Se você tem curiosidade sobre como as informações são processadas em seu cérebro, precisa saber mais sobre neurolinguística.
Ouvimos, pensamos, interpretamos, contextualizamos e respondemos em um nível de elaboração muitas vezes avançado. E tudo em apenas alguns segundos.
É algo tão natural em nosso dia a dia que nem paramos para refletir o quão espantoso é esse processo.
Por trás de tudo isso, existe um vasto campo científico que tem se proposto a estudar aspectos neurais, de linguagem, cognitivos e psicológicos, entre outros, o qual é denominado de neurolinguística.
Contudo, não foi exatamente nesse sentido que o termo conseguiu alçar voos tão altos nos últimos anos.
A ascensão da chamada PNL, ou Programação Neurolinguística, dentro do universo de autodesenvolvimento e motivação, é que tem despertado maior atenção para o termo, principalmente nos meios digitais.
Em uma busca rápida da palavra “neurolinguística” no Google, retornam quase 2 milhões de resultados em apenas meio segundo. Quase a totalidade do conteúdo é relacionado à PNL.
Não é à toa que coaches, profissionais de Recursos Humanos e psicoterapeutas têm trabalhado as técnicas de PNL cada dia mais dentro de seus escopos profissionais.
Em tempos de busca por alta performance e ao mesmo tempo por propósito na vida pessoal e profissional, o uso de ferramentas e abordagens que auxiliem a quebrar barreiras e modelos mentais internos das pessoas estão em evidência.
Por isso, muito tem sido escrito e debatido sobre o assunto.
Quer aprender mais sobre o assunto e diferenciar neurolinguística, coaching e PNL?
Então, veja os tópicos que iremos abordar e acompanhe até o final:
Boa leitura!
Ao consultar o termo no dicionário, a definição de neurolinguística é a seguinte: “Estudo linguístico das perturbações da fala; estudos neurológicos dos usos e distúrbios da fala e da linguagem”.
Essa definição está muito associada ao chamado estudos da afasia, ou seja, carência linguística após alguma lesão cerebral, como um derrame, tumor, encefalite, entre outras.
Esse campo de pesquisa começou a ser explorado no século 19, pelo alemão Karl Wernicke e o francês Paul Broca.
Por muito tempo, essa definição foi a que melhor descreveu como a ciência era aplicada no dia a dia.
Ao longo dos anos, a neurolinguística evoluiu, se associou a outros campos de pesquisa e hoje é tida como uma das ciências mais amplas e interdisciplinares.
De forma simples, pode ser enunciada como a ciência que explora a forma como o cérebro compreende e produz linguagem e comunicação, de todos os tipos e formatos.
Ela passou a abranger linguística, neuroanatomia, neurofisiologia, filosofia, psicologia, psiquiatria, patologias da fala e ciências da computação.
Mais recentemente, incluiu a neurobiologia, antropologia, química, ciência cognitiva e inteligência artificial.
O uso de equipamentos modernos de imagem cerebral tem ajudado bastante a promover a evolução e a ampliação de escopo da neurolinguística, permitindo conhecer e organizar as funções do cérebro e todos os tipos de linguagem.
As imagens cerebrais obtidas nos equipamentos de imagem permitem analisar como o cérebro usa sua energia enquanto faz o processamento das atividades relacionadas à linguagem, seja ela falada, escrita ou assinalada.
Um dos meios tradicionalmente utilizados é o EEG (exame de eletroencefalograma), no qual as ondas cerebrais são monitoradas.
Ao longo do tempo alguns padrões foram sendo observados. Como, por exemplo, quando alguém fala uma coisa diferente do esperado e o cérebro toma um susto.
A onda gerada nessa situação é chamada de N400, também conhecida como a assinatura elétrica da congruência semântica.
É possível monitorar o cérebro também com outros tipos tecnologias, como a PET (tomografia de emissão de pósitrons) e a MRI (ressonância magnética funcional).
Esses exame resulta naquelas fotos que vemos do cérebro com diversas cores.
Com o avanço da tecnologia, cada vez mais será preciso investir nesses métodos, possibilitando novas associações e descobertas.
A agenda de aplicações da neurolinguística se expandiu nos últimos anos.
Hoje, alguns tópicos nos quais tem sido aplicada, além da afasia, são:
Como é possível perceber, os temas tratados são muito pertinentes, principalmente aqueles ligados à saúde e bem-estar dos idosos.
A Programação Neurolinguística (PNL) é uma abordagem de comunicação, psicoterapia e autodesenvolvimento que afirma que existe uma conexão entre a parte neurológica e todos os tipos de linguagem com os padrões comportamentais.
Eles seriam a programação que o cérebro recebeu através de estímulos dos cinco sentidos, produzindo modelos comportamentais, emocionais e de comunicação inconscientes em nosso dia a dia.
Por isso, ao utilizar as técnicas de PNL, espera-se que seja possível alcançar mudanças comportamentais que são um incômodo na vida pessoal e profissional de muitas pessoas.
Com essas promessas e resultados tão contundentes, a PNL tem conseguido um público cada vez mais cativo que busca superar traumas, depressões, medo de falar em público, entre outras barreiras.
Na década de 70, Richard Bandler, estudante de psicologia e John Grinder, professor de linguística, da Universidade de Santa Cruz, na Califórnia, iniciaram os estudos sobre PNL.
Tudo começou com um grupo de estudos de terapia que Bandler criou voltada a Gestalt-Terapie. O professor responsável alocado para o grupo foi Grinder.
Conforme os trabalhos avançaram, Grinder percebeu que havia padrões linguísticos na terapia que geravam mudança de comportamento.
E, assim, ambos passaram a trabalhar no que foi chamado de modelagem de excelência humana, ou seja, a repetição de uma série de comportamentos que poderiam resultar em outros comportamentos mais positivos.
Para chegar a esses comportamentos, passaram a estudar diversos terapeutas, como Fritz Perls, Virginia Satir e o pensador Gregory Bateson.
Por isso, os dois são considerados os pais da Programação Neurolinguística.
Mais tarde, a PNL se popularizou com Tony Robbins.
O coach, escritor e palestrante americano obteve um sucesso exponencial com seus treinamentos relacionados à Programação Neurolinguística.
Seus livros e palestras impactaram milhões de pessoas nos Estados Unidos.
Robbins, ao longo de sua carreira, treinou desde Nelson Mandela até a princesa Diana e Bill Clinton.
Seu primeiro livro, Poder sem Limites, foi lançado em meados da década de 80 e ainda hoje consta na lista dos 15 livros mais vendidos na Amazon na categoria de Transformação Pessoal.
A seguir, veja uma relação de técnicas de neurolinguística e detalhes sobre as suas aplicações na promoção de mudanças comportamentais.
Como o próprio nome sugere, a ideia é que a pessoa se apoie em uma imagem positiva para restabelecer seus sentimentos e emoções.
Toda vez que acontecer alguma situação que a desestabilize, então, a pessoa deve recorrer a essa imagem.
De acordo com a PNL, isso a fará retomar seu eixo e ter um bom desempenho em situações que exigem esforço.
É uma forma de comunicação indireta, considerada no nível inconsciente.
Ao se identificar, o ouvinte ou leitor irá replicar a história de forma implícita, sem perceber, trabalhando sua mudança de crenças e comportamento.
É uma ferramenta para condicionar sua mente em relação a mudanças que virão no futuro. Ou seja, liga o estado presente ao estado desejável.
Nessa técnica, a pessoa é conduzida a fazer uma visualização, vivenciando suas emoções progressivamente, até chegar a um estado de empoderamento e motivação que a coloque em direção ao seu objetivo.
Quando uma situação der errado, ao invés ter a postura de vítima, a pessoa deve procurar o lado bom da experiência e dar mais atenção a isso.
A ressignificação parte do pressuposto de que todas pessoas têm escolhas e são capazes de mudar o significado de qualquer evento.
Para isso, basta encarar o ocorrido de forma mais positiva, se autodesenvolvendo.
É um redirecionamento de pensamento.
Ao pensar sobre algo indesejado, esse pensamento ou a reação é imediatamente substituída por outra.
A técnica é considerada uma ferramenta valiosa para controlar as reações das pessoas em situações de estresse, principalmente.
Fogging, em inglês, se refere à névoa, ao clima enevoado.
E essa técnica consiste em, literalmente, esfumaçar uma situação de potencial conflito.
Se alguém, por exemplo, lhe disse: “Foi ridículo o que você falou na reunião, onde você está com a cabeça?”. A resposta ideal seria: “Sim, foi uma maneira ridícula mesmo”.
A ideia é que o “sim” logo no início quebra a sequência explosiva da pessoa que esperava um conflito.
E isso reduz a tensão do momento, permitindo que os envolvidos contornem a situação.
Rapport é uma das técnicas de PNL muito utilizada por profissionais da área de vendas.
O termo tem origem na língua francesa – rapporter significa trazer de volta.
Dentro da psicologia é uma ferramenta usada para criar empatia, uma ligação com seu interlocutor.
Segundo Tony Robbins, é a “capacidade de entrar no mundo de alguém, fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. É a capacidade de ir totalmente do seu mapa mundo para o mapa mundo dele. É a essência da comunicação”.
Os principais elementos do rapport são:
Parece até brincadeira de criança, mas a técnica em si consiste em espelhar o comportamento do interlocutor, sempre com muita habilidade e sutileza.
Nesse sentido, valem os movimentos corporais, o tom de voz, a ênfase das palavras e conjunto de palavras usadas, além das expressões faciais.
Tudo isso deve ser estudado ao longo da conversa e aplicado na sequência.
O rapport é também comparado com uma dança, na qual primeiro você começa acompanhando o ritmo de seu par, para depois fazer a condução.
Dessa forma, ao usar essa técnica, a ideia é conseguir estabelecer confiança de forma natural e quase que imediata.
No coaching, o foco do processo é o futuro.
O trabalho do coach (profissional que conduz a sessão) é fazer com que o coachee (seu cliente) acesse seus recursos internos e externos para poder alcançar um determinado resultado ou uma meta.
A PNL, por sua vez, tem foco em promover mudanças comportamentais e, para isso, suas técnicas são muitas vezes utilizadas em processos de coaching.
Existe inclusive uma gama de cursos de PNL voltado para coaches.
Ou seja, as técnicas de PNL acabam dando mais recursos para o coachee, seja no auxílio a uma mudança de hábito ou comportamento, seja em um momento de tensão para lidar com uma situação.
Por isso, muitos coaches se aprofundam em PNL para obter melhores resultados em suas sessões.
Para saber mais sobre o tema, veja mais importantes fontes de informação:
Além dessas obras, vale citar todos os livros de Tony Robbins, que são facilmente encontrados em livrarias online e site dedicados à PNL.
Especificamente sobre a neurolinguística, os textos produzidos são mais acadêmicos. Uma das autoras mais citadas na área aqui no Brasil é a Edwiges Maria Morato.
Por fim, grande parte dos autores citados no artigo, inclusive os próprios fundadores de PNL, ministram cursos e palestras de PNL em diversos lugares do mundo, sendo essa uma excelente fonte de informação e inspiração.
Conforme acompanhamos ao longo do artigo, os campos da neurolinguística e do PNL acabam por se cruzar em algumas situações, mas tem suas diferenças.
A neurolinguística atua para entender as relações da fala e cérebro e mecanismos de interpretação.
Enfim, é uma ciência que tende a ser bastante disruptiva e colaborar positivamente para descobertas envolvendo a saúde das pessoas.
O PNL por sua vez, é essencialmente voltado para autodesenvolvimento. Suas técnicas são consideradas simples, de fácil memorização e aplicação.
Ao aplicar e mudar de hábitos ou comportamento, os benefícios ficam evidentes não só para a pessoa, mas para os que a cercam.
Por isso, a PNL se consolidou no mercado, ampliando a cada dia seu leque de atuação.
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