Desenvolvimento sustentável é o modelo pelo qual o progresso material e econômico é alcançado de maneira responsável, sem que isso implique o esgotamento dos recursos para as gerações futuras.
O assunto é tão sério que tem inclusive um termômetro próprio, o Relatório de Desenvolvimento Sustentável (SDR), formado pelo Índice ODS e Painéis ODS que acompanham o progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A última edição, aliás, não traz boas notícias, já que marca o segundo ano consecutivo de queda nos indicadores.
O Brasil figura em uma modesta 53ª posição, com 72,8 pontos, atrás de países como Chipre, Azerbaijão e Tailândia.
A líder do ranking é a Finlândia, com 86,5 pontos, seguida de outros países nórdicos: Dinamarca (85,6), Suécia (85,2) e Noruega (82,3).
Falar em desenvolvimento sustentável é falar do futuro, por isso esse é um tema recorrente nas agendas governamentais.
Avance na leitura, entenda o que é desenvolvimento sustentável, princípios, exemplos e o que está por trás das ações sustentáveis de desenvolvimento.
Com esse conhecimento, você também se habilita a fazer parte da luta por um mundo melhor.
Confira os tópicos abordados no texto:
Acompanhe até o final para entender o conceito e saber o que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável no planeta.
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Como modelo, o conceito de desenvolvimento sustentável envolve todos os avanços da humanidade em segmentos chave, como energia, transportes, alimentação e saúde, entre outros.
Sua finalidade é servir como uma proposta de futuro para a sociedade como um todo, no qual as conquistas materiais não serão mais obtidas a custo do esgotamento dos recursos naturais.
Desenvolver-se de forma sustentável é, portanto, um caminho em que a humanidade opta pela manutenção do planeta.
Para ser sustentável de verdade, é preciso conscientizar-se de que tudo que consumimos pode se esgotar.
Um exemplo disso é a prática da reciclagem.
Quando destinamos materiais como papel, vidro e plástico para serem reciclados, evitamos que novas árvores e outros insumos sejam extraídos para a fabricação de novos produtos contendo esses materiais.
Mas a importância do desenvolvimento sustentável vai além disso, como vamos ver na sequência do texto.
Agora que o conceito de desenvolvimento sustentável já é conhecido, vale dizer que a sua base só pode ser firmada quando os três princípios desse modelo estão alinhados.
A exploração desordenada dos recursos naturais só acontece porque existe um sistema social e econômico arquitetado para isso.
Portanto, é preciso cortar o mal pela raiz, promovendo mudanças não só no contexto de desenvolvimento ambiental, como em toda a cadeia produtiva.
Embora o planeta ainda esteja longe de cumprir com as metas estipuladas nas conferências climáticas mais recentes, há conquistas a celebrar.
Segundo o Eurostat (em inglês), as emissões da maioria dos tipos de gases estufa diminuíram de 1990 a 2020.
O segmento industrial energético é disparado o que teve a maior redução, com queda de quase 700%.
Esse é um bom exemplo de que desenvolvimento sustentável, social e econômico caminham de mãos dadas, como veremos em cada um dos três princípios.
O princípio elementar do desenvolvimento sustentável é o ambiental, já que é para a manutenção dos recursos naturais tal como os conhecemos que convergem as ações eco friendly.
Afinal, o que é desenvolvimento sustentável, se não um mecanismo de proteção ambiental e de preservação de tudo que extraímos para o nosso sustento?
Sem a perspectiva ambiental, estamos condenados a fazer da Terra um planeta estéril, desértico e inóspito para as gerações futuras.
Então, para que o cenário distópico sugerido pelos filmes apocalípticos não se cumpra, é imprescindível que passemos a nos orientar pelo princípio da ação ambiental.
A partir do que já abordamos, o desenvolvimento ambiental está intimamente ligado ao contexto social.
Enquanto houver fome, guerras e falta de acesso à educação e saúde, a humanidade não terá a segurança necessária para criar um mundo melhor para se viver.
O flagelo social é onde está a semente de boa parte dos problemas ambientais, a começar pela falta de educação, que faz com que indivíduos sem consciência ambiental perpetuem práticas não sustentáveis.
Pessoas privadas do acesso à saúde e à alimentação digna também tendem a replicar esse comportamento.
Afinal, quem é que vai pensar em sustentabilidade enquanto está doente ou sem ter o que comer?
Finalmente, o princípio econômico trata dos modelos que adotamos para levar o progresso material adiante.
Durante muitas décadas, a humanidade pautou o seu desenvolvimento econômico em energias não renováveis, como o carvão e o petróleo.
Esse modelo vem cobrando um alto preço, considerando os graves impactos ambientais causados por toda a indústria extrativista em torno desses insumos.
É verdade que o petróleo trouxe e continua trazendo riquezas e desenvolvimento para o mundo, mas será que o preço a se pagar não é alto demais?
Isso porque está mais do que provado que a queima dos combustíveis fósseis está entre as principais fontes geradoras de gases estufa, responsáveis pelo aquecimento global.
O princípio econômico, portanto, sugere um modelo de desenvolvimento no qual o progresso não é mais obtido à custa do próprio planeta e de seus recursos.
Para cada forma que a humanidade encontrou para causar impacto ambiental, existe pelo menos um exemplo de prática sustentável para neutralizá-la.
Ou seja, o desenvolvimento sustentável está ao alcance de todos, desde que cada um se disponha a fazer a sua parte.
Pode parecer pouco, mas cada um que se engajar nessa jornada estará dando uma grande contribuição.
Isso porque, além de levar adiante as práticas sustentáveis, fica o exemplo, que é sempre inspirador.
Faça você uma experiência.
Se nunca separou o seu lixo para reciclagem, por exemplo, tente por uma semana e você se surpreenderá com a quantidade de plástico produzida.
A propósito, essa é a primeira das práticas sustentáveis das quais vamos falar a seguir.
Um estudo da Eunomia Research and Consulting (em inglês) comprova que a segregação do lixo sólido antes do seu envio para incineração ou aterro pode ajudar a atingir os objetivos climáticos.
Há quem conteste o valor da reciclagem, alegando que a energia consumida pelas usinas acaba por “zerar” o esforço de reaproveitamento.
Contudo, a experiência mostra que reciclar materiais como vidro, metal, papel e, principalmente, o plástico, é essencial para minimizar os danos ambientais.
Além disso, o reaproveitamento de materiais vem dando margem para desenvolver uma nova matriz energética, na qual o lixo é o insumo principal.
Assim funciona a chamada reciclagem energética, na qual os resíduos geram energia térmica ou elétrica.
Um ônibus ocupa cerca de 3% do espaço de uma via pública e pode transportar até 20 vezes mais passageiros do que um carro de passeio.
Desde que cada meio de transporte coletivo seja movido a combustíveis “verdes”, esse é por si só um bom motivo para levar a sério a ideia de priorizar o transporte público.
Em diversos países, os ônibus movidos a energia elétrica são uma realidade, assim como os meios de transporte sobre trilhos que dispensam combustíveis fósseis.
A própria cultura do compartilhamento, por meio da expansão dos apps de transporte individual, não deixa de ser uma contribuição.
Isso para não falar dos impactos sobre o trânsito, um grave problema nas grandes metrópoles, cuja solução não pode ser outra que não a diminuição de veículos nas ruas.
Um estudo do Fundo Mundial da Natureza revela que, se toda a população mundial consumisse nos mesmos índices da União Europeia, precisaríamos de quase três planetas.
Essa enorme disparidade só comprova que existe um sério desequilíbrio em relação ao acesso aos bens de consumo.
Enquanto há regiões que consomem demais, outras sofrem com a escassez de recursos básicos, como a água.
Também mostra que a parcela da humanidade que mais consome precisa ser mais responsável, moderando o uso que faz dos recursos disponíveis.
Não haverá desenvolvimento ambiental enquanto a humanidade utilizar os combustíveis fósseis como matriz energética.
A queima desses compostos ricos em carbono, como a gasolina e o óleo diesel, é comprovadamente um dos principais causadores do efeito estufa.
Os problemas não param por aí, já que, de acordo com a Environmental Protection Agency (EPA), esses combustíveis liberam nitrogênio, que polui não só o ar atmosférico, como as superfícies terrestres, mares e cursos d’água.
Uma das soluções nesse sentido é o gradual abandono dos combustíveis fósseis — que por sinal um dia vão acabar — pela energia elétrica nos veículos.
O mesmo se aplica à energia que abastece nossas casas, proveniente em parte de usinas movidas a carvão e hidrelétricas.
Nesse sentido, a solução é utilizar a energia solar, que pode inclusive gerar créditos para quem produz em excesso.
Outra fonte renovável e limpa é a energia eólica, já empregada em diversas cidades do mundo onde os ventos são constantes.
Assim como o consumo de bens gera impactos ambientais proporcionais à sua intensidade, o mesmo acontece com o consumo de energia.
Logo, ao deixarmos luzes acesas ou aparelhos elétricos ligados sem necessidade, estamos forçando as usinas a produzir mais energia o que, por sua vez, gera um custo ambiental.
Cabe ressaltar que poupar energia é bom não só para o meio ambiente, mas também para o seu bolso.
Isso porque o Brasil é, de acordo com uma pesquisa publicada no portal Money Times, o país com a segunda conta de energia elétrica mais cara do mundo.
O agronegócio tem um papel fundamental para a economia brasileira, sendo um dos maiores geradores de riquezas do país.
Porém, isso não dá aos empresários desse setor carta branca para fazer o que bem entendem no campo, adotando práticas que agridem o meio ambiente.
Uma dessas práticas é a queimada, infelizmente um recurso ainda utilizado para expansão de fronteiras agrícolas e criação de pastos para rebanhos de bovinos.
Há também os riscos gerados pelas lavouras que fazem uso intensivo de agrotóxicos, que se acumulam no solo, contaminando os lençóis freáticos.
A rotação de culturas também é uma prática a ser destacada, já que o cultivo de apenas uma espécie empobrece o solo, levando ao seu esgotamento.
Defender o desenvolvimento sustentável é defender também a justiça social.
Isso implica cobrar dos governos medidas que reduzam as desigualdades, ampliando o acesso aos bens básicos para as camadas menos favorecidas da população.
Para isso, é essencial investir cada vez mais em educação, que por si só já ajudaria a resolver uma série de outros problemas sociais.
Pessoas educadas são mais conscientes a respeito do seu papel na sociedade e, com isso, tornam-se mais dispostas a cooperar para a sustentabilidade.
Nada é mais eficiente para gerar sustentabilidade do que dar ao povo educação ambiental.
Não surpreende que os países nórdicos sejam os campeões em sustentabilidade, já que ostentam indicadores excelentes na esfera educacional.
Como revela o índice Better Life, da OCDE, que mede a qualidade de vida nos países membros, a Finlândia tem desempenho acima da média nos quesitos: educação, equilíbrio vida-trabalho, qualidade do meio ambiente, conexões sociais, segurança e satisfação com a vida.
No país líder do índice de sustentabilidade, 91% dos adultos com idades entre 25 e 64 anos têm o Ensino Médio, percentual acima da média da OCDE, de 79%.
O desenvolvimento sustentável é como um grande projeto, no qual a humanidade é a empreendedora.
Pensando assim, as nações se reúnem todos os anos em conferências climáticas, a fim de discutir os rumos que o planeta está tomando e os objetivos.
Uma das decisões tomadas nesses eventos é a Agenda 2030, conjunto de 17 medidas a serem implementadas até o ano de 2030, visando o desenvolvimento sustentável.
São elas:
Entender e praticar o conceito de desenvolvimento sustentável é uma forma de se posicionar como cidadão e exercer um papel ativo para uma sociedade mais justa.
Também é um tipo de consciência política muito mais “consciente”, considerando a relevância da agenda ambiental para a humanidade como um todo.
É bem melhor, por exemplo, do que defender ardorosamente políticos e partidos, que sempre falham em suas condutas.
Quem veste a camisa do desenvolvimento sustentável abraça uma causa para lá de justa e mais do que relevante.
Então, quem quer mesmo fazer a diferença, dá valor às pautas ligadas ao meio ambiente, afinal, a Terra é até agora o único planeta disponível para vivermos.
As empresas que levam adiante as boas práticas ambientais também devem fazer a sua parte, pois servem de exemplo.
Não por acaso, as que estão no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da Ibovespa, apresentam valor de mercado até 19% maior que as outras.
Você saberia dizer o que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável no dia a dia, em pequenos gestos individuais?
Então veja algumas sugestões que, se praticadas por todos, farão uma enorme diferença:
Tema cada vez mais incorporado ao nosso dia a dia, o desenvolvimento sustentável faz parte da agenda de governos, instituições e empresas.
Sabendo da importância desse assunto, destacamos na sequência as dúvidas mais frequentes, encontradas em fóruns web, redes sociais e outros canais online.
O termo desenvolvimento sustentável surge como conceito com o relatório “Nosso Futuro Comum” (1987), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas.
Com ele, vem a público pela primeira vez a ideia de que é possível promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma equilibrada.
Sustentabilidade se refere à propriedade de conservar um bem natural, preservando seus recursos sem causar danos irreversíveis ao meio ambiente.
Por sua vez, o desenvolvimento sustentável trata de conciliar o crescimento econômico com a proteção ambiental, de modo que as gerações futuras possam atender às suas próprias necessidades.
São incontáveis as formas de contribuir para o desenvolvimento sustentável, dentre as quais destacamos:
A importância do desenvolvimento sustentável fica clara quando pensamos nas consequências do esgotamento dos recursos naturais.
Se continuarmos no mesmo ritmo de consumo desenfreado, o planeta fatalmente entrará em colapso e não haverá futuro para nossos filhos, netos e descendentes.
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