Você sabe o que é ebulição global?
Esse foi o termo usado pelo secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, para se referir à aceleração do processo de aquecimento do planeta.
Mas o que isso significa em termos práticos e quais são os impactos?
Não precisamos ir muito longe para sentir na pele o planeta Terra em ebulição.
No Brasil, país tropical e ensolarado praticamente o ano todo, recordes de temperatura estão sendo batidos com cada vez mais frequência.
No Rio de Janeiro, por exemplo, foram registrados impressionantes 62,3º C de sensação térmica em março de 2024.
Com sinais cada vez mais claros de que o clima está mudando, é preciso uma mobilização sem precedentes para que o processo, considerado já irreversível, possa ao menos ser retardado.
Leia este texto para entender o que está em jogo, o que é ebulição global e como fazer a sua parte para ajudar o planeta a frear o avanço das temperaturas.
Veja os tópicos abordados:
Saiba tudo sobre a era da ebulição global, acompanhando este texto até o final.
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A ebulição global é o agravamento de eventos climáticos extremos, provocado pelo contínuo aquecimento do planeta, o que resulta em um aumento de secas, enchentes e outros desastres naturais.
Não é difícil entender o que é ebulição global, já que o termo remete ao processo de fervura comum a todos os líquidos quando aquecidos a certa temperatura.
É como se a Terra estivesse sendo cozida, embora esse cozimento não seja causado propriamente por um agente externo, mas sim de dentro para fora.
Em outras palavras: a luz solar não está mais quente, mas o próprio planeta está criando uma estufa que retém o calor, fazendo com que as temperaturas aumentem.
Seria mais ou menos como dormir embaixo de um edredom em pleno verão ou deixar um carro exposto ao sol, aumentando sua temperatura interna a níveis insuportáveis.
A era da ebulição global infelizmente já começou e, daqui para frente, a tendência é que as temperaturas aumentem cada vez mais.
Como ressaltou o secretário Guterres, esse é apenas o começo de um processo que dá sinais inequívocos de que vai se agravar.
Esse é o resultado da perda de controle sobre o aquecimento global, que consiste no aumento gradual de temperatura em função do efeito estufa.
Portanto, a ebulição global nada mais é do que a intensificação do aquecimento que, durante décadas, parecia estar mais ou menos controlado.
Outro termo usado para entender o que é ebulição global é terra em ebulição.
Soa apocalíptico, e na verdade é, se a humanidade não se mobilizar a tempo de evitar a catástrofe total.
O apocalipse, no caso, não vem das profecias bíblicas, mas sim de inúmeras pesquisas científicas que convergem para a mesma conclusão: a de que a temperatura média do planeta vem aumentando exponencialmente desde 1900.
É o que mostra um artigo publicado pela Royal Society (em inglês), que relaciona o aumento nos níveis de CO2 (gás carbônico) na atmosfera e a disparada nas temperaturas.
Entenda o que isso implica e quais são os impactos diretos sobre a vida no planeta.
Um planeta em ebulição é um local potencialmente inóspito, em que as condições para uma vida saudável e o bem-estar são cada vez piores.
Como vimos, as regiões já quentes por natureza tendem a registrar temperaturas no limite das condições humanas de sobrevivência.
Se nada for feito, chegaremos a um ponto em que não haverá região do planeta imune ou que não sofra as consequências desse aumento abrupto e crescente de temperatura.
Basta consultar a previsão do tempo ou o noticiário para se ter uma noção sobre o que é ebulição global.
Além das altas temperaturas, o calor acima dos níveis toleráveis provoca um efeito cascata, em que o próprio regime climático se modifica.
Começa a haver um desequilíbrio, com chuvas torrenciais em períodos atípicos, assim como as secas e estiagens, que se tornam intensas e imprevisíveis.
Um triste exemplo disso são as cheias que atingiram o estado do Rio Grande do Sul em maio de 2024, na maior catástrofe natural da história da região.
A era da ebulição global é causada pelo aquecimento da Terra provocado pelo efeito estufa, que por sua vez é causado pelas emissões de CO2 gerado por certas atividades humanas.
Com o planeta permanentemente coberto por um “edredom” de gás carbônico, todas as partes do globo são afetadas.
Nesse processo, as calotas polares são submetidas a um perigoso degelo, que faz com que os níveis dos oceanos aumentem.
Conforme o site Climate Change (em inglês), em 2022, o nível médio global do mar ficou 10,1 centímetros acima dos níveis de 1993, a maior média já registrada por satélite.
Outra consequência que deixa claro o que é ebulição global e seus efeitos aterradores é a mudança nos regimes e padrões do clima.
A meteorologia tende a ser cada vez menos precisa, já que existe sempre o risco de uma pancada de chuva mais forte ou de uma estiagem que não estava prevista acontecer.
Pode até haver, em certos casos, inversões totais do que usualmente se observa.
Ou seja, regiões tradicionalmente secas passam a sofrer com chuvas e tempestades, enquanto áreas mais chuvosas e frias padecem com secas prolongadas.
Como se não pudesse piorar, as altas concentrações de CO2 na atmosfera também causam impactos negativos sobre os oceanos.
Isso porque, nas trocas gasosas que acontecem naturalmente, os mares passam a absorver mais carbono do que o normal, acidificando as águas.
As águas mais ácidas geram prejuízos à vida marinha, reduzindo, por exemplo, a oferta de plâncton, base da cadeia alimentar oceânica.
Com áreas cada vez mais extensas do planeta tornando-se inabitáveis, os fluxos migratórios tornam-se mais frequentes e com volumes maiores de pessoas.
Aumenta assim a pressão sobre grupos economicamente desfavorecidos, que, sem alternativas, são forçados a migrar sem planejamento.
Mas a migração não é apenas humana, já que, com a expansão desordenada das cidades, é cada vez mais frequente que os animais invadam regiões urbanizadas.
Um caso recente aconteceu na Eslováquia, onde um urso provocou um tremendo alvoroço ao circular por uma área dentro dos limites urbanos.
Como já destacamos, as consequências da intensificação das temperaturas são catastróficas.
As enchentes do Rio Grande do Sul talvez sejam o mais recente e lamentável exemplo disso.
Elas são uma triste evidência que nos faz entender o que é ebulição global, sentindo na pele os seus efeitos trágicos.
Além das cheias, o processo descontrolado de aumento da temperatura traz ainda uma série de outras consequências.
Conheça algumas delas abaixo.
Um planeta em ebulição é um planeta com menos recursos naturais, principalmente a água, elemento indispensável para que haja vida.
A escassez, nesse caso, decorre das mudanças nos regimes climáticos e na aceleração da evaporação.
Em regiões historicamente afetadas pelas secas, como o Nordeste brasileiro, a situação fica ainda mais crítica, tornando extensas áreas totalmente inabitáveis.
Isso para não falar do processo de desertificação que, no Brasil, vem se acentuando em uma escala sem precedentes, segundo o próprio governo.
Uma maneira insólita de compreender o que é ebulição global é pensar nesse fenômeno assustador como uma espécie de “lei do mais forte”.
Em um mundo com condições cada vez mais extremas, só deverão sobreviver as cepas mais adaptadas a esse novo regime.
Assim, tendem a sucumbir incontáveis espécies de plantas, mamíferos, peixes, aves e répteis.
Muitas delas são forçadas a migrar depois de terem seus habitats destruídos ou modificados pelas mudanças climáticas, onde podem se tornar presas fáceis, entrando em extinção.
Há também o caminho inverso.
Existem espécies que, ao migrar, acabam se tornando verdadeiras pragas, por serem predadores naturais, reduzindo a biodiversidade.
Assim acontece em áreas de cultivo afetadas por hordas de insetos que, normalmente, não migrariam em massa ou cuja proliferação seria mais fácil de controlar.
É o que sugere uma matéria publicada pela Folha, que revela que a infestação por gafanhotos em certas regiões pode estar associada ao aquecimento global.
Outra matéria, publicada pelo Globo Rural, mostra como as mudanças climáticas estão potencializando as invasões desses insetos, minando a produção agrícola.
As ondas de calor estão diretamente relacionadas ao aumento nos casos de desidratação, insolação e complicações causadas pelo aumento da pressão arterial.
Idosos, crianças e pessoas que vivem sob cuidados médicos ou paliativos são as mais vulneráveis, colocando-se em sério risco.
Além disso, existe uma correlação entre o aumento das temperaturas e o número maior de casos de doenças causadas por vetores, como os mosquitos da dengue e chikungunya.
Vale destacar o perigo dos incêndios, tanto urbanos quanto florestais, e os incalculáveis prejuízos que eles podem causar.
As alterações climáticas também potencializam eventos climáticos extremos, como tufões, vendavais e até tsunamis, com todos os perigos à vida e destruição que acarretam.
São uma assustadora prova do processo de mudança climática que nos fazem perceber o que é ebulição global em suas mais graves consequências.
Há regiões que podem levar anos ou mesmo décadas para se recuperar, e muitas delas podem nunca mais voltar a ser como antes, já que, nesses casos, a migração em massa é inevitável.
Entender o que é ebulição global é entender que existe um processo de deterioração das condições naturais para a vida.
O ar atmosférico piora de qualidade, assim como aumenta a poluição nos oceanos, cursos d’água e nos solos.
Forma-se então um ciclo de degeneração que leva à perda de biodiversidade, tendo como consequência mais drástica a degradação completa dos ecossistemas.
Vimos que boa parte dos vetores de doenças têm sua vida facilitada em razão das mudanças nos padrões climáticos.
Os mosquitos transmissores de enfermidades graves, algumas até fatais, podem proliferar muito mais rapidamente em ambientes devastados.
É mais uma forma de aprender “na dor” o que é ebulição global e o seu alto potencial destrutivo.
Lembrando que não são apenas os seres humanos os afetados.
Assim como nós, os animais terrestres, aéreos e aquáticos também sofrem com a proliferação desenfreada de pragas e parasitas naturais.
A era da ebulição global tem uma ligação com o efeito estufa, que como vimos, é causado pelo lançamento de CO2 na atmosfera em grandes volumes.
Não bastasse o aumento na temperatura, esse acúmulo é um veneno, já que o gás carbônico é altamente nocivo para a saúde.
Pessoas com problemas respiratórios são as que mais sofrem, embora a exposição prolongada ao CO2 seja prejudicial a todos, sem distinção.
Agora você já sabe o que é ebulição global e pode dimensionar melhor suas terríveis consequências.
Cientes disso, é hora de cada um de nós fazer a sua parte para que a catástrofe total não se concretize.
Parte desse esforço tem a ver com a mudança nos hábitos de consumo e de alimentação.
Nesse caso, quanto menos carne vermelha estiver presente na dieta, menores os impactos ambientais.
É fundamental também que cada um contribua com o descarte correto de resíduos, separando o lixo para a coleta seletiva, principalmente materiais como plástico, vidro, metal e papel.
Por fim, é sempre válido tomar consciência da importância da preservação dos ecossistemas e de privilegiar as baixas emissões de carbono.
Nesse sentido, vale optar por veículos elétricos, movidos a biocombustíveis, ou preferir transporte público sempre que possível.
Saber o que é ebulição global é só o começo.
Existe todo um trabalho de recuperação a ser feito, no qual a participação de todos é absolutamente necessária.
A FIA Business School está engajada permanentemente nessa causa, e tem entre seus programas institucionais o PROGESA, o Programa de Gestão Estratégica Socioambiental.
Faça parte também de uma instituição de ensino ambientalmente responsável.
Capacite-se nos cursos de extensão, graduação e mestrado da FIA e avance na carreira!
Referências:
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2024/03/17/rio-bate-recorde-de-sensacao-termica.ghtml
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2023/07/a-era-da-ebulicao-global-chegou-afirma-secretario-geral-da-onu.shtml
https://royalsociety.org/news-resources/projects/climate-change-evidence-causes/basics-of-climate-change/
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2024/05/20/cheias-no-rs-veja-numeros.ghtml
http://www.climate.gov/news-features/understanding-climate/climate-change-global-sea-level
https://www.gov.br/capes/pt-br/assuntos/noticias/desertificacao-agrava-o-problema-das-secas-no-brasil
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2024/02/pragas-de-gafanhotos-podem-aumentar-com-o-aquecimento-do-planeta-mostra-novo-estudo.shtml
https://globorural.globo.com/agricultura/noticia/2024/02/mudancas-climaticas-intensificam-praga-mais-destrutiva-do-mundo-alerta-estudo.ghtml
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