O que você conhece sobre a realidade imersiva?
Gostemos ou não, é fato que tecnologias como essa, cada vez mais, farão parte do nosso dia a dia.
Com base nisso, você prefere resistir à tendência ou buscar entender como ela funciona e pensar em maneiras de aplicar a tecnologia na sua empresa para agregar valor ao cliente?
Se escolheu o segundo caminho e está aqui para isso, parabéns.
Mesmo que você seja dono ou trabalhe em um negócio sem matriz tecnológica, é sempre bom aprender sobre assuntos como esse, pois eles podem revelar muito sobre as mudanças no comportamento e nos hábitos de consumo das pessoas.
Neste artigo, você terá uma boa base introdutória sobre a realidade imersiva.
Leia até o fim para mudar o que pensa sobre as experiências de interação e imersão no universo virtual.
Aqui, falaremos sobre os seguintes tópicos:
Se tem interesse no assunto, siga a leitura!
Realidade imersiva é uma tecnologia a partir da qual é criado um ambiente virtual no qual os sentidos humanos são simulados, de modo que a interação entre o usuário e esse ambiente se aproxima de uma atividade no mundo “real”.
É por isso que se fala em realidade “imersiva”, pois parece que estamos imersos no ambiente virtual.
Quanto à outra metade do nome, há certa polêmica. Porque se fala em “realidade”, mas trata-se de um simulacro, um ambiente virtual e não real.
Por conta disso, o sócio e diretor da Arvore Immersive Experiences, Ricardo Laganaro, prefere chamar de narrativa imersiva, conforme contou em entrevista ao programa Mídia em Foco da TV Brasil.
Mas é fácil entender a origem do nome: é um derivado da realidade virtual, termo sobre o qual falaremos no tópico seguinte, que gera um debate quase filosófico, no qual questionamos o que pode ser considerado real.
Nomenclaturas à parte, a realidade imersiva simula as experiências sensoriais com imagens 3D, som detalhado e de qualidade e sensores que captam os movimentos da pessoa e os transmitem para o ambiente simulado.
A sensação de imersão é maior quando são usados wearables como óculos, capacetes, fones de ouvido e luvas.
Ao mesmo tempo que esses dispositivos vestíveis transportam o usuário para o ambiente virtual, o isolam dos elementos do mundo físico.
Para muitos, a realidade imersiva ainda está relacionada com o mercado de games, como promessa de uma febre, uma tendência que nunca se popularizou.
Mas a verdade é que as aplicações dessa tecnologia vão muito além dos jogos e entretenimento em geral – em muitas áreas, ela já é aplicada há algum tempo, com grande sucesso.
Ao longo do artigo, falaremos mais sobre essas aplicações e apresentaremos exemplos.
Na maioria das vezes que você ouvir falar em realidade virtual e realidade imersiva, o conteúdo estará falando dos mesmos conceitos.
Realidade virtual é o nome da tecnologia de interface entre o usuário humano e o ambiente virtual que busca recriar o máximo possível a sensação que se tem no mundo real.
Ou seja, é a mesma coisa que temos falado aqui.
Quando se fala especificamente em realidade imersiva, porém, geralmente trata-se de aplicações mais avançadas, em que a sensação de imersão é maior.
Alguns teóricos inclusive subdividem o conceito de realidade virtual em duas categorias.
Uma delas é a realidade virtual imersiva, na qual, conforme explicamos no tópico anterior, o usuário usa óculos, capacetes e outros dispositivos (ou, então, está em uma sala com projeção nas paredes) que o isolam dos elementos externos ao ambiente virtual.
Já na realidade virtual não imersiva, o usuário visualiza imagens tridimensionais em um monitor. Ele não se isola do mundo físico, mas apenas enxerga elementos na tela que parecem mais reais na comparação com imagens em 2D.
Essas simples imagens 3D, no entanto, já deixaram de ser novidade há bastante tempo, de modo que não surpreendem mais os usuários.
É raro, portanto, ouvir alguém se referir a esse tipo de recurso como realidade virtual.
E é por isso que podemos considerar realidade virtual e realidade imersiva sinônimos atualmente.
Se não há diferenças entre realidade virtual e realidade imersiva, o mesmo não se pode falar sobre o termo realidade aumentada, que se trata de uma tecnologia distinta.
Ela não busca um afastamento do mundo real e imersão no ambiente criado artificialmente, mas sim uma mistura entre os dois mundos.
Geralmente, essa mistura ocorre com programas que inserem elementos virtuais em um cenário real.
Uma das maneiras do usuário visualizar esses elementos é com um óculos de realidade aumentada.
Uma possível aplicação é se você está em um museu e observa uma obra de arte através dos óculos.
A obra de arte é real, está sendo observada tal e qual sua materialidade, mas os óculos podem inserir informações relevantes flutuando em torno dela, como o nome, artista, ano em que foi feita, técnica utilizada, etc.
Outra maneira de visualizar essas informações é por meio da tela do celular.
A câmera é ativada e filma o que é real, enquanto o programa acrescenta na imagem as informações relevantes.
A terceira possibilidade é com dispositivos que projetam imagens tridimensionais nos ambientes reais.
São os hologramas, que podem ser visualizados sem que o usuário esteja usando um celular ou óculos de realidade aumentada.
Em relação à realidade imersiva, não é preciso se isolar e perder a percepção dos elementos do mundo real.
Por conta dessa característica, em muitas das aplicações da realidade aumentada, os elementos virtuais não são protagonistas, mas sim complementos a objetos, ambientes e pessoas “de verdade”.
Um exemplo interessante é a funcionalidade de GPS.
Com um óculos de realidade aumentada, um motorista não precisa tirar os olhos da rua para consultar a tela do celular.
Em vez disso, os óculos destacam os caminhos a serem seguidos exatamente onde eles estão.
Mas há outros casos, como o game Pokémon Go, que virou febre.
O mapa do jogo é o mesmo mapa da cidade na qual o jogador está.
Para se movimentar e chegar até os personagens e locais importantes do game, portanto, ele precisa sair de casa e caminhar.
Enquanto na realidade aumentada basta usar as referências geográficas que já estão aí para posicionar os elementos virtuais, na realidade imersiva, o trabalho dos desenvolvedores é muito mais complexo.
Afinal, eles precisam criar um novo mundo.
Esses ambientes, que podem ser criados com múltiplos propósitos, e o conjunto de tecnologias envolvidas para a sua utilização, são chamados de sistemas imersivos.
Por exemplo, se as Forças Armadas de determinado país resolvem implementar um programa de treinamento que simula situações perigosas em um ambiente virtual, não basta apenas investir em wearables de realidade imersiva.
É preciso criar um sistema imersivo, que inclui os dispositivos usados, o ambiente virtual e o programa que lê os movimentos e ações do usuário e os transforma em interações com os cenários simulados.
Como já explicamos, a realidade virtual não imersiva utiliza apenas monitores, enquanto na imersiva, o usuário recorre a dispositivos que ajudam a simular a interação em uma realidade paralela.
Entre eles, estão os óculos e capacetes que proporcionam uma visão espacial ao usuário.
Seu campo de visão fica maior, não limitado ao que aparece em uma tela.
Em vez disso, o usuário consegue ter uma visão periférica também.
Sem contar que ele pode mover a atenção para outras áreas da mesma maneira que faz no mundo real: virando a cabeça para os lados, para cima e para baixo, e não com as setas de um teclado ou movimento do mouse.
Caso esses óculos e capacetes cubram os ouvidos do usuário, ajuda na experiência realista de imersão se eles reproduzirem sons 3D.
Com esse tipo de áudio, o usuário tem uma experiência sensorial bastante interessante, pois escuta os sons do sistema imersivo de uma maneira muito parecida com a realidade, com uma sensação precisa de distância, intensidade e direção.
Por fim, há dispositivos como as luvas eletrônicas. Equipada com sensores, elas são capazes de capturar os movimentos das mãos e dedos, para que sejam reproduzidos de maneira fiel dentro do sistema imersivo.
As luvas também podem gerar as sensações de tato e de força, captando as diferenças de intensidade nos movimentos executados pelo usuário.
Embora a realidade virtual imersiva seja muito vinculada ao universo dos games e entretenimento, há várias áreas em que ela pode ser aplicada.
Para quem quer aprender mais sobre a tecnologia para explorar oportunidades de aplicação no ambiente corporativo, vale a pena conhecer os exemplos de utilização da realidade imersiva que apresentamos a seguir.
Uma das possíveis aplicações da realidade virtual imersiva nas empresas é no treinamento de colaboradores.
O recurso pode ser utilizado para simular qualquer situação em que, por motivos diversos (logística, custos, periculosidade, etc.), é mais vantajoso ou recomendável experimentar no mundo virtual do que real.
Outra possibilidade é na criação de protótipos para simular a experiência de uso de um produto ou serviço que está sendo desenvolvido pela empresa.
É ótimo para companhias que usam metodologias como o design thinking ou simplesmente reconhecem a importância dos testes com protótipos para aperfeiçoar os projetos antes de lançá-los oficialmente.
Esses são apenas dois exemplos, mas as possibilidades de aplicação da realidade imersiva no mundo corporativo são ilimitadas, dependendo da criatividade do gestor.
Mas atenção para não esquecer que a tecnologia não deve ser utilizada apenas porque está disponível, e sim porque cumpre uma função, um propósito, porque torna determinado processo melhor.
Os simuladores de voo são, seguramente, a aplicação mais consolidada da realidade imersiva, pois já são usados há muito tempo no treinamento de pilotos de aeronaves.
Atualmente, qualquer pessoa que queira um dia pilotar um grande avião comercial começa a aprender os comandos em um simulador.
É uma cabine em que ele tem os mesmos controles que um avião de verdade, e que tem telas nas janelas que simulam um voo real.
A experiência é muito próxima daquela que o piloto terá ao levantar voo de fato.
Além de permitir horas e mais horas de treinamento sem precisar mobilizar todos os recursos necessários para voar com um avião real, é possível simular situações adversas, como fortes turbulências ou pousos de emergência.
Cenários nos quais, sem o simulador, o futuro piloto só aprenderia como reagir na teoria, jamais na prática.
Os jovens começam a ter contato com a internet e dispositivos como celular, tablet e computador cada vez mais cedo.
O mundo virtual apresenta tantos estímulos que fica muito difícil para os estudantes terem interesse no modelo de ensino antigo.
A realidade imersiva é uma das alternativas de recursos que podem ser utilizados para despertar a atenção dos jovens aos temas das matérias escolares.
Não é muito mais interessante aprender sobre o bioma da Amazônia, por exemplo, estando imerso em um ambiente que simula os sons e as imagens da floresta?
E não vale apenas para crianças e adolescentes. Adultos, universitários, profissionais em cursos de capacitação, enfim, qualquer um pode tornar a aprendizagem mais interessante com a realidade imersiva.
O alto preço que os dispositivos de realidade virtual custam hoje atrapalha a disseminação da tecnologia em instituições de ensino, mas esse é um fato que pode mudar.
A realidade imersiva pode transformar significativamente a experiência de compra no varejo online.
Empresas podem desenvolver lojas virtuais acessíveis por óculos de realidade virtual e testar os produtos nesse ambiente.
É claro que é muito custoso desenvolver programas que simulam com fidelidade a experiência de manuseio de produtos específicos.
Mas, em alguns casos, um grau de sofisticação moderado resolve, como a combinação de peças de roupa, por exemplo.
Esta é uma das áreas mais promissoras para a utilização da realidade imersiva.
Por exemplo, no treinamento de médicos, que podem repetir exaustivamente procedimentos de alto risco em um ambiente simulado.
Essa tecnologia pode ser combinada com a robótica, de modo que, ao executar o procedimento em um paciente, o médico utilizará os mesmos comandos virtuais, e máquinas com grande sensibilidade e precisão executam os movimentos.
Talvez ainda mais revolucionário é o uso da realidade imersiva no tratamento de diversos tipos de transtornos psicológicos, em especial no combate a fobias.
Os sistemas imersivos permitem que o paciente experimente determinada situação sem enfrentar a tensão que sentiria na vida real.
Alguns exemplos são os casos de pessoas que têm medo de viajar de avião ou de altura, cenários que podem ser simulados tranquilamente em ambientes virtuais.
Mas também é possível usar a tecnologia no tratamento de vícios, estresse, depressão, perda de peso e dores. Nesta reportagem do Nexo Jornal, você confere alguns exemplos.
É outra área em que o uso da realidade virtual já tem alguma tradição, com as maquetes 3D.
A tecnologia passa de não imersiva para imersiva, porém, quando o usuário pode visualizar essa maquete em tamanho real e até caminhar por ela.
É a experiência mais realista possível que se pode ter de um empreendimento imobiliário sem estar perto dele – ou antes de ele ter sido concluído.
Empresas que prestam serviços relacionados a viagens e turismo podem criar ambientes virtuais para atrair clientes a determinados destinos, hotéis, atrações, etc.
A tecnologia permite a criação de catálogos tridimensionais, nos quais o usuário pode ter um gostinho de como será a experiência da viagem.
É um recurso com muito mais apelo que fotos e vídeos normais.
Por isso, pode ser um diferencial importante para conquistar clientes e se posicionar como uma marca moderna.
O avanço da realidade virtual imersiva não significa que o mundo real está decadência, pois a tecnologia não está sendo desenvolvida para competir com os ambientes que simula, e sim para agregar.
A vida de verdade sempre estará do lado de fora, o que acontece é que alguns processos importantes podem ser facilitados pela experiência do simulacro.
Por exemplo, a tomada de decisão sobre a compra de um apartamento na planta e o treinamento de funcionários para situações de perigo em uma fábrica.
Para se certificar de que o apartamento atenderá às expectativas e reduzir os riscos de acidentes na indústria. Ou seja, para melhorar as vivências do mundo real.
Agora, cabe a você pensar em como aproveitar a realidade imersiva no seu negócio, seja para aperfeiçoar os processos administrativos, para agregar à experiência de compra ou para qualificar os produtos e serviços ofertados.
Seja qual for o motivo, não esqueça que, no fim, o objetivo sempre deve ser oferecer valor ao cliente.
É para atender melhor suas necessidades que a empresa busca a evolução.
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