O conhecimento sobre comércio e operações internacionais pode ser o segredo para uma empresa dar um salto significativo em seu faturamento.
Só que ir além do território nacional como negócio não é uma decisão fácil de ser tomada.
Muitos podem considerar ousadia, porque imaginam que manter relações comerciais com outros países é custoso e burocrático, não valendo a pena correr esse risco.
A realidade, no entanto, é que, com um bom planejamento e estudos de viabilidade, é possível executar projetos internacionais com segurança.
O que não significa que seja simples, claro.
O gestor deve, como destacamos antes, adquirir conhecimento e buscar a especialização.
Se você tem esse objetivo, saiba que o primeiro passo já foi dado.
Neste artigo, você vai adquirir uma boa base sobre o universo do comércio e operações internacionais.
Veja os tópicos que preparamos para você:
Ficou interessado? Então, siga a leitura!
Comércio internacional é o conjunto de operações de troca de bens e serviços que envolvem países distintos.
O comércio internacional pode envolver produtos manufaturados, commodities, serviços, mão de obra e até mesmo o movimento de capitais.
Para que se caracterize o comércio, é preciso de reciprocidade: se você dá uma coisa, recebe algo em troca (normalmente dinheiro).
Tanto a empresa que exporta quanto a que importa estão inseridas no comércio internacional.
As operações desse tipo devem respeitar uma série de regras estabelecidas por órgãos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), além de acordos bilaterais que os governos de diferentes países envolvidos podem firmar.
Ao mesmo tempo, precisam obedecer às leis internas específicas de cada país, o que chamamos de comércio exterior, um termo frequentemente confundido com comércio internacional.
Para entender melhor a diferença: quando o assunto são regras internacionais, estamos falando de comércio internacional.
Já quando são normas internas de determinado país que está importando ou exportando, é comércio exterior.
As relações comerciais entre diferentes países têm se intensificado, mas estão longe de ser novidade, como veremos no tópico seguinte.
O comércio é uma atividade muito antiga, com origem na Pré-História.
A simples capacidade de criar ferramentas rudimentares e, mais tarde, plantar e colher alimentos, era suficiente para iniciar os processos de troca entre os homens.
Talvez podemos considerar os fenícios, civilização da antiguidade que ocupava territórios do Oriente Médio, os primeiros comerciantes internacionais.
Afinal, eles navegavam pelo Mar Mediterrâneo para comercializar sua profícua produção de bens.
Mas foi só na Idade Moderna que a Europa começou a se organizar de modo semelhante à divisão atual do mundo em países, com o fortalecimento das monarquias em substituição ao sistema feudal.
E o Brasil, onde entra nessa história?
A tal Idade Moderna começou em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos-otomanos, o que forçou os europeus a explorarem novas rotas de comércio com o Oriente.
A consequência disso você já sabe: na época das grandes navegações, os portugueses chegaram ao nosso país e descobriram o pau-brasil.
Eis a origem do comércio internacional brasileiro.
Os portugueses cortavam a árvore e vendiam para outros países europeus, que utilizavam sua resina para produzir uma tinta que era utilizada na manufatura de tecidos.
Essa foi uma atividade tão importante que a árvore, como todos sabemos, deu origem ao nome Brasil.
Na época das grandes navegações, eram comuns os acordos comerciais entre as monarquias europeias.
Modelo que até hoje, com a predominância dos sistemas democráticos em todo o mundo, vem se desenvolvendo e aperfeiçoando.
De acordo com o Observatório de Complexidade Econômica (OEC), projeto vinculado ao MIT Media Lab, o Brasil é a 22º economia de exportação no mundo.
Em 2017, o país exportou US$ 219 bilhões e importou US$ 140 bilhões.
Os principais produtos de exportação brasileiros são a soja, minério de ferro, petróleo bruto, açúcar bruto e veículos.
No caso da importação, os principais produtos são petrolíferos refinados, peças de veículos, medicamentos, circuitos integrados e veículos.
Quando bens ou serviços são trocados, seja por outros bens ou serviços ou então por dinheiro, chamamos de operação comercial.
Se isso ocorre entre organizações de diferentes países, está caracterizada uma operação comercial.
Então, qual a diferença entre comércio e operações internacionais?
Comércio é o termo genérico que se refere ao conjunto de operações.
Pense em um cafeicultor brasileiro.
Quando ele fecha a venda de determinado número de sacas de grãos para uma marca italiana de café, essa é uma operação internacional.
Ao executar a transação, as duas partes terão de seguir as regras de comércio internacional estabelecidas por órgãos reguladores e acordos entre os dois países.
Uma empresa que comercializa produtos ou serviços com outro país precisa de gestores com bom conhecimento na área.
Isso porque o comércio e operações internacionais é um assunto complexo, cuja gestão demanda diversos tipos de cuidados.
A começar pelo conjunto de normas a serem respeitadas, que, em alguns casos, impõem restrições que devem ser consideradas na hora de avaliar a viabilidade do negócio.
Além disso, barreiras culturais – relacionadas a idioma, costumes, religião e/ou comportamento – geralmente impactam na comunicação e definição de estratégias.
Outro aspecto a ser observado é a atual situação política, social e econômica do país em que se encontra o possível parceiro – quando há instabilidade nesses quesitos, o desafio é maior.
A partir disso tudo, o administrador ainda precisará de uma boa capacidade de negociação para que as operações tenham o resultado desejado, e prover um bom produto ou serviço, sob o risco de ver sua reputação afetada em escala global.
Para o Prof. Dr. Celso Grisi, coordenador do MBA Gestão de Negócios, Comércio e Operações Internacionais, o preparo do profissional é fundamental.
“O comércio internacional exige agora profissionais cujas qualificações apresentem uma visão multicultural, com entendimento de culturas, valores e idiomas diversos. Imagina-se um profissional com alto grau de tolerância, despido de preconceitos, capaz de aceitar a os comportamentos e hábitos locais, diferentes dos seus”, afirmou Celso Grisi.
“Esse profissional é visto como alguém apto a desenvolver atividades empresariais em mercados diversificados, dando impulso aos produtos e serviços, bem como instrumentalizado para representar as empresas internacionalmente, no mais alto padrão de qualidade. Serão valorizados e procurados os profissionais com as habilidades de negociar e se comunicar em outros idiomas“, concluiu o coordenador.
Quando as operações internacionais dão certo a empresa tem grandes chances de entrar em um círculo virtuoso, pois abrem-se portas para novas parcerias com outras companhias estrangeiras.
Alguns países têm abundância de mão de obra especializada em determinado segmento, enquanto outros têm déficit.
Determinadas regiões do planeta possuem fartura em certos recursos naturais, ou melhores condições de clima e solo para cultivar determinadas espécies, enquanto outras não.
Ou seja, nenhum país do globo é autossuficiente em tudo, por isso, exporta seus principais bens e serviços ao mesmo tempo em que importa aqueles cuja produção interna é insuficiente ou inexistente.
Países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como o Brasil, costumam exportar muitos produtos com pouco valor agregado.
Basta lembrar dos principais produtos que citamos antes como os campeões nas exportações brasileiras: soja, minério de ferro e petróleo bruto.
Essa tem sido uma constante desde o descobrimento do Brasil.
Além do já citado pau-brasil, a cana-de-açúcar e o café ocupam papel importante na nossa história.
Enquanto isso, países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Alemanha, exportam produtos altamente tecnológicos, com muito valor agregado.
Embora o saldo de nossa balança comercial seja positivo (em 2018, o superávit foi de US$ 58,3 bilhões), temos potencial para gerar muito mais riqueza com investimentos em tecnologia e inovação.
Para as empresas, o comércio internacional é importante não apenas para ampliar seu mercado (e, consequentemente, seu faturamento), mas também para estimular um aumento na eficiência dos processos.
Podemos dizer que o mundo só conheceu a globalização de fato depois que os europeus desbravaram os quatro oceanos e descobriram a América e a Oceania.
Afinal, só então que o globo, raiz da palavra globalização, foi inteiramente explorado.
O termo é usado, porém, para se referir ao aprofundamento do comércio e operações internacionais, principalmente a partir dos anos 1990, quando a informática começou a tomar conta das empresas e lares.
Hoje, o mundo está mais conectado que nunca, e as tecnologias ampliam cada vez mais as capacidades de produção e distribuição.
O que nos traz a um cenário de domínio dos mercados financeiros em escala global e redução das funções e papéis dos estados nacionais.
É um contexto que redefine as formas e métodos de competição no mercado mundial.
Ou seja, o universo do comércio e operações internacionais se expandiu e as empresas precisam de profissionais com bom conhecimento nessa área.
Aí que entram instituições de ensino superior em Administração que oferecem cursos que capacitam os alunos a atuarem no mercado internacional.
O profissional formado em Comércio Exterior é capacitado para atuar em operações comerciais com empresas e governos de outros países.
É uma área que exige constante atualização.
O profissional deve se manter informado sobre tendências de costume e acontecimentos econômicos e políticos internacionais.
Quem é graduado nessa área pode atuar em empresas importadoras ou exportadoras, instituições financeiras, consultorias, agências governamentais, operadoras de câmbio e empresas de logística.
Na Fundação Instituto de Administração (FIA), uma das instituições mais bem avaliadas em rankings nacionais e internacionais de educação, você encontra opções de cursos nessa linha.
Veja alguns deles:
Depois do término da brutal Segunda Guerra Mundial, em 1945, o planeta se organizou para fomentar a paz e a colaboração entre os países.
Um dos resultados foi a criação da ONU, a Organização das Nações Unidas.
Outro foi o Acordo Geral de Tarifas e Comércio, firmado em 1947 para impulsionar o livre comércio entre os países do globo.
Conhecido pela sigla GATT (do inglês General Agreement on Tariffs and Trade), o acordo permaneceu vigente até 1994, quando foi criada a Organização Mundial do Comércio (OMC) e estabelecido um novo Sistema Multilateral de Comércio (SMC).
É um sistema elaborado em âmbito internacional para regular as trocas de bens e serviços entre diferentes países.
É função da OMC supervisionar a implementação e cumprimento das regras sobre comércio e operações internacionais contidas no Sistema Multilateral de Comércio.
Os próprios termos são autoexplicativos: é chamado de comércio interno o conjunto de transações que ocorrem entre empresas e consumidores de um mesmo país, ao passo que comércio externo é o que temos falado até aqui: operações internacionais.
Só que está enganado quem pensa que, para atuar na área de comércio e operações internacionais, seja qual for a organização, não é preciso saber nada sobre o mercado interno.
Pelo contrário.
Conforme explicamos antes, cada país tem abundâncias e carências em determinados tipos de produtos e serviços.
Um empresário pode identificar, por exemplo, que a produção interna em determinado produto não consegue atender completamente à demanda do público consumidor e, a partir daí, firmar uma parceria de importação com um fornecedor externo.
E para exportar?
Claro que o mais importante é ter um bom conhecimento sobre o país para o qual se está vendendo, mas olhar para a realidade brasileira também é essencial.
Se o mercado interno não é totalmente atendido em certo setor, pode ser que o passo mais inteligente e seguro é, antes de internacionalizar a empresa, dedicar-se a conquistar uma fatia maior do mercado interno.
É claro que essa não é uma regra.
Há vários exemplos de empresas que não se destacam no Brasil, mas conseguem executar uma estratégia bem-sucedida de internacionalização, vendendo um bom volume para o exterior.
Existem as regras internacionais da OMC, que todos os países devem cumprir, sob pena de sofrer sanções internacionais.
Mas há também parcerias específicas entre alguns países que têm um interesse mútuo ou se encontram na mesma região do planeta.
São os chamados blocos econômicos, associações que países formam com o objetivo de fortalecer suas relações comerciais, visando o crescimento econômico.
Os blocos podem ser dos seguintes tipos (em ordem de intensidade das relações): área de livre comércio, união aduaneira, mercado comum ou união econômica e monetária.
Os países que compõe um bloco firmam acordos que possibilitam condições especiais para o comércio e operações internacionais entre si.
A seguir, veja quais são os principais blocos econômicos que impactam o comércio e operações internacionais no mundo.
Há ainda grupos como a Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, um fórum composto por 21 países que tem o objetivo de se tornar uma área de livre-comércio.
Quanto aos BRICS, grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, não é considerado um bloco econômico, pois não possui um estatuto ou registro formal.
Em um país como o Brasil, que, como já falamos aqui, tem uma produção limitada de bens com valor agregado, a importação é uma grande oportunidade de negócio.
Uma companhia que conta com profissionais hábeis na logística e negociação é capaz de importar em condições favoráveis produtos com boa demanda no país.
Outra opção para explorar a demanda por produtos com valor agregado não envolve o comércio e operações internacionais.
Estamos falando em investir em tecnologia, inovação e mão de obra qualificada para desenvolver uma produção própria.
É um caminho bem mais trabalhoso.
Com bom planejamento e gestão responsável, porém, ele é capaz de gerar lucros excelentes.
Quem deseja ingressar na área do comércio e operações internacionais precisa se preparar para muito estudo e dedicação.
Além das normas e regras internacionais que regulam as transações entre países, é preciso conhecer bem as leis do lugar onde se encontram os parceiros comerciais.
E também a sua cultura, é claro.
Porque, para uma parceria ser frutífera, sempre é necessário manter um bom relacionamento com o outro. E ter muito tato na negociação.
Também vale lembrar que o profissional do comércio e operações internacionais não pode jamais se acomodar.
As condições socioeconômicas internas e externas estão sujeitas a mudanças, bem como às normas internacionais a serem seguidas.
Para quem gosta de desafios e do aprendizado constante, portanto, é uma área excelente para trabalhar.
Você também enxerga o comércio e operações internacionais como um nicho promissor no mercado de trabalho atual?
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