Se você ainda não vê o Value-Based Management como um farol estratégico para a sua empresa, vale lembrar uma história que vai dar sentido a esse entendimento.
No clássico livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, ocorre um diálogo emblemático entre Alice e o Gato de Cheshire.
Perdida, Alice pergunta ao gato qual caminho deveria seguir e o Gato responde: “Isso depende muito de para onde você quer ir”.
Alice, sem saber o seu destino, admite: “Eu não sei bem para onde quero ir”.
Ao que o Gato responde: “Então, não importa qual caminho você tome”.
Se a sua empresa está como Alice, sem uma noção clara do destino a tomar e qualquer caminho parece aceitável, provavelmente ela está desperdiçando tempo, recursos e oportunidades relevantes.
Em última análise, está destruindo valor.
“Se você não sabe para onde vai, todos os caminhos o levarão a lugar nenhum” também é uma frase que destaca a importância de termos uma direção clara a seguir.
Essa frase é de Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial.
Em um ambiente competitivo e extremamente volátil, empresas sem metas e diretrizes claras correm o risco de se perder em meio a decisões desconexas e mal planejadas.
Nesse contexto, o Value-Based Management (VBM), ou Gestão Baseada em Valor, surge como uma ferramenta crucial para CEOs, CFOs e líderes empresariais que desejam garantir que suas organizações sigam um rumo claro e orientado ao sucesso.
O VBM oferece um mapa pelo qual todas as decisões e ações são guiadas pela filosofia de criação de valor econômico.
Ao estabelecer o valor como meta principal, as empresas conseguem alinhar suas operações diárias e seus grandes movimentos estratégicos com o objetivo de maximizar o retorno para os acionistas e para todos os seus stakeholders.
É o que vamos falar neste texto, que traz os seguintes tópicos:
● O que é o Value-Based Management (VBM)?
● A importância do VBM para a alta gestão de empresas
● VBM e FP&A no planejamento financeiro
● Inteligência artificial como aliada do Value-Based Management.
Continue lendo até o final para entender como usar o Value-Based Management na empresa.
O Value-Based Management é uma filosofia de gestão cujo foco principal é a criação de valor econômico de longo prazo.
Ao contrário de se concentrar em metas de curto prazo, como crescimento de receita ou market share, ou em indicadores limitados e isolados, como margem de lucro, o VBM coloca o valor econômico no centro das decisões.
Para que isso ocorra de forma efetiva, é preciso entender como esses indicadores, em conjunto e não individualmente, impactam o valor de uma empresa.
Começamos, então, a enxergar esses indicadores como value drivers (ou direcionadores de valor).
Por exemplo, uma determinada empresa poderia decidir adotar uma política de crédito agressiva, aumentando significativamente seu prazo médio de recebimento de clientes.
Com mais prazo para pagar, seus clientes podem decidir comprar mais, aumentando a receita e o market share da empresa.
Porém, aumentar a conta de clientes é um investimento e, como tal, reduz o fluxo de caixa presente.
● VBM e FP&A no planejamento financeiro
● Inteligência artificial como aliada do Value-Based Management.
Continue lendo até o final para entender como usar o Value-Based Management na empresa.
Uma das principais vantagens do VBM é a capacidade de alinhar a estratégia corporativa com a criação de valor.
Empresas que não têm um foco claro sobre o que constitui o seu valor, frequentemente se desviam para projetos ou iniciativas que não contribuem para o objetivo final de criar valor econômico sustentável.
Ao adotar o VBM, a alta gestão consegue alinhar todas as áreas da empresa, desde operações até investimentos estratégicos, com o objetivo de criar valor.
Imagine uma situação em que um CFO tem que decidir sobre um grande investimento de capital.
Em vez de focar exclusivamente em métricas de lucro bruto ou expansão de market share, o VBM permite que essa decisão seja tomada com base no retorno econômico ajustado ao risco.
Da mesma forma, um CEO que utiliza o VBM ao formular estratégias de longo prazo está menos preocupado com metas de crescimento a qualquer custo e mais focado em como cada iniciativa vai gerar valor no longo prazo.
Além do alinhamento estratégico, o VBM é uma ferramenta poderosa para auxiliar os líderes na tomada de decisões.
CEOs e CFOs enfrentam diariamente decisões complexas, como aquisições, desinvestimentos, expansões ou reestruturações.
Sem uma orientação clara, essas decisões podem ser tomadas com base em fatores de curto prazo, o que, em última análise, pode comprometer o valor da empresa.
O VBM oferece uma abordagem focada na criação de valor, guiando os gestores a tomarem decisões que aumentem o valor econômico da empresa.
Por exemplo, ao considerar uma aquisição, a empresa pode se perguntar: “Essa transação realmente vai aumentar o valor das empresas de forma consolidada?”.
Se a resposta for negativa, é um sinal de que essa pode não ser a melhor escolha, independentemente da pressão externa para realizar grandes movimentos no mercado.
O Value-Based Management, embora tenha um caráter estratégico e de longo prazo, não é apenas uma filosofia para a alta gestão.
Ele também tem implicações práticas e profundas no trabalho tático e operacional da equipe de Financial Planning & Analysis (FP&A), que é responsável pelo planejamento financeiro, orçamentos e previsões da empresa.
Integrar o VBM ao FP&A pode transformar a maneira como a empresa toma decisões financeiras e gerencia recursos no curto e médio prazos.
Tradicionalmente, o planejamento financeiro foca em projeções de curto prazo, como crescimento de receita e controle de custos.
No entanto, ao incorporar o VBM, o foco muda da gestão de resultados financeiros imediatos para a criação de valor econômico de longo prazo.
Ao adotar o VBM, a equipe de FP&A avalia não apenas a rentabilidade, mas também o impacto de cada decisão financeira na geração de valor.
Isso significa que, ao planejar novos investimentos ou expansões, o foco principal está no retorno econômico ajustado ao risco e na maximização do valor a longo prazo, em vez de metas financeiras superficiais.
Um dos maiores benefícios do VBM é sua capacidade de transformar a cultura organizacional.
Ao colocar a criação de valor como prioridade central da empresa, o VBM ajuda a criar uma mentalidade orientada ao longo prazo.
Isso é bom para todos: acionistas, gestores e outros stakeholders como empregados, governo, clientes, fornecedores e a sociedade em geral.
E é especialmente valioso para a equipe de FP&A, que precisa garantir que todas as projeções, análises financeiras e controles estejam alinhados com os objetivos de valor da empresa.
À medida que o ambiente corporativo se torna mais dinâmico e competitivo, cresce também a dificuldade dos gestores em assimilar e interpretar todos os dados e informações relevantes para seus negócios.
A racionalidade limitada dos seres humanos não permite processar e analisar grandes volumes de dados, ao mesmo tempo em que tomar decisões rápidas e precisas se torna essencial para a criação de valor sustentável.
Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) emerge como uma ferramenta poderosa para transformar a Gestão Baseada em Valor (VBM), oferecendo novas formas de otimizar decisões estratégicas e operacionais.
Vamos ver como isso acontece?
A IA tem a capacidade de analisar grandes quantidades de dados financeiros e operacionais para identificar padrões e prever resultados futuros.
Modelos de machine learning podem ser aplicados para simular o impacto de diferentes cenários estratégicos, como mudanças em preços de mercado, novos investimentos ou alterações na cadeia de suprimentos.
Essas análises preditivas permitem que CEOs e CFOs tomem decisões informadas com base em projeções mais precisas, sempre considerando o impacto no valor econômico da empresa.
Por exemplo, ao avaliar um possível investimento na construção de uma nova planta industrial, a IA pode simular como essa decisão afetaria o fluxo de caixa da empresa e o seu valor.
Ao fornecer essas previsões, a IA garante que as decisões estratégicas sejam guiadas por dados e não por intuições ou tendências de mercado de curto prazo.
A IA é particularmente útil para identificar e gerenciar riscos.
Ao analisar dados históricos e em tempo real, algoritmos de deep learning podem detectar potenciais riscos financeiros, como flutuações de mercado, variações nos custos de insumos ou impactos regulatórios, antes que eles ocorram.
Isso permite que os gestores ajam de forma proativa para mitigar esses riscos, protegendo o valor econômico da empresa.
Além disso, a IA pode conduzir análises de sensibilidade, simulando como diferentes variáveis macroeconômicas – como taxas de juros, mudanças fiscais ou oscilações no câmbio – impactam o desempenho financeiro da empresa.
Essa capacidade de antecipar cenários ajuda as empresas a tomarem decisões estratégicas mais robustas e a se prepararem para incertezas futuras.
Outra grande vantagem da IA no contexto do VBM é a capacidade de otimizar a alocação de capital.
Ao integrar dados financeiros, operacionais e de mercado, a IA pode sugerir investimentos com maior potencial de retorno e quais áreas da empresa podem estar consumindo mais recursos do que gerando valor.
Por meio de algoritmos de otimização, as empresas podem identificar projetos ou unidades de negócios que estejam alinhados com a criação de valor de longo prazo.
Isso garante que os recursos da empresa sejam direcionados para iniciativas que realmente contribuam para o aumento do fluxo de caixa, maximizando o retorno sobre o capital investido.
Além das decisões de investimento, a IA também pode auxiliar na estimação da estrutura de capital ótima.
Isto é, na escolha da melhor combinação de capital próprio e de terceiros que maximize o valor da empresa.
A IA também pode impulsionar a inovação, ajudando as empresas a identificar novas oportunidades de mercado e a desenvolver produtos e serviços que melhor atendam às demandas dos clientes.
Ao combinar dados de clientes, concorrência e tendências de mercado, a IA consegue prever o sucesso de novas iniciativas e sugerir ajustes que aumentem as chances de sucesso, sempre com o objetivo de criar valor de longo prazo.
Empresas que adotam IA em suas estratégias de crescimento tendem a ser mais ágeis e inovadoras, uma vez que conseguem identificar oportunidades de forma mais rápida e precisa.
Isso se traduz em um crescimento sustentável, um dos principais objetivos do VBM.
O Value-Based Management (VBM) é uma ferramenta poderosa, que oferece clareza estratégica e foco para CEOs, CFOs e suas equipes.
Ao colocar a criação de valor no centro de todas as decisões, o VBM garante que as empresas não apenas alcancem seus objetivos financeiros, mas que também se tornem organizações mais resilientes, focadas e sustentáveis no longo prazo.
Liderar uma empresa sem uma direção clara pode ser arriscado, como nos alerta o Gato de Cheshire em Alice no País das Maravilhas.
Ao adotar o VBM, as empresas ganham mais do que uma simples filosofia de gestão – elas ganham um norte para todas as suas operações e decisões, garantindo que cada passo seja um passo em direção à criação de valor.
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