Em sua definição, a iniciativa empreendedora pode ser compreendida como a ação de quem se propõe fazer primeiro algo que é difícil.
É o processo de projetar, iniciar e conduzir um novo negócio com o intuito de oferecer uma contribuição relevante à sociedade.
Em termos mais amplos, a expressão pode ser utilizada pelo ponto de vista econômico, como sendo o surgimento de um agente disposto a transformar inovação em oportunidade.
Em 2016, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – FIRJAN, publicou uma pesquisa realizada com 5.681 jovens entre 25 e 35 anos, no qual se identificou que o principal motivo para empreender é a realização pessoal.
Ponto mais alto da pirâmide das necessidades identificadas por Maslow, a declaração desse objetivo pelos entrevistados, demonstra a importância do tema.
O empreendedor é alguém disposto a correr riscos e lutar contra o desconhecido para movimentar o mundo.
Para entender o que o encoraja, não deixe de ler este artigo até o final.
Nele, você vai encontrar as respostas para as seguintes questões:
Boa leitura!
A iniciativa empreendedora na busca de oportunidades se caracteriza pelas ações de antecipação aos fatos.
A criação de oportunidades em negócios ou serviços depende de uma postura proativa, da identificação de tendências e da percepção de possibilidades incomuns.
Dessa forma, a capacidade da conversão da busca de oportunidades em resultados deve ser construída com base no desenvolvimento de três pontos estruturais.
São eles:
Capacidade na tomada de ação em antecipação às circunstâncias: apesar de serem mais comuns e apresentarem menor risco, as ações reativas não produzem os mesmos efeitos das ações proativas.
Capacidade de expansão para novas áreas ou negócios: muitas empresas se acomodam em uma perigosa zona de conforto, até que o mercado se altere e a atividade seja descartada.
Capacidade para inventar novos mercados: a iniciativa empreendedora não reconhece fronteiras, promovendo o pensamento criativo no atendimento às necessidades, na criação de oportunidades fora do comum e na expansão dos negócios.
Somente por meio da inovação e da iniciativa empreendedora é possível manter a capacidade competitiva de qualquer que seja o setor da economia.
E isso fica mais claro ao observarmos alguns movimentos recentes.
O termo destruição criativa, proposto pelo economista Joseph Schumpeter, tem sido utilizado com maior constância na descrição do fenômeno da obsolescência acelerada de produtos e processos, e ao fim, de segmentos de mercado inteiros.
Podemos afirmar com segurança que produtos como mapas de papel, listas telefônicas e máquinas de datilografar, nunca mais recuperarão suas posições no mercado.
Por esse motivo, as ações de empreender, no aproveitamento das novas oportunidades criadas, são também responsáveis pela manutenção de postos de trabalho e da distribuição da renda.
Um empreendedor, ou uma pessoa com iniciativa empreendedora, é alguém que se destaca dos demais.
Esse destaque é marcado por algumas características específicas, entre as quais, podemos salientar as seguintes:
Aparentemente, esse conjunto de características define um perfil muito particular de pessoas, e comportamentos de difícil imitação.
Entretanto, Peter Drucker, pai da administração moderna, define que a formação de um empreendedor não é fruto de “mágica e mistério, e também não tem nada a ver com genética. É uma disciplina e, como qualquer disciplina, pode ser aprendida”.
Apesar de existir um senso comum que aponta o objetivo monetário como o principal motivador da iniciativa empreendedora, a realidade sugere a existência de outros propósitos talvez até mais importantes.
É evidente que não podemos negligenciar no zelo pela lucratividade da empresa.
O conceito do Retorno do Investimento – ROI é necessário para a sobrevivência do empreendimento.
Afinal se não existir uma remuneração adequada também para sócios, acionistas e administradores, o negócio se torna inviável.
Entretanto, os objetivos não financeiros se destacam por promover recompensas mais duradouras e fatores de motivação mais aderentes às demandas pessoais.
Entre eles, podemos destacar os seguintes:
A atitude empreendedora não é somente relevante para a criação de novos negócios ou abertura de novas empresas.
As pessoas com as características ligadas a esse perfil contribuem gerando benefícios para as organizações e para a sociedade como um todo.
Nas empresas, enquanto alguns gestores consideram arriscado contratar profissionais que já tenham empreendido, por entender que a qualquer momento podem ter a posição vaga novamente pelo desligamento da pessoa, outras valorizam essa vivência do candidato.
Grandes corporações possuem em suas rotinas de seleção e promoção critérios claros de preferência a esses perfis por entender que as pessoas empreendedoras são extremamente úteis no ambiente corporativo.
O empreendedorismo nas organizações gera motivação e os profissionais costumam se sobressair na tomada de decisões e solução de problemas.
Quando ocorre o alinhamento das expectativas do colaborador com os objetivos da empresa, a iniciativa empreendedora promove um significativo fator de retenção, não sendo incomum profissionais rejeitarem propostas com remuneração mais alta pelo vínculo pessoal com o negócio em que estão.
Paralelamente, os benefícios proporcionados às organizações também podem ser percebidos pela sociedade por meio da iniciativa empreendedora.
As ações de criação de oportunidades promovem, ao final do ciclo, o crescimento econômico e a geração de novos postos de trabalho.
Não por acaso, estudos indicam que países com altos índices de empreendedorismo apresentam baixas taxas de desemprego.
A atitude empreendedora, por estimular a inovação, permite também o surgimento de novas tecnologias para a solução de desafios comuns em áreas ligadas à saúde, mobilidade urbana, educação, segurança, entre outras., levando sociedades empreendedoras a apostar também em recursos mais sofisticados para a promoção do bem-estar social.
Ao sair do lugar comum para atingir seus sonhos, o empreendedor transforma as empresas e a realidade do mercado, além de promover o desenvolvimento e o crescimento econômico.
Apesar de na época ainda não possuir uma palavra de comum compreensão para a atividade, o termo empreender pode ser encontrado já na Idade Média, definindo pessoas que eram encarregadas de expedições militares, empreitadas que exigiam empenho e muito esforço.
Ligada ao universo das atividades empresariais, a palavra apareceu pela primeira vez no Dicionário de Comércio Francês, publicado em 1723.
No final do século 17 e início do século 18 o economista Richard Cantillon apresentou de forma até então inédita a definição de empreendedor da seguinte forma:
Pessoa que compra um produto por um preço certo e vende por um preço incerto, tomando decisões concernentes à obtenção e usos de recursos, enquanto que conscientemente assume os riscos da operação.
Já em 1840, Jean-Baptiste Say o definiu como a pessoa responsável por reunir os fatores de produção, pagar salários, aluguel, juros e reter para si o lucro.
Apesar das várias camadas de conhecimento posterior que a história lançou sobre os conceitos, fundamentalmente, o que define até os dias de hoje a atividade empreendedora confere com a determinação desses dois pensadores..
De todas as formas de empreendedorismo, esta vertente é a que encontra estudos mais robustos e completos.
Na década de 80, o psicólogo norte americano David McClelland realizou uma pesquisa a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) para definir o perfil que descreve o empreendedor pessoal.
Por um período de dois anos, ele entrevistou 200 empreendedores em três continentes.
Seu objetivo foi mapear o que essas pessoas faziam de diferente em suas empresas e detectar os traços comportamentais que definem o perfil ideal.
Por meio da pesquisa, foi possível montar a metodologia para formação de empreendedores conhecida como Empretec, que por aqui é ministrada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O empreendedorismo pessoal é a atividade de criação de novas empresas, exercida pela pessoa que, por necessidade ou oportunidade, resolve iniciar um novo negócio.
O empreendedor pessoal que inicia uma empresa por necessidade é aquele que, sob condições adversas na carreira, perda do emprego, diminuição de renda ou dificuldade para se recolocar no mercado, decide abrir um negócio.
Quando o foco está na oportunidade, a decisão é precedida por um estudo intencional de alguma carência existente no mercado.
Nesse cenário, o empreendedor analisa as informações disponíveis e define a melhor forma de atuar.
Das duas vertentes, a de maior índice de sucesso é a segunda, por permitir um processo mais consciente e planejado.
Como regra, o empreendedor pessoal por oportunidade toma a sua decisão quando ainda tem uma fonte segura de renda e faz o seu caminho amparado financeiramente.
Contudo, quando se fala em índice de sucesso, o ambiente de atuação da empresa pode ser um dos principais influenciadores por conta de fatores regulatórios, de crédito ou culturais.
A regulamentação de cada nação ou região pode promover maior progresso ou dificultar a atividade do empreendedor pessoal.
No Brasil, ainda temos uma estrutura burocrática impeditiva, que coloca o país na 73º posição de uma lista de 119 nações no ranking da Forbes dos melhores países para empreender.
Na esfera do crédito o país também encontra problemas na promoção do empreendedorismo pessoal. A volatilidade dos mercados, por exemplo, provoca um risco muito alto para o empresário.
Entre outros motivos, a falta de recursos para fomentar o empreendedorismo alimenta a triste estatística que indica que um terço das empresas que iniciam as atividades no território nacional, quebram em até dois anos.
No entanto, contrariando as expectativas pessimistas, com 57% de jovens entre 28 e 34 anos decidindo empreender no lugar de buscar emprego com carteira assinada, o Brasil é um dos países onde o empreendedorismo pessoal tem mais crescido no mundo nos últimos tempos.
Mesmo considerando que parte desse crescimento aconteceu não por vocação, mas por falta de alternativas, dado o encolhimento do mercado de trabalho que ocorreu nos últimos anos, o indicador é relevante, porque mostra uma nova mentalidade cultural se formando, que poderá colocar o país em um patamar superior no desenvolvimento econômico em um futuro próximo.
Os problemas vivenciados enquanto sociedade são grandes e o papel do empreendedor público nesse cenário é trabalhar objetivando o desenvolvimento e a melhora na qualidade de vida da população, além do acesso à cultura, melhorias ambientais, aprimoramento das estruturas para pessoas com necessidades especiais, entre outros exemplos de atividades.
Na essência, o empreendedor público possui as mesmas características do corporativo, mas, nesse caso, trabalha junto ao governo, inovando nos processos existentes ou lançando novos projetos.
A diferença principal é que o empreendedor público foca em soluções de melhoria para a comunidade enquanto que, na esfera privada, o objetivo principal está no lucro.
Após a ocorrência da crise financeira que abalou os mercados globais em 2008, a consciência da incapacidade do poder público em gerir aspectos essenciais da vida das populações se desenvolveu com maior força.
Como reflexo, isso favoreceu o surgimento de novas oportunidades para empreendedores públicos em todo o mundo.
Como declarou o escritor e colunista venezuelano Moisés Naim, autor do livro O Fim do Poder, estamos vivendo um momento singular de inovação e empreendedorismo social no mundo, que pode ser comparado com a quebra de paradigmas que está ocorrendo no mercado privado.
No Brasil, a estrutura do governo é notoriamente grande, com diversos setores sendo administrados pelo poder público de forma precária.
Tais carências representam oportunidades para a atuação de empreendedores sociais.
A iniciativa Update Politics detectou 168 ações em todo o território nacional de oportunidades para empreendedores públicos, o que pode ser somente uma amostra do real potencial existente.
Mediante a capacitação de gestores, o IGESC nasceu como fruto de uma iniciativa de ex-alunos da Fundação Instituto de Administração (FIA), em 1997, e hoje é um promotor do sucesso do empreendedorismo público por meio da sociedade civil organizada.
Intimamente ligada aos conceitos que definem o empreendedorismo, a liderança aparece como motivador principal para 62% dos entrevistados em uma pesquisa realizada pela FIRJAN no ano de 2016.
O exercício da liderança por parte do empreendedor é mais desafiador por requerer altas doses de comprometimento, compartilhamento de riscos e criatividade dos liderados.
É necessária uma maior desenvoltura em habilidades de comunicação, visão e autoconfiança para poder dar o suporte à equipe e envolver todos os colaboradores.
Enquanto nas empresas já consolidadas o consenso tende a ser mais fácil por conta da hierarquia e das políticas de poder, o empreendedor precisa conviver com os conflitos e controvérsias menos aparelhado.
A inovação é um outro ponto essencial do empreendedorismo, e a pressão competitiva premia os inovadores e promove a erosão das oportunidades rotineiras.
Entre 2000 e 2013, o Banco Mundial investiu US$ 19 bilhões em inovação e empreendedorismo.
Essa soma foi direcionada para as políticas de fomento à ciência e tecnologia e à formação de redes de políticas para os sistemas de inovação.
O histórico das políticas e ações realizadas é divulgado por meio de uma plataforma de compartilhamento de informações e conhecimentos, mantida em conjunto com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OECD.
Por fim, um tema relevante, que tem sido ligado ao empreendedorismo de forma mais veemente nas últimas décadas é a educação empreendedora.
A desmistificação do perfil do empreendedor como sendo alguém possuidor de um talento especial, para a definição de um conjunto de atividades e competências acessíveis a todos, vem motivando diversos cursos e treinamentos.
No ambiente acadêmico, crescem as pesquisas e o desenvolvimento de projetos com o propósito de consolidar o conceito de uma nova classe trabalhadora: a do empreendedor.
A capacitação para inovação, criatividade e proatividade está sendo promovida em conjunto com disciplinas de controle financeiro, propaganda e administração com o propósito da formação de um agente completo, dotado de compreensão holística da iniciativa empreendedora.
O empreendedorismo corporativo é o processo de identificação e desenvolvimento de novas oportunidades dentro das empresas já constituídas.
Pode ser a exploração de um segmento diferente do mercado, desenvolvimento de um novo produto ou a inovação em algum processo.
A presença de colaboradores com espírito empreendedor nas equipes é um diferencial competitivo muito importante.
Pessoas que apresentem características como envolvimento, autoconfiança, otimismo, proatividade, criatividade e liderança são fundamentais para o sucesso das empresas nos cenários da economia atual.
Para desenvolver uma visão empreendedora, os gestores devem ser capazes de identificar e aperfeiçoar as habilidades necessárias nos funcionários, além de criar ambientes que valorizem os recursos humanos e promovam a realização dos propósitos mais relevantes para a vida das pessoas.
É interessante observar que, dentre os muitos cenários propostos para a evolução da relação entre o capital e o trabalho, a consolidação do empreendedorismo corporativo por meio da substituição do conceito de mão-de-obra por cabeça-de-obra possa ser a imagem do futuro das próximas gerações.
A decisão por empreender é cheia de desafios, implica na saída da zona de conforto e em assumir riscos variados.
Inevitavelmente, são contadas preferencialmente as histórias de sucesso, e dificilmente as estatísticas dos fracassos.
Michael Jordan, ex-jogador de basquete profissional norte-americano declarou uma vez: “Eu perdi mais de 9 mil tiros livres em minha carreira. Eu perdi quase 300 jogos. Eu falhei uma e outra vez em minha vida. E é por isso que eu consegui.”
Se fosse possível resumir em poucas palavras, a maior barreira para o empreendedorismo é justamente o medo do fracasso.
No Japão, onde a cultura castiga severamente o fracasso, mesmo com todos os indicadores econômicos favorecendo a inovação e o empreendedorismo, o índice de abertura de empresas é o mais baixo entre os países ricos.
Entendendo que a capacitação representa uma das melhores ferramentas para a mitigação dos riscos, a FIA oferece educação de alto nível para empreendedores por meio do programa MBA Gestão de Negócios, Inovação e Empreendedorismo.
Também disponibiliza um curso mais rápido, que apresenta ferramentas e métodos para empreender e inovar. Esse é o programa Como Potencializar sua Criatividade para Empreender e Inovar: Ferramentas e Métodos.
Apesar dos riscos e das dificuldades, a recompensa para quem empreende é a satisfação de ser reconhecido por uma contribuição relevante.
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