Adaptabilidade é uma palavra que descreve as habilidades necessárias para ter sucesso atualmente, seja na esfera profissional ou pessoal.
Em um mercado profundamente influenciado pela lógica digital – de fragmentação e mudanças em alta velocidade, faz sentido que a capacidade de adaptação fique em evidência, sendo, até mesmo, um ponto crítico para sobreviver às reviravoltas.
Se, há algumas décadas, competência técnica e inteligência bastavam para ter uma carreira promissora, hoje, é necessário investir em atributos comportamentais e emocionais para alcançar bons resultados.
Um dos mais urgentes é a adaptabilidade, assunto que tratamos neste artigo.
Acompanhando até o final, você vai ficar por dentro das definições, relevância, aplicações e como desenvolver a capacidade de adaptação profissional.
Confira os tópicos que preparamos para a sua leitura:
Quer saber tudo sobre a adaptabilidade? Vamos em frente!
A adaptabilidade é a capacidade de se adaptar diante de novos cenários ou transformações.
Trata-se de uma qualidade que pode ser aplicada em diversos campos de estudo, a exemplo da biologia.
A disciplina retoma a teoria da evolução ao citar a adaptabilidade como característica ou comportamento natural, usado para tornar um organismo capaz de sobreviver em determinado habitat.
Esse conceito serve como base para compreender a adaptabilidade sob outros pontos de vista, como uma resposta às mudanças.
O 35° presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, comentou, certa vez, que:
“A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão, com certeza, perder o futuro.”
É difícil conviver com a incerteza quanto ao futuro. No entanto, é certo que as mudanças virão.
Diante delas, é comum que nossa primeira reação seja o questionamento, medo ou até resistência para aceitar o novo.
Contudo, cabe a cada um decidir se vai enfrentar o novo cenário de forma negativa e contrária, simplesmente se conformar ou tirar proveito da situação.
Quando desenvolvemos a adaptabilidade, somos capazes não apenas de aceitar as mudanças, mas também de aprender com elas e enxergar seus pontos positivos.
Imagine, por exemplo, que você precisa mudar de casa, ir para um lugar mais barato, pois não tem conseguido pagar o aluguel.
Essa é uma mudança necessária, concorda? Mas não significa que você está feliz com ela.
Vai ter que procurar um imóvel, assinar contrato, arrumar seus pertences, contratar carreto, organizar tudo para ser transportado e arrumado na nova moradia.
Você pode ver a situação apenas como algo ruim, já que foi obrigado a se mudar; pode somente aceitar sua nova condição, sentindo que fracassou no pagamento de um aluguel mais caro.
Ou pode encontrar e se concentrar no lado positivo.
Em nosso exemplo, você já economizará um valor e poderá pagar o aluguel da nova casa com tranquilidade, organizando a vida financeira.
No novo bairro, também poderá encontrar locais e pessoas interessantes, expandir sua rede de contatos e aprender coisas novas.
Em resumo, a adaptabilidade te permite vislumbrar o mundo a partir de uma perspectiva otimista.
Flexibilidade e adaptabilidade são competências cada vez mais valorizadas no ambiente corporativo.
Afinal, o mercado está em constante transformação, em especial nas últimas décadas, quando se instaurou a era digital.
As mudanças impactaram de modo irreversível não só a comunicação e relações humanas, como também a maneira de trabalhar.
Para se ter uma ideia, já faz alguns anos que estudiosos do tema propuseram o conceito de QA, ou quociente de adaptabilidade.
Semelhantemente ao QI (quociente de inteligência) e ao QE (quociente de inteligência emocional), o QA mede o nível de adaptabilidade do profissional perante diferentes cenários, inclusive os mais adversos.
Conforme aponta Natalie Fratto, vice-presidente da Goldman Sachs em Nova York, o QA envolve um conjunto de habilidades que possibilitam deixar ideias obsoletas para trás, identificar o que é relevante e tirar proveito da situação atual.
Dentre os atributos que dão base a um perfil profissional com adaptabilidade, vale citar:
Globalização, inovações tecnológicas e culturais marcam o século XXI, desde o seu início.
Vivenciamos uma flexibilização nas regras, contratos, legislação e na própria forma de trabalhar, com ascensão dos serviços sob demanda, home office e profissionais autônomos.
A lógica do século XX, que seguia normas rígidas, partindo de empregos com carteira assinada, necessidade de bater ponto, horário fixo e ambiente formal ficou para trás, abrindo um leque de possibilidades.
No entanto, essas novidades se traduziram em barreiras para quem já estava no mercado e trabalhou, por anos, sob essas regras.
De repente, essas pessoas perderam o emprego ou precisaram se reinventar para manter a posição no mercado, desaprendendo muitos dos conceitos que norteavam sua carreira.
Nesse contexto, saiu na frente quem investiu na adaptabilidade, vislumbrando novas chances para aprender, melhorar o relacionamento interpessoal, além de delegar tarefas repetitivas às máquinas e sistemas.
Grande parte das transformações deste século é proveniente da chamada era digital, que teve início com a popularização dos computadores e da internet.
Inicialmente restritas a centros de pesquisa e grandes corporações, essas ferramentas conferiram empoderamento aos usuários, derrubando barreiras geográficas e aproximando pessoas por todo o mundo.
Além do efeito nas comunicações, a era digital introduziu novos “trabalhadores” no mercado: as máquinas.
Algoritmos, big data, internet das coisas e inteligência artificial já estão presentes em muitos locais e serviços, e a tendência é que, em um futuro breve, os robôs substituam humanos – especialmente na execução de tarefas operacionais.
Uma das previsões a respeito disso cita que 10 a 40% dos empregos atuais serão realizados pelas máquinas.
No setor de serviços, elas farão análise de dados, identificando padrões, por exemplo, em documentos jurídicos, para auxiliar o trabalho em escritórios de advocacia.
Isso significa que uma parte do trabalho dos advogados ou assistentes será realizada pelas máquinas, com a expectativa de maior agilidade e assertividade.
Outro setor que já vivencia os efeitos da era digital no trabalho é a indústria, profundamente impactada pela automação e substituição de mão de obra por robôs em suas linhas de produção.
Especialistas apontam que o segmento passa pela Quarta Revolução Industrial, que trará ainda mais máquinas para as fábricas, exigindo maior qualificação e adaptabilidade dos funcionários.
Perceba que, em ambos os setores, é necessário que os profissionais se adaptem, aprimorando as competências técnicas e comportamentais para manter seu espaço no mercado.
Adaptabilidade organizacional é a capacidade que uma empresa tem de quebrar paradigmas, desafiar os limites e mudar seus métodos, processos, visão e, em alguns casos, até mesmo sua missão.
Para serem bem-sucedidas na era digital, as organizações precisam encontrar formas mais eficientes, seguras e rápidas de atingir seus objetivos, o que implica em mudança constante.
Daí a necessidade de que devolvam a adaptabilidade.
Esse tema é tão relevante e vital para as empresas, que se tornou um dos oito Fundamentos de Excelência da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), sendo comentado neste material.
De acordo com a entidade, a adaptabilidade na esfera empresarial compreende dois atributos principais: capacidade de mudar e flexibilidade.
A capacidade de mudar envolve a identificação da necessidade de mudança (etapa de planejamento) e a implantação da mudança, quando a estratégia é colocada em prática.
Já a flexibilidade é exercitada através da prontidão para resposta, com a revisão de estratégia e tomada de decisão de modo ágil, a fim de acompanhar as transformações do mercado e manter a empresa competitiva.
A FNQ propõe a gestão da mudança como ferramenta para desenvolver e aperfeiçoar a adaptabilidade organizacional, preparando a instituição para identificar, gerir mudanças e controlar seus impactos.
Programas de gestão de mudança devem levar em consideração a curva de aceitação da mudança, que corresponde ao período que os colaboradores levam para compreender e incorporar as transformações no dia a dia.
A curva inclui oito estágios, que detalhamos a seguir:
Adaptabilidade de carreira é a capacidade de se reinventar diante das mudanças na vida profissional, sejam elas gerais, na companhia em que o colaborador trabalha, ou em sua área de atuação.
Da mesma forma que as organizações, os profissionais precisam desenvolver a capacidade de mudança e flexibilidade para que consigam se adaptar e obter sucesso no mercado de trabalho atual.
A adaptabilidade é uma competência cada vez mais requerida entre colaboradores de todos os níveis hierárquicos, pois as companhias necessitam de pessoas flexíveis para se manterem modernas e lucrativas.
Em artigo, Júlio César Zanluca pontua algumas das características de profissionais que investem na adaptabilidade de carreira:
Pessoas naturalmente curiosas e corajosas têm um perfil mais compatível com a flexibilidade, saindo na frente na busca pela adaptabilidade.
Entretanto, ela pode ser desenvolvida e aprimorada por qualquer indivíduo, desde que esteja disposto a superar suas crenças limitantes e vivenciar o novo.
Crenças limitantes são pensamentos consolidados ao longo da vida, que impedem o crescimento na esfera profissional ou pessoal.
Elas costumam se basear em uma única distorção ou experiência ruim, que é tomada como padrão e argumento para impor limites.
É o caso de um analista que não se candidata a uma promoção por acreditar que não será um bom líder.
Essa limitação pode ter raiz em uma experiência frustrada de liderança, por exemplo, durante a coordenação de um projeto que não rendeu os resultados esperados.
Uma boa tática para superar as crenças limitantes é começar a questioná-las de modo racional, colocando seus fundamentos em xeque.
Afinal, ter falhado uma ou algumas vezes não significa que vamos falhar em todas elas.
Confira, abaixo, outras dicas valiosas para desenvolver a capacidade de adaptação profissional.
Falamos, mais acima, sobre o quociente de inteligência emocional (QE), que reúne um grupo de características comportamentais usadas para gerenciar as emoções.
Essas qualidades são úteis para desenvolver a adaptabilidade, uma vez que é necessário controlar as emoções para se adaptar, em especial a cenários adversos.
A gestão da emoção começa no autoconhecimento e na compreensão de que elas são respostas irracionais e automáticas.
O importante é saber o que está provocando as emoções e como contornar seus efeitos.
A raiva, por exemplo, costuma ser uma forma de resposta que esconde a insatisfação com algum aspecto da vida ou da carreira.
Entendendo isso, é possível externar a raiva, deixando que ela passe, sem provocar discussões ou tomar decisões precipitadas.
Essa habilidade está ligada à coragem e disposição para assumir riscos.
Muitas vezes, ficamos paralisados em vez de tomar uma decisão, pois deixamos o medo nos dominar.
O problema é que, se não decidimos, alguém está decidindo em nosso lugar. E sem considerar nossas prioridades.
Tomando a carreira como exemplo, para muitos profissionais, é comum deixar seus próximos passos nas mãos da empresa.
Mas, enquanto eles esperam por uma promoção ou melhores condições de trabalho de maneira passiva, perdem diversas oportunidades de crescimento.
Portanto, não tenha medo de assumir as rédeas da sua carreira.
Você já deve ter ouvido falar que as oportunidades se escondem em meio às crises.
E toda crise implica em grandes mudanças.
O segredo é fazer uma avaliação ampla para identificar as possibilidades que resultam daquela transformação que, a princípio, parece ruim.
Ser demitido, por exemplo, abre espaço para que o profissional encontre novas vagas, se dedique a um projeto pessoal ou até comece seu próprio negócio.
A adaptabilidade pede uma visão positiva do mundo, ou seja, uma perspectiva otimista.
Ao contrário do que muitos pensam, ser otimista não significa ignorar os pontos negativos de uma experiência, e, sim, escolher conscientemente dar prioridade aos positivos.
Ou seja, o otimismo é uma escolha que precisa ser feita diariamente.
Pessoas otimistas adquirem um olhar aguçado para as oportunidades, além de exercitar a gratidão com frequência.
Assim, tornam-se mais realizadas e adaptam-se com maior facilidade.
O ser humano necessita de segurança para se sentir bem, por isso, é normal que crie zonas de conforto.
No entanto, o aprendizado – e a adaptabilidade – exigem que você abrace o novo.
Óbvio que vai se sentir intimidado no início, mas dê uma oportunidade ao novo, porque ele pode ser muito melhor do que imagina.
E, se não for, você terá o poder e a opção de escolher outro caminho.
Seja ouvindo opiniões diferentes da sua, lendo, consultando podcasts, vídeos ou em sala de aula; aprender é vital para desenvolver a adaptabilidade.
Por um motivo simples: adquirir novos conhecimentos é parte de qualquer processo de adaptação.
Afinal, você está deixando um ambiente conhecido para trás e entrando em um novo, o que pede a aquisição de novas habilidades para que tire proveito da mudança.
Comece estabelecendo metas simples, como aprender uma coisa nova todo dia.
Aos poucos, essa dinâmica se torna familiar e você se acostuma a buscar mais e mais conhecimentos, dando um up na sua formação e carreira.
A adaptabilidade e sua importância para uma carreira de sucesso foram o tema central deste artigo.
Agora, você está bem informado e pode começar a desenvolver ou aperfeiçoar sua capacidade de adaptação, tornando-se mais competitivo para o mercado de trabalho.
Uma dica é ampliar seus conhecimentos através dos cursos da FIA (Fundação Instituto de Administração), ampliando seu leque de competências.
Navegue, também, pelo blog para acessar outros conteúdos relevantes para sua carreira.
Se ficou alguma dúvida ou sugestão, deixe um comentário a seguir.
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