Você já ouviu falar de mindset?
Bastante popular no mundo do empreendedorismo, esse é um conceito utilizado para descrever as diferentes mentalidades de um indivíduo e como elas influenciam nas escolhas pessoais e profissionais de cada um.
Em tradução livre do inglês, a palavra significa “configuração da mente” e isso nos dá uma boa pista sobre o seu significado.
De fato, quando falamos de mindset, nos referimos a características da mente humana que vão determinar os nossos pensamentos, comportamentos e atitudes.
Mas há um aspecto importante a destacar.
Ainda que essa configuração da mente seja determinante para a sua visão de mundo e comportamentos, o mindset não precisa ser imutável.
Ou seja, faz sentido quando você ouve falar em “mudar o mindset”, pois essa é uma habilidade que pode ser desenvolvida, adaptando o indivíduo, suas ações e reações ao contexto.
A seguir, vamos compreender melhor o conceito, suas variações, a importância e os impactos na vida profissional e pessoal.
Veja os tópicos que preparamos para a sua leitura:
Interessado no assunto? Então, acompanhe até o final.
Mindset é a configuração da mente, um conceito que busca entender a predisposição psicológica de uma pessoa que prioriza determinados pensamentos e padrões de comportamento para, então, propor e desenvolver uma nova abordagem.
Trata-se de uma visão individual, o que faz todo sentido.
O ditado popular diz que opinião é igual gosto, pois cada um tem o seu.
Isso fica evidente se compreendermos que a visão de mundo de cada pessoa não depende somente daquilo que enxerga com os seus olhos.
A verdade é que cada indivíduo vai receber as informações de uma forma e, em resposta, interpretá-las de acordo com o conjunto de ferramentas que tem disponível.
Essas informações – sejam elas visuais, auditivas, olfativas, gustativas ou táteis – são como códigos que precisam ser interpretados em um processo no qual cada um vai atribuir significados de acordo com sua subjetividade.
E é justamente a essa subjetividade que foi atribuído o nome de mindset.
Pioneira nos estudos do tema, a psicóloga Carol S. Dweck fala, em sua obra Mindset: a nova psicologia do sucesso (2017), sobre a importância das opiniões que o indivíduo adota a respeito de si mesmo para o seu relacionamento com o mundo.
A autora argumenta que essas opiniões são capazes de afetar suas escolhas, determinando a maneira que você leva sua vida.
Se alguém crê que é uma pessoa com dificuldades de aprendizado, por exemplo, isso vai fazer com que a pessoa busque se provar suficientemente inteligente o tempo todo.
Ainda, vão haver aqueles que, por acreditarem que não são capazes, nem ao menos vão tentar executar uma tarefa.
Essas crenças tendem a surgir ainda na infância e adolescência, em uma época do desenvolvimento em que situações ou afirmações de terceiros podem causar marcas profundas, que perduram por toda a vida.
Como se trata de uma configuração da mente, o mindset vai influenciar, direta ou indiretamente, desde as decisões cotidianas até aquelas que podem mudar de forma radical a vida de uma pessoa.
E para que a importância do método se torne mais clara, nada melhor do que recorrer a um exemplo. Ou, no caso, às conclusões de um estudo conduzido por Carol Dweck.
Em seu livro, ela relata que o interesse pelo mindset teve início partir de uma investigação sobre as crianças e seus comportamentos.
Na pesquisa, a autora analisou como os pequenos lidavam com o fracasso e a frustração.
Em seu método, recebeu as crianças em sua sala, uma de cada vez, oferecendo a elas uma série de atividades de quebra-cabeça, que foram ficando progressivamente mais difíceis conforme o experimento avançava.
Ao entrevistá-las acerca de suas estratégias e sobre como estavam se sentindo com a tarefa, Carol pôde observar que algumas crianças sequer encaravam a inabilidade de concluir o quebra-cabeças como um fracasso.
Ela se surpreendeu ao ver crianças empolgadas com o desafio, se mostrando cada vez mais animadas ainda que não conseguissem completar o quebra-cabeças.
A pesquisadora, que até então focava a sua pesquisa no fracasso e em como as pessoas encaram essas situações, se surpreendeu ao perceber que algumas delas não só conseguem lidar muito bem com o fracasso, como até mesmo gostam da experiência.
Por um lado, algumas das crianças do experimento enxergavam as dificuldades como o fim da jornada, muitas vezes, até se recusando a ao menos tentar, demonstrando acreditar que o fracasso já era dado
Outras, no entanto, se animaram com as dificuldades e se sentiram motivadas a superar aquela situação difícil com a qual se deparavam.
Assim, Carol conclui que uma das mais marcantes possibilidades oferecidas pelo mindset é a de transformar o significado do esforço.
Em uma sociedade que acredita que o esforço é tarefa exclusiva para aqueles sem capacidade, é revolucionário pensar nele como um caminho natural, como parte do processo para todos.
A descoberta serviu de incentivo para novos estudos sobre o mindset, sempre visando a evolução humana e a realização de objetivos.
Você talvez lembre da clássica fábula da lebre e da tartaruga que apostaram uma corrida.
Ainda que a lebre fosse mais rápida e atlética, é a tartaruga quem prevalece em seu esforço constante, conquistando o pódio no fim.
Enquanto isso, a lebre, justamente por acreditar que sua capacidade é suficiente para a vitória, acaba por perder tempo, ora gabando-se para a competidora, ora tirando sonecas pelo caminho.
Mas, afinal, se a lebre tinha uma maior capacidade que a tartaruga, por que ela não ganhou a corrida?
Ainda que algumas pessoas possam tirar desta história que o esforço é coisa para aqueles que não tem capacidade, ela é clara em apresentar a importância do esforço para a realização de um objetivo.
Neste sentido, Carol Dweck nos convida a dividir as pessoas em duas perspectivas, em dois tipos de mindset.
O primeiro tipo – o mindset fixo – define aqueles que acreditam que suas qualidades são imutáveis, ou seja, suas habilidades e talentos natos são os fatores mais importantes, que vão determinar seu sucesso ou fracasso.
No caso da fábula, representa a lebre que não se esforça para alcançar seu objetivo por acreditar que a corrida já estava ganha antes mesmo de começar.
No experimento com as crianças com quebra-cabeça, são aquelas que desistem antes mesmo de tentar, porque se veem frustradas com a dificuldade da tarefa.
Isso porque o mindset fixo indica que todos nascemos com certas qualidades determinantes e elas nos acompanham para o resto da vida.
Assim, surgem frases como: “Não vejo motivos para tentar se já sei que não vou ter um resultado satisfatório.”
Também pessoas de mindset fixo tendem a gastar mais tempo e energia tentando provar o seu valor para si próprios e para o mundo.
Por outro lado, há o mindset de crescimento, que indica uma maleabilidade maior das características, por meio da crença de que as capacidades inatas são apenas potencialidades que podem ser desenvolvidas (ou não) através do esforço.
Pessoas com esse tipo de configuração não são iludidas com seu próprio potencial, nem se acham geniais ou onipotentes.
Na verdade, quem tem um mindset de crescimento parte do pressuposto de que todos os humanos têm um potencial desconhecido, que pode ser ativado pela educação, pela paixão e pelo esforço.
Agora que você já sabe do significado do conceito e sua importância, está pronto para descobrir em qual mindset se encaixa e aprender a usá-los para seu benefício.
A boa notícia é que ninguém nasce com um tipo de mindset imutável, que vai durar para o resto da vida, muito menos estamos fadados a este ou aquele futuro por conta de nossas habilidades e capacidades.
É claro que todos nós temos nossas aptidões, mas elas realmente são apenas potencialidades que podem ser desenvolvidas – e não representam um destino escrito em pedra.
Um dos pontos principais da teoria apresentada por Carol Dweck é que nosso mindset é formado pelas escolhas e posicionamentos cotidianos, quase em um exercício diário.
Assim, a única pessoa que pode optar em sustentar este ou aquele mindset é você mesmo.
Para entender em qual mindset nos encaixamos, é fundamental observar reação e comportamento frente a dois conceitos muito presentes no dia a dia: o esforço e o fracasso.
Quem tem mindset fixo, enxerga o fracasso muito mais como uma identidade do que como uma situação, um desafio a ser transposto.
Por acreditarem que as pessoas, e eles próprios, nascem com uma quantidade limitada de habilidades, os indivíduos de mindset fixo não veem motivos para tentar superar seus limites.
Eles pensam algo do tipo: “Se eu estudei para uma prova e, mesmo assim, tive uma nota insuficiente, isso significa que eu nunca vou conseguir tirar uma nota boa, independente do quanto eu estude.”
Essas pessoas enxergam o resultado de seus esforços como um reflexo direto de quem eles são – e não apenas um indicativo de como eles tentaram realizar a tarefa.
No mesmo sentido, o esforço é algo delegado aos fracassados, já que os vencedores têm acesso garantido a este lugar tão disputado de sucesso.
Na educação, pessoas de mindset fixo tendem a ser menos confiantes de que seu esforço vai surtir efeito, encarando notas baixas como provas cabais de sua falta de inteligência.
Esse movimento vira uma bola de neve porque, desmotivado, o aluno talvez não queira mais estudar porque, na sua visão, “não vale a pena”.
Em resposta à falta de esforço, ele acaba por criar reforços positivos sobre a sua incapacidade.
Desmotivado pelas notas, não mais se dedica aos estudos, o que resulta em resultados ainda piores, os quais, por sua vez, indicam para aquela pessoa que ela é, de fato, aquilo que demonstram as suas notas.
Em contraponto, o mindset de crescimento parte do princípio de que ninguém nasceu um gênio e de que não existem pessoas predestinadas ao sucesso ou ao fracasso.
Pelo contrário, pessoas com essa configuração enxergam que o talento faz parte da natureza de todo ser humano, e cabe a cada um identificar suas potencialidades e desenvolvê-las por meio do esforço e do conhecimento.
Esses indivíduos encaram o fracasso como um resultado situacional, sentindo-se desafiados a buscar novas soluções para os problemas.
É como vimos no experimento do quebra-cabeças, no qual algumas crianças ficaram animadas com o aumento da dificuldade.
O que acontece é que indivíduos com mindset de crescimento sentem-se motivados quando algo não dá certo.
A cabo, o mindset de crescimento reconhece que o sucesso não está dado e que o esforço é parte intrínseca do processo.
Essas pessoas são até mesmo atraídas pelo fracasso em certo nível, pois acreditam que ele indica que ainda não sabem como fazer aquilo, mas que já sabem como não fazer – e aí está um ponto de partida.
Via de regra, elas têm uma autopercepção mais afiada e são capazes de avaliar de maneira mais justa seus pontos fortes e os fracos.
Mindset é também chamado de a psicologia do sucesso.
E ela funciona de modo a identificar quais são os pensamentos e padrões de comportamento de uma pessoa.
Ao chegar até aqui, você já conhece os dois caminhos possíveis e, provavelmente, já tem uma ideia sobre qual definição de mindset se encaixa melhor com seu perfil.
E não se preocupe se você identificar características dos dois mindsets em seu comportamento, porque isso é bastante comum.
Aliás, é até esperado que aconteça em contextos diferentes.
De todo modo, dos dois caminhos, apenas o mindset de crescimento é capaz de levar o indivíduo a desenvolver todas as suas potencialidades, guiando seus esforços para o sucesso.
Isso porque pessoas de mindset fixo rechaçam o esforço como uma característica relegada àqueles que não podem contar com talento natural.
“Ela não é muito inteligente, mas é esforçada”, dizem.
Se voltarmos à fábula, ninguém deseja ser a tartaruga esforçada, mas no máximo uma lebre mais esperta, capaz de usar seu talento e o menor esforço possível para cruzar a linha de chegada.
Vivemos uma sociedade que preza muito mais pelo talento nato, como se fosse ele a própria realização do sucesso, e não uma potencialidade que precisa ser trabalhada.
A verdade é que, assim como na fábula, na vida real, quem alcança o sucesso são aqueles que trabalham de maneira constante, e o fracassado é aquele que não se esforça.
É claro que não se pode afirmar que todos aqueles que fracassam o fazem por não terem se esforçado, pois isso não é verdade.
Existe um número infinito de razões psíquicas, sociais e físicas, que podem fazer alguém ter vantagem sobre o outro.
O ponto é que, por mais que alguns fracassem, mesmo tendo se esforçado, quem não se esforça, muito dificilmente, vai atingir o sucesso.
Enquanto pessoas de mindset fixo se recusam a ao menos tentar, por acreditarem que o fracasso é certo, pessoas de mindset de crescimento se esforçam, pois têm noção de que, para vencer, é preciso tentar – e aí está a psicologia do sucesso.
A primeira dica que quem deseja desenvolver seu mindset para o sucesso é que essa não é uma mudança que acontece da noite para o dia, de uma hora para outra.
Conforme você começa a se comportar de maneira mais receptiva ao esforço, identificando os fracassos como oportunidades, o mindset de crescimento começa a aflorar como uma realidade.
É claro que, eventualmente, as velhas crenças vão aparecer na mente, mas não é disso que se trata.
Estamos lidando aqui com a mente humana e, por isso, as mudanças não vêm de maneira cirúrgica, mas progressivamente, nas atitudes do dia a dia.
Isso porque a mudança de mindset se inicia no comportamento, na comunicação, na postura, enfim, em nossas formas de nos relacionar com o mundo.
De fato, mudar não é uma tarefa fácil, mas é uma tarefa possível.
Para conseguir promover a mudança é preciso de um nível considerável de autoconhecimento para identificar quais são as crenças que o afastam do sucesso que tanto almeja.
Neste sentido, a terapia cognitiva e o processo de coaching, ambos voltados ao desenvolvimento humano, estão entre as melhores ferramentas para identificar as crenças e modificá-las.
O conceito de mindset nos esclarece muito sobre o valor que damos ao fracasso e ao esforço na vida moderna.
Enquanto o primeiro se tornou identidade, vivemos na sombra da imagem que construímos de nós mesmos, com medo de encarar os desafios por acreditar que a derrota é certa.
O esforço, por outro lado, foi relegado àqueles que não têm a sorte de contar com o brilhantismo do talento nato.
Nesse contexto, sobressaem-se aqueles que conseguem encarar os fracassos como desafios e entendem que nenhuma capacidade antecede o esforço.
Para atingir o sucesso de verdade, é preciso entender qual é a configuração da sua mente e, se preciso, reconfigurá-la para um modo mais positivo, que prioriza o crescimento.
Esperamos que este artigo tenha ajudado você e sirva de ponto de partida para o seu desenvolvimento.
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