debater o que pode ser feito para alcançar harmonia, motivação e engajamento no ambiente de trabalho.
Estes são os tópicos que vamos abordar neste texto. Boa leitura!
Comportamento organizacional é uma forma de estudo e análise de condutas individuais e coletivas de líderes e colaboradores e suas implicações no ambiente de trabalho.
Consiste não apenas no diagnóstico, mas no entendimento das necessidades de desenvolvimento das equipes, individual e coletivamente, para o benefício da organização.
Seu objetivo é garantir as condições necessárias para o andamento e desenvolvimento dos trabalhos, fazendo uso de técnicas para motivar e engajar as pessoas em prol de objetivos e resultados pré-determinados.
Resumidamente, o comportamento organizacional envolve tudo aquilo que é necessário para que o ambiente de trabalho esteja harmonioso e que cada colaborador tenha tranquilidade e segurança para a realização de suas atividades.
Antes de avançarmos, vale citar ainda a definição dada por John W. Newstrom no livro Comportamento Organizacional: O Comportamento Humano no Trabalho (Ed. Bookman).
Comportamento organizacional é o estudo sistemático e a aplicação cuidadosa do conhecimento sobre como as pessoas agem dentro das organizações, seja como indivíduos, seja em grupos. Ele busca identificar as formas pelas quais as pessoas podem agir de maneira mais eficaz.
Entendido o conceito e a definição, vamos agora tratar sobre a importância do comportamento organizacional.
Em tópicos, vamos relacionar agora algumas boas razões para você se interessar pelo estudo do comportamento organizacional e adicionar essa competência ao seu currículo.
Confira:
O comportamento organizacional varia conforme os valores a ele direcionados ou mesmo de acordo com suas aplicações em uma empresa, tendo como foco os seus objetivos.
Dessa forma, podemos dividi-lo em diferentes tipos, já que não há um consenso entre os principais autores quanto a eles.
Tem como base o cumprimento das tarefas destinadas a um indivíduo ou grupo, observando as normas de conduta desejadas para o exercício profissional.
Está totalmente ligado com os valores da organização, relacionando a tais padrões toda a operação e processos nela desenvolvidos.
Quando se fala em ética, é esperado que o comportamento organizacional seja pautado não apenas pela honestidade e transparência, mas também no respeito às regras e aos demais colegas, seus superiores e também clientes.
A responsabilidade no ambiente corporativo é um conceito bastante amplo, o que aparece também nos esforços de qualificação do comportamento organizacional.
Isso significa que não há relação direta apenas com obrigações relacionadas a prazos e resultados, por exemplo.
No conceito, se inclui também o próprio comportamento individual do profissional, ou seja, de que maneira ele se comporta no ambiente de trabalho e como as suas atitudes se refletem no coletivo.
Este tipo de comportamento organizacional pode estar relacionado à organização de forma geral ou a um projeto específico, manifestando-se sobre as atividades por ele desenvolvidas.
Diz respeito à forma como a superioridade hierárquica é aplicada sobre o grupo e os resultados advindos dela.
Vale destacar que o controle gerencial pode se dar de diferentes formas, priorizando desde aspectos como lealdade, amizade e confiança até a avaliação por resultados, com alguma restrição de autonomia.
Como é possível perceber, é um formato que diz muito a respeito de como os líderes conduzem seus liderados em determinado ambiente corporativo.
As características do modelo de negócio também podem influenciar bastante no comportamento organizacional.
Um exemplo disso são as empresas que têm no lucro o objetivo maior, como as instituições financeiras.
Esse cenário molda um ambiente de competitividade intensa, onde as individualidades não dão espaço ao trabalho em equipe e seus interesses se sobrepõem aos coletivos.
Com metas bem delimitadas, o clima organizacional costuma ser tomado por disputas acirradas, por vezes transitando por um tênue limite entre o que é ou não uma conduta profissional.
Quando as diferenças hierárquicas aparecem de forma clara no cotidiano da empresa, temos aí um exemplo clássico do que se chama de comportamento organizacional autocrático.
É um modelo que se assemelha à liderança ditatorial, demarcando claramente quem está no comando e abaixo dele.
O líder que conduz sua empresa dessa forma pode até ser cortês com suas equipes, mas sem deixar margem para que ela participe mais ativamente dos processos.
Centralizador, ele dá instruções e espera que os colaboradores as cumpram.
Na prática, ou o indivíduo se encaixa no código da organização, ou está fora dela.
Não é difícil concluir que este último tipo de comportamento organizacional é bastante negativo.
Há diferentes formas de a perseguição ser manifestada no ambiente corporativo.
Entre elas, estão o assédio ou constrangimento ao colaborador, uso de palavras ofensivas, comunicação agressiva e repreensão em frente aos colegas.
É um modelo capaz de prejudicar não apenas o indivíduo, além de adoecê-lo, como a todo o grupo e, por consequência, afetar a produtividade e os resultados.
O estudo do comportamento organizacional é dividido em níveis.
Os mais comuns são o individual e o grupal.
No primeiro caso, a análise se concentra sobre o colaborador e seus objetivos, interesses, motivações, habilidades e competências profissionais, além de valores, percepções e atitudes.
Parte de uma investigação sobre o seu rendimento e o que pode atrapalhar o crescimento na carreira.
Também é avaliado de que forma ele reage à cultura da empresa ou às suas regras, buscando identificar aquilo que de alguma forma afeta a produtividade e qualidade no trabalho.
O objetivo do estudo do comportamento organizacional individual é encaixá-lo da melhor forma dentro do ambiente corporativo.
E isso acontece explorando seu potencial e talento nas tarefas compatíveis com suas características, além de promover um clima receptivo à sua e às demais individualidades.
No caso do estudo do comportamento organizacional em grupo, o foco se volta às relações interpessoais.
É um processo que considera como os colaboradores, em conjunto, se comportam no que diz respeito à comunicação e tomada de decisão.
A convivência e interação entre eles, obviamente, não ficam de fora. Mas a análise vai além.
Ela investiga como as equipes trabalham em prol dos objetivos da empresa, como reagem em conjunto às regras e valores e, ainda, de que maneira divergências e conflitos são negociados no ambiente corporativo.
O objetivo é estabelecer uma conexão entre os profissionais, alcançando um clima organizacional favorável para que as potencialidades do grupo prevaleçam.
Quando há sucesso na abordagem, o grupo consegue atuar de forma conjunta e efetiva, o que resulta em maior motivação, produtividade e qualidade no trabalho.
Já a empresa, como é de se esperar, acaba favorecida pelos melhores resultados quando há esse nível de engajamento.
No próximo tópico, vamos aprofundar quais são e como se dão os reflexos desse estudo sobre a organização.
Qual o impacto do comportamento das pessoas nos resultados das empresas?
Nessa hora, não dá para fugir do clichê.
O capital humano é, de fato, o maior bem que uma empresa possui.
Embora os inegáveis avanços industriais e tecnológicos em diferentes períodos da história, a figura do homem continua sendo imprescindível para a maioria dos negócios.
E isso vale tanto para produzir bens na indústria, quanto para revendê-los no comércio ou para a prestação de serviços.
Um prédio não é erguido sem mão de obra qualificada. Um restaurante não funciona sem profissionais habilidosos na cozinha. No varejo, o consumidor tem o poder de decisão, mas é um vendedor – e não uma máquina – que o conduz até a compra.
Portanto, líderes não podem desconsiderar seus colaboradores para alcançar os objetivos estabelecidos para uma organização.
Mas como isso seria possível se aspectos como produtividade e desempenho são afetados por questões relacionadas ao ambiente?
Quando o clima organizacional não é saudável, a desmotivação aparece.
Pode começar em nível individual para, em seguida, contaminar o grupo. Não há como desvincular tal cenário dos resultados obtidos.
Também são possíveis consequências o aumento nos índices de absenteísmo (faltas não justificadas), turnover (rotatividade), dificuldades na retenção de talentos e afastamentos por motivos de saúde.
A propósito, o viés ocupacional é grande motivador de esforços de comportamento organizacional na empresa.
Colaboradores importunados, reprimidos, desanimados ou que se sintam descontentes ou até mesmo agredidos no exercício da função se tornam suscetíveis ao adoecimento.
Sem equilíbrio físico e psicológico, o profissional afetado não apenas terá o rendimento diminuído, como poderá ter de se ausentar do trabalho, sem ser desligado da empresa.
Por outro lado, precisa ser assim? Obviamente, não. É por isso que o estudo do comportamento organizacional nos níveis individual e grupal é fundamental.
A partir daí, o que poderia gerar prejuízos para os resultados da empresa se torna um elemento a mais para qualificar os números alcançados por ela.
Não faltam estudos conduzidos no Brasil e no exterior para reforçar a importância do comportamento organizacional para alcançar profissionais mais satisfeitos e melhores resultados nas empresas.
Separamos alguns dados que ajudam nessa compreensão.
Confira:
Os números apresentados evidenciam novamente o impacto do ambiente sobre os resultados corporativos.
O desafio, portanto, é definir uma estratégia para que o comportamento organizacional atue em favor da empresa e não contra os seus resultados.
Para tanto, nos próximos dois tópicos, vamos falar dos critérios e das ferramentas de avaliação que podem ser utilizadas nesse estudo.
A partir de agora, vamos ingressar no campo prático de uma estratégia de comportamento organizacional na sua empresa.
Você já sabe que a abordagem deve se direcionar tanto em nível individual quanto sobre o grupo. Ambas as análises são realizadas de modo separado, mas podem se valer dos mesmos critérios.
É importante que faça da relação abaixo uma espécie de check-list para aplicação durante a avaliação no seu ambiente corporativo.
Você pode construir uma planilha, tabela ou outro método com o qual prefere trabalhar.
O fundamental é levar em conta os seguintes aspectos:
Agora que conhece os principais critérios para avaliar o comportamento organizacional na sua empresa, a pergunta é: como fazer isso?
Existem ferramentas que podem ajudá-lo na tarefa. É muito importante conhecê-las para que possa avaliar qual se aplica melhor às suas necessidades.
Falamos antes sobre tabelas e planilhas, mas saiba que isso representa o material básico para a sua avaliação.
Você também pode se valer de métodos científicos, como testes psicológicos aplicados por profissional especializado em Psicologia Organizacional.
Mas as alternativas não acabam por aí.
Graças ao avanço da tecnologia, você não precisa mais depender do papel ou de excesso de trabalho manual para encontrar as respostas que procura.
Há softwares (programas de computador) específicos para a tarefa.
As funcionalidades são basicamente a mesmas, incluindo a capacidade de realizar um mapeamento dos colaboradores de maneira automatizada.
Obviamente, a avaliação não se conclui na ferramenta.
Isso significa dizer que você deve contar com um profissional habilitado a interpretar os resultados. De posse deles, caberá aos líderes definir ações a serem adotadas para qualificar o comportamento organizacional na empresa.
Nessa hora, pode ser interessante realizar um brainstorming, técnica também conhecida como tempestade de ideias, cujo objetivo é coletar sugestões e, em grupo, selecionar aquelas que oferecem maior potencial de solução ao problema em questão.
Ainda quanto às ferramentas, vale citar softwares, inclusive alguns indicados pelo Instituto Brasileiro de Coaching (IBC).
São eles:
Você conferiu neste artigo um guia completo e definitivo sobre o comportamento organizacional nas empresas.
Conheceu o conceito, características do processo, benefícios e impactos nos resultados corporativos.
Também teve acesso aos critérios de avaliação e ferramentas que podem ajudá-lo nessa tarefa.
Agora, é chegado o momento de colocar esse aprendizado em prática.
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