Empresas como fintechs, startups e big techs surgiram há cerca de 30 anos e, desde então, redefiniram os requisitos que um negócio deve ter para entrar no “jogo”.
Se até então a capacidade de inovação era um diferencial, com o surgimento dessas empresas, ele passou a ser condição sine qua non para o sucesso.
O resultado disso é a multiplicação do número de empresas que surgem pautadas nesses modelos, como as fintechs.
Até o final de 2021, elas eram mais de 10 mil nas Américas, enquanto na Europa, África e Oriente Médio elas já são mais de 9 mil.
Essa expansão se justifica quando analisamos um pouco mais a fundo as características do modelo de negócios que tais empresas adotam.
Você vai conhecê-las neste conteúdo, no qual vamos explorar o universo das marcas que estão revolucionando o jeito de se fazer negócios a partir dos seguintes tópicos:
Leia também:
O uso da tecnologia como trampolim para o sucesso não é recente.
Desde a primeira Revolução Industrial no século 18, negócios que exploram diferentes nichos de mercado crescem aplicando novas soluções em seus processos.
O que muda, então, no contexto das fintechs, startups e big techs?
Já que destacamos a Revolução Industrial, é bom que se diga que esses modelos estão todos inseridos no contexto da indústria 4.0.
Nele, o modo de produzir bens e serviços deixa de depender de instalações físicas e equipamentos, podendo ser desenhado a partir de cloud computing e tecnologias virtuais.
Tanto que, hoje, o que mais existe são empresas que começam sem precisar de uma sede física ou de salas comerciais.
De qualquer forma, esses três tipos de empresa digital têm suas peculiaridades que, como tais, definem a forma como atuam.
Vamos ver quais são essas características mais a fundo?
O mercado de fintechs deve crescer 12% até 2024, segundo o site Statista (em inglês).
Essa é mais uma demonstração do potencial desse novo arranjo das empresas que atuam no segmento bancário e financeiro, em que produtos e investimentos tornaram-se muito mais acessíveis, a maioria gratuitos.
O melhor exemplo das mudanças proporcionadas pela expansão das fintechs é a consolidação dos bancos digitais.
Embora alguns estejam a caminho de se tornarem big techs, a maioria começa oferecendo serviços financeiros sem contar com uma agência física sequer.
Isso não só tornou possível a disseminação das fintechs como impulsionou o avanço delas por outros ramos, como veremos mais à frente.
Sem demandar uma infraestrutura física, as fintechs podem crescer rapidamente, caindo nas graças do cliente que, hoje, não precisa mais pagar as tarifas bancárias tradicionais.
Dessa forma, surgiram a reboque “techs” financeiras ainda mais especializadas, tais como as de:
Portanto, hoje o cliente pode contar com uma empresa para gerir sua conta bancária convencional, outra para cuidar dos seus investimentos e outra para fazer crowdfunding.
Tudo isso sem os pesados custos dos bancos comuns que, diga-se de passagem, estão também se transformando em bancos digitais.
Há quem prefira dizer que uma startup não é uma empresa no conceito tradicional, mas um embrião do que pode vir a se tornar um grande negócio.
Se tomarmos a tradução convencionada para o termo “empresa emergente”, esse raciocínio até que faz sentido.
Afinal, as startups se caracterizam por explorar novas formas de fazer negócios, muitas das quais totalmente disruptivas.
Em algumas delas, o novo modelo comprova seu potencial, escalando-se em pouco tempo.
Outra característica é o viés altamente tecnológico, que permite a atuação das startups em praticamente qualquer segmento da indústria, comércio e de serviços.
Se antes da Transformação Digital o “sonho de consumo” de uma empresa era tornar-se uma multinacional, hoje elas se miram no exemplo das big techs.
Também conhecido como “Big Five”, esse é o seletíssimo grupo das cinco maiores empresas de tecnologia do mundo, formado por Google, Facebook/Meta, Microsoft, Amazon e Apple.
Se considerarmos apenas a forma de atuação, as empresas do tipo “tech” não se diferenciam das que nos acostumamos a ver.
Ou seja, todas elas estão no mercado para oferecer algum tipo de produto ou serviço mediante uma contrapartida por parte do consumidor, sendo também orientadas para o lucro.
O diferencial está mais no modelo de negócios que elas adotam, via de regra baseado em plataformas na nuvem e serviços prestados remotamente.
É o que fazem, por exemplo, ao comercializar os chamados Software as a Service (SaaS) que, por sua vez, abriram caminho para um novo conceito, o de Everything as a Service (XaaS).
Em muitos casos, elas chegam a redefinir todo o mercado, como fez a Uber na área de transportes, a Airbnb no ramos de hotelaria, e o Spotify no segmento fonográfico.
Outro diferencial em relação às empresas tradicionais está na rapidez com que essas empresas crescem.
Como destaca um artigo publicado na Forbes, elas podem crescer a taxas realmente impressionantes.
Foi o que aconteceu com o Facebook que, em seu primeiro ano, mais que quadruplicou sua base de usuários.
A plataforma Slack, por sua vez, expandiu o número de adesões em incríveis 534% ainda nos primeiros 12 meses.
Esse crescimento se sustenta em um modus operandi bastante agressivo, vinculado a certas características essenciais.
Confira na sequência.
Entre os méritos das fintechs, startups e big techs bem sucedidas está a capacidade de responder prontamente aos desafios do mercado.
Muitas delas inclusive puxam demandas até então inexistentes, inaugurando nichos que ninguém jamais havia pensado em explorar.
A extrema agilidade em atender aos anseios dos clientes é baseada em grande parte em uma característica da Transformação Digital: o uso de dados coletados pela internet.
Uma vez tratados, esses dados geram insights que podem ou não indicar tendências, permitindo assim que as empresas tomem decisões arrojadas.
O viés inovador faz parte do DNA das “techs”.
A maioria delas começa como uma startup, trabalhando para que sua proposta inovadora seja validada pelo mercado.
Para isso, elas fazem uso de uma série de técnicas, processos e ferramentas de base digital para testar as soluções a serem oferecidas antes de entrar no jogo para valer.
Uma delas é o chamado Mínimo Produto Viável (MVP), versão enxuta de um produto ou serviço.
Dessa forma, a inovação chega ao mercado já validada por meio de experimentos e estratégias que fazem das startups verdadeiras minas de ouro em potencial.
Claro que ser uma empresa do tipo startup não é por si só uma garantia de sucesso.
Esse é o alerta feito por um estudo da PwC, publicado na Folha.
De acordo com o levantamento, nove em cada dez startups brasileiras morrem prematuramente.
Isso significa que, para ser realmente bem-sucedida, uma empresa de viés tecnológico precisa também ser capaz de se ajustar ao mercado, ainda que isso implique mudar seu próprio core business.
A flexibilidade também deve estar presente no modelo de gestão da empresa, afinal, a imensa maioria das startups é gerida horizontalmente, sem uma hierarquia rígida.
Cada estágio evolutivo da economia de mercado tem suas próprias características, embora muitas delas não se modifiquem ao longo dos anos.
Se na Primeira Revolução Industrial foi a introdução dos teares mecânicos que acelerou a expansão das empresas, na Indústria 4.0, essa expansão é pautada na virtualidade e na cibernética.
Em comum entre ambos os momentos, temos o surgimento de tecnologias que permitiram avanços na produtividade e o desenvolvimento de produtos e serviços melhores.
Mas, como já destacamos, há aspectos que tornam o modelo seguido por fintechs, startups e big techs único.
Saiba então de que forma essas empresas utilizam os recursos modernos a favor do consumidor, gerando maior valor para seus negócios e satisfação para seus clientes.
A aplicação da tecnologia em si não é uma novidade.
Como vimos, esse é o principal propulsor do avanço das empresas desde que a economia de mercado existe.
O que as empresas tecnológicas trouxeram de novo foi a digitalização das próprias relações de consumo, que passaram a acontecer online.
O comércio, por exemplo, agora é puxado mais pelo e-commerce do que pelo próprio varejo físico.
A indústria passou a produzir utilizando máquinas e equipamentos que mais parecem videogames, operados com auxílio de softwares desenvolvidos como se fossem jogos.
Talvez o setor de serviços seja o que mais tenha evoluído com a expansão das “techs”.
No segmento financeiro, tarifas sobre operações como transferências e manutenção de contas foram extintas, graças à digitalização dos bancos.
O já destacado Uber mudou a forma como os serviços de transporte são cobrados, ao introduzir a economia do compartilhamento.
Durante muito tempo, ela foi uma empresa de transporte que não tinha um carro próprio sequer em sua frota.
São alguns exemplos da forma como as empresas tecnológicas vêm revolucionando o mercado, levando aos clientes serviços tão eficientes quanto baratos.
Boa parte dessas empresas seguem os princípios ágeis, conforme os valores do Manifesto Ágil de 2001, segundo o qual responder às mudanças vale mais do que seguir um plano.
Esse pensamento vem pautando o processo decisório das empresas de base tecnológica, levando a uma saudável redução da burocracia em seus processos internos.
Isso se reflete em serviços mais de acordo com o “fit” de seus clientes, que esperam por soluções rápidas ou, se possível, em tempo real.
Mais uma vez, as fintechs ilustram bem esse processo de desburocratização, ao permitir a abertura de contas 100% online com poucos documentos.
As empresas tecnológicas precisam ser “camaleônicas” em algum grau.
Isso porque a digitalização dos processos e a expansão das comunicações digitais levou o próprio consumidor a se reinventar.
Tanto que, hoje, ele é chamado de cliente omnichannel, já que se faz presente nas relações com as marcas em meios físicos e eletrônicos de comunicação.
Cercadas por todos os lados por clientes atentos, as empresas precisam redobrar seus cuidados na parte do relacionamento e na gestão da qualidade.
Dessa forma, elas precisam ser capazes de responder às demandas do consumidor com muito mais agilidade e de acordo com as expectativas de cada um.
Outro conceito que entrou em voga a partir da digitalização e da Transformação Digital é o de disruptividade.
Durante muitas décadas, as empresas que encontravam um nicho de mercado se dedicavam a ele por anos a fio sem encontrar concorrentes de peso.
Com o avanço da internet e das plataformas de comércio eletrônicas, a regra do jogo mudou.
As empresas hegemônicas passaram a ser ameaçadas por negócios que, em muitos casos, começam a operar sem nenhuma infraestrutura.
E mais do que isso: alteraram totalmente a forma como um produto ou serviço é consumido.
Mais uma vez, o Airbnb é um exemplo a se destacar por ter alterado o formato de organização do setor de hotelaria a partir de um modelo totalmente disruptivo.
As empresas digitais também trouxeram para o mercado o conceito de negócio escalável.
Elas se caracterizam por crescer em taxas muito elevadas já nos seus primeiros meses de operação, como foi o caso do Facebook e Slack, entre outras.
Por sua vez, elas são escaláveis porque prescindem dos pesados investimentos típicos das empresas “pré-digitais”.
Note que isso não quer dizer que elas não precisem de aportes de capital para crescer.
A diferença, no caso, é que a demanda por capital é muito menor na fase inicial.
O processo de crescimento de uma startup segue hoje um roteiro mais ou menos parecido.
A empresa começa como um experimento, podendo ser em uma incubadora de empresas ou como a iniciativa de um empreendedor visionário.
Se a base de clientes aumenta em altas taxas, apesar dos pontos de melhoria a serem trabalhados, a startup começa a chamar a atenção de investidores.
Com isso, ela passa a receber sucessivos aportes de capital, impulsionando ainda mais o seu crescimento, já em altas taxas.
Aumentando a capacidade operacional, o modelo se expande além das fronteiras da sua cidade, estado e país, podendo vir a se tornar um “unicórnio”, ou seja, uma empresa de valor bilionário.
Nenhuma dessas características faria sentido se as fintechs, startups e big techs não agregassem outro conceito recente.
É o de customer centric, no qual o cliente é sempre o centro das atenções, pautando todas as decisões tomadas pelos líderes dessas empresas.
Sim, se considerarmos o próprio modelo de validação de negócios adotado pelas startups e empresas de investimento-anjo.
Para receber investimentos, a empresa passa por sucessivas rodadas de avaliação, nas quais o negócio deve comprovar solidamente sua viabilidade e potencial para crescer.
Além das big techs já destacadas, são exemplos de empresas de base tecnológica, no Brasil e no mundo:
E muitas outras, é claro.
O segmento de empresas com forte apelo tecnológico não para de crescer, assim como o interesse pelo assunto.
Um exemplo disso são as perguntas frequentes que encontramos ao acionar o Google e o seu mecanismo de buscas relacionadas.
Foi por ele que nos orientamos para encontrar algumas das dúvidas mais comuns entre profissionais, estudantes e leigos ao pesquisar sobre o universo das “techs”.
Confira a seguir!
Fintech é a junção do prefixo “fin” de financeira, com “tech” de technology.
É o termo usado para designar as empresas do ramo bancário e de crédito que atuam no mercado a partir de plataformas digitais e na nuvem, oferecendo todo tipo de serviço financeiro.
Uma empresa pode ser chamada de startup quando ela apresenta algum tipo de abordagem inovadora e, principalmente, quando seu modelo de negócio é pautado pela tecnologia digital.
Outra característica das startups é o potencial para crescer em taxas acima da média.
Em um mercado no qual o sucesso está diretamente ligado à aplicação da tecnologia, o conceito de big tech é mais adequado do que o de conglomerado ou multinacional.
São exemplos desse tipo de empresa gigantes como Google, Facebook e Amazon.
Assim como existem instituições financeiras com diferentes escopos de atuação, as fintechs se dividem por segmentos.
É o caso das que atuam especificamente com crédito pessoal/empresarial, seguros, pagamentos e crowdsourcing, entre outros ramos.
O seleto grupo de big techs opera a partir do Vale do Silício, região da Califórnia que concentra as principais empresas tecnológicas do mundo.
Elas são guiadas por um modelo de negócios pautado na inovação constante, fusões e aquisições (M & A) de novas empresas.
Fintechs, startups e big techs são o presente e o futuro da economia de mercado.
Você pode se capacitar para atuar nesse cenário, desde que conte com uma formação de alto nível, reconhecida no Brasil e internacionalmente.
Encontre o seu curso na FIA, a instituição de educação executiva que prepara você para os desafios do seu tempo.
Conheça a Pós-Graduação em Gestão de Tecnologia e Transformação Digital e junte ao seu currículo uma formação sólida para se destacar ainda mais.
Um plano de continuidade de negócios (PCN) é uma estratégia essencial para minimizar impactos e…
Descubra o que é flexibilidade no trabalho e como essa tendência está transformando empresas, atraindo…
O futuro do trabalho em 2025 apresenta mudanças importantes para empresas e profissionais. Descubra as…
A ética na IA envolve princípios e práticas que orientam o uso responsável dessa tecnologia…
A auditoria externa é uma análise detalhada das finanças empresariais, garantindo precisão e conformidade com…
A matriz de materialidade é um método de grande utilidade para as empresas que têm…