A tecnologia no esporte evoluiu a ponto de não se imaginar mais um cenário de competições esportivas de alto nível sem a presença do componente tecnológico.
Atualmente, ela vem fazendo grande diferença para atletas, dirigentes, treinadores e profissionais da área técnica e preparação física.
Não por acaso, influencia também nos resultados obtidos em modalidades diversas.
Por isso, quem pretende ingressar nesse mercado deve saber como a tecnologia é utilizada no esporte.
Esse é um conhecimento quase obrigatório para atuar no segmento, em especial nas categorias de alto rendimento.
Quer entender melhor como funciona o uso da tecnologia nas práticas esportivas? É só ler este texto até o final.
Veja os tópicos abordados:
Continue lendo e saiba tudo sobre o uso de tecnologias nos esportes.
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A tecnologia no esporte é a aplicação direta ou indireta de avanços tecnológicos e inovações para melhorar o desempenho, o treinamento, a análise e a experiência dos atletas, treinadores e fãs.
Entre esses avanços, estão os sensores de movimento, wearables, sistemas de análise de vídeo, VAR, equipamentos esportivos avançados e muito mais.
São recursos que permitem a coleta de dados, aprimoramento do treinamento, análise aprofundada do desempenho, melhor arbitragem e uma experiência de espectador mais envolvente.
Ela desempenha um papel fundamental na evolução e no aprimoramento das atividades e estratégias no mundo esportivo, por meio de inovações em termos de software e hardware.
A seguir, vamos esclarecer quando surgiu a tecnologia no esporte – e você talvez se surpreenda por não ser um processo recente.
A tecnologia no esporte surgiu há décadas e foi motivada por uma combinação de fatores, incluindo avanços tecnológicos gerais e a busca por um melhor desempenho esportivo.
Não há um único evento ou indivíduo específico por trás desse processo, mas podemos destacar alguns momentos-chave, como faremos a seguir:
A tecnologia começou a ser aplicada no esporte com o desenvolvimento de equipamentos esportivos mais avançados, como sapatilhas com amortecimento e raquetes de tênis de alta tecnologia.
Isso se deveu em grande parte ao progresso geral na indústria manufatureira e de materiais.
Neste período, a forma como a tecnologia é utilizada no esporte mudou bastante.
O uso de sensores de movimento e câmeras de alta velocidade para análise do desempenho de atletas tornou-se mais comum.
Com isso, os profissionais passaram a fazer análises mais detalhadas dos movimentos, aprimorando as rotinas de treinamento.
O uso do Hawk-Eye no tênis e críquete marcou um dos maiores avanços na tecnologia esportiva.
Esse sistema de rastreamento de bola ajudou a aprimorar a precisão das decisões de arbitragem, indicando com facilidade e rapidez se uma bola duvidosa foi dentro ou fora.
Mais ou menos nessa linha, vale exaltar o feito do pesquisador brasileiro Claudio Silva, da Universidade de Nova Iorque.
Ele desenvolveu uma ferramenta de rastreamento de trajetória que passou a ser utilizada pela Major League Baseball (MLB) para análise de atletas e partidas.
Nos últimos anos, vem se tornando comum também o uso de dispositivos “wearables” (vestíveis), como smartwatches e outros sensores de desempenho, que fazem análises de dados em tempo real.
Outra evolução recente foi o despontar dos e-sports, categoria em que são realizadas competições de jogos eletrônicos, presencialmente ou em rede.
A relação entre esporte e tecnologia é inegável.
Será que o primeiro sobreviveria sem o segundo? Talvez não, considerando que o processo de melhoria é constante.
Chega um momento em que se faz necessário mudar práticas, corrigir erros e aprimorar processos, e a tecnologia pode trazer respostas confiáveis nesse sentido.
Dessa forma, a tecnologia no esporte é uma ferramenta que, nas últimas décadas, transformou-se em uma poderosa aliada, da qual nenhum atleta ou instituição pode abrir mão.
O uso da tecnologia nas práticas esportivas chegou a um nível sem precedentes, em alguns casos mudando até mesmo a maneira como alguns esportes são praticados.
Conheça na sequência alguns dos seus impactos.
A integração da tecnologia no esporte vem ajudando a aprimorar o desempenho dos atletas de diversas maneiras.
Uma delas é o acesso a dados em tempo real que auxiliam na otimização do treinamento.
Dispositivos como sensores vestíveis rastreiam métricas vitais, como frequência cardíaca, movimento e níveis de oxigênio, permitindo que os atletas ajustem seus regimes de treinamento para melhorar o desempenho.
Destaque também para as simulações e análises de vídeo, que são usadas para aprimorar técnicas e estratégias.
Em modalidades de alto rendimento, uma decisão errada por parte dos profissionais das comissões técnicas e lideranças pode colocar tudo a perder.
Para evitar isso, a tecnologia no esporte tem um papel fundamental na melhora do processo decisório, tanto para atletas quanto para treinadores, gestores, árbitros e auxiliares.
Análises estatísticas avançadas permitem que os treinadores identifiquem tendências, fraquezas do adversário e estratégias mais efetivas.
Podem ser usadas também as transmissões ao vivo e câmeras de alta velocidade, que permitem revisar jogadas instantaneamente, ajudando na correção de erros e no ajuste de estratégias durante a partida.
A influência da tecnologia no esporte chegou até a arbitragem das partidas, desempenhando um papel fundamental na redução de erros.
Os sistemas de revisão por vídeo, por exemplo, auxiliam os árbitros de futebol a tomar decisões, minimizando a chance de erro em jogadas difíceis, como a marcação de penalidades ou de impedimentos.
Além disso, os sensores e dispositivos de rastreamento podem ajudar a evitar lesões, detectando movimentos prejudiciais.
Nesse sentido, um projeto da Virginia Tech usa wearables para avaliar a probabilidade de um atleta sofrer uma segunda lesão no ligamento cruzado anterior.
Isso sem contar que a tecnologia vem sendo usada para monitorar o uso de substâncias proibidas, garantindo um jogo mais limpo.
Sem a tecnologia no esporte, o engajamento dos fãs, em especial na internet, provavelmente seria muito menor.
Afinal, é em plataformas como as redes sociais, aplicativos móveis e transmissões interativas que os fãs se conectam diretamente com seus times e atletas favoritos.
Cabe destacar nesse sentido a realidade virtual e a realidade aumentada, que proporcionam experiências imersivas, permitindo que os fãs participem de eventos esportivos virtual e interativamente.
No Real Madrid, por exemplo, há um ponto no tour pelo estádio Santiago Bernabéu que os fãs entram em um corredor em que escutam o som da torcida como se estivessem em um dia de decisão.
No Brasil, os clubes também tem seus museus tecnológicos, proporcionando um tour com a mesma proposta imersiva, na qual o torcedor “mergulha” na história do time, seus ídolos e conquistas.
A influência gerada pelo uso da tecnologia nas práticas esportivas se faz notar em praticamente todas as áreas.
A experiência do espectador é aprimorada com telas gigantes, replays em câmera lenta e realidade virtual com transmissão ao vivo nos locais das partidas e provas.
Outra influência notória é no desenvolvimento de materiais esportivos, como tênis e bolas com materiais avançados.
A análise de dados gera também insights valiosos para treinadores e atletas, permitindo ajustes na estratégia.
Sem falar da medicina esportiva, que usa tecnologias como ressonância magnética no diagnóstico e tratamento de lesões.
Os exemplos acima são apenas os mais facilmente identificáveis em um universo que não para de evoluir.
Tanto que o mercado de tecnologia esportiva foi avaliado em US$ 13,28 bilhões em 2022 e deve atingir US$ 56,57 bilhões até 2030, registrando um crescimento anual de 19,9% durante o período entre 2023-2030 (dados em inglês).
São números que animam bastante, se considerarmos que as tecnologias que vemos em aplicação hoje já trazem avanços admiráveis.
De qualquer forma, vale destacar que a tecnologia jamais substituirá a figura humana no processo.
Por mais tecnologia que se aplique, o que conta mesmo no final é o empenho, o talento e a dedicação dos atletas.
Veja na sequência algumas das tecnologias atuais que estão contribuindo para o avanço das práticas esportivas em geral.
A introdução do VAR no futebol é um avanço tecnológico que revolucionou o esporte em uma escala sem precedentes.
O Video Assistant Referee, ou seja, árbitro assistente de vídeo, é um equipamento que permite a revisão de decisões críticas, como lances duvidosos, gols e expulsões.
Isso garante maior precisão nas decisões de arbitragem, impactando diretamente nos resultados ao minimizar erros flagrantes e injustiças, garantindo que as partidas sejam decididas de forma mais justa.
A tecnologia no esporte dá aos árbitros a capacidade de tomar decisões que, de outra forma, eles não seriam capazes de fazer, reduzindo a incidência de falha humana ou decisões enviesadas.
Já os smartwatches e wearables são tecnologias nos esportes cuja finalidade principal é o monitoramento da performance em tempo real.
Com esses dispositivos, podem ser controladas métricas como frequência cardíaca, ritmo e distância percorrida.
Podem também fornecer orientações de treinamento personalizadas, para que os corredores possam ajustar seus esforços com base em dados reais, otimizando o treinamento e melhorando o desempenho.
De quebra, a tecnologia também gera insights sobre o progresso ao longo do tempo, incentivando os corredores a estabelecer metas e superá-las.
O Hawk-Eye (olho de falcão) é uma tecnologia de rastreamento de bolas usada em esportes como vôlei, tênis e críquete.
Ela capta a trajetória da bola, permitindo revisões de decisões.
A FIFA também introduziu essa tecnologia no futebol em partidas da Copa do Mundo de 2022.
E ela ajudou a anular gols ilegais em que não se sabia exatamente se a bola havia entrado.
São avanços que contribuem para resultados mais justos, à medida que lances duvidosos são analisados e corrigidos com base em evidências visuais.
O Hawk-Eye também melhora a experiência do espectador, tornando mais transparentes as decisões da arbitragem.
No golfe, quanto mais precisa e poderosa for a tacada, mais vantagem o jogador terá sobre o adversário.
Para isso servem os sensores de golfe, tecnologia no esporte que monitora o movimento e o impacto da tacada, dando feedback valioso aos golfistas sobre o seu swing (movimento dos braços).
Isso leva a resultados aprimorados, pois os golfistas podem identificar áreas para aprimoramento e ajustar sua técnica.
A tecnologia de trajes de natação de alto desempenho revolucionou o esporte aquático.
Lembra do FastSkin II, utilizado pelo nadador Michael Phelps e inspirado na textura da pele de tubarão para redução do atrito com a água?
Esses trajes de natação high-tech foram projetados para minimizar a resistência ao movimento, tornando o nado mais fluido.
Eles também proporcionam suporte muscular, aumentando a eficiência dos movimentos em geral.
Como resultado, recordes mundiais foram pulverizados, sendo essa mais uma evidência de como a tecnologia pode transformar o desempenho esportivo.
A mudança foi tanta que os trajes tecnológicos foram proibidos.
Esportes de inverno, como o esqui, se beneficiam dos sensores de movimento, que desempenham um papel fundamental ao capturar dados sobre o movimento dos atletas, incluindo ângulos e velocidades.
Essa tecnologia no esporte gera informações decisivas para otimizar a técnica, identificar áreas de melhoria e prevenir lesões.
Os sensores de movimento permitem ainda a análise do desempenho durante saltos e manobras, servindo como um parâmetro para avaliação da performance.
Os monitores de frequência cardíaca permitem que os atletas ajustem a intensidade do treinamento com base nos batimentos cardíacos.
Assim, eles podem otimizar a queima de calorias, melhorar a resistência cardiovascular e evitar o excesso de treinamento.
A tecnologia monitora o desempenho cardíaco em tempo real, permitindo que os atletas atinjam suas metas com mais segurança e assertividade, pois eles passam a saber onde estão e para onde vão.
Os dados coletados auxiliam também os treinadores na elaboração de programas de treinamento personalizados, maximizando o potencial de cada atleta.
As plataformas de análise de vídeo vêm auxiliando também no treinamento de equipes de basquete.
Elas permitem que os treinadores analisem o desempenho de suas equipes e jogadores, identifiquem tendências táticas e técnicas e tomem decisões a partir de dados.
Essa análise aprofundada melhora o desempenho porque os treinadores passam a destacar pontos fortes e áreas de melhoria com base nas gravações de jogos.
Relógios inteligentes e outros dispositivos portáteis desempenham um papel fundamental nos esportes de resistência.
Eles geram informações valiosas, como distância percorrida, ritmo cardíaco, calorias queimadas e até mesmo dados de GPS para rastrear a rota.
Assim, eles permitem que os atletas monitorem e otimizem seu desempenho de forma personalizada, podendo com isso ajustar parâmetros de treinamento, evitando lesões e melhorando o desempenho geral.
A tecnologia no esporte evoluiu a tal ponto que é possível monitorar dados que, há alguns anos, sequer seriam considerados para avaliar a performance.
Um exemplo disso são os sensores de pressão integrados nas bolas de tênis para a detecção de toques e impactos, tornando possível analisar a força e a técnica dos jogadores.
Além disso, os sensores garantem que as bolas estejam sempre infladas na pressão correta, dando ainda mais controle sobre os resultados, além de garantir partidas mais justas.
Provavelmente os tênis de corrida sejam a tecnologia mais “antiga” que se conhece no esporte, tanto amador quanto profissional.
Os que são equipados com tecnologia de amortecimento, por exemplo, são projetados para melhorar o conforto e o desempenho dos corredores.
Os corredores podem treinar com menos risco de lesões, melhorando por tabela a eficácia dos treinamentos.
A tecnologia de amortecimento também melhora a absorção de choque, aumentando o conforto durante corridas de longa distância.
Como era de se esperar, a tecnologia no esporte é particularmente notável em esportes que utilizam veículos.
É o caso das bicicletas em provas de ciclismo, que utilizam cada vez mais materiais avançados, geometrias de quadros otimizadas e componentes leves para produzir bicicletas mais aerodinâmicas e velozes.
Isso sem falar nas provas de automobilismo, que servem como um verdadeiro campo de prova para tecnologias que são posteriormente incorporadas pela indústria automotiva.
Nos próximos anos, esporte e tecnologia continuarão de mãos dadas, com uma integração crescente da realidade virtual e aumentada, vestíveis mais avançados para atletas e o aprimoramento da análise de dados.
O modo como a tecnologia é utilizada no esporte pode evoluir, é verdade.
Por outro lado, os avanços nem sempre se refletem em espetáculos de qualidade, principalmente no Brasil, em que a relação custo-benefício entre o que se assiste nos estádios, quadras e arenas e o que se paga ainda deixa a desejar em muitos casos.
Nesse sentido, cabe uma crítica construtiva à crescente gentrificação dos estádios de futebol, ou seja, o aumento da segregação causado pelos preços altos dos ingressos.
Portanto, a tecnologia no esporte é sempre bem-vinda, mas é preciso também pensar no fator mais importante, que é a presença do ser humano, dentro e no entorno das competições.
A tecnologia no esporte conduz a avanços em todos os sentidos, melhorando a experiência de quem pratica e de quem assiste.
Aliás, o mercado em torno dos esportes movimenta a economia, não apenas à volta dos clubes, instituições e atletas, como no varejo.
Você pode atuar nesse segmento e se destacar no mercado de trabalho, se buscar a melhor qualificação.
Isso você consegue no curso de extensão EAD da FIA Gestão de Negócios Esportivos, que prepara para atuar na indústria bilionária que mobiliza milhões de pessoas no Brasil e no mundo!
Referências:
https://www.saocarlos.usp.br/brasileiro-que-promoveu-revolucao-tecnologica-no-beisebol-revela-como-a-ciencia-de-dados-vai-transformar-outros-esportes/
https://seleritysas.wpcomstaging.com/2021/03/27/how-is-big-data-analytics-changing-sports/
https://www.databridgemarketresearch.com/reports/global-sports-technology-market
https://futeblog.com.br/o-que-e-var-futebol-e-a-introducao-da-tecnologia/
https://www.seudinheiro.com/2022/economia/copa-do-mundo-bola-tecnologia-rsgp/
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