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O que é inflação e por que ela impacta no seu bolso?

Saber o que é inflação é muito mais do que entender o significado desse indicador econômico, mas uma forma de se posicionar criticamente como cidadão.

Isso porque ela afeta a todos, principalmente devido à sua principal consequência: o aumento dos preços.

Uma economia inflacionada preocupa porque reduz o poder de compra, afetando ainda mais as camadas mais pobres da população.

É por isso que entender o significado de inflação é apenas o primeiro passo para chegar ao final do mês com uma conta bancária menos apertada.

Saiba neste artigo o que é inflação, suas causas, efeitos e de que forma você pode se proteger dela aplicando o seu dinheiro.

Veja os tópicos abordados:

  • O que é inflação?
  • O que causa a inflação?
  • Como é calculada a inflação?
  • Tipos de inflação mais recorrentes
  • Quais são as consequências da inflação?
  • Como está a inflação no Brasil atualmente?
  • Tabela IPCA com os dados da inflação
  • Quais medidas o governo pode tomar para reduzir a inflação?
  • Os principais índices de inflação no Brasil
  • O que é desinflação e deflação?
  • Como se proteger da inflação?

Avance na leitura, entenda o conceito de inflação e proteja seu dinheiro!

O que é inflação?

Inflação nada mais é do que a deterioração do valor do papel moeda associada ao aumento descontrolado dos preços de bens e serviços.

Quando a inflação é alta, significa que há dinheiro em excesso circulando, enquanto em um cenário de inflação controlada, os preços tendem a se manter estáveis.

Acredita-se que o conceito de inflação tenha surgido no século XIX, nos Estados Unidos, usado primeiramente para definir o processo de desvalorização da moeda.

Dito isso, será que você conhece as causas da inflação?

É o que veremos a seguir.

O que causa a inflação?

Como funciona a inflação na economia

A inflação na economia tem efeitos prejudiciais quando apresenta altas taxas.

Por outro lado, para entender o que é inflação, é preciso considerá-la como uma característica da economia de mercado.

Ela não é propriamente uma vilã, sendo até benéfica sob certos aspectos.

Você vai entender isso melhor sabendo como funciona a inflação e as suas principais causas.

Aumento de lucros privados

Um bom ponto de partida para compreender o que é inflação é analisando uma das causas mais comuns de aumentos nos preços: a oligopolização ou monopolização de uma atividade econômica.

Quando isso acontece, uma empresa ou um grupo reduzido passa a controlar setores inteiros da economia.

Sem concorrentes, os preços são reajustados ao gosto do grupo econômico que detém o poder no monopólio/oligopólio, que normalmente fazem isso cobrando muito mais caro.

Descompasso entre oferta e procura

Outra maneira de entender como funciona a inflação é evocando a famosa lei da oferta e demanda.

Nesse caso, ela pode ser causada pela oferta excessiva de dinheiro, fazendo com que ele perca valor.

Outra é pela escassez de bens no mercado, causando o seu encarecimento.

Essa condição pode ser temporária ou permanente, conforme o bem em questão e o contexto econômico.

Há também a inflação provocada pela disparada no preço de uma commodity, como é o caso do gás natural na Europa, cujo preço aumentou drasticamente depois da invasão russa à Ucrânia.

Aumento acelerado dos custos de produção

De grosso modo, o que é inflação, se não um fenômeno de encarecimento geral?

Por essa lógica, ela pode ser causada pelo aumento do custo de produção, gerando assim um efeito cascata.

Pode começar, por exemplo, com o reajuste nas alíquotas de impostos pelo governo, como pelo reajuste de salários e até por catástrofes naturais.

Com isso, toda a cadeia produtiva é impactada, não restando alternativa a não ser repassar o aumento dos custos para o consumidor.

Aumento da emissão de moeda

Considerando o que vimos, fica claro que um governo não emite papel moeda de graça.

O principal motivo para isso é a necessidade de renovar o dinheiro em circulação, até porque cédulas e moedas têm uma vida útil.

Mas, se por algum motivo, o governo emite mais papel moeda e a economia não produz bens e riquezas para equilibrar essa emissão, surge o processo inflacionário.

Como é calculada a inflação?

Não se pode saber o que é inflação sem conhecer o método como ela é calculada.

O parâmetro, nesse caso, é o chamado Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que, no Brasil, apresenta algumas variáveis, como vamos ver mais à frente.

Na prática, a taxa de inflação é representada pela proporção entre o IPC projetado e o IPC do período passado.

Traduzido em uma fórmula, esse cálculo é feito da seguinte maneira:

  • Inflação = IPC futuro – IPC passado / IPC passado X 100.

Tipos de inflação mais recorrentes

O significado de inflação vai além de um simples aumento nos preços.

Não podemos dimensionar o que é inflação sem considerá-la como um indicador variável, que pode se manifestar de diferentes formas.

Ela pode ser sazonal, causada por um fenômeno específico, ou conjuntural, quando uma série de fatores fazem com que a economia inflacione.

A inflação é em geral um fenômeno multifacetado, em que uma gama de causas pode estar envolvida.

Veja então quais são seus diferentes tipos.

Estrutural

Nos países mais pobres e menos desenvolvidos, a inflação na economia costuma ser estrutural.

Isso porque, nesses países, o custo de produção é muito elevado, em razão da infraestrutura precária, falta de apoio do governo e a baixa competitividade.

Quando as empresas pagam mais caro para produzir, não tem jeito: elas são forçadas a repassar esses custos, desaguando inevitavelmente no consumidor final.

De demanda

Já a inflação de demanda, como o termo indica, surge em função de um movimento na economia que coloca a oferta e a demanda em desequilíbrio.

Caracteriza-se pelo aumento da procura por bens e serviços em razão principalmente da sua escassez.

Ela pode ser temporária, quando essa elevação da demanda tem como causa um fator pontual, ou crônica, quando o problema é estrutural.

Lembre que, para entender o que é inflação, é preciso sempre considerá-la como uma relação de desequilíbrio entre oferta e demanda.

Reprimida

Na década de 1980, o Brasil passava por problemas econômicos graves, em razão da inflação galopante.

Havia muitas razões para isso, mas uma delas eram as políticas econômicas desastrosas do governo, muitas delas pautadas no congelamento de preços.

Em um cenário como esse, as empresas são forçadas a produzir menos, quando não se retiram do mercado em razão da reduzida perspectiva de lucros.

Com isso, a oferta de bens e serviços diminui, levando à chamada inflação reprimida.

Global

A globalização é um fenômeno que veio para ficar, o que gera algumas consequências boas e outras ruins.

Por exemplo, outra maneira de saber o que é inflação é analisar os movimentos do mercado de commodities fornecidas mundialmente.

O petróleo, por exemplo, tem um alto poder de gerar inflação global, já que praticamente todos os países do mundo dependem dele em algum grau para movimentar a economia.

Portanto, a inflação global caracteriza-se quando diferentes países têm seus custos de produção aumentados por causa do aumento dos preços das commodities.

“Estagflação”

O Brasil dos anos 1980 é um triste exemplo de “estagflação”.

Esse é o fenômeno que ocorre quando, somada à alta nos preços, vem um declínio da atividade produtiva em geral.

O país sofre com preços mais altos, ao mesmo tempo em que padece da falta de uma economia dinâmica para reequilibrar a situação.

Surge então a estagnação econômica associada ao processo inflacionário, que passa a ser crônico.

Atualmente, a vizinha Venezuela é um exemplo disso, registrando índices de inflação na casa dos 500% anuais e taxas de crescimento de apenas 1,5% ao ano.

Quais são as consequências da inflação?

As consequências da inflação ficam evidentes quando vamos ao mercado

Você sabe o que é inflação quando vai ao mercado em um dia e, no outro, os preços já não são mais os mesmos.

Assim, o significado de inflação pode ser definido como um aumento anormal do valor dos bens e dos serviços, causado por fatores diversos.

O aumento dos preços faz com que o custo de vida aumente, pressionando as famílias.

Muitas passam a recorrer ao crédito para saldar dívidas, o que por sua vez leva ao endividamento e ao empobrecimento.

Essas são, via de regra, as consequências mais imediatas da inflação.

Como está a inflação no Brasil atualmente?

Se analisarmos apenas pela perspectiva da taxa de inflação, pode-se dizer que o processo inflacionário no Brasil está controlado.

De acordo com o IBGE, em fevereiro de 2023, o IPCA-15 foi de 0,76%, resultando em uma inflação acumulada de 1,31% ao ano.

Porém, não se pode dizer o que é inflação e se ela é ou não preocupante apenas com o cálculo mensal.

Além disso, é preciso considerar também o crescimento da economia e, nesse aspecto, os prognósticos apontam para um ano difícil no Brasil, já que o crescimento projetado não deve passar de 1%.

Tabela IPCA 2022 com os dados da inflação

Veja como a inflação na economia vem evoluindo, segundo a tabela para o IPCA-15 divulgada pelo IBGE:

PeríodoTaxa
Fevereiro de 20220,99%
Janeiro de 20230,55%
Fevereiro de 20230,76%
Acumulado do ano1,31%
Acumulado nos últimos 12 meses5,63%

Você pode acessar os valores atualizados mês a mês no site do Sistema IBGE de Recuperação Automática (SIDRA).

Confira também como ficou a inflação em 2022 pela tabela consolidada do IPCA:

MÊS DE REFERÊNCIAIPCA NO MÊSIPCA ACUMULADO 12 MESESIPCA ACUMULADO 2022
Janeiro0,54%10,38%0,54%
Fevereiro1,01%10,54%1,56%
Março1,62%11,30%3,20%
Abril1,06%12,13%4,29%
Maio0,47%11,73%4,78%
Junho0,67%11,89%5,49%
Julho-0,68%10,07%4,77%
Agosto-0,36%8,73%4,39%
Setembro-0,29%7,17%4,09%
Outubro0,59%6,47%4,70%
Novembro0,41%5,90%5,13%
Dezembro0,62%5,79%5,79%

Quais medidas o governo pode tomar para reduzir a inflação?

A medida mais comum de controle da inflação é o aumento da taxa de juros, que no nosso caso é representada pela Taxa Selic.

Fazendo isso, o governo acaba freando o consumo, já que a oferta de crédito é reduzida.

Isso porque a inflação também se intensifica quando há incertezas, que se estabelecem quando as pessoas desconfiam dos rumos da economia do país.

Os principais índices de inflação no Brasil

Só é possível entender o que é inflação de verdade quando conhecemos os principais métodos que o governo utiliza para medi-la.

É o que vamos saber na sequência.

INPC

O Índice Nacional dos Preços ao Consumidor é um dos indicadores usados pelo IBGE para calcular a inflação.

Ele toma como base a variação do custo de vida médio entre as famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos.

IPCA

Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo é, como o nome diz, um indicador mais abrangente, englobando todas as famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos.

Assim, para entender o que é inflação, é preciso calcular o INPC e o IPCA, os dois indicadores usados pelo IBGE.

IGP

O objetivo dos criadores do Índice Geral de Preços na década de 1940, era estipular um índice macroeconômico abrangente o bastante para medir essa variação.

Assim, o IGP nada mais é do que a média aritmética ponderada de três outros índices:

  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA).

IGP-10

O IGP-10 recebe esse nome por ser o IGP calculado desde o dia 11 do mês anterior até o dia 10 do mês atual, usado como referência.

IGP-M

O Índice Geral de Preços do Mercado é usado como referência para reajuste de preços e de tarifas públicas.

A diferença para os outros IGPs é que ele é calculado tomando como referência os preços praticados entre os dias 21 e 20 de dois meses subsequentes.

Há quem diga que esse índice reflete o que é inflação, pois dá uma visão mais ampla da variação dos preços, ao cobrir um período mais abrangente de um mês.

IPA

Como vimos, uma das causas da inflação é o aumento dos custos de produção.

O indicador usado para medir isso é o Índice de Preços ao Produtor Amplo, ou IPA-M, como é mais conhecido.

Ele é usado para medir a variação de preços de produtos nas transações entre empresas, portanto, antes de chegarem aos pontos de venda para o consumidor final.

O que é desinflação e deflação?

Agora que você sabe o que é inflação, talvez esteja se perguntando o que é desinflação e deflação.

Conforme o conceito de inflação, cada um desses termos designa uma variação do processo inflacionário, como vamos ver a seguir.

Desinflação

A desinflação consiste na redução da marcha inflacionária.

Por exemplo: se em um mês, a inflação registrada foi de 1,5% e no outro ela cai para 0,7%, pode-se dizer que houve desinflação.

Deflação

Já a deflação é inflação negativa, ou seja, a diminuição dos preços em resposta a uma baixa demanda.

Acontece em países ou regiões com baixa densidade demográfica ou com déficit populacional, embora haja muitos outros fatores que podem levar a esse quadro.

Agora que você sabe o que é inflação, desinflação e deflação, resta a pergunta: como não sofrer os efeitos desses fenômenos macroeconômicos?

Como se proteger da inflação?

Como preservar seu patrimônio contra a inflação

Sabendo o que é inflação, é possível deduzir algumas formas de preservar o patrimônio contra o seu efeito corrosivo.

Nesse caso, o melhor caminho é apostar em aplicações financeiras protegidas, ou seja, que ofereçam algum tipo de rendimento indexado.

Veja na sequência algumas delas.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento são como um consórcio de investidores, que, ao juntar forças, maximizam os rendimentos dos seus capitais.

É como se fosse uma poupança coletiva, cujo objetivo é a captação de recursos junto a investidores com objetivos em comum.

Fundos imobiliários

Já os fundos imobiliários consistem em um investimento no qual o investidor financia a construção de um imóvel ou compra parte dos seus direitos, lucrando com a especulação imobiliária.

No Brasil, eles são regulados pela B3 e têm como principal vantagem a possibilidade de lucrar com imóveis sem ter que construí-los.

Títulos públicos

Quem sabe o que é inflação precisa conhecer também as vantagens de investir em títulos públicos.

Um bom exemplo disso é o Tesouro Direto, uma aplicação lastreada pelo governo, com rendimentos prefixados protegidos da inflação.

Renda variável

Até aqui, conhecemos as opções de aplicação financeira de renda fixa, ou seja, preestabelecidas antes de o investimento ser feito.

Mas nem só de investimentos seguros vive o mercado financeiro.

Há também os investimentos de renda variável, que oferecem possibilidades de retorno muito maiores.

Em compensação, esse rendimento não é garantido, o que faz desse tipo de investimento considerado de risco.

Exemplos disso são as ações negociadas na B3, ETFs, Bitcoins e outras criptomoedas, entre outros.

Crédito privado

Há casos em que a corrosão da renda provocada pela inflação não deixa alternativa para as pessoas físicas e jurídicas que não seja recorrer ao crédito privado.

Os motivos para isso variam: pode ser para quitar dívidas, investir em um negócio ou para reinvestir em outra aplicação financeira.

No final, o objetivo é o mesmo: proteger-se da inflação e das oscilações da economia.

Conclusão

Ao longo deste texto, você descobriu o que é inflação, de onde ela surge, os índices usados para medi-la e como se proteger dos seus efeitos.

Aqui no blog da FIA, estamos sempre abordando temas que fazem diferença na sua vida, estudos e negócios.

Gostou de entender como funciona a inflação?

Complemente seus conhecimentos lendo também o artigo em que mostramos como abrir uma empresa passo a passo!

FIA

Com um olhar sempre no futuro, desenvolvemos e disseminamos conhecimentos de teorias e métodos de Administração de Empresas, aperfeiçoando o desempenho das instituições brasileiras através de três linhas básicas de atividade: Educação Executiva, Pesquisa e Consultoria.

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