Você talvez já tenha ouvido falar sobre brainstorm, já que esse é um termo bastante usual no ambiente corporativo.
Mas sabe do que se trata, de fato?
E mais: como pode ele ser um instrumento de apoio aos resultados que deseja?
Como deve saber, ideias criativas são sempre bem-vindas, seja qual for o contexto.
O brainstorm, nesse sentido, é uma das técnicas de estímulo, facilitando não apenas que soluções sejam apresentadas, como a organização dessas soluções.
No meio corporativo e empresarial, ele serve como recurso para alinhar times e propostas individuais ou de grupos.
Já no segmento acadêmico, é útil para se obter insights e filtrar ideias inconsistentes.
E no dia a dia, o brainstorm é sempre válido como forma de resolver problemas e, de maneira secundária, de estimular o trabalho em equipe.
São benefícios e aplicações que vamos ver em detalhes ao longo deste artigo.
E cabe esclarecer logo de cara que, embora seja comum a utilização do termo brainstorm, você também terá contato com a palavra brainstorming – ambas com origem na língua inglesa.
Brainstorm significa “chuva de ideias”. Já brainstorming, cujo significado é “debate”, se mostra adequado para nos referimos à técnica para organizar ideias e percepções.
Veja os tópicos que preparamos para a sua leitura:
Se o assunto interessa, acompanhe até o final!
Brainstorm é uma técnica que consiste em reunir duas ou mais pessoas com o objetivo de gerar novas ideias ou para debater sobre soluções.
Embora seja hoje um daqueles conceitos que parecem existir desde sempre, o brainstorm tem pai: o publicitário norte-americano Alex Faickney Osborn, na década de 40, foi quem se notabilizou pela sua criação.
Não chega a surpreender, já que, no meio publicitário, o que mais se discute são ideias.
No entanto, uma ideia pode ser muito boa na teoria, mas será que na prática ela teria o mesmo efeito?
Pois é para trazer respostas a essa e outras perguntas que se emprega essa técnica. Ou seja, o brainstorm não é apenas um meio para estimular a criação como é também uma forma de dar um sentido a ela.
Desde que Alex Osborn popularizou o método, ele vem sendo aperfeiçoado (em incontáveis brainstorms mundo afora), dando origem a diversos modelos.
Uma grande vantagem, aliás, é exatamente a sua grande adaptabilidade.
Um brainstorm não precisa seguir um único padrão. Na verdade, quanto mais possibilidades forem exploradas, melhor.
É isso que o torna tão útil em diferentes contextos.
Se não fosse tão maleável, a técnica, certamente, não seria tão popular e, por que não dizer, universal.
Para explicar a importância e objetivos de um brainstorm, vamos a um exemplo.
Imagine que você trabalha em uma agência de publicidade ou de marketing.
Então, um cliente pede que sua equipe crie uma campanha para lançar seu novo produto, um fixador para cabelos.
Como você deve saber, o que mais tem no mercado é marca de fixador capilar.
Todos eles, basicamente, fazem as mesmas promessas: fixação por mais tempo, efeito natural, aparência mais jovem, entre outras.
E agora, como vender bem esse novo produto, considerando que ele faz, na verdade, o mesmo que os outros?
Ou, ainda, como destacar as reais qualidades desse novo fixador, sendo ele um ilustre desconhecido?
Apenas essas duas simples questões já dariam margem a um valioso debate a respeito de um tema aparentemente muito simples.
O brainstorm, então, serve justamente para que esse debate não se perca, afinal, é nele que as ideias são apresentadas e as soluções propostas.
Vamos, então, avançar na nossa “campanha”.
O cliente diz que testes em laboratório comprovaram que o novo fixador de fato apresenta uma durabilidade em média 25% maior em relação às marcas concorrentes.
Opa, então agora o brainstorm tem um ponto de partida no qual poderá começar a se desenvolver.
Lembra a campanha de uma conhecida marca de sabonete, que dizia que ele era composto por um quarto de creme hidratante?
Pois o nosso novo fixador poderia seguir uma linha parecida, mudando apenas o efeito. Em vez de hidratação, entra a fixação.
As duas últimas frases já exemplificam um processo de brainstorm.
Logo, essa é uma técnica extremamente útil para dar asas à imaginação e, não menos importante, apontar uma direção ao voo dessas asas.
Organizar as ideias dentro da própria cabeça já é uma tarefa relativamente árdua. Imagine quando se trata de um grupo?
Sendo assim, realizar um brainstorm significa colocar ordem no caos, fazendo com que se extraia o máximo aproveitamento das capacidades individuais.
Essa é, portanto, uma técnica para ser utilizada coletivamente, embora haja quem defenda o brainstorm individual.
Um brainstorm também pode significar a “chuva de ideias” destacada anteriormente. É o que fazem equipes que começam a desenvolver soluções do zero.
Afinal, quando não se tem nem ideia do que fazer, é pelo brainstorm que podem começar a surgir as primeiras noções.
Outro significado para o brainstorm é ser uma ferramenta de aperfeiçoamento.
Não se engane: o que mais tem é ideia que parece boa, mas, se submetida a uma avaliação mais crítica, não demoram a aparecer problemas e falhas.
Sendo assim, o brainstorm é também, de certa forma, uma técnica que ajuda na prevenção de perdas.
É o que fazem, por exemplo, os profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho (SST), antes de começar uma jornada.
Nas empresas em que o setor de SST é estruturado, podem haver reuniões diárias, nas quais as pessoas são estimuladas a dar opiniões e feedbacks.
Com isso, é possível não só apresentar soluções para problemas já detectados como antecipar-se em caso de alguma falha passar batida.
A maleabilidade, como você já sabe, é talvez um dos principais aspectos positivos da técnica de brainstorm.
Dessa forma, ela é aplicável em todo tipo de ambiente de trabalho ou onde seja necessário encontrar soluções para problemas e questões comuns.
Em casa, por exemplo, um brainstorm pode ser muito útil para ajudar a definir o orçamento familiar.
O já citado exemplo da agência de publicidade pode ser perfeitamente transposto para contextos em que a criatividade tenha relevância e onde o trabalho seja coletivo.
Lembre-se de que um brainstorm se presta a diferentes finalidades, não sendo somente um meio para se ter novas ideias e concepções.
Supondo que a sua empresa está em uma fase difícil e apresentando queda no faturamento.
É um problema de solução aparentemente complicada, certo?
Afinal, como fazer para superar uma crise nos negócios, ainda mais quando as coisas pareciam caminhar bem?
Um brainstorm em equipe, nesse caso, pode ser extremamente válido para que novas soluções sejam apresentadas.
Nunca é demais lembrar também que duas cabeças sempre pensam melhor do que uma.
Claro que cabeças demais podem gerar confusão, contudo, geralmente, é pelo trabalho em equipe que aparecem os melhores resultados.
Por isso, o brainstorm pode e deve ser aplicado sempre que se fizer necessária uma solução que afete a mais de uma pessoa.
Em período eleitoral, os grandes canais televisivos costumam organizar debates entre os candidatos.
Esses debates podem ser considerados, de certa forma, como um grande brainstorm, no qual cada político apresenta ideias e soluções, recebendo o feedback dos seus adversários e do público.
Temos, então, um exemplo de tipo de brainstorm que pode ser replicado em qualquer contexto ou realidade. Afinal, debater é uma arte que o homem cultiva desde tempos imemoriais.
Mas existem outras formas de se organizar um brainstorm, algumas delas sem nem mesmo precisar da presença de pessoas.
Vamos conhecer rapidamente algumas delas?
O modelo clássico da técnica consiste em reunir pessoas para que seja apresentada uma ou mais soluções para um problema que pode ou não ser recorrente.
Nesse caso, vale seguir um roteiro para ajudar no encadeamento e organização das ideias apresentadas antes, durante e após o encontro.
Ele deve prever:
Aqui, a ideia é reunir todas as ideias de um grupo, que podem ser anotadas em papel ou mesmo enviadas eletronicamente para um mediador.
Essas ideias devem ser agrupadas por grau de compatibilidade, formando assim grupos nas quais serão agrupadas as ideias que sejam parecidas.
Isso facilita o processo de triagem, para que, no final, apenas a melhor ideia seja escolhida.
Nada impede um brainstorm de se tornar um jogo, no qual o vencedor será aquele que apresentar a melhor ideia.
Esse é o conceito da técnica de gamificação, amplamente usado no meio empresarial para simular cenários e a planejar negócios.
Outra técnica do meio empresarial adaptada é o modelo Canvas.
Ele consiste em um esquema gráfico, no qual o brainstorm é organizado em torno de metas, problemas enfrentados, soluções propostas, limitações, vantagens e resultados esperados.
Um brainstorm eficaz não precisa ser feito necessariamente em uma sala de reunião.
Pela internet, e com a ajuda de apps e ferramentas como o Skype, é possível fazer um encontro virtual com o mesmo aproveitamento.
Para isso, são também úteis soluções como o Trello, Slack, Google Drive e outras que venham a facilitar o intercâmbio de ideias.
Vale destacar o modelo de brainstorm proposto por ninguém menos que Alex Osborn.
De acordo com o célebre publicitário, existem três pressupostos básicos para que uma reunião de debate de ideias funcione bem.
Vamos a eles:
Não se pode esperar que surjam boas ideias quando não há garantias de que elas podem ser livremente manifestadas.
Por isso, um brainstorm deve ser isento de julgamentos e até as ideias aparentemente ruins devem ser registradas para serem tratadas posteriormente.
Outro pressuposto básico é o da quantidade.
Ou seja, quanto mais soluções são apresentadas, mais chances de se encontrar aquela que seja ideal.
Vimos isso no tópico em que enumeramos os tipos de brainstorm, lembra?
Na verdade, o brainstorm se destina não a encontrar apenas variações de uma ou poucas ideias.
Nesse caso, o que deve ser feito é agrupá-las por nível de afinidade e prosseguir na busca até que soluções novas sejam propostas.
Também não basta apenas reunir várias ideias, até porque um brainstorm serve essencialmente para apresentar soluções.
Essas soluções, por sua vez, são mais facilmente encontradas quando os envolvidos estão focados em seguir algumas regras elementares.
Vamos conhecê-las?
Um brainstorm começa quando se define uma meta em função de um problema a ser resolvido.
A segunda regra a ser observada diz respeito à seleção das pessoas que vão compor o brainstorm.
Aqui, temos dois aspectos que devem ser considerados:
Nas empresas com hierarquia mais vertical, a reunião de brainstorm pode ser menos produtiva, já que tende a prevalecer a palavra do superior na cadeia de comando.
Ainda assim, é possível fazer um debate proveitoso, desde que, naquele momento, todos se sintam confortáveis e à vontade para expor suas ideias e opiniões.
Sendo o fator tempo extremamente importante, é compreensível que, após o término de um brainstorm, as pessoas sintam que devem implementar a solução escolhida para já.
Muita calma nessa hora, afinal, o debate serve justamente para considerar diferentes soluções e alternativas para um ou mais problemas.
Quanto mais ponderada for a decisão, menos riscos de que ela seja ruim.
Tomando como ponto de partida os pressupostos e as regras de um bom brainstorming, é chegada a hora de colocar a mão na massa.
Para isso, siga estes passos:
Antes de dar o pontapé inicial, você pode convocar pessoas que acredite serem as mais capazes para estudar a situação previamente.
Assim, ganha-se tempo na hora do brainstorm propriamente dito.
E você ainda assegura que os retraídos ficarão mais à vontade para expor o que pensam.
Se tem algo que não combina com um brainstorm de qualidade é a superficialidade. Todo problema apresentado deve ser analisado minuciosamente, começando por entender seus aspectos mais abrangentes.
E isso pode envolver as seguintes questões:
Outra característica que não combina com brainstorm é falta de transparência.
As pessoas que participam gostam de saber o destino dado às suas ideias, mesmo que elas não tenham sido aproveitadas.
Por isso, após uma reunião, nunca deixe de divulgar as decisões que foram tomadas e, se possível, destaque o papel que cada um teve no processo.
Um brainstorm é uma tempestade de ideias, certo?
O foco é fazer “brotar” ideias e soluções, não importa de onde venham
Sendo assim, um brainstorm solitário não deixa de ser uma possibilidade, desde que haja estímulo suficiente para que ideias novas venham a aparecer.
Quer um exemplo?
Há pessoas que se sentem estimuladas quando leem uma boa história ou escutam música.
Já outras preferem o silêncio e a tranquilidade para fazer seus próprios brainstorms pessoais.
Ainda que, conceitualmente, um brainstorm seja um trabalho de grupo, nada impede que ele seja feito de forma individual.
Afinal, ele serve para fazer ideias “choverem”, concorda?
Essa precipitação de ideias, portanto, não tem que necessariamente partir de duas ou mais pessoas.
Desde que elas sejam variadas ou não sejam apenas versões de uma mesma solução, é totalmente válido estimular sua manifestação individual.
Quase pronto para aplicar o brainstorm na sua realidade?
Confira alguns exemplos práticos para você se inspirar.
Problema a resolver:
Possíveis ideias e soluções:
Problema a resolver:
Possíveis ideias e soluções:
Pelos exemplos descritos, você pode facilmente compreender que um brainstorm de verdade se baseia na proposição de um desafio e em apresentar possibilidades para superá-lo.
A partir disso, aplique os modelos, conceitos e regras que você conheceu aqui e, certamente, seus debates serão muito mais ricos e produtivos.
Não se esqueça, nesse caso, de que o clima organizacional é muito importante para que seus brainstorms sejam realmente eficazes.
Empresas que não estimulam o bom relacionamento entre seus colaboradores terão dificuldades porque um brainstorm é, em essência, um processo de comunicação.
Ficamos por aqui, na expectativa de que este artigo seja de grande utilidade para você ou para sua empresa.
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