A publicação de artigos científicos é extremamente importante para quem pretende ganhar visibilidade ou respaldo na vida acadêmica.
Veja, por exemplo, a progressão na carreira no setor de educação.
Quando admitido em uma instituição de Ensino Superior, um professor avança em níveis, tal como em um plano de carreira dentro de uma empresa.
São ao todo cinco classes, conforme previsto na Lei n.º 11.344/2006.
Assim, um docente começa sempre como professor auxiliar, assistente ou adjunto, podendo ascender até professor associado.
Para cada passo, uma das exigências é a publicação de artigos científicos.
Nada mais correto, portanto, que aprender como escrever um.
É o que você vai descobrir a partir de agora, com a leitura deste artigo.
Veja os tópicos que preparamos para você:
Tem interesse pelo tema? Então, continue com a gente até o final.
Quem sabe o seu primeiro ou próximo artigo científico comece logo a seguir.
Os artigos científicos são produções voltadas para o desenvolvimento ou contestação de uma teoria em bases acadêmicas.
Há quem acredite que um artigo científico deve ser necessariamente redigido por um cientista.
No entanto, não é esse o critério número 1.
Dessa forma, para ser considerado relevante na esfera científica, devem ser considerados dois fatores: seguir um método científico e ser avaliado por outros cientistas.
Veja, por exemplo, esse artigo escrito por um grupo de 25 crianças sobre abelhas em uma cidade inglesa.
Evidentemente, elas não conduziram tudo sozinhas.
Contudo, motivação e o interesse em descobrir sobre o tema pesquisado é 100% mérito desse incrível grupo de pesquisadores mirins.
Portanto, o fundamental não é quem escreve o artigo, mas como e de que forma ele é avaliado pela comunidade acadêmica.
Vale destacar que um artigo científico, ao contrário de uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado, é um material muito mais curto.
Enquanto uma dissertação pode chegar a 100 páginas e uma tese em geral passa de 200, um artigo pode ser uma publicação de apenas 20 páginas ou menos.
Disse o matemático Jacob Bronowski que a essência da ciência é fazer uma pergunta pertinente para encontrar uma resposta pertinente.
Ou seja, sem perguntas, não há produção científica.
Nesse sentido, os artigos têm importância fundamental para que a humanidade encontre respostas às dúvidas sobre infinitas questões.
Quer outro exemplo?
Em Mato Grosso, um grupo de pesquisadores descobriu que o sangue dos pardais ajuda a identificar os níveis de poluição atmosférica.
Trata-se de uma descoberta importante e que pode ajudar no monitoramento da qualidade do ar nas grande metrópoles.
Para ser aplicável na prática, essa pesquisa teve que ser validada na forma de artigo científico.
A partir disso, o trabalho ganha respaldo e pode gerar repercussões na sociedade.
Essa é, em resumo, a importância dos artigos científicos.
Ou seja, eles dão credibilidade a descobertas antes de serem utilizadas em larga escala.
Quem está cursando a graduação ou uma pós stricto sensu precisa apresentar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
Na graduação, se realizado por uma só pessoa, com o objetivo de dissertar sobre um ponto particular, ele recebe o nome de monografia.
Já no mestrado, é chamado de dissertação.
E no doutorado, por sua vez, vira tese.
Portanto, o trabalho deve ser necessariamente construído por um acadêmico regularmente matriculado em uma instituição de Ensino Superior.
Essa é a diferença elementar para o artigo científico que, como vimos, pode até ser creditado a crianças.
Um TCC, no Brasil, deve ser formatado conforme a NBR 14724/2011.
Já um artigo científico (ou acadêmico, se preferir), tem como referência a NBR 6022/2018.
Além disso, enquanto o TCC deve tratar de um tema específico, um artigo pode ser estruturado em torno de uma ideia a ser discutida.
Não é porque um artigo científico pode ser escrito por qualquer um que isso significa falta de regras. Muito pelo contrário.
Até mesmo pesquisas conduzidas por crianças devem ser submetidas aos padrões e normas impostas para aceitação e validação de artigos.
Só assim eles podem ser considerados científicos na acepção real do termo.
Esses padrões dizem respeito ao estilo de escrita a ser empregada, estrutura do texto, uso de referências e outras questões formais.
São detalhes que vamos conhecer nos próximos tópicos.
Este conteúdo que você está lendo é um artigo não científico. Porém, note que ele está estruturado em tópicos.
No artigo acadêmico, também deve haver uma hierarquia.
No entanto, a ordem pode variar, dependendo da instituição, tema ou propósito.
De modo geral, a estrutura basicamente contempla:
O resumo e a introdução, como já se pode inferir, servem como uma apresentação da questão a ser tratada ao longo do artigo e do autor ou autores do estudo.
Nesses campos, podem ser apontadas as razões que levaram o pesquisador a desenvolver a investigação, além de indicar antecedentes para o problema a ser tratado.
É na introdução que deve ser descrita como a solução ou ideia proposta pelo artigo pode ser aplicada, bem como sua originalidade e os objetivos em causa.
Uma experiência com abelhas é bem diferente de uma com pardais, concorda?
Cada uma delas pede a aplicação de métodos e ferramentas distintos, que variam conforme o assunto tratado, materiais manipulados e objetivos definidos.
Portanto, a escrita de um artigo científico deve ser sempre pautada de acordo com a metodologia proposta na seção correspondente.
Se o trabalho exige uma pesquisa de campo (como nos casos citados), então, as experiências realizadas devem ser minuciosamente descritas no artigo.
O mesmo vale para os métodos de análise estatísticos usados, as variáveis envolvidas e como as condições experimentais foram controladas.
Artigos científicos são feitos para serem lidos.
Assim sendo, o registro linguístico pode ser acadêmico, informal ou jornalístico.
Mas, atenção: o estilo informal, embora pareça mais fácil, deve ser visto com reservas.
Nele, o uso de expressões coloquiais e gírias é aceito, desde que não haja prejuízo da clareza. Além disso, o rigor científico é indispensável.
Um ótimo exemplo do bom uso desse registro vem do PhD Nick Sousanis, que escreveu sua tese de doutorado em formato de história em quadrinhos.
E se você não se considera tão criativo assim, não tem problema. A linguagem acadêmica, neutra e impessoal, está aí para isso.
Ou, se você quer, de fato, convencer as pessoas de que a sua ideia é verdadeira, então, a abordagem jornalística poderá ser empregada na redação do seu artigo científico.
Em um artigo científico, a concisão é extremamente importante.
Quanto mais diretos forem seus argumentos, mais compreensíveis suas ideias serão.
E, sendo assim, melhores as chances de uma boa avaliação.
Uma dica muito usada para evitar redundâncias e tornar a escrita mais fluida e direta é a nominalização.
Essa técnica consiste em transformar um verbo em nome para fazer referência a algo que já tenha sido dito, evitando a repetição de termos.
Exemplo: as abelhas voaram / o vôo das abelhas.
Outro recurso que ajuda a evitar redundâncias e repetição de ideias e termos ao longo do artigo científico é trabalhar com as vozes passiva e ativa.
Seria algo mais ou menos como a nominalização, só que, em vez do verbo, o que muda de papel na oração é o sujeito.
Na voz passiva, esse sujeito vira o objeto de um verbo.
Já na ativa, o sujeito está em sua função “normal”. Portanto, é ele quem pratica a ação verbal.
De qualquer forma, a voz passiva deve ser usada com cautela, uma vez que ela não é o padrão de escrita acadêmica.
Exemplo de voz ativa: João escreveu sua tese.
Exemplo de voz passiva: A tese foi escrita por João.
“Se enxerguei longe, foi porque me apoiei nos ombros de gigantes”.
A frase de Isaac Newton sintetiza como poucas o espírito de um trabalho acadêmico.
Considere que conhecimento não surge do nada.
Ou seja, é preciso uma experiência prévia que abra um precedente a uma dúvida ou problema a ser solucionado.
Por isso, quanto mais “ombros” você utilizar para se apoiar, mais perto de uma solução satisfatória para o desafio proposto vai estar.
Referências em quantidade e qualidade sinalizam intimidade com o assunto tratado e são um fator para o qual os avaliadores mais dedicam atenção.
Um artigo científico preza, acima de tudo, pela formalidade.
Afinal, é do respeito às normas e padrões que nasce a credibilidade.
No Brasil, essas normas são determinadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT.
Nesse aspecto, não tem o que discutir muito. É preciso seguir rigorosamente os padrões previstos e fim de papo.
Embora existam certas normas de formatação peculiares a cada instituição de ensino, o que vale sempre é a padronização conforme essas regras gerais.
Muita atenção ao utilizar informações acessórias, como notas de rodapé, citações e referências bibliográficas.
Normalmente, elas servem para acrescentar dados que não têm ligação com o assunto em si, mas que, de certa forma, enriquecem seu conteúdo.
É o caso de uma breve biografia ou descrição de um lugar.
Por sua vez, a citações se dividem em diretas e indiretas.
As diretas vêm cercadas de aspas e devem apresentar, em seguida, a fonte de onde foram retiradas.
Já as indiretas são aquelas em que a ideia de um terceiro é expressa com nossas próprias palavras.
Finalmente, as referências bibliográficas devem constar no final do artigo, sendo apresentadas como um capítulo à parte.
Nelas, é obrigatório conter todas as obras e fontes de informação utilizadas para balizar os argumentos expostos no artigo.
Além do respeito às regras da ABNT e da formatação adequada, um artigo científico deve ser redigido em idioma culto, sem vícios e, principalmente, sem falhas gramaticais.
Erros de concordância, pontuação, acentuação ou de digitação comprometem seriamente a credibilidade, já que sinalizam que o autor e revisores não foram cuidadosos o bastante.
Essa falta de dedicação com a escrita fatalmente respinga na do próprio conteúdo.
Afinal, como ter certeza se não há erros também na metodologia ou nas estatísticas apresentadas?
Já vai longe o tempo em que um artigo científico ou TCC dependia da leitura de obras inteiras obtidas em bibliotecas físicas.
Com a internet, um mundo de conhecimento se abre à pesquisa, bastando, para isso, apenas uma rápida busca por palavras-chave.
Esses termos devem ser inseridos em um dos muitos motores de busca dedicados exclusivamente aos que precisam encontrar referências para trabalhos acadêmicos.
Se você achava que só existia o Google para suprir essa demanda, então, não deixe de ler atentamente os tópicos a seguir.
Já que falamos dele, começamos nossa lista de sites para encontrar artigos científicos pelo maior buscador já conhecido.
A versão acadêmica do Google disponibiliza, além do campo para busca, duas seções particularmente interessantes, o “Meu perfil” e “Minha biblioteca”.
Na primeira, você pode se cadastrar para acompanhamento de citações de seus artigos científicos online.
Já na segunda, é possível salvar obras e publicações pesquisadas para consultas posteriores, ajudando na hora de montar o capítulo dedicado às referências bibliográficas.
Já a proposta da Scientific Electronic Library Online, mais conhecida como Scielo, é ser uma biblioteca de acesso livre para publicação e pesquisa científica.
Nem todos sabem, mas esse grande acervo de produção acadêmica é resultado de um projeto da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP).
Sendo assim, trata-se de um site dedicado à comunidade acadêmica com DNA 100% nacional.
Na Scielo, é possível encontrar obras dos seguintes países participantes do projeto:
De propriedade da Elsevier, a base de dados SciVerse Scopus é um repositório de acesso restrito a assinantes.
Trata-se de um acervo composto por cerca de 19 mil obras reunidas de mais de cinco mil editoras de todo o mundo.
Conta, ainda, com a cobertura de 16.500 revistas do tipo peer-reviewed (revisão por pares), sistema em que um artigo pode ser submetido à revisão por cientistas anonimamente.
O Scopus também funciona como um cadastro geral de autores, no qual podem ser encontrados perfis com suas respectivas produções acadêmicas e dados bibliográficos.
Também de propriedade da Elsevier, a Science Direct é uma página web na qual é possível pesquisar por um extenso acervo de produção acadêmica e científica.
Nela, estão catalogadas 2,5 mil revistas científicas e cerca de 26 mil e-books, agrupados em quatro seções principais:
O acesso é livre para os resumos dos artigos encontrados, sendo pago para os pesquisadores que desejarem acessar os textos na íntegra.
Lançado em 2000, o portal CAPES conta com um acervo de 45 mil periódicos e mais nove bases referenciais em todas as áreas do conhecimento.
Os artigos estão disponíveis gratuitamente, bastando apenas que o usuário esteja autorizado pela plataforma.
Outro acervo genuinamente nacional é a a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD).
Ali, estão textos na íntegra das dissertações e teses defendidas nas instituições brasileiras de ensino e pesquisa.
A melhor parte é que o acesso é totalmente gratuito, podendo a pesquisa ser feita pelo nome do autor, instituição, título ou assunto.
Se, em suas pesquisas, você precisar de referências ligadas às universidades, principalmente as públicas, então, uma boa prática é recorrer ao Sistema Integrado de Bibliotecas, o SiBi.
Trata-se de uma organização que estabelece regras para que as instituições de ensino otimizem e disponibilizem seus acervos de maneira informatizada.
Na maioria delas, a consulta aos artigos científicos pode ser realizada não só pelo site, mas também por aplicativos disponíveis para sistemas Android e iOS.
As mais renomadas agências e instituições norte-americanas disponibilizam seus acervos pelo portal Science.gov.
Entre elas, estão a NASA, Departamento de Agricultura, Agência de Proteção Ambiental, Departamento de Segurança e outras de grande relevância.
O Science.gov agrega 60 bancos de dados de mais de 2.200 sites científicos, garantindo acesso a mais de 200 milhões de páginas de informações científicas federais autorizadas.
Outro banco de dados internacional de grande alcance é o WWS, o World Wide Science.
Em seu repositório de dados, estão artigos e trabalhos acadêmicos de 32 bases de dados científicos e portais de 44 países.
A página conta com tradução instantânea para 10 idiomas, incluindo na home um mapa-múndi com os países que participam e os que não participam do projeto.
Embora esteja associado ao sistema colaborativo Wiki, a Scholarpedia se diferencia da Wikipedia por ter artigos assinados.
Nele, é possível ainda contar com revisões por pares e pesquisar gratuitamente, desde que seja para fins acadêmicos.
Assim também como na reprodução, que pode ser realizada se não houver interesse comercial.
Ainda tem dúvidas sobre os artigos científicos?
Então, as perguntas e respostas a seguir devem apresentar uma solução para você.
Acompanhe!
Como vimos, qualquer pessoa pode assinar um artigo científico, desde que tenha o respaldo de um pesquisador credenciado e vinculado a uma instituição reconhecida.
Os critérios básicos para avaliação de um artigo são:
As revistas científicas são os veículos nos quais esse tipo de artigo é normalmente publicado, podendo ser do Brasil ou do exterior.
No âmbito individual, a pesquisa científica é uma conquista para seus autores e para a comunidade acadêmica na qual estão inseridos.
Por outro lado, o conjunto de artigos e materiais publicados também sinaliza para o panorama educacional de um país.
Não surpreende, nesse aspecto, que a China seja hoje o país com maior produção de artigos científicos, de acordo com um estudo da National Science Foundation (NSF).
Este estudo, aliás, coloca o Brasil na 12ª posição, com 53 mil artigos publicados até 2016.
E você, está em vias de publicar o seu ou é um projeto ainda distante?
Seja qual for a sua expectativa, conte sempre com a FIA (Fundação Instituto de Administração) para apoiar a sua trajetória acadêmica.
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